quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

MENSAGEM DE NATAL


MENSAGEM DE NATAL

Uma Nova Era começou após o nascimento de Jesus.

Era de efetivamente praticarmos o amor a Deus e aos semelhantes, principalmente através dos atos de bondade, caridade, justiça e misericórdia.

Era de valorizarmos e de exteriorizarmos, por boas ações, o espírito de fraternidade e de solidariedade.

Que neste Natal, renovemos os nossos propósitos de:
· manter em nossa consciência e em nosso coração os ensinamentos do Divino Mestre Jesus;
· praticar as virtudes cristãs;
· exemplificar as condutas morais cristãs que melhoram as relações humanas;
· realizar as boas obras que caracterizam essa Nova Era de esperança na construção de um mundo melhor, por estar pautado nos ensinos de Jesus.

FELIZ NATAL E BOAS REALIZAÇÕES NO ANO NOVO.
Estes são os votos de Geziel Andrade.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO


EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO
Geziel Andrade – São Paulo –SP.

O Espiritismo educa-nos para o cumprimento da Lei do Trabalho com sabedoria e nobreza intelectual e moral.

Essa Lei é uma benção de Deus, por nos propiciar: ocupação e atividade útil; produtos e renda para o suprimento das necessidades; edificação de um modo digno e honesto de vida; aperfeiçoamento das faculdades da alma; engrandecimento e prosperidade pessoal; e participação ativa na evolução do planeta.

Allan Kardec ressaltou a grandeza da Lei do Trabalho nas Questões 674 a 685 de “O Livro dos Espíritos”. Desde então, a Doutrina Espírita vem coligindo os seguintes pontos que servem de base para a educação espírita voltada para o trabalho:

MELHORIA NAS RELAÇÕES HUMANAS: O trabalho honesto engrandece e fortalece as relações humanas. Ele garante a boa convivência e o bom relacionamento com os semelhantes.

CONQUISTA DAS VIRTUDES: O trabalho possibilita a aquisição e a prática das virtudes da responsabilidade, dedicação, disciplina, ordem, paciência e honestidade. Assim, ao mesmo tempo em que desenvolvemos as habilidades e realizamos as conquistas profissionais, melhoramos o caráter e adquirimos e exercitamos o bom hábito de praticar as virtudes.

DEVER PROFISSIONAL: O trabalho, ao impor o cumprimento consciencioso dos compromissos e deveres assumidos para com os semelhantes, exige de nós o aprimoramento dos talentos, das técnicas produtivas e da criatividade. Dessa forma, crescemos em profissionalismo e produzimos as boas obras que nos gratificam.

ACUMULAÇÃO DA RIQUEZA MATERIAL: O trabalho honesto é a fonte legítima da acumulação da riqueza material. Ele garante o salário justo ou o lucro honesto, com os quais concretizamos os sonhos de bem-estar e prosperidade.

SALÁRIO JUSTO E LUCRO HONESTO: O salário justo é a recompensa digna para o trabalhador produtivo e honesto. O lucro obtido de forma honesta é o prêmio ao empreendedor valioso que beneficia a sociedade com seus empreendimentos. Com o salário ou o lucro bem empregados, satisfazemos as necessidades individuais e coletivas, ao mesmo tempo em que promovemos o engrandecimento pessoal, familiar e social.

CONFLITOS ENTRE O CAPITAL E O TRABALHO: Ante aos históricos conflitos de interesse entre o capital e o trabalho, em busca da elevação do lucro ou do salário, devemos transformá-los em oportunidade para controlar a ambição e o egoísmo e para exercitar a fraternidade e a solidariedade, melhorando as condições de vida e promovendo o crescimento pacífico das partes envolvidas.

APROVEITAMENTO DO TEMPO: O trabalho é o melhor emprego que podemos dar às horas disponíveis. Fazendo esse bom aproveitamento do tempo, geramos os bens, produtos e serviços que garantem as conquistas materiais, a satisfação das necessidades e a organização de uma vida mais confortável.

SALÁRIO ESPIRITUAL: O trabalho, ao envolver o uso das faculdades intelectuais e morais, gera o aprimoramento das potências da alma. Com as experiências adquiridas e os valores espirituais acumulados, a alma ascende na hierarquia verdadeira.

DESCANSO E ENTRETENIMENTO: O trabalho, pelos benefícios materiais e espirituais que gera, merece toda a nossa dedicação. Porém, devemos valorizar também o descanso necessário e buscar o entretenimento sadio, que são indispensáveis ao refazimento das energias e a preservação das forças físicas, evitando as doenças ou a falência orgânica prematura.

DISTÂNCIA DOS VÍCIOS E DAS MÁS PAIXÕES: Os vícios e as más paixões têm conseqüências danosas para o corpo e a alma. Assim, devemos estar conscientes de seus efeitos nefastos. Educando a vontade e mantendo-nos distantes deles, evitamos prejuízos ao trabalho e à produtividade e conservamos a eficiência, a disposição e a saúde.

DESEMPREGO: O desemprego é uma das chagas da sociedade. Ele decorre das turbulências e crises no mundo econômico, da má administração dos recursos e das imprevidências dos agentes econômicos. Embora isso, podemos combater a ameaça de desemprego promovendo a própria capacitação, especialização e valorização profissional, através do estudo incessante e do constante aprimoramento intelectual e moral. Também, não devemos menosprezar as ações previdenciárias que amenizam os efeitos danosos do desemprego.

VOLUNTARIADO: O trabalho voluntário, sem interesse pecuniário, gera benefícios a nós próprios, ao próximo e à sociedade. Nele encontramos a oportunidade de exercitar o amor fraterno, ensinado e exemplificado por Jesus; de amenizar as necessidades, aflições e provações alheias, conquistando méritos morais e engrandecendo as potências da alma.

APOSENTADORIA: A aposentadoria não deve ser motivo para a ociosidade ou a inatividade. Ela deve ser vista como uma nova fase da vida em que dispomos da valiosa oportunidade do tempo para a realização de novos trabalhos, estudos e atividades que promovem a evolução da alma imortal. Para o aposentado, a prestação do trabalho voluntário dá-lhe uma ocupação útil ao tempo disponível, gerando a felicidade do próximo. Além disso, a boa leitura e a busca de novos conhecimentos e de novas experiências nas atividades nobres evitam o isolamento, a solidão e a depressão. Dessa forma, a alma desconhece a inação e a preguiça e realiza esforços evolutivos para a vida que não cessa, nem com a morte do corpo.

TRABALHO HOJE E SEMPRE: O trabalho, por ser uma Lei de Deus, existe tanto na vida material, quanto na vida espiritual. Assim, na vida futura, não faltam tarefas e atividades incessantes para os Espíritos que se preocupam com o crescimento intelectual e moral. Concorrendo para a harmonia da Obra da Criação, evoluem e se preparam para uma reencarnação bem sucedida. Esta realidade está presente em todos os livros espíritas que tratam da vida da alma no mundo espiritual.

A EDUCAÇÃO ESPÍRITA VOLTADA PARA O TRABALHO: Portanto, com base nesses pontos, a educação espírita nos conscientiza sobre a importância do trabalho honesto e incessante. Com a dedicação ao trabalho, com a disposição de servir e de ser útil e com a alegria de viver, conquistamos os valores intelectuais, morais e espirituais que garantem o progresso e o bem-estar, nesta e na outra vida.

Com a educação espírita voltada para o trabalho, pomos mãos à obra, sem vacilar ou reclamar, criando o destino alegre e feliz que tanto almejamos.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

ABORTO: POSIÇÃO DO ESPIRITISMO


ABORTO: POSIÇÃO DO ESPIRITISMO
Geziel Andrade

As propostas que surgem e que são discutidas acerca da legalização do aborto, em vários países, inclusive no Brasil, têm exigido o posicionamento das várias correntes filosóficas, religiosas e científicas existentes na sociedade. Assim, torna-se importante deixar bem clara a posição do Espiritismo acerca desse assunto.

No Espiritismo, o aborto é analisado dentro da ótica da reencarnação do Espírito. Este foi criado imortal e perfectível por Deus, estando submetido a um processo incessante de aperfeiçoamento intelectual e moral, inclusive através das inúmeras reencarnações, até que conquiste inevitavelmente a perfeição espiritual. Assim, todos os Filhos de Deus chegam, um dia, a essa bem-aventurança, impulsionados pelas Leis do progresso e da reencarnação e pelos esforços próprios que empregam para evoluir.

Sob essa ótica espírita, a volta periódica do Espírito à vida corporal é Lei e desígnio de Deus.

Para o Espírito em permanente evolução, a reencarnação é necessidade e nova oportunidade de aprimoramento, pela conjuntura que vai enfrentar na vida material. Em cada reencarnação, ele aperfeiçoa as suas faculdades, adquire conhecimentos e experiências e conquista paulatinamente a sabedoria e o amor. Assim, melhora continuamente a sua posição na hierarquia espiritual, que é a verdadeira.

Antes de cada nova encarnação, o Espírito, auxiliado por Espíritos protetores mais evoluídos ou por Anjos da Guarda, planeja com antecedência as provas, missões ou expiações que precisa cumprir em sua nova jornada terrena. Além disso, escolhe os pais terrenos que estão comprometidos com o seu processo educativo e com as conquistas intelectuais e morais que precisa realizar para o seu adiantamento espiritual.

Portanto, cada Espírito reencarna seguindo um plano previamente estabelecido por ele mesmo e por seus guias espirituais. Então, submete-se às leis da reprodução do corpo material, unindo-se, por um laço fluídico, ao novo envoltório material que se forma a partir do momento da concepção.

Nesse processo complexo da reencarnação, o Espírito enfrenta um estado crescente de perturbação. Então, as suas lembranças do passado vão se apagando, à medida que caminha para o nascer de novo.

Quando o aborto é provocado, por um ato de violência, há a interrupção de todo esse trabalho previamente e cuidadosamente realizado. Então, é inevitável que surjam a frustração e o constrangimento para os muitos Espíritos envolvidos no processo da reencarnação.

Especificamente para o Espírito que teve a sua reencarnação violentamente interrompida, ele passa necessariamente por um período de recuperação do choque ou trauma sofrido com o aborto. Depois disso, quase sempre, recobra suas características pessoais e, se ainda inferiores, incapaz de perdoar, experimenta revolta ou desejo de vingança, principalmente contra aqueles que seriam os seus pais terrenos. Geralmente, procura envolvê-los num processo obsessivo que acaba gerando problemas de consciência e promovendo distúrbios psíquicos e físicos graves. A motivação para essa revanche está, quase sempre, na não aceitação da perda da oportunidade de melhorar sua posição espiritual, com a reencarnação que foi compulsoriamente interrompida.

Pela violenta agressão imposta ao Espírito reencarnante, promovendo a morte do seu novo corpo material e pondo fim às esperanças geradas de conquistar de um futuro melhor, o aborto, independentemente das justificativas, alegações ou circunstâncias que são apresentadas pelas pessoas interessadas ou envolvidas, é considerado crime pelos Espíritos superiores. Isto está na resposta que eles deram à Questão 358 de O Livro dos Espíritos: “A mãe ou qualquer pessoa cometerá sempre um crime ao tirar a vida à criança antes do seu nascimento, porque isso é impedir a alma de passar pelas provas de que o corpo devia ser o instrumento”.

Essa posição dos Espíritos superiores foi reafirmada aqui no Brasil por diversos Espíritos, através de vários médiuns: “O aborto provocado é doloroso crime”. (Espírito André Luiz, no Cap. 15 do livro “Ação e Reação”; “O aborto delituoso é crime estarrecedor” (Espírito Emmanuel, no Cap. 17 do livro “Religião dos Espíritos”); “O aborto delituoso é infanticídio execrável” (Espírito Joanna de Ângelis, no Cap. 12 do livro “Após a Tempestade”); “O abortamento provocado é crime grave”. (Espírito Manoel Philomeno de Miranda, no Cap. 5 do livro “Nas Fronteiras da Loucura”).

Portanto, na idêntica condição de Filhos de Deus, submetidos às Leis sábias e justas que regem as relações entre as vidas espiritual e material, e conscientes dos compromissos morais exigidos na exteriorização da sexualidade, que deve ser empregada com discernimento, disciplina e responsabilidade, devemos guardar profundo amor e respeito pelos semelhantes, desde o momento da concepção. Isto significa que jamais devemos recorrer à prática do aborto, nem mesmo se alguma lei humana for aprovada para permiti-lo.

Dessa forma, agimos com nobreza moral e ficamos isentos das conseqüências da prática do crime do aborto impostas pela Justiça de Deus, que tem a sua ação na vida presente, na vida além-túmulo e até na próxima reencarnação.

Em corroboração a essa posição do Espiritismo, temos ainda a seguinte mensagem:

ABORTO DELITUOSO
Mensagem “Aborto Delituoso” escrita pelo Espírito Emmanuel, através da psicografia de Chico Xavier.

“Um crime doloroso existe, pela volúpia de crueldade com que é praticado, no silêncio do santuário doméstico ou no regaço da Natureza...

Crime estarrecedor, porque a vítima não tem voz para suplicar piedade e nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reação.

Referimo-nos ao aborto delituoso, em que pais inconscientes determinam a morte dos próprios filhos, asfixiando-lhes a existência, antes que possam sorrir para a bênção da luz.”
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“Homens da Terra, e sobretudo vós, corações maternos chamados à exaltação do amor e da vida, abstende-vos de semelhante ação que vos desequilibra a alma e entenebrece o caminho!”

“Fugi do satânico propósito de sufocar os rebentos do próprio seio, porque os anjos tenros que rechaçais são mensageiros da Providência, assomantes no lar em vosso próprio socorro, e, se não há legislação humana que vos assinale a torpitude do infanticídio, nos recintos familiares ou na sombra da noite, os olhos divinos de Nosso Pai vos contemplam do Céu, chamando-vos, em silêncio, às provas do reajuste, a fim de que se vos expurgue da consciência a falta indesculpável que perpetrastes.”

sexta-feira, 14 de novembro de 2008


BOM SENSO ESPÍRITA
Geziel Andrade

Allan Kardec empregou de tal modo o bom senso para realizar a codificação do Espiritismo, que o grande astrônomo Camille Flammarion disse a seu respeito: “Ele era o que eu denominarei simplesmente o bom senso encarnado. Razão reta e judiciosa, aplicava sem cessar à sua obra permanente as indicações íntimas do senso comum”.
Assim, Allan Kardec legou aos espíritas o exemplo valioso de como agir com sensatez, prudência, inteligência e juízo claro ao apreciar e julgar os fenômenos espíritas e as comunicações inteligentes dos Espíritos, visando discernir com clareza o verdadeiro do falso e estabelecer as teorias e práticas espíritas.
Mas, no Movimento Espírita, vemos como alguns espíritas ainda têm grande dificuldade em aplicar essa qualidade notável de Allan Kardec na seleção das mensagens recebidas dos Espíritos ou mesmo na escolha dos livros espíritas, de autores encarnados ou desencarnados, que vão ser publicados. Percebemos em alguns diretores de Centro Espírita, a falta de juízo ao colocar em segundo plano o estudo das obras do Codificador; ao aceitar, sob o pretexto de modernismo, as influências e práticas estranhas do esoterismo, do magnetismo, da cromoterapia e do sincretismo religioso ou filosófico. Notamos, ainda, em alguns dirigentes de instituições espíritas a recusa em consultar o bom senso ao promover eventos pagos, visando a arrecadação de dinheiro para, supostamente, beneficiar a causa espírita.
Dessa forma, não aprenderam ainda a adotar uma das mais grandiosas características do Codificador do Espiritismo: o bom senso nas reuniões espíritas e nas comunicações com os Espíritos; o bom senso nas práticas espíritas, principalmente as que envolvem o uso da mediunidade; o bom senso em passar pelo crivo da razão todas as palavras e instruções dos Espíritos, visando identificar a superioridade moral; o bom senso na seleção de tudo o que vai ser feito ou publicado em nome da Doutrina Espírita; e o bom senso em valorizar os aspectos morais do Espiritismo.

Portanto, irmãos, que esse bom senso, nos legado por Allan Kardec, esteja também entre as qualidades nobres que identificam e distinguem os espíritas verdadeiros.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008


PRINCÍPIOS DO ESPIRITISMO
Geziel Andrade
Os princípios do Espiritismo, estabelecidos por Allan Kardec com a publicação de “O Livro dos Espíritos”, na França, em 18 de Abril de 1857, são os seguintes:
1) EXISTÊNCIA DE DEUS: Deus está acima de tudo o que existe, pois é a Inteligência suprema, a causa primária de todas as coisas. Deus é eterno, imutável, imaterial, único, todo poderoso e soberanamente justo e bom. Deus é o autor da Obra da Criação, regida por Leis Universais. A prova da existência de Deus está no axioma “todo efeito inteligente tem uma causa inteligente”. A Obra da Criação é um efeito dos Atributos de Deus.
2) IMORTALIDADE DA ALMA: Deus jamais está inativo e cria os Seus Filhos como Espíritos imortais. Por isso, a criação dos Espíritos é incessante, com o dever de percorrerem um longo processo de desenvolvimento de suas faculdades intelectuais e morais, até conquistarem a perfeição espiritual e a felicidade plena. As sucessivas reencarnações são oportunidades oferecidas por Deus para que os Espíritos possam evoluir e chegar, um dia, ao seu destino glorioso. Assim, somos mais do que um corpo de carne, gerado pelas leis da reprodução. Nosso Espírito, criado por Deus, tem faculdades, valores intelectuais e morais e ideais acumulados ao longo de uma existência milenar. Ao assumirmos um novo corpo, em cada nova existência material, acumulamos mais experiências, habilidades e realizações que não se perdem com a morte do envoltório material, pois ficaram agregadas em nossa alma imortal. Cada novo corpo material nos permite trabalhar pelo nosso progresso intelectual e moral. Dessa forma, reencarnamos na vida terrena quantas vezes forem necessárias para obtermos o progresso incessante. A imortalidade da alma é uma realidade que pode ser constatada em todos os livros religiosos. Mas, a Doutrina Espírita confirma essa realidade e desvenda essa trajetória da alma com o estudo das comunicações físicas e inteligentes dos Espíritos, obtidas através de diferentes médiuns, em várias localidades e épocas.
3) PERISPÍRITO: Na vida espiritual, o Espírito conserva o seu corpo fluídico que permitia a sua ligação ao corpo material. Esse corpo espiritual tem a forma humana e a mesma semelhança e aparência do corpo material. Esse corpo espiritual, constituído de fluidos espirituais invisíveis ao homem, é chamado de perispírito. Ele serve de instrumento para o Espírito agir na vida espiritual e, dentre outras funções, permite a sua comunicação com os homens, atuando sobre o perispírito dos médiuns. Uma vez na vida espiritual, o Espírito reencontra e reconhece, graças ao perispírito, aqueles que conheceu na Terra, mantendo as mesmas afeições e se recordando do bem ou do mal que praticou, o que o torna feliz ou infeliz.
4) LEI DE CAUSA E EFEITO: As boas causas e ações geram bons efeitos tanto na vida material, quanto na vida espiritual. Já as más atitudes e realizações geram maus efeitos. Muitas vezes, os efeitos decorrentes das ações praticadas hoje só aparecerão na vida espiritual ou na próxima existência material. Portanto, devemos investir nas boas atitudes morais, usando bem o livre-arbítrio, para criarmos um destino feliz. Dessa forma, não há o acaso, a má sorte ou as injustiças perante as Leis de Deus. A Lei de Causa e Efeito é universal. Jesus se referiu a ela ensinando-nos que “a cada um será dado segundo as suas obras”. Ela permite que cada Espírito construa livremente o seu destino feliz ou infeliz, tanto na Terra, quanto na vida futura. Portanto, a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.
5) REENCARNAÇÃO: Os Espíritos são criados por Deus simples e ignorantes e em épocas diferentes. Porém, Deus cria os Espíritos perfectíveis, através de um longo processo de evolução. Assim, as sucessivas reencarnações são oportunidades para que o Espírito encarnado desenvolva as faculdades, acumule experiências e cresça em valores intelectuais e morais. Através da pluralidade das existências materiais entendemos a justiça de Deus. Ela explica as desigualdades existentes entre os Espíritos encarnados ou desencarnados e as condições diferentes de vida que desfrutam. A reencarnação elimina o inferno eterno, porque o Espírito tem sempre uma nova oportunidade para expiar os erros graves cometidos e continuar o seu processo evolutivo, até que atinja a perfeição espiritual, que é meta estabelecida por Deus. As reencarnações do Espírito são sempre progressivas em termos intelectuais e morais. Dessa forma, ele desenvolve continuamente as suas faculdades e aperfeiçoa as suas potencialidades, até atingir a perfeição e conquistar a felicidade plena.
6) CLASSIFICAÇÃO DOS ESPÍRITOS: Em função do tempo de existência e dos progressos já realizados, os Espíritos podem ser classificados em três grandes categorias: imperfeitos, bons ou perfeitos. Os Espíritos imperfeitos caracterizam-se pela ignorância das coisas e pela inclinação ao egoísmo, ao ódio, à inveja, ao orgulho e às atitudes inferiores; porém estão, pelas Leis do progresso e da reencarnação, sempre evoluindo em busca da perfeição. Os bons Espíritos já atingiram uma faixa intermediária na hierarquia espiritual, através de muitas reencarnações; assim, já praticam o bem e mantêm esforços no progresso intelectual e moral e na conquista da perfeição. Os Espíritos perfeitos já atingiram a meta, após terem percorrido todos os degraus da hierarquia espiritual. Assim, distinguem-se dos outros pela perfeição intelectual e moral, pelo conhecimento de todas as coisas, pela pureza dos sentimentos e pela proximidade de Deus.
7) ANJOS: Os Anjos são Espíritos que já atingiram a perfeição espiritual. Eles são mensageiros de Deus e têm a tarefa de proteger e ajudar os seres que estão percorrendo as diversas etapas do processo evolutivo. Portanto, não são seres à parte e nem privilegiados na Obra da Criação. Apenas já atingiram a perfeição espiritual, realizando a sua trajetória evolutiva em outros mundos habitados.
8) COMUNICABILIDADE DOS ESPÍRITOS COM OS HOMENS: Os Espíritos sempre se comunicaram com os homens, como revelam todos os livros religiosos. Eles são as almas dos nossos familiares, amigos, conhecidos ou de outras pessoas que viveram um dia na Terra. Ao retornarem à vida espiritual, após a morte do corpo material, continuam mantendo contato com os Espíritos encarnados, seja no estado de vigília, seja durante o sono, quando a alma se liberta parcialmente do corpo. Quando encontram médiuns apropriados, estabelecem comunicações físicas ou inteligentes com os homens. Nessas comunicações, os Espíritos demonstram que continuam sendo os mesmos, em termos intelectuais e morais. Assim, revelam-se: bons ou maus, sérios ou brincalhões, trabalhadores ou ociosos, cultos ou medíocres, verdadeiros ou falsos. Portanto, a desencarnação não transforma as características pessoais de uma alma. Por isso, é muito importante analisarmos cuidadosamente as comunicações dos Espíritos para determinarmos a sua identidade e o seu grau de evolução intelectual e moral.
9) VIDA NO MUNDO DOS ESPÍRITOS: Na vida espiritual, os Espíritos têm as suas ocupações e atividades que estão condizentes com o grau de evolução intelectual e moral que já alcançaram. Além disso, continuam tendo o livre-arbítrio, regido pela Lei de Causa e Efeito, podendo vir à Terra e influenciar as pessoas, através dos pensamentos. Por não estarem presos num Céu, nem num Inferno eterno, eles têm a liberdade de locomoção e podem visitar, influir e agir sobre os homens ou seus familiares terrenos. Dessa forma, os Espíritos formam uma população invisível que está ao nosso redor, acompanhando o nosso cotidiano e transmitindo pensamentos, inspirações, idéias, conselhos e sugestões mentais. Os Anjos da Guarda e os Espíritos protetores agem para o bem. Mas, os Espíritos inferiores procuram dominar aqueles com quem têm afinidades e que aceitam as suas influências nefastas.
10) MÉDIUNS: Alguns homens desfrutam da faculdade natural de receber a influência ostensiva dos Espíritos: são os médiuns. Eles podem atuar como intermediários ou intérpretes dos Espíritos, transmitindo suas comunicações através da fala, da escrita, da pintura ou de outras formas de manifestação. Porém, todas as comunicações dos Espíritos devem ser analisadas, avaliando-se as qualidades morais tanto do Espírito comunicante, quanto do médium. Os Espíritos superiores, em suas comunicações, usam sempre uma linguagem nobre, elevada e cheia de conselhos morais. Então podem ser facilmente identificados. Os médiuns contam com o “O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, para orientá-los no desenvolvimento, na educação e na prática da mediunidade.
11) PLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS: Existem muitos mundos habitados no Universo. Eles prestam-se ao desenvolvimento dos Filhos de Deus. Em muitos desses mundos, as condições de vida são superiores, iguais ou inferiores às da Terra. Neles, os Espíritos encontram os ambientes adequados ao seu trabalho evolutivo e às suas necessidades de passar por provas, cumprir missões ou de expiar erros graves cometidos em vidas passadas. Assim, os mundos habitados são escolas, onde os Filhos de Deus desfrutam das valiosas oportunidades de evoluir e de galgar posições melhores na hierarquia espiritual.
12) FÉ RACIOCINADA: O Espiritismo nos ensina que devemos analisar tudo sob a ótica da lógica e do bom senso. Assim, tornamos a fé raciocinada, fortalecendo as convicções religiosas, morais e espirituais. A fé raciocinada é sólida porque se assenta na razão. Ela é inabalável porque pode encarar a razão em qualquer época da humanidade.
13) JESUS: Jesus é o mais perfeito guia e modelo oferecido por Deus para a Humanidade. No Espiritismo, a moral cristã está elucidada no livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec. Assim, a Doutrina Espírita tem um aspecto religioso que está pautado no amor a Deus e ao próximo. A bandeira do Espiritismo é a da prática da caridade, dentro do preceito espírita “fora da caridade não há salvação”.

sábado, 1 de novembro de 2008


BOM EXEMPLO ESPÍRITA
Geziel Andrade

“A sementeira do bom exemplo é a mais duradoura
plantação no solo da alma”. (Emmanuel/F.C.Xavier).

O bom exemplo deve marcar a nossa posição na família, no ambiente de trabalho, no Centro Espírita e na vida em sociedade. Assim, influenciamos positivamente as pessoas que nos cercam, colaborando para a formação do bom caráter, para a aquisição de bons hábitos, para a conquista das qualidades morais e para a melhoria da maneira de ser, sentir, pensar e agir.

Os bons exemplos devem falar por nós, principalmente nos momentos de provas difíceis, seguindo as condutas elevadas que Jesus praticava nesses momentos. O Mestre falava, pregava, ensinava, contava parábolas e transmitia a Boa Nova com sabedoria e bondade, mas a sua força, no cumprimento da sua missão divina, estava nos bons exemplos de amor, fé, oração, humildade, caridade e perdão que dava aos seus discípulos e às pessoas que o cercavam, revolucionando a religião e a moral no mundo.

Com os nossos bons exemplos, evidenciamos a nossa formação e educação moral espírita-cristã. Dando bons exemplos de amor, trabalho, honestidade, paciência, alegria, fraternidade e caridade revelamos a nossa condição de homens de bem.

Os nossos bons exemplos, como espíritas, valem muito mais que do que as palavras inflamadas que dizemos; os discursos ardentes que proferimos; as lições verbais que oferecemos; e os sermões e conselhos que damos aos que nos cercam.

Com eles, disseminamos os verdadeiros valores intelectuais e morais e corrigimos ou reparamos as fraquezas, os vícios e as deficiências daqueles que pretendemos transformar em pessoas que fazem bom uso das faculdades mentais, intelectuais, morais, sentimentais, emocionais, sexuais e mediúnicas.

A questão do bom exemplo é tão primordial na nossa conduta espírita-cristã, que Allan Kardec registrou no Capítulo X de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”: “a única autoridade legítima, aos olhos de Deus, é a que se apóia no bom exemplo”.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008


MENSAGEM DO ESPÍRITO DE MEU AVÔ JUCA ANDRADE, PSICOGRAFADA PELO MÉDIUM FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER, NA NOITE DE 01 DE ABRIL DE 1983, EM REUNIÃO PÚBLICA NO GRUPO ESPÍRITA DA PRECE, EM UBERABA – MINAS GERAIS.

Meu caro Zeca, meu filho, aqui estou associado às preces desta casa de fraternidade e paz.
Para você e para a nossa gente do “Jesus e Caridade” as minhas notícias não são novidades. Acontece que você e os amigos de Mogi Mirim queriam qualquer página escrita pelas mãos mediúnicas do amigo Chico e não pude esquivar-me. Aliás, não posso esquecer que de Mogi a Uberaba não é distância de um grito. Vamos assim ao que mais nos interessa, porque informações de pai espírita gastam tempo.
Não tenho por onde começar, porque estou na convivência de vocês todos, agora tanto quanto antes.
Às vezes, me dava ao luxo de pensar que a desencarnação seria descanso. Idéias de burro cansado, porque sendo a morte um banho de renovação sem milagres, as nossas atividades não encontrariam por aqui outra ordem que não seja a de marchar para diante. E marchar sozinho para diante deve ser brinquedo de criança. Estamos todos ligados uns aos outros, para não dizer acorrentados. O passado fala no presente e o presente conversará no futuro.
Impossível deixar companheiros a distância e partir sem rumo certo à procura de um céu inexistente, porque os estados de cada um por dentro da própria alma é que traçam o lugar em que nos encontramos. Você, meu filho, conhece a extensão de nossos compromissos com a Doutrina Espírita e por isso compreenderá que em mim coexistem o pai e o trabalhador. Não posso separar as obrigações de um e outro.
As preces e os cuidados de nossa Carmela me resguardaram contra qualquer manifestação de receio ou desânimo. Creia, porém, que falamos talvez mais no Mais Além, sem compreender-lhe as complexidade. Noto, quase com humor, que o Além para mim foi permanecer no mesmo lugar. Aliás, seria ingratidão desertar da cidade que nos deu e nos dá tanto ainda, sobretudo, em amor e entendimento.
Reconheci que o meu carinho de pai não deveria esmorecer. Em nossa agremiação continuam você e a nossa estimada Maria José, o Dulphe, o Airton e a nossa prezada Sílvia, o Paulo, o Edson, e a nossa Helen prossegue representando o nosso ponto de serviço mais urgente, pelas necessidades espirituais em que a filhinha renasceu.
A nossa Carmela é a mesma dedicação maternal que conhecemos e contamos com vocês na proteção à querida irmã, que as vidas anteriores não permitem usufruir a atual existência com a precisa segurança. Confiamos nos filhos amigos e nas noras que o Senhor nos deu por filhas do coração, e estamos certos de que não seremos desapontados. E, além de nossa Helen, temos os outros parentes do coração, todos aqueles que se abrigam entre as paredes de nossa organização.
Muitas vezes surpreendo você a indagar-se sobre a maneira de vencer na estrada das contas e compromissos. Ainda assim não tema. Lembre-se de que nos dias mais difíceis, a nossa fé parecia maior e com a nossa fé mais ampla, o auxílio da Providência Divina, em nossa instituição, fazia sobrar alegrias e bênçãos.
Muita coisa por aí pode ter mudado. Inflação, conflitos administrativos, tabelas de preço e lutas inesperadas vão trazendo mais lutas, mas Deus não mudou. É o mesmo Pai de Infinito Amor que mandava colocar em nossas mãos tanto a moeda para comprar a farinha, quanto a força para fazer o pão ou adquiri-lo com segurança.
Não tenham medo da vida para que a vida não tenha medo de nós. A obra não pode empalidecer. É preciso crescer para auxiliar o próximo. E creiam vocês todos que, estimulados para o bem de todos, o crescimento não se nos fará motivo a qualquer vaidade. Tudo aquilo que está feito é a caridade com Jesus e tudo o que pudermos fazer será sempre Jesus e a Caridade.
No término de minhas forças, acreditei que a fadiga havia chegado. Não era fadiga. Era desgaste da engrenagem de que me utilizava para trabalhar sem consultar o relógio. As pernas enfraqueceram de tantas caminhadas que se somavam umas às outras e o coração balançou no peito, como a pedir férias. Não conseguia, porém, pensar nisso . A dor não tem dias santos. E era preciso movimentar-me.
Muitos amigos me consideravam fanático, no entanto, era necessário fixar-me no que devia efetuar e a conversa, mesmo bonita, de nada me valia se os diálogos com os amigos não tivessem o adubo da beneficência.
Cheguei ao fim do corpo, usando remédios por obrigação, porque nunca admiti outro médico que tivesse mais autoridade que a de Jesus Cristo. E, por essa razão, entreguei-me aos desígnios d´Ele, nosso Divino Mestre e Senhor. Estava muito lúcido e atento a fim de observar o que vinha a ser a última hora do corpo.
Entretanto, nos derradeiros trâmites do meu processo de liberação, reconheci-me um tanto modificado. Minha visão alterou-se. Pensava com hesitação. A incerteza me dominava.
Em dado momento, vi-me quase devolvido à condição de criança. Sentia-me no colo da mamãe Albina, e a vó Mariquinha estava perto. Conversavam comigo, mas eu trazia o pensamento em vocês e nada escutava. Queria chamar por você e pelo Airton, e ultimar recomendações, mas a voz estava calada por dentro de mim. Só a atenção me obedecia. Então imaginei que sonhava. Não era homem para me entregar a qualquer fantasia. Ignorava que me achava entre duas vidas a lutarem por dentro de mim, uma com a outra. A visão da mãe Albina me impelia para o Mundo Espiritual, mas as vozes das crianças, embora de longe, me chamavam para a Terra.
Por fim, cessou a luta e rendi-me sem condições. O corpo abatido não mais me serviria. Era preciso saber agradecer-lhe quanto me havia doado em tantos anos abençoados de serviço e atender aos apelos novos. Como se fosse impressionado por uma paisagem, em cuja realidade não acreditava, vi amigos chegando...
Você compreenderá como dói observar tantos prodígios sem possibilidades de comunicar-se com os familiares. Reconheci antigos companheiros que julguei me visitassem para uma oração de fraternidade e esperança. Eram eles muitos, mas de momento, lembro-me de que estavam junto de nós o Lameira de Andrade e o Américo Montagnini; o Onofre e Gracinda Batista, nossos irmãos de Itapira; o Tio Paco, de Avaré; o Marrone, de Campinas; o Cairbar Schutel e Mariquinha Perche, de Matão; o Romeu do Amaral Camargo; o Vinícius; o Elói Lacerda e tantos outros amigos.
Eles se davam as mãos em torno de mim, como se expressassem desse modo o abraço que me transmitiam. Um suave calor me revigorou as energias e vi o nosso respeitável Bezerra de Menezes ao lado do nosso Batuíra, que penetrando a roda fraternal, me tocavam no corpo com gentileza, qual se me cortassem algo na pele insensível. Aquela formação de amigos entrou em prece, feita em voz alta e, tocado por uma alegria misturada de dor, ergui-me do corpo, como quem se levantava do leito com recursos suficientes para saudar os circunstantes. Bezerra de Menezes, com a bondade paternal que lhe conhecemos, tocou de leve em meus ombros e disse sorrindo: “Juca, você está livre”.
Então compreendi tudo e o velho coração rebentou em lágrimas. Eu não queira liberdade, queria permanecer caminhando em nossa querida cidade de Mogi Mirim, de rua em rua, alertando os amigos das boas obras para que a máquina não parasse. Mas a mãezinha Albina me reconfortou e me convidou a seguir os amigos, porque não me seria conveniente acompanhar aquele corpo que encontrava finalmente a parada de repouso. Agradeci, chorando, aquele companheiro que seguiria para um destino diferente do meu, recordei tudo quanto me dera em resistência nos dias mais atribulados das nossas tarefas e segui para fora...
Só então consegui adormecer ignorando de que modo. Adormeci sonhando com o povo amigo que me tutelou, ou melhor, a todos nos tutelou com bondade e acordei em outra dimensão da vida, que prossegue sem pausa. E pedi então a todos os amigos me auxiliassem a voltar para o nosso refúgio de paz e trabalho, até que obtive permissão para continuar com vocês, agora. Até quando? Só Deus sabe. O que sei é que a caridade é um processo desconhecido geralmente no mundo – o processo de sermos felizes, fazendo os outros consolados e felizes.
Ah! Meu filho, quanto puderem façam o bem, com aquele desprendimento que a nossa Carmela e vocês me ensinaram.
Tenho encontrado vários amigos. A nossa irmã Yolanda vem trabalhando pela paz do nosso amigo Massucci, e muitas vezes me fala com respeito a ele e aos filhos queridos. O nosso Guedes continua sendo para mim o companheiro incansável de sempre.
Filho, mais uma vez peço a vocês pela nossa Helen e vou terminar. Não posso ser o dono da noite, quando não sou dono nem de mim mesmo.
A todos os nossos familiares e irmãos de ideal e trabalho, o meu abraço assinalado pelo calor de meu coração reconhecido, e receba com todos os seus irmãos e com todos os nossos amigos o carinho e a saudade, a esperança e o devotamento do pai e servidor de sempre em Nosso Senhor Jesus Cristo.
Sempre reconhecidamente, o velho companheiro,
Juca Andrade.
José Antônio Andrade Júnior.

IDENDIFICAÇÃO DAS PESSOAS CITADAS NA MENSAGEM: Zeca: José Andrade, filho de Juca. Carmela: esposa de Juca. Maria José: esposa de Zeca. Dulphe, Airton, Paulo, Edson e Helen: filhos de Juca. Sílvia: esposa de Airton. Albina: mãe de Juca, falecida em 1952. Mariquinha: sogra de Juca, falecida em 1943. Lameira de Andrade: famoso orador espírita. Américo Montagnini: espírita que foi presidente da Federação Espírita do Estado de São Paulo. Onofre e Gracinda Batista: espíritas de Itapira-SP. Tio Paco: tio de Juca, residente em Avaré-SP, onde faleceu. Marrone: espírita dedicado à evangelização e ao auxílio às pessoas enfermas, tendo sido um dos fundadores do Centro Espírita Allan Kardec de Campinas. Cairbar Schutel: grande vulto do Espiritismo no Brasil. Mariquinha Perche: secretária de Cairbar Schutel na vida terrena. Romeu do Amaral Camargo: professor, advogado, jornalista, escritor e espírita atuante no Movimento Espírita. Vinícius: Pedro de Camargo: educador, orador, jornalista e escritor espírita. Eloi Lacerda: escritor e orador espírita, com grande atuação junto à Federação Espírita do Estado de São Paulo. Bezerra de Menezes: grande vulto do Espiritismo no Brasil. Batuíra: um dos grandes pioneiros do Espiritismo no Brasil. Yolanda e Oscarlino Massuci: pioneiros do Movimento Espírita em Mogi Mirim. Guedes: João de Campos Guedes, espírita atuante em Mogi Mirim.

PALAVRAS SOBRE O MEU AVÔ JUCA ANDRADE

O jornal “Folha Espírita”, de fevereiro de 1996, publicou as seguintes palavras que escrevi sobre o meu avô Juca Andrade:

“Juca Andrade amou muito e espalhou por onde passou o amor que extravasava de seu coração generoso; sem dúvida uma profícua existência. Atendendo nossa solicitação, Geziel Andrade traçou algumas linhas sobre o seu avô:

MEMÓRIAS DE MEU AVÔ JUCA. Esse conceituado jornal “Folha Espírita” pede-me algumas recordações acerca de meu avô José Antonio Andrade Júnior, mais conhecido como Juca Andrade, na cidade de Mogi Mirim –SP, onde viveu até o seu falecimento em 19 de julho de 1978.

Dentre as virtudes pessoais de meu avô, a que mais me admirava era a da humildade, que o permitia externar um espírito de extrema dedicação à família, ao trabalho, à Doutrina Espírita e aos semelhantes, principalmente aos mais necessitados de apoio fraterno.

O seu modo simples e humilde de ser e agir permitia-lhe relacionar-se bem e facilmente com todas as pessoas de quaisquer níveis sociais. Assim, praticava favores, exteriorizava gentilezas e realizava obras que eram a expressão da mais pura caridade. A sua residência modesta tinha sempre as portas abertas para um papo gentil, para uma prece de súplica e gratidão, para uma assistência espiritual ou uma ajuda material, embora seus recursos financeiros fossem parcos. Esses gestos fraternos tornaram-no uma pessoa muito popular, querida e respeitada.

Talvez o comportamento mais incompreendido, mais admirado pelos contemporâneos, era a sua dedicação incessante ao trabalho, apesar da idade avançada. Porém, era isso que o permitia, com o apoio de muitos amigos, manter instituições e trabalhos espíritas; promover obras sociais; sustentar a Vila Paim, com casas para pessoas pobres; expandir o Lar Espírita Maria de Nazareth, que abriga crianças excepcionais; e promover o Natal dos pobres, com distribuição de gêneros alimentícios.

Depois da desencarnação de meu avô Juca, lembro-me bem do dia em que meu pai José Andrade retornou de Uberaba para Mogi Mirim, trazendo uma longa mensagem psicografada, em 1 de abril de 1983, pelo médium Francisco Cândido Xavier.

Meus familiares e eu éramos bastante acostumados com as comunicações dos Espíritos pela longa convivência no meio espírita. Mas, aquela mensagem tocou-nos profundamente, enchendo-nos de surpresas e fortes emoções, pela riqueza de detalhes e informações pessoais que revelavam a sobrevivência de sua personalidade; pelas descrições pormenorizadas de fatos que antecederam e sucederam sua passagem para a vida espiritual; pela citação dos nomes dos filhos que residiam bem distante de Mogi Mirim; pelas preocupações que ainda demonstrava com sua filha Helen, portadora de enfermidade crônica; pela recepção calorosa que havia recebido no mundo espiritual por parte de Espíritos e amigos desencarnados, alguns esquecidos por nós há longo tempo; e pela confirmação de que a justiça divina reserva recompensas no além para quem sabe cultivar méritos, amizades e praticar as virtudes.

Creio que a mensagem de meu avô, que esse jornal espírita pretende publicar, fala por si. As minhas palavras despretensiosas apenas rememoram particularidades de uma pessoa que foi um exemplo de práticas cristãs.”
(VEJA NESTE MESMO BLOG, EM ARTIGO À PARTE, O INTEIRO TEOR DA MENSAGEM PSICOGRAFADA POR CHICO XAVIER).

domingo, 26 de outubro de 2008


EDUCAÇÃO PARA A FRATERNIDADE
Geziel Andrade –São Paulo –SP.

“Todos vós que sonhais com a idade
de ouro para a Humanidade
trabalhai, antes de tudo, na
construção da base do edifício, sem
pensardes em lhe colocar a cúpula;
ponde-lhe nas primeiras fiadas a
fraternidade na sua mais pura
acepção”. (Allan Kardec, no
Capítulo “Liberdade, Igualdade,
Fraternidade”, do livro “Obras
Póstumas).

A Doutrina Espírita é essencialmente educativa. Essa característica decorre dos seus princípios inovadores contidos nas obras de Allan Kardec.

Foi na “Revista Espírita”, de outubro de 1866, no artigo “Os Tempos são Chegados”, que Allan Kardec estabeleceu as bases sólidas que direcionaram o movimento espírita para o estabelecimento da fraternidade entre os homens.

Allan Kardec demonstrou, naquele artigo, que a regeneração da humanidade é algo inevitável, em função da Lei do progresso que aprimora os elementos físico, intelectual e moral. Mas, nem por isso, devemos esperar passivamente que aquela Lei cumpra o seu papel importante. A nós cabe aplicar a educação espírita na destruição do egoísmo e do orgulho; na elevação dos sentimentos; e no estabelecimento da caridade, da fraternidade e da solidariedade, assegurando ao homem o bem-estar material, espiritual e moral.

A humanidade convulsiona-se em seu período de transformação moral. E o Espiritismo, com sua tônica educativa, vem cumprindo, com nobreza, a sua missão de melhorar o caráter do homem, espiritualizar e moralizar os costumes, edificando uma nova ordem familiar, política, econômica e social.

Especificamente sobre a educação voltada para o exercício da fraternidade, Allan Kardec legou-nos os seguintes alicerces sólidos, sobre os quais estamos edificando um novo tempo: existe identidade entre todos os Espíritos, pois ora estamos encarnados no mundo visível, ora estamos desencarnados no mundo invisível, tendo como objetivo comum, dentro da pluralidade das existências corpóreas, o trabalho de evolução intelectual e moral. O nascimento e a morte não separam os seres humanos, não extinguem as suas relações simpáticas, nem acabam com os deveres recíprocos de se apoiarem mutuamente na escalada para a perfeição espiritual. Então, os sentimentos de fraternidade e de solidariedade devem estar nos corações, nos costumes, nas leis e nas instituições, estabelecendo um novo conceito de bem-estar e de felicidade social.

Allan Kardec ensinou-nos ainda que a fraternidade é perpétua na vida dos Espíritos. Todos pertencemos à grande família universal, cujos membros são solidários, sendo a fraternidade humana uma decorrência da paternidade Divina.

Além disso, com o Espiritismo, a fraternidade é sinônimo da prática da caridade pregada pelo Cristo. Então, com o sentimento cristão de fraternidade nasce o dever de ajuda recíproca, de melhoria nas relações na vida social e nas instituições, promovendo o bem-estar de todos.

Adicionalmente, os princípios do Espiritismo tornam a fraternidade a pedra angular de uma nova ordem social em que o progresso moral assegura a concórdia, a tolerância, a união, a paz e a felicidade. Assim, os princípios do Espiritismo fortalecem o espírito de fraternidade, derrubando barreiras, preconceitos e antagonismos; estimulando os homens ao bem, a se olharem como irmãos e a se ajudarem mutuamente, visando o progresso material, moral e social.

Nesse contexto inovador e renovador desponta a forte atuação do educador espírita. Este tem o dever de preparar as novas gerações para a prática da fraternidade, dentro dos princípios espíritas que estão contidos nas obras de Allan Kardec. Então, dissemina, com suas técnicas pedagógicas, a fraternidade que melhora a convivência e o relacionamento com os semelhantes em todos os ambientes; aprimora a justiça na sociedade, pois elimina os interesses egoísticos, principalmente nas ações dos agentes econômicos; conscientiza sobre a importância do bom uso das faculdades, do livre-arbítrio e do cumprimento dos deveres morais, por amor a Deus e ao próximo; estabelece a solidariedade que ameniza as provações alheias; volta o educando para a prática do bem e da caridade, com um notável espírito cristão; acaba com os preconceitos de raça, cor, sexo, idade e posição social, pois são insustentáveis dentro dos princípios da reencarnação; e valoriza a realização de serviço útil e desinteressado ao próximo, visando a disseminação da felicidade.

Portanto, a Educação Espírita é o instrumento valoroso que o espírita conta para o afloramento do espírito de fraternidade. Com a expansão do seu domínio, há de imperar a honestidade, a lealdade e a responsabilidade nas relações entre os homens e as nações, implantando e estabelecendo uma nova ordem pautada na cooperação e na assistência mútua.

Em corroboração ao que foi exposto acima, lembremo-nos sempre das palavras sábias do Espírito Bezerra de Menezes, contidas nos Capítulos “Mensagem Fraterna” e “Fraternidade. Fraternidade”, do livro “Veleiro de Luz, psicografado por Maria Cecília Paiva e publicado pela Editora Espiritualista: “Educar a criança, eis o primeiro e grande passo, eis a questão primordial. Educá-la cristãmente, dentro do espírito renovador da Doutrina, com a responsabilidade de seus atos e o conhecimento de seu futuro, mostrando-lhe a necessidade do crescimento espiritual pela disciplina no bem e na luz, no dever bem cumprido e na caridade legítima”. (...) “Se desejas realmente servir ao Cristo, estuda e aprende o verdadeiro sentido da fraternidade”. (...) “Bendito o que aprende o sentido do Evangelho nesta única palavra: fraternidade”.

sábado, 25 de outubro de 2008


BOM COMBATE ESPÍRITA
Geziel Andrade – São Paulo –SP.

“No bom combate, dispomo-nos a lutar
contra nós próprios, assestando baterias de
vigilância em oposição aos sentimentos e
qualidades inferiores que nos deprimem a
alma. (...) O bom combate liberta-nos o espírito para a ascensão aos planos superiores”. (Emmanuel/F.C.Xavier, na mensagem 148 do livro “Palavras de Vida Eterna”).

Realizamos o bom combate, quando servimos à causa do bem, cumprindo os deveres morais assumidos e triunfando sobre as tendências inferiores que nos levam ao sofrimento, à vergonha, ao arrependimento e à reparação.

Realizamos o bom combate, quando esforçamo-nos em vencer os vícios e as mazelas morais, recorrendo às forças e aos poderes da educação religiosa, moral e espiritual.

Realizamos o bom combate, quando trabalhamos no auto-aperfeiçoamento das faculdades da alma, no fortalecimento do senso moral, na sustentação das energias íntimas, na renovação da esperança, da coragem e da dignidade pessoal, adquirindo experiências e o poder de enfrentar e vencer as lutas evolutivas, as enfermidades, as missões e as provas difíceis da jornada terrena.

Realizamos o bom combate, quando extinguimos as trevas da ignorância em nossa alma, fazendo brilhar nela a luz do conhecimento e da sabedoria, aliada à do amor e da bondade.

Realizamos o bom combate, quando empunhamos as armas do amor fraterno, da solidariedade e da benevolência para beneficiar o próximo em seu cotidiano e edificar as boas obras que garantem um futuro melhor para aqueles que enfrentam situação aflitiva na caminhada evolutiva.

Não há trégua nesse bom combate, que exige sempre disciplina, discernimento, bom aproveitamento do tempo, equilíbrio, persistência, paciência e vigilância. Mas, com certeza, um dia, ouviremos na alma o hino glorioso da vitória.

Então, com a paz na consciência decorrente desse bom combate travado; com os resultados benéficos da aplicação da sabedoria e da exteriorização do amor; com a felicidade de ter progredido e conquistado a alegria e a saúde; e com a satisfação de ter feito o bem e sido útil ao próximo, seremos coroados com as bem-aventuranças que estão reservadas aos que lutaram dignamente na conquista de um modo superior de vida.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008


ALLAN KARDEC. Codificador do Espiritismo. Seu nome verdadeiro era Hippolyte Léon Denizard Rivail. Nasceu em Lion, na França, em 03 de outubro de 1804. Tornou-se um educador de renome, com muitos livros didáticos publicados. Casou-se com a professora Amélie Gabrielle de Lacombe Boudet, em 06 de fevereiro de 1832. A partir de maio de 1855, após assistir a uma sessão de manifestação física dos Espíritos, passou a dedicar-se ao estudo perseverante dos fenômenos espíritas. Publicou, em 18 de abril de 1857, a primeira edição de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, com o pseudônimo de Allan Kardec, contendo os princípios do Espiritismo. A partir de 01 de janeiro de 1858, passou a publicar a REVISTA ESPÍRITA. Em 01 de abril de 1858, fundou a SOCIEDADE PARISIENSE DE ESTUDOS ESPÍRITAS. Em 1858, publicou o livro INSTRUÇÃO PRÁTICA SOBRE AS MANIFESTAÇÕES ESPÍRITAS, o qual, revisto e ampliado, tornou-se, em 1861, O LIVRO DOS MÉDIUNS. Em abril de 1864, lançou o livro IMITAÇÃO DO EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, o qual, revisto e ampliado, em 1865, tornou-se O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. Publicou, em agosto de 1865, o livro O CÉU E O INFERNO OU A JUSTIÇA DIVINA SEGUNDO O ESPIRITISMO. Publicou em janeiro de 1868, o livro A GÊNESE. Faleceu em 31 de março de 1869, em meio aos preparativos para a mudança de endereço. Ao atender um comprador da Revista Espírita, caiu fulminado pela ruptura de um aneurismo da aorta. Em 1890, alguns de seus textos inéditos foram publicados no livro OBRAS PÓSTUMAS.

BOM ÂNIMO ESPÍRITA
Geziel Andrade -São Paulo -SP.
O convite ao bom ânimo é milenar. Na Bíblia, encontramos: “Esforça-te e tem bom ânimo; não te atemorizes, porque o Senhor, teu Deus, está contigo”. (Josué: 11:9). “Espera pelo Senhor, tem bom ânimo, e fortifique-se o teu coração”. (Salmo 27:14).

No Novo Testamento, temos: “Em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, porque eu venci o mundo”. (João: 16:33). “Tem bom ânimo, a tua fé te curou”. (Mateus, 9:20). “Exorto-vos a que tenhais bom ânimo”. (Atos 27:22). “Cheios de bom ânimo, temos mais vontade de estar presentes ao Senhor”. (Coríntios 2, 5: 6 a 8).

Na mensagem espírita consoladora, pregada desde Allan Kardec, constatamos a reafirmação desse convite tão gratificante: bom ânimo ante a adversidade, a aflição e os desafios da vida para vencê-los; bom ânimo para renovar as forças íntimas; bom ânimo para manter a saúde e a fortaleza mental; bom ânimo na prática do bem e no cumprimento dos deveres morais para merecer a paz na consciência; bom ânimo na atitude mental para mantê-la elevada, exteriorizando otimismo através das palavras e ações nobres; bom ânimo para atingir a concretização dos sonhos e ideais; bom ânimo para manter a coragem viva, a esperança acessa e o contentamento visível; bom ânimo para atingir sucesso no empreendimento que melhora a vida própria e alheia; bom ânimo na prática da caridade por pensamentos, palavras e ações; bom ânimo no serviço útil aos familiares e aos semelhantes...

Sustentar sempre o ânimo firme. Esse é o convite que nos chega e que devemos aceitar de bom grado no meio espírita. Com o bom ânimo ativado, difundimos hoje e sempre a glória da verdade evangélica e doutrinária; espalhamos o bem; persistimos nas atividades nobres que geram o progresso material e espiritual; esforçamo-nos em educar e aprimorar as faculdades da alma; e damos o bom exemplo de trabalho edificante, atestando a nossa confiança no Senhor.