terça-feira, 4 de dezembro de 2012

LADO ESPIRITUAL E MORAL DO NATAL DE JESUS




















LADO ESPIRITUAL E MORAL DO NATAL DE JESUS

Geziel Andrade

A vinda de Jesus para a Terra, por ordem de Deus, para trazer a Boa Nova, ocorreu num contexto de estreitamento das relações entre os homens e os habitantes do Reino dos Céus:

• Um Anjo do Senhor apareceu em sonho para José, para anunciar-lhe o nascimento de Jesus: “- Maria dará à luz um filho a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.”.

• Após o nascimento de Jesus, um Anjo de Deus apareceu, em meio a refulgente luz, a alguns pastores da região de Belém, que guardavam seus rebanhos, para anunciar o nascimento do Salvador, que era o Cristo. Depois disso, subitamente, apareceu junto com o Anjo uma numerosa multidão da milícia celeste louvando a Deus. Em seguida, os Anjos voltaram para os Céus e os pastores foram para o local indicado, onde encontraram Maria, José e o Menino posto numa manjedoura.

• Os Magos do Oriente, que vieram adorar aquele que seria o Rei dos Judeus, foram orientados em sonhos para que retornassem para a sua terra por caminho diferente, de modo que não reencontrassem Herodes.

• Um Anjo do Céu apareceu em sonhos a José para lhe prevenir: “-Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe, e foge para o Egito, e fica-te lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para o matar.”. Levantando-se, José tomou os membros de sua família e retirou-se para o Egito. Algum tempo depois, o Anjo apareceu novamente em sonhos a José autorizando-o a voltar para a terra de Israel, porque estavam mortos os que intentavam contra a vida do Menino.

Dessa forma, desde a concepção e o nascimento de Jesus e mesmo durante a pregação e exemplificação do Evangelho as relações entre o mundo material e o mundo espiritual estiveram muito estreitas.

Ocorreram acontecimentos marcantes que confirmaram a existência do Reino de Deus, o qual é invisível para os homens, mas que determina e influi em acontecimentos importantes no mundo terreno.

Com a sua inovadora jornada terrena e o cumprimento de sua missão divina, Jesus promoveu uma transformação religiosa, moral e espiritual sem precedentes na história da humanidade:

• Ampliou o entendimento dos homens acerca de Deus, o Pai e Criador de todas as coisas;

• Mostrou as relações existentes entre Deus e os homens, e entre o Reino dos Céus e o mundo material;

• E estabeleceu a moral cristã pautada no amor a Deus e aos semelhantes, no cultivo das virtudes, na prática do bem e na realização das boas obras, com vistas à conquista da nobreza espiritual e moral e das bem-aventuranças para a alma na sua vida futura no Reino de Deus. Neste Reino, a alma, após a morte de seu corpo material, colhe o resultado da semeadura boa ou má que fez na vida terrena. Em outras palavras: “A árvore que deu bons frutos distingue-se da árvore que produziu maus frutos”.

Portanto, que neste Natal, não nos concentremos exclusivamente nos festejos e no lado material do Natal, tão bem explorados pelos agentes econômicos; mas, principalmente, atentemos para este espírito verdadeiro do Natal que não pode faltar em nenhum dia do ano.
-- -- -- -- -- -- --
PREZADOS AMIGOS E LEITORES DESTE BLOG,
DESEJO A TODOS:
QUE AS COMEMORAÇÕES DO NATAL SEJAM REPLETAS DE AMOR, PAZ E ALEGRIA;

QUE OCORRAM SEMPRE O CULTIVO DAS VIRTUDES CRISTÃS, A ADOÇÃO DAS BOAS ATITUDES, A PRÁTICA DO BEM E A REALIZAÇÃO DAS BOAS OBRAS QUE PROMOVEM A PROSPERIDADE INTELECTUAL, MORAL E ESPIRITUAL, MELHORAM AS CONDIÇÕES DE VIDA E GARANTEM O CONSEQUENTE BEM-ESTAR DURADOURO.
Estes são os votos de Geziel Andrade.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

EDUCAÇÃO PARA AS VIRTUDES E O BEM

















EDUCAÇÃO PARA A PRÁTICA DAS VIRTUDES E A EDIFICAÇÃO DO BEM

Geziel Andrade

“A virtude, em seu mais alto grau, comporta o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caridoso, laborioso, sóbrio, modesto: essas são as qualidades do homem virtuoso”. (François, Nicolas, Madeleine. Paris, 1863, no item 8 das “Instruções dos Espíritos”, do Capítulo XVII –Sede Perfeitos- de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec.)

A educação para o cultivo e a prática das virtudes, - com a consequente edificação do bem -, principalmente ante as situações adversas, difíceis e constrangedoras que podem surgir na vida, constitui a base da doutrina espírita.

Assim, a educação espírita conduz à conquista das boas qualidades que distinguem o homem de caráter e de bem.

Não foi essa a lição que Jesus nos legou e que Allan Kardec reafirmou de forma tão clara nos Capítulos de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”?

Jesus exteriorizava qualidades nobres em todo momento de contato com o povo e mesmo ao receber provocações dos escribas e fariseus.

Jesus exemplificava a prática da sabedoria, amor, caridade, fé, oração, justiça, perdão e humildade, ao jamais perder a oportunidade de ser útil, instruir e beneficiar as pessoas que o cercavam.

Todo momento, o Mestre ensinava, exemplificava e praticava a Boa Nova, cumprindo com nobreza espiritual e moral a missão que Deus havia lhe confiado.

Na educação espírita, Jesus é o modelo e guia para as nossas condutas religiosas, espirituais e morais. Dessa forma, ela nos leva a não esmorece jamais nos esforços que nos permitem conquistar os valores pautados nas virtudes cristãs.

Assim, conseguimos fixar na alma o bom hábito de seguir as lições e os exemplos do Mestre, engrandecendo o mundo íntimo e agindo de modo elevado em todas as circunstâncias da vida.

A educação espírita dilata a nossa consciência acerca das realidades em que estamos inseridos na Obra de Deus. Assim, leva-nos a fazer bom uso das faculdades, praticar as virtudes e edificar o bem com disciplina, persistência e perseverança.

É dessa forma que atendemos à seguinte recomendação de Jesus: “Sede perfeito como vosso Pai celestial é perfeito”. (Mateus, Cap. V, vers. 44 a 48.)

Allan Kardec, com as suas orientações acerca das lições contidas no Evangelho, ampliou o nosso entendimento sobre Deus, o Reino dos Céus, a importância da concretização das boas obras, para o atendimento das Leis do Senhor do Céu e da Terra e para a conquista das bem-aventuranças na vida futura.

Assim, valorizamos o bom caráter, buscamos adquirir características elevadas, praticar as virtudes, disseminar o bem e cumprir os nossos deveres morais perante Deus e o próximo, mantendo a consciência em paz e conquistando o progresso, o bem-estar, a alegria e a felicidade.

A educação espírita propicia-nos a manutenção dos bons sentimentos e a realização das boas ações, dentro da lição contida na Questão 894 de “O Livro dos Espíritos”: “Para os que os bons sentimentos não lhes custam nenhum esforço e suas ações lhes parecem tão fáceis, o bem se tornou para eles um hábito.”


Além das lições de Jesus e de Allan Kardec a nos orientar na conquista do progresso moral, a educação espírita oferece-nos ainda com o vastíssimo acervo literário, formado com as lições dos bons Espíritos, transmitidas através de diferentes médiuns:

“Carecemos de um esforço maior para a fixação das virtudes, incorporando-as, em definitivo, na personalidade.” (Espírito Paulino Garcia, no Capítulo I do livro “Vida Sem Fim”, psicografado por Carlos A. Baccelli.)

“Qualidades morais e virtudes excelsas não são meras fórmulas verbalistas. São forças vivas. Sem a posse delas, é impraticável a ascensão do espírito humano.” (Espírito André Luiz, no Cap. 2 do livro “Libertação”, psicografado por Chico Xavier.)

“Virtude não é flor ornamental. É fruto abençoado do esforço próprio que você deve usar e engrandecer no momento oportuno.” (Espírito André Luiz, no Cap. 29 do livro “Agenda Cristã”, psicografado por Chico Xavier.)

“A virtude é sempre sublime e imorredoura aquisição do Espírito nas estradas da vida, incorporada eternamente aos seus valores, conquistados pelo trabalho no esforço próprio.” (Espírito Emmanuel, na Questão 253 do livro “O Consolador”, psicografado por Chico Xavier.)

“O Espírito somente evolui pela prática e pelo exercício das virtudes.” (Espírito Otília Gonçalves, no Capítulo XVI do livro “Além da Morte”, psicografado por Divaldo P. Franco.)


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A MEDIUNIDADE E OS MÉDIUNS: LIÇÕES DE ALLAN KARDEC A RESPEITO





















Imagem: ALLAN KARDEC (Nasceu em Lyon, na França, em 03 de outubro de 1804, e faleceu em Paris, em 31 de março de 1869. Publicou “O Livro dos Espíritos”, em 18 de abril de 1857, constituindo o Espiritismo, com base nas revelações dos Espíritos superiores, feitas por intermédio de diversos médiuns psicógrafos, entre eles as senhoritas Baudin, Japhet, Aline e Ermance Dufaux. A partir de então, foram surgindo as suas demais obras espíritas.

A MEDIUNIDADE E OS MÉDIUNS: LIÇÕES DE ALLAN KARDEC A RESPEITO

Geziel Andrade

Allan Kardec, nas obras da codificação do Espiritismo, legou-nos as seguintes lições a respeito da mediunidade e dos médiuns.

Essas lições falam por si, dispensando comentários adicionais:

A MEDIUNIDADE DEVE SER EMPREGADA PARA O BEM E DE MODO DESINTERESSADO:

“A mediunidade é uma faculdade preciosa, que adquire tanto mais valor quanto mais é empregada para o bem e é exercida religiosamente e com desinteresse completo, moral e material.”

“O desinteresse material tem de ser acompanhado pelo mais completo desinteresse moral. Humildade, devotamento, desinteresse e abnegação são qualidades do médium amado pelos bons Espíritos.”

OS MÉDIUNS SERVEM DE INSTRUMENTOS E INTÉRPRETES NAS COMUNICAÇÕES DOS ESPÍRITOS:

“Os Espíritos se comunicam por meio dos médiuns, que lhes servem de instrumentos e de intérpretes.”

“O papel do médium é o de um intérprete; é um instrumento de que se serve o Espírito. Esse instrumento pode ser mais ou menos perfeito, donde as comunicações mais ou menos fáceis.”

AS COMUNICAÇÕES DOS ESPÍRITOS, ATRAVÉS DOS MÉDIUNS, PROVAM A IMORTALIDADE E A INDIVIDUALIDADE DA ALMA DO HOMEM, BEM COMO REVELAM A SUA SITUAÇÃO NA VIDA ESPIRITUAL:

“As comunicações dos Espíritos servem para provar que os Espíritos existem e, por consequência, a imortalidade da alma.”

“Pelas relações que o homem pode estabelecer com a alma dos que deixaram a Terra, através dos médiuns, há não só a prova material da existência e da individualidade da alma; conhece as suas alegrias ou suas penas, a sua situação feliz ou infeliz no mundo dos Espíritos, conforme o bem ou o mal que haja feito.”

“As comunicações dos Espíritos provam, de modo irrecusável, a existência de um princípio inteligente fora da matéria; a sua sobrevivência à morte do corpo material; a sua individualidade após a morte; a sua imortalidade e o seu futuro feliz ou infeliz.”

O ESPÍRITO ATUA, COM O SEU PERISPÍRITO, SOBRE O PERISPÍRITO DO MÉDIUM PARA CONSEGUIR SE SERVIR DO SEU CORPO MATERIAL:

“Se um Espírito quiser agir sobre uma pessoa, dela se aproxima, envolve-a com o seu perispírito, como num manto. Os fluidos se penetram, os dois pensamentos e as duas vontades se confundem e, então, o Espírito pode servir-se do corpo material como se fora o seu próprio, fazê-lo agir à sua vontade, falar, escrever, desenhar, etc. Assim são os médiuns.”

“Se o Espírito que envolver um médium for bom, sua ação será suave e benéfica e só fará boas coisas. Se for mau, fará maldades. Fará o médium pensar, falar e agir por ele; leva-o contra a vontade a atos extravagantes ou ridículos. Tal é a causa da obsessão, da fascinação e da subjugação que se mostram em diversos graus de intensidade.”

OS BONS MÉDIUNS RECEBEM AS BOAS COMUNICAÇÕES DOS BONS ESPÍRITOS:

“Certas pessoas são mais dotadas que outras de uma aptidão especial para transmitir as comunicações dos Espíritos: são os médiuns.”

“Através dos médiuns, os homens podem entrar em relação com os Espíritos e receber comunicações diretas pela escrita, pela palavra ou por outros meios.”

“Para ter boas comunicações são necessários bons Espíritos; e para ter bons Espíritos é preciso ter bons médiuns, livres de qualquer influência má.”

“Quando uma comunicação, através de um médium, apresenta o caráter de sublimidade e de elevação, sem nenhuma falha, emana de um Espírito elevado, seja qual for o seu nome.”

“A boa qualidade de um médium não está apenas na facilidade das comunicações, mas sobretudo na natureza das comunicações que recebe. Um bom médium é o que simpatiza com os bons Espíritos e não recebe senão boas comunicações.”

A QUALIDADE MAIS IMPORTANTE NO MÉDIUM É A SUA ELEVAÇÃO MORAL:

“Como os bons Espíritos agem exclusivamente para o bem, procuram nos médiuns, além da aptidão que poderia ser chamada fisiológica, certas qualidades morais, entre as quais o devotamento e o desinteresse.”

“Antes de tudo, é preciso considerar a moralidade do médium. A melhor garantia contra a trapaça está em seu caráter, sua honorabilidade, seu desinteresse absoluto.”

“A superioridade moral do médium lhe assegura a simpatia dos bons Espíritos e o torna apto a receber instruções de ordem mais elevada.”

TODAS AS COMUNICAÇÕES OBTIDAS DOS ESPÍRITOS, ATRAVÉS DOS MÉDIUNS, DEVEM SER SUBMETIDAS À RAZÃO, LÓGICA E BOM SENSO:

“Nas comunicações de um Espírito, é necessário estudar a natureza do médium, como se estuda a do Espírito, pois ai estão os dois elementos essenciais para resultados satisfatórios.”

“A comunicação de um Espírito, através de um médium, traz sempre o cunho de sua elevação ou sua inferioridade, de seu saber ou sua ignorância.”

“Em nenhuma circunstância, o homem deve desprezar o seu próprio julgamento e o seu livre-arbítrio na análise das comunicações dos Espíritos. Cabe-nos submeter seus ensinamentos ao controle da lógica e da razão.”

“É preciso submeter à razão, sem exceção, tudo quanto vem dos Espíritos. Toda teoria em manifesta contradição com o bom senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos que se possuem, por mais respeitável que seja a sua assinatura, deve ser rejeitada.”

“A única garantia séria nos ensinos está na concordância que exista entre as revelações espontâneas dos Espíritos, feitas através de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em diversas regiões.”

- - - - - - - - - -
NOTA: Os artigos anteriores desta série foram publicados neste blog, nas seguintes datas:
03/maio/2010 = DEUS: Lições de Allan Kardec a respeito.
04/janeiro/2011 = O HOMEM: Lições de Allan Kardec a respeito.
05/agosto/2011 = O ESPIRITISMO: Lições de Allan Kardec a respeito.
01/dezembro/2011 = JESUS: Lições de Allan Kardec a respeito.
19/abril/2012 = Os Espíritos: Lições de Allan Kardec a respeito.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

REENCARNAÇÃO: CASOS CONTIDOS NO LIVRO "NOSSO LAR"

















REENCARNAÇÃO: CASOS CONTIDOS NO LIVRO “NOSSO LAR”, DO ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ.

Geziel Andrade

Allan Kardec estabeleceu o princípio da reencarnação no Espiritismo, com base nos ensinos dos Espíritos superiores, contidos em “O Livro dos Espíritos”.

Depois dele, Léon Denis, Gabriel Dellanne e muitos outros pesquisadores espíritas corroboraram a existência da reencarnação com a publicação de suas obras.

As inúmeras revelações complementares dos Espíritos, através de diferentes médiuns, deram consistência à reafirmação desse princípio da Doutrina espírita.

A revelação da existência da reencarnação pode ser constatada ainda, de forma evidente, no notável e surpreendente livro “Nosso Lar”, de autoria do Espírito André Luiz, psicografia de Chico Xavier, e edição FEB.

O Espírito André Luiz evidencia a reencarnação em diversas partes de seu livro, de forma tão detalhada que nos leva a profundas reflexões sobre o contexto em que estamos inseridos na Obra de Deus.

As afirmações e casos de reencarnação, contidos no livro “Nosso Lar”, são os seguintes:

“Se temos débitos no planeta, por mais alto que ascendamos, é imprescindível voltar, para retificar, lavando o rosto no suor do mundo, desatando algemas de ódio e substituindo-as por laços sagrados de amor.” (Capítulo 5.)

“Em geral, todos nós, decorrido longo estágio de serviço e aprendizado, voltamos a reencarnar para atividades de aperfeiçoamento.” (Capítulo 11.)

“Quando o espírito reencarna, promete cumprir o programa de serviços do Pai.” (Capítulo 12.)

“Luciana está em pleno noivado espiritual. Seu nobre companheiro de muitas etapas terrenas precedeu-a há alguns anos, regressando ao círculo carnal. No ano próximo, ela seguirá igualmente ao seu encontro.” (Capítulo 38.)

“Necessito enriquecer o patrimônio das experiências e, além disso, minhas dívidas para com o planeta são ainda enormes. Lascínia e eu fundaremos aqui, dentro em breve, nossa casinha de felicidade, crendo que voltaremos à Terra precisamente daqui a uns trinta anos.” (Capítulo 45.)

No Capítulo 46 de seu surpreendente livro, o Espírito André Luiz descreve que aquela que fora a sua mãe terrena, e que habitava em círculos mais alto da vida espiritual, veio lhe comunicar o seu propósito de voltar à carne na Terra.

Pretendia acolher na vida material Laerte, que fora pai de André Luiz nos círculos terrenos, e que se encontrava em condição angustiosa em círculo inferior da vida espiritual.

Era preciso, por amor verdadeiro, auxiliá-lo de perto para que reencontrasse o caminho certo. Para isso, já tinha obtido o consentimento de seus superiores hierárquicos.

Então, em breve, estaria de novo no mundo para o encontro com Laerte e a realização dos serviços lhe confiados pelo Pai.
A reencarnação de Laerte já estava sendo preparada de imediato sem que identificasse o auxílio para jungi-lo a uma nova situação carnal, em processo que funcionava como drástico. Ele só teria tido liberdade de escolha, se tivesse compreendido o seu dever e o praticado.

Duas mulheres infelizes que o perseguiam e não o abandonavam, pelos débitos que ele tinha assumido com elas, também seriam recebidas como filhas dentro de alguns anos, no mesmo contexto de auxílio a Laerte. Então, ele e as duas mulheres seriam recebidas no regaço materno dentro de nova experiência carnal.

Dessa forma, a que fora mãe de André Luiz se colocava na condição de mensageira do amparo para converter verdugos em filhos do seu coração, para que eles retomassem o caminho dos filhos de Deus.

Nos Capítulos 21, 47 e 48 do livro, o Espírito André Luiz narra o acompanhamento que fez do caso da reencarnação da senhora Laura.

Ela tinha lhe informado que o seu marido Ricardo, após um período de venturas e trabalhos evolutivos na vida espiritual, em que fortaleceram os laços espirituais, já havia retornado à esfera do globo, porque as contas o chamavam para a harmonização com a lei eterna. O pretérito doloroso exigiu a sua volta.

Eles haviam se submetido a um trabalho, por dois anos, realizado pelos magnetizadores do Ministério do Esclarecimento, com base em arquivos, leitura das memórias, meditação, esclarecimento e operações psíquicas.
Então, Ricardo e Laura recuperaram trezentos anos de memória integral, compreendendo quão grande era o débito para com as organizações do planeta.

Em função disso, combinaram um novo encontro nas esferas da crosta para cumprirem muito trabalho. Ricardo já havia partido há três anos e Laura partiria dentro de breves dias.

Diversos amigos iriam realizar uma demonstração de simpatia e apreço à senhora Laura, antes de sua volta às experiências humanas, em reconhecimento aos créditos espirituais decorrentes dos serviços que prestara na colônia espiritual onde residia.

Nessa homenagem afetuosa à companheira que estava prestes a regressar, sua residência encantadora ficou repleta de melodias, luzes, flores, numerosas famílias e amigos mais íntimos, para lhe desejarem coragem, otimismo e êxito no empreendimento de ser útil, auxiliar antigas afeições e trabalhar pelo bem dos outros.

Nesse empreendimento e para desfrutar de bem-estar, embora o olvido temporário imposto pela reencarnação, contaria com o apoio de inúmeros amigos e familiares que continuariam na retaguarda na vida espiritual.

Além disso, em sua volta à Terra, como bendita oportunidade de recapitular e aprender para o bem, os cooperadores técnicos da reencarnação tomariam o máximo cuidado no trato com os ascendentes biológicos que entrariam em função para constituir o novo organismo material dentro da lei da hereditariedade.

Antes da partida da senhora Laura para a Terra, o Ministério da Comunicação organizou uma reunião íntima para trazer a alma de seu esposo Ricardo, embora já se encontrasse nos laços físicos. Ele estava na fase da infância terrestre e não era difícil desprender-se dos elos físicos mais fortes por alguns instantes. Desfrutava ainda da possibilidade de viver entre os dois mundos, não permanecendo inteiramente junto ao berço.

Ricardo veio à reunião, assumindo a forma de homem na idade madura. Então ouviu a homenagem musical que a senhora Laura e os familiares lhe prestaram. Falou dos esforços na busca do caminho para as esferas superiores. Disse ainda que a união, em breve, com a senhora Laura e, mais tarde, com os filhos, era motivo de felicidade e de gratidão ao Mestre, a quem pedia que nunca dispusesse de facilidades na Terra.

Depois disso, Ricardo endereçou a todos saudações carinhosas e retornou. Então, a reunião foi encerrada.

No dia seguinte, a senhora Laura foi levada pelo Ministro Clarêncio para a esfera carnal, para se submeter aos preparos, trabalhos e problemas da reencarnação.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

LIVRO: "O HOMEM QUE MUDOU A HISTÓRIA"

















LIVRO: “O HOMEM QUE MUDOU A HISTÓRIA”.

LANÇAMENTO DO LIVRO DE GEZIEL ANDRADE
COM O OBJETIVO DE RESSALTAR, À LUZ DO ESPIRITISMO,
OS TESOUROS RELIGIOSOS, MORAIS E ESPIRITUAIS
QUE JESUS NOS LEGOU.

CLICK NO LINK ABAIXO PARA VER NO INFORMATIVO DA
EDITORA EME = editoraeme.com.br
A ENTREVISTA DE GEZIEL ANDRADE
SOBRE O LANÇAMENTO DO LIVRO:

CLIQUE AQUI NO LINK:
http://www.issuu.com/editoraeme/docs/leitor_eme_julho_2012_ed35

NOTA: Depois de baixar o documento, use o mouse para
AUMENTAR, SELECIONAR PÁGINA, MOVIMENTAR-SE, ETC.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

OS ESPÍRITAS NO BRASIL, SEGUNDO O IBGE: CENSO 2010

















OS ESPÍRITAS NO BRASIL, SEGUNDO O IBGE: CENSO 2010.

COMENTÁRIOS DO IBGE SOBRE OS ESPÍRITAS:

“A pesquisa indica também o aumento do total de espíritas...

Os espíritas apresentaram os mais elevados indicadores de educação e de rendimentos.

O estado com maior proporção de espíritas era o Rio de Janeiro (4,0%), seguido de São Paulo (3,3%), Minas Gerais (2,1%) e Espírito Santo (1,0%).

A proporção de católicos também foi maior entre as pessoas com mais de 40 anos, chegando a 75,2% no grupo com 80 anos ou mais. O mesmo se deu com os espíritas, cuja maior proporção estava no grupo entre 50 e 59 anos (3,1%).

Entre os espíritas, 68,7% eram brancos, percentual bem mais elevado que a participação deste grupo de cor ou raça no total da população (47,5%).

Os resultados do Censo 2010 indicam importante diferença dos espíritas para os demais grupos religiosos no que se refere ao nível de instrução. Este grupo religioso possui a maior proporção de pessoas com nível superior completo (31,5%) e as menores percentagens de indivíduos sem instrução (1,8%) e com ensino fundamental incompleto (15,0%).

No outro extremo, o das classes de rendimento acima de 5 salários mínimos, destaca-se o percentual observado para as pessoas que se declararam espíritas (19,7%).”

VEJA AGORA OS DADOS DO IBGE SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DOS ESPÍRITAS.
1 – ESPÍRITAS ENTRE OS GRUPOS RELIGIOSOS
TOTAL DA POPULAÇÃO RESIDENTE = 190.755.799 = 100%
Católica Apostólica Romana 123.280.172 = 65%
Evangélica Pentecostal 25.370.484 = 13%
Sem Religião 15.335.510 = 8%
Evangélica não determinada 9.218.129 = 5%
Evangélica de Missão 7.686.827 = 4%
Outras religiosidades 5.185.065 = 3%
Espírita 3.848.876 = 2%

2 - NÚMERO DE ESPÍRITAS E DAS PRINCIPAIS IGREJAS:
TOTAL DA POPULAÇÃO RESIDENTE = 190.755.799 = 100%
Católica Apostólica Romana 123.280.172 = 64,63%
Sem religião = 14.595.979 = 7,65%
Igreja Assembleia de Deus 12.314.410 = 6,46%
Espírita 3.848.876 = 2,02%
Igreja Evangélica Batista 3.723.853 = 1,95%
Igreja Congregação Cristã do Brasil 2.289.634 = 1,20%
Igreja Universal do Reino de Deus 1.873.243 = 0,98%
Igreja Evangelho Quadrangular 1.808.389 = 0,95%
Igreja Evangélica Adventista 1.561.071 = 0,82%
Testemunhas de Jeová 1.393.208 = 0,73%
Igreja Evangélica Luterana 999.498 = 0,52%
Igreja Evangélica Presbiteriana 921.209 = 0,48%
Igreja Deus é Amor 845.383 = 0,44%
Ateu 615.096 = 0,32%
Católica Apostólica Brasileira 560.781 = 0,29%
Umbanda 407.331 = 0,21%
Igreja Maranata 356.021 = 0,19%
Igreja Evangélica Metodista 340.938 = 0,18%
Budismo 243.966 = 0,13%
Igreja de Jesus Cristo dos Santos
Dos Últimos Dias 226.509 = 0,12%
Igreja o Brasil para Cristo 196.665 = 0,10%
Comunidade Evangélica 180.130 = 0,09%
Candomblé 167.373 = 0,09%
Católica Ortodoxa 131.571 = 0,07%
Igreja Casa da Bênção 125.550 = 0,07%
Agnóstico 124.436 = 0,07%
Igreja Evangélica Congregacional 109.591 = 0,06%
Judaísmo 107.329 = 0,06%
Igreja Messiânica Mundial 103.716 = 0,05%
Igreja Nova Vida 90.568 = 0,05%
Tradições Esotéricas 74.013 = 0,04%
Tradições Indígenas 63.082 = 0,03%
Espiritualista 61.739 = 0,03%
Islamismo 35.167 = 0,02%

3 - TOTAL DE ESPÍRITAS POR SEXO = 3.848.876 = 100%
Homens 1.581.701 = 41%
Mulheres 2.267.176 = 59%

4 - ESPÍRITAS EM RESIDÊNCIA URBANA 3.776.857 = 0,98%
5 - ESPÍRITAS EM RESIDÊNCIA RURAL 72.020 = 0,02%

6 - ESPÍRITAS POR IDADE
Total 3 848 876 = 100%
0 a 4 anos 159 832 = 4%
5 a 9 anos 183 114 = 5%
10 a 14 anos 209 333 = 5%
15 a 19 anos 224 604 = 6%
15 a 17 anos 132 102 = 3%
18 e 19 anos 92 502 = 2%
20 a 24 anos 273 017 = 7%
25 a 29 anos 339 918 = 9%
30 a 39 anos 692 020 = 18%
40 a 49 anos 678 368 = 18%
50 a 59 anos 566 745 = 15%
60 a 69 anos 309 074 = 8%
70 a 79 anos 148 364 = 4%
80 anos ou mais 64 486 = 2%

7 - ESPÍRITAS POR COR OU RAÇA
TOTAL DE ESPÍRITAS 3.848.876 = 100%
Branca 2.645.559 = 69%
Parda 901.485 = 23%
Preta 254.432 = 7%
Amarela 40.546 = 1%
Indígena 6.843 = 0,2%
Sem declaração 12 = 0,%

8 - ESPÍRITAS ALFABETIZADOS
TOTAL DE ESPÍRITAS 3.848.876 = 100%
Com menos de 4 anos de idade 159.831 = 4%
Espíritas Alfabetizados 3.610.584 = 94%
Espíritas Não alfabetizados 78.461 = 2%

9 - ESPÍRITAS COM FREQUÊNCIA ESCOLAR
TOTAL DE ESPÍRITAS 3.848.876 = 100%
Frequentando escola 1.046.953 = 27%
Que já freqüentaram escola 2.660.484 = 69%
Que nunca freqüentaram escola 141.439 = 4%

10 - ESPÍRITAS POR NIVEL DE INSTRUÇÃO
ESPÍRITAS COM MAIS DE 24 ANOS DE IDADE 2.798.976 = 100%
Sem instrução e fundamental incompleto 493.408 = 18%
Fundamental completo e médio incompleto 338.119 = 12%
Médio completo e superior incompleto 968.295 = 35%
Superior completo 990.012 = 35%
Não determinada 9.143 = 0,3%

11 - ESPÍRITAS POR ATIVIDADE ECONÔMICA
ESPÍRITAS COM MAIS DE 9 ANOS DE IDADE 3.505.930 = 100%
Economicamente ativos 2.264.367 = 65%
Não economicamente ativos 1.241.563 = 35%

12 - ESPÍRITAS POR TIPO DE EMPREGO/TRABALHO
ESPÍRITAS COM EMPREGO/TRABALHO 2.123.782 = 100%
Empregados com carteira assinada 1.004.417 = 47%
Por conta própria 477.810 = 22%
Sem carteira assinada 273.594 = 13%
Militares e funcionários públicos 243.310 = 11%
Empregadores 88.638 = 4%
Não remunerados 25.849 = 1%
Produção para consumo próprio 10.164 = 0,5%

13 - ESPÍRITAS POR RENDIMENTOS
ESPÍRITAS COM RENDIMENTOS 2.123.782 = 100%
Até meio salário mínimo 46.346 = 2%
Mais de meio a 1 salário mínimo 249.913 = 12%
Mais de 1 a 2 s. m. 556.255 = 26%
Mais de 2 a 3 s. m. 301.276 = 14%
Mais de 3 a 5 s. m. 343.943 = 16%
Mais de 5 a 10 s. m. 364.637 = 17%
Mais de 10 a 15 s. m. 89.674 = 4%
Mais de 15 a 20 s. m. 68.504 = 3%
Mais de 20 a 30 s. m. 38.638 = 2%
Mais de 30 s. m. 21.798 = 1%
Sem remuneração 42.797 = 2%

Fonte: IBGE: Censo 2010.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

BOM SENSO E BOM HUMOR: ENTREVISTA E PALESTRA DE GEZIEL ANDRADE



CLIQUE AQUI. LINK PARA VER O VÍDEO NO YOUTUBE.

ENDEREÇO NO YOUTUBE DA ENTREVISTA E PALESTRA
DE GEZIEL ANDRADE:

http://www.youtube.com/watch?v=aZ92H1GMjqA&feature=player_embedded

TEMA: BOM SENSO E BOM HUMOR:
QUALIDADES IMPORTANTES DO ESPÍRITA.

LOCAL: SOCIEDADE DE ESTUDOS ESPÍRITAS 3 DE OUTUBRO.
Rua Clélia, 669 – Lapa – São Paulo –SP.
Site: www.3deoutubro.org.br

TRANSMISSÃO PELA : www.tv3.org.br

DATA DOS EVENTOS: 29 DE ABRIL DE 2012

terça-feira, 22 de maio de 2012

CASOS DE REENCARNAÇÃO






VEJA UM CASO ATUAL DE REENCARNAÇÃO

CASO ATUAL DE REENCARNAÇÃO


























CASOS DE REENCARNAÇÃO

Geziel Andrade

A Editora Vida & Consciência Ltda. (www.vidaeconsciencia.com.br) fez o lançamento muito oportuno, em agosto de 2010, em língua portuguesa, da importantíssima obra “Vinte Casos de Reencarnação”, (Título original da segunda edição: Twenty Cases Suggestive of Reincarnation) de autoria do Dr. Ian Stevenson (31/maio/1918 a 08/fev/2007), notável cientista vinculado ao Departamento de Psiquiatria da Universidade de Virgínia – USA.


O trabalho desenvolvido pelo Dr. Stevenson é inédito e lança novas luzes e evidencias sólidas sobre um dos temas mais importantes, antigos e polêmicos para os homens, por envolver a sobrevivência da alma à morte do corpo material e a sua posterior reencarnação em uma nova família, geralmente em condições bem diferentes das desfrutadas na vida anterior.


O mais interessante é que o Dr. Stevenson catalogou cerca de dois mil casos de reencarnação, em diversas partes do mundo, principalmente envolvendo crianças que afirmavam se lembrar de uma vida passada.


Por serem crianças, geralmente com até cinco anos de idade, as ideias de reencarnação da alma nem passavam pela sua mente, nem na de seus familiares que raramente acreditavam na volta da alma à vida material.


Além disso, as crianças também se comportavam de modo atípico em suas famílias, coincidindo com os comportamentos e as habilidades mantidos pelas pessoas falecidas, às quais as crianças alegavam ter sido.


As pesquisas abrangentes sobre os detalhes das vidas das personalidades falecidas atestaram o que as crianças afirmaram ter sido.


Outro fato importante constatado nos casos estudados foi que algumas crianças traziam para a nova encarnação marcas de nascença ou deformidades de nascimento que correspondiam a acontecimentos marcantes ocorridos na vida das pessoas falecidas.


De um modo geral, os casos de reencarnação começavam com a criança falando a seus pais e irmãos a respeito de sua vida passada. Frequentemente a criança pedia a seus pais para que a deixassem voltar à família ou comunidade onde tinha vivido no passado.


Os pais, geralmente, impunham alguma relutância para atender o pedido da criança; mas, com a insistência das recordações, começavam a fazer investigações buscando a veracidade das alegações.


Com isso, ocorria o contato e encontro dos membros das duas famílias para o reconhecimento dos lugares, objetos e pessoas da existência anterior.


Então, a notícia se espalhava e havia o envolvimento de diversas pessoas das comunidades, com os relatos chegando aos jornais.


Apesar da grande quantidade de casos catalogados e pesquisados, o Dr. Ian Stevenson reuniu em seu primoroso e notável livro vinte casos de crianças que se lembravam de sua vida anterior, considerando-os uma amostra bem representativa de todos os casos estudados.


Outro ponto importante do trabalho do Dr. Stevenson foi a sua abrangência mundial. Ele reuniu casos ocorridos nas diferentes partes do mundo, independentemente de haver ou não a crença na reencarnação por grande parte da população.


Todavia, os casos mais representativos, que foram publicados no livro e acompanhados por muitos anos, foram: 7 casos na Índia; 3 casos no Ceilão, hoje Sri Lanka; 2 casos no Brasil; 7 casos no sudeste do Alasca; e 1 caso no Líbano.


Desses 20 casos de reencarnação, destacamos os seguintes pontos, (evidentemente de modo muito pálido em relação à ampla e profunda discussão realizada pelo Dr. Stevenson), que evidenciaram a imortalidade da alma e a sua reencarnação.


Esses casos, de forma bem evidente, estão fortemente relacionados e condizentes com os princípios do Espiritismo:



CASO 1: A criança, com quatro anos e meio, começou a dizer a seus pais que era outra pessoa e que queria ir para a sua antiga casa em outra cidade, que ficava a dez quilômetros de distância. Suas lembranças eram nítidas e se lembrava de seu outro nome e dos nomes de seus parentes e amigos. Falava das lojas de seu ex-pai, do cofre de ferro e dos membros da sua família anterior. Seus pais atuais adotaram medidas, inclusive violentas, para que se esquecesse das lembranças. Quando a criança tinha dez anos de idade, o pai da pessoa falecida estava na sua cidade natal. Então, foi reconhecido como seu ex-pai. Isso aproximou as duas famílias. Em seguida, os ex-familiares e vizinhos da criança foram reconhecidos, dizendo os nomes corretos deles, sob fortes emoções. Descobriu-se que a criança tinha uma forte identificação com a personalidade anterior. Reconheceu a antiga casa e seus objetos e foi totalmente aceito pela outra família como um membro que já havia falecido. Aos vinte anos de idade, a criança foi reavaliada pelo Dr. Stevenson. Este constatou que ela era inteligente, sadia, se lembrava ainda de sua vida anterior e mantinha contato com os ex-familiares.



CASO 2: Aos três anos e meio de idade, a criança quase morreu de varíola, mas recuperou-se com uma clara transformação no comportamento. Dizia ser outra pessoa, de outra cidade, de outra casta superior. Tinha esposa e filhos e queria volta para a sua casa. Passou a dar detalhes de sua outra vida, da cidade que ficava a 34 quilômetros de distância e da sua morte. Os pais tentaram esconder as estranhas afirmações, mas as notícias vazaram. Aos seis anos de idade, a criança reconheceu uma ex-tia. Então, houve a aproximação das duas famílias. A criança reconheceu os ex-familiares, seus antigos vizinhos e amigos e seus pertences. Ela passou a ser considerada como um membro da outra família. Aos 21 anos de idade, numa reavaliação do caso de reencarnação, o rapaz se lembrava ainda completamente de sua vida passada, a ponto de identificar a pessoa que tinha causado a sua morte para se livrar de uma dívida. O devedor e assassino quitou a dívida quando se convenceu da reencarnação do credor. O rapaz manteve muitos hábitos de sua vida anterior. Mas era um jovem sorridente e confiante no seu futuro.



CASO 3: A filha, aos quatro anos e meio de idade, revelou a seus pais informações a respeito de si mesma, de seu marido e de outras pessoas de uma vida anterior, numa cidade a 18 quilômetros de distância. Como desejava com insistência ir para essa cidade, aos cinco anos de idade foi levada para a comunidade, onde localizou a casa de seu ex-sogro e reconheceu e deu nomes corretos a pessoas e objetos, principalmente uma máquina de costura na qual havia trabalhado muito nela. Então, estabeleceu-se o relacionamento entre as duas famílias e houve o reencontro com seu ex-marido e sua ex-filha, sob fortes emoções e apego. Havia notória honestidade e integridade das pessoas envolvidas no caso. Até os sete anos de idade, as lembranças da vida anterior continuaram fortes, mas, depois disso, foram diminuindo, principalmente pelas objeções feitas pela segunda esposa de seu ex-marido, por seus pais desencorajarem-na a falar sobre a sua vida anterior, por sua ex-filha ter se casado e por se sentir diferente de seus irmãos e colegas de classe que não se lembravam de suas vidas anteriores. Aos 16 anos de idade, a jovem não se lembrava mais nada a respeito de sua vida anterior.



CASO 4: Desde os três anos e meio de idade, a criança citava lembranças e dava detalhes de uma vida anterior. Ela mostrava, ao mesmo tempo, danças incomuns e canções em idioma não identificado que não tivera oportunidade de aprender. Ela tinha grande habilidade em dançar e cantar e as conservou com o passar do tempo. A criança dizia que havia aprendido as canções e as danças em uma vida anterior. Aos onze anos de idade, foi localizada a família, a 1.700 quilômetros de distância, à qual a criança dizia ter pertencido na vida anterior, graças às afirmações e informações que ela forneceu. Então houve o encontro das duas famílias com reconhecimentos com facilidade e rapidez do ex-marido, dos ex-filhos e ex-familiares, além de outras pessoas e de locais que haviam sofrido diversas mudanças depois do seu falecimento. Por todos a criança demonstrava grande afeição e fortes emoções. A criança afirmava ainda que depois do seu falecimento, já tinha tido uma outra vida, mas que morreu criança e renasceu novamente. A criança foi reconhecida como ex-pessoa da família que havia renascida. Mas, a família não tinha uma opinião formada sobre reencarnação antes desse caso. As lembranças a respeito da vida passada da criança persistiram com o passar do tempo, possivelmente pela tolerância e aceitação das duas famílias. Com 23 anos de idade, a criança havia se tornado uma jovem formada em botânica, com mestrado concluído, e buscando o doutorado. Ela se lembrava perfeitamente de sua vida anterior, pois não havia esquecido nenhum detalhe, inclusive das danças e músicas. Estava bem adaptada à sua vida atual, mas visitava anualmente seus ex-familiares da vida passada.



CASO 5: Um menino com pouco mais de dois anos de idade se dizia filho de outro homem e dava detalhes de seu assassinato, do nome dos assassinos, do local do crime, da cidade e da sua morte em vida passada. Além disso, pedia a seu pai diversos brinquedos que estavam em sua outra casa. O pai do menino assassinado, quando soube que o seu filho tinha renascido em outra família, foi procurá-lo. O menino reconheceu-o como sendo o seu pai da vida anterior e também lhe contou em detalhes os acontecimentos de sua vida. Esses detalhes do assassinato coincidiam plenamente, embora o menino tivesse apenas quatro anos de idade. O pai atual do menino batia nele com severidade, impedindo-o de falar sobre a sua vida anterior, com medo de perdê-lo, pois mostrava forte vontade de voltar para a sua outra casa. Além disso, o pai tinha medo que os assassinos viessem promover represálias. O menino tinha no pescoço uma marca linear de nascença que lembrava a cicatriz ocasionada por uma faca comprida. O menino confirmava que a marca no pescoço tinha sido causada por ferimentos do seu assassinato e falava bastante, de modo espontâneo, sobre a sua vida anterior desde quando tinha menos de três anos de idade. Aos onze anos de idade, o menino já havia esquecido grande parte dos acontecimentos da sua vida anterior. Aos dezoito anos de idade, cursando faculdade, havia esquecido completamente as lembranças de sua existência anterior e perdido o medo de facas e lâminas que tivera quando era criança.



CASO 6: Uma menina com menos de quatro anos de idade quando foi pela primeira vez no apartamento dos vizinhos disse que havia feito as almofadas bordadas que estavam sobre algumas cadeiras. Na verdade, as almofadas tinham sido feitas pela irmã falecida da dona do apartamento. Quando ela disse à criança que quem fez as almofadas já havia morrido há mais de dez anos, a menina respondeu: “Era eu”. E passou a chamar a dona do apartamento de sua irmã, mas foi impedida porque a proprietária não queria recordar a morte da sua irmã, por lhe ser ainda um assunto doloroso. Depois disso, ficaram muito unidas, pois a senhora percebeu diversas semelhanças e alguns comportamentos iguais aos da sua irmã falecida. Certo dia, visitando a casa do irmão da senhora, a criança aproximou-se de duas fotografias grandes e disse: “Aqui é meu pai e minha mãe; e este é meu irmão”. Também se lembrou de uma vaca e do cachorrinho que mamava nela como se fosse um bezerro. Pela veracidade dos fatos, houve maior aproximação da criança com a outra família, em meio a grande atenção e afeição. As afirmações da criança eram feitas de modo espontâneo, em função de algum objeto, pessoa ou comentário que era feito em sua presença. Os pais da menina compreenderam a reencarnação e não tiveram ciúmes do seu forte apego aos membros da outra família.



CASO 7: Um menino aos dois anos e meio de idade começou a dizer aos seus pais que tinha uma esposa em outra cidade. Entre três e quatro anos de idade, passou a dizer que tinha também uma loja de refresco e biscoitos na outra cidade e passou a pedir para ser levado lá. Dizia ainda que havia morrido após comer alimento estragado. Quando o seu pai e um primo levaram a criança com quase cinco anos de idade para a outra cidade, ela reconheceu diversos membros da sua outra família e diversos pontos da cidade. A criança demonstrava grandes emoções, incluindo lágrimas e afetos. A criança assumiu comportamentos de marido e de pai perante a sua ex-esposa e os seus ex-filhos. Dizia: “Apenas fiquei pequeno”. Assim, houve uma grande aproximação entre as duas famílias que tinham destaque e responsabilidades em suas comunidades. Apesar de se lembrar de sua vida passada e de se identificar com ela, a criança teve um desenvolvimento normal. Aos vinte e sete anos de idade, o jovem tinha perdido boa parte das memórias da vida passada, mas ainda tinha amizade e se encontrava com frequência com os membros da sua outra família. Lembrava-se com clareza de seus ex-filhos e da fábrica que possuiu na vida anterior. Afirmou que as suas experiências atuais com os negócios vinham de sua vida passada e que as lembranças que tinha de quem fora na vida anterior lhe davam equilíbrio e o ajudavam muito em seus relacionamentos pessoais.



CASO 8: A criança quando tinha dois anos de idade começou a fazer referências claras sobre outra mãe, outro pai, dois irmãos e muitas irmãs que tinha em outra cidade e em vida anterior. Queria visitar os pais anteriores, dando detalhes a respeito da localização da casa e os nomes dos membros da família. Com isso, foi possível localizar, a vinte e seis quilômetros de distância, a família que correspondia exatamente às afirmações feitas pela menina. Ela foi levada para a outra cidade e reconheceu corretamente diversas construções. Mais tarde, identificou corretamente seus antigos pais e diversos membros da sua antiga família. Além disso, identificou duas outras pessoas da comunidade, demonstrando afeto por elas. Embora tivesse havido mudança de sexo com a reencarnação, os pais atuais e anteriores da criança acreditaram que havia ocorrido o renascimento do filho falecido. De acordo com depoimentos dos pais atuais, a filha demonstrava certa tendência à masculinidade. A criança dizia a seus pais: “Eu era um menino. Agora sou uma menina”. Além disso, dizia que era mais feliz como menina. Aos dez anos de idade, a menina ainda se lembrava da sua vida anterior e continuava visitando a sua ex-família e recebendo visita de seus ex-familiares. Ela havia perdido os traços de masculinidade e estava se desenvolvendo normalmente. Aos quinze anos de idade, as suas lembranças da vida anterior estavam desaparecendo, embora ainda preservasse algumas delas.



CASO 9: Um menino nasceu com uma notável deformidade no lado direito de seu peito e no braço. O pai notou também certas semelhanças com um seu irmão que já havia falecido. Entre dois anos e dois anos e meio de idade, a mãe escutou o menino dizendo que o seu braço era deformado porque ele havia assassinado a esposa na vida anterior. Dava muitos detalhes relacionados com o crime. O pai confirmou a exatidão dos detalhes, porque seu irmão tinha sido executado pelo assassinato da sua esposa. O pai nunca havia falado antes do crime à esposa. Então, o pai tentou fazer a criança parar de falar sobre a sua vida anterior, porque o crime foi vergonhoso e tinha ocorrido 25 anos antes do filho nascer. Mas o menino continuou a falar, principalmente quando lhe perguntavam sobre a deformidade em seu braço. Aos quatorze anos de idade, o rapaz não se preocupava com a deformidade e dizia que era uma punição pelo crime que havia cometido. Dizia também que as suas lembranças da vida anterior estavam se tornando um pouco menos claras, mas se lembrava ainda principalmente dos acontecimentos do último ano de sua vida anterior. Ele sabia detalhes da execução, os quais o seu pai não conhecia. Ainda falava que o seu pai era o seu irmão mais velho. Na juventude, quando o rapaz se envolvia sentimental e emocionalmente com alguma moça, passava a ter desequilíbrios psicológicos que exigiam tratamento. No resto tinha um desenvolvimento normal.



CASO 10: O pai de um menino notou nele, com menos de dois anos de idade, traços de comportamentos característicos dos britânicos, embora fosse de família pura cingalesa. Isso o tornava diferente e esquisito na família. O pai não gostava dos ingleses. O menino aprendeu inglês mais cedo e melhor do que os outros irmãos. Entre três anos e meio e quatro anos de idade, o pai escutou o menino dizendo a sua mãe, irmãos e irmãs: “Vocês não são minha mãe, irmãos e irmãs. Minha mãe, meu pai e os outros estão na Inglaterra”. Interrogado a respeito pelo pai, deu os nomes de dois irmãos e de uma irmã. Depois, deu inúmeros detalhes sobre a sua família anterior. O pai aconselhou os outros filhos a não tocarem mais no assunto e tentarem fazer o irmão esquecer as lembranças da vida passada. Aos dezoito anos de idade, o rapaz conseguiu que o pai o enviasse para a Inglaterra. Dizia aos amigos que acreditava ter vivido lá. Daquele país, dizia estar se sentindo à vontade entre os ingleses. Sentia facilidade, adaptação e prazer em estar em Londres. Embora isso, não conseguiu identificar a cidade e a casa de sua vida anterior. Com o passar dos anos, o rapaz não perdeu o seu interesse pela Inglaterra e os ingleses. Dizia que os dois anos que passou naquele país tinham sido os mais felizes de sua vida. Perguntado por que havia renascido numa família budista, especulou que tinha sido um piloto inglês de avião e tinha morrido em um desastre aéreo perto da atual cidade natal. Tinha gosto por veículos e amor por voar. Queria ser piloto, mas os custos eram altos. Desde criança gostava de aviões e de voar.



CASO 11: A menina começou a falar sobre a sua vida passada com dois anos e meio de idade. Passou a dar detalhes de sua vida anterior aos familiares, inclusive falando a respeito de seu nome e dos seus antigos pais. Quando falavam perto dela a respeito da morte de alguma pessoa, a menina dizia: “Não diga isso. Eu também morri e, veja, estou viva de novo”. “Ela não está no cemitério. Está em local muito mais seguro e melhor do que este onde estamos”. Ela mostrava forte identidade com os gostos da pessoa que dizia ter sido. Isto foi comprovado pelos pais e pelas testemunhas que surgiram no estudo do caso. Após os sete anos de idade, ela deixou de falar muito sobre a sua vida passada. Cresceu, casou-se e teve filhos. Apesar disso, manteve algumas lembranças de sua vida anterior, principalmente das próximas de sua morte. Com cinquenta e quatro anos de idade, disse que tinha esquecido grande parte da sua vida anterior, mas que ainda se lembrava de muitas coisas.



CASO 12: Até os cinco anos de vida, o menino se recusava a vestir roupas de menino. Vestia roupas de menina ou ficava nu. Dizia que foi a filha de seus pais que havia cometido suicídio e gostava de brincar com meninas e com bonecas. Além disso, tinha facilidade para a costura. Reconheceu a máquina de costura de sua irmã falecida e disse: “Esta máquina era minha e eu já costurei muito com ela”. O atual menino considerava a sua vida como a continuidade da vida que tinha tido como a sua irmã falecida. Aos poucos, a orientação sexual da criança mudou para o lado masculino, mas sempre conservou elementos de feminilidade.



CASO 13: Quando o menino tinha dois anos de idade, começou a falar aos seus pais que tinha sido o irmão de sua mãe, que vivia em outra cidade que ficava a 170 quilômetros de distância. Pedia para ser levado à outra cidade para ficar com a sua avó materna. Falava de sua vida anterior a todos os seus familiares, dando detalhes e revelando os hábitos da família. Depois dos cinco anos de idade, as referências à vida anterior começaram a diminuir. Aos nove anos de idade, não se lembrava mais nada da sua vida anterior.



CASO 14: Um menino nasceu com marcas de nascença semelhantes às de seu avô paterno. Então, recebeu o mesmo nome, porque os pais acreditaram que a alma do falecido tinha retornado à vida terrena. Antes de morrer, o homem havia afirmado que voltarei à família, se houvesse a reencarnação. Diversos comportamentos, posturas, semelhanças faciais e anormalidade na perna do filho, como os de seu avô, deram aos pais a certeza de que a promessa havia sido cumprida. Como os pais acreditavam nos prejuízos de se lembrar de uma vida anterior, desencorajaram o menino de falar sobre ela. Entre quatro e cinco anos de idade, a mãe do menino pegou um relógio de ouro que fora de seu sogro e que estava em sua caixa de jóias. Entrando no quarto e vendo o relógio, a criança o pegou e disse: “Este é o meu relógio”, sem querer largá-lo. Depois disso, sempre pedia o seu relógio para os seus pais. Embora tivesse se lembrado da sua vida passada, a criança teve um desenvolvimento normal.



CASO 15: Um menino costumava dizer que tinha sido morto por uma lança em uma briga entre índios. Dizia o nome de quem o matou, o local onde tinha sido morto e o seu nome na vida anterior. Ele tinha sido o tio de sua mãe. Ele mostrava do seu lado direito uma marca de nascença que lembrava ter sido ocasionada por uma lança. Parecia uma velha cicatriz que uma lança poderia fazer. A criança falava muito de sua vida anterior e morte, apesar de sua mãe tentar impedi-lo de fazer isso. Quando tinha mais ou menos oito anos de idade, o rapaz parou de falar da sua vida anterior. Aos sessenta e cinco anos de idade, suas lembranças da vida passada eram muito vagas. Havia se tornado cristão e não julgava o cristianismo e a reencarnação incompatíveis.



CASO 16: Com cerca de quatro anos de idade, um menino lembrou-se de repente que teve um fumeiro e que ficou cego. Os pais perceberam que os acontecimentos correspondiam à vida de seu avô. O pai do menino viu nisso evidência de que o seu pai (e avô do menino) tinha renascido como seu filho. Depois disso, o menino não teve mais lembranças de sua vida passada. Com vinte e sete anos de idade tinha perdido completamente as recordações da existência anterior.



CASO 17: Um menino nasceu com duas marcas de nascença nas costas, do lado esquerdo. As marcas congênitas pareciam exatamente com a cicatriz de um ferimento de bala, em sua entrada. Embora o menino tentasse falar das coisas que tinham acontecido antes de seu nascimento, os pais julgavam que era um azar lembrar-se de uma vida passada. Assim, incentivavam o filho a não se lembrar, nem falar de suas lembranças, nem buscar a identificação numa vida anterior. Aos setenta e três anos de idade, o idoso disse que, de vez em quando, ainda pensava nas lembranças que tinha de sua vida anterior.



CASO 18: Um menino nasceu com uma marca no abdome. Logo a marca foi relacionada, por algumas senhoras idosas, ao ferimento mortal sofrido por um famoso nativo da comunidade. Era igual à do tio-bisavô do menino. O próprio menino não se lembrava de sua vida e morte passada, mas tinha fobia por punhais e lanças, conservando-a mesmo na fase adulta da vida.



CASO 19: Cerca de um ano antes de sua morte, um tio disse à sua sobrinha que voltaria como seu próximo filho, não gaguejaria tanto e traria as cicatrizes que tinha no corpo. Pela cicatriz que tinha em seu nariz, a sua reencarnação seria reconhecida. Quando nasceu o filho da sobrinha, (cerca de dezoito meses depois da morte do tio), a criança tinha marcas no corpo exatamente iguais às mostradas e apontadas pelo tio na sua previsão de renascimento. Depois que começou a falar, o menino disse ser o tio da sua mãe e reconheceu diversos familiares e amigos com afeto e emoção. Além disso, se lembrou de dois episódios muito marcantes na vida do tio da mãe, e revelou muitos hábitos e gostos iguais ao dele. Aos nove anos de idade, o menino começou a fazer menos declarações a respeito da sua vida anterior. Aos quinze anos de idade, não se lembrava mais nada da sua existência anterior. Mas, aos vinte e cinco anos de idade, numa reavaliação do caso, disse que não se lembrava de quase nada, porque não tinham persistido as lembranças da sua vida anterior.



CASO 20: Um menino, quando tinha entre um ano e meio e dois anos de idade, passou a fazer referências a uma vida passada. Mencionava nomes de pessoas, acontecimentos daquela vida e dava informações sobre a sua propriedade. Falava onde tinha morado, da família que tinha sido membro e pedia para ser levado lá. O pai repreendia o filho por contar histórias sobre a sua vida anterior. Um dia, o menino reconheceu uma pessoa da cidade onde havia vivido, na presença de sua avó paterna. Além disso, deu muitos detalhes sobre as pessoas que havia conhecido e dos acontecimentos ocorridos em sua outra cidade. Levado à localidade, as buscas permitiram a identificação da pessoa que o menino dizia ter sido na vida anterior, bem como de sua amante, cujo nome ele citava com frequencia. Além disso, ficaram esclarecidos muitos pontos de suas lembranças. Ainda, o menino fez treze reconhecimentos e deu mais detalhes sobre si mesmo e seus pertences. Aos nove anos de idade, o menino ainda falava sobre a sua vida anterior, principalmente de sua amante. A família atual do menino tentava fazê-lo esquecer da sua vida anterior, não conversando mais com ele sobre isso. Mas, com treze anos de idade, ainda falava sobre o assunto, preservava muitas das suas lembranças, tinha apego pela família anterior. Embora isso, apresentava um desenvolvimento normal para um jovem da sua idade.



CONSIDERAÇÕES DO AUTOR DESTE ARTIGO


O trabalho inédito, minucioso, consciencioso e criterioso desenvolvido pelo Dr. Ian Stevenson causa admiração e respeito. Com isso, ele conquistou renome internacional.


Os casos de reencarnação estudados em detalhes são complexos e mostram a continuidade da vida da personalidade, cujo corpo material morreu numa vida anterior.


Os casos foram acompanhados pelo pesquisador durante muitos anos e em vários países, possibilitando a discussão abrangente de todas as possibilidades e aspectos importantes que estavam relacionados com as pesquisas e os estudos.


Além disso, o livro do Dr. Stevenson encanta o leitor pela discussão profunda e abrangente que fez durante a apresentação dos casos e dos resultados alcançados.


Com a mente aberta e argumentos convincentes, o cientista comparou minuciosamente a tese da sobrevivência da alma à morte do corpo material e a sua posterior reencarnação, com as hipóteses e polêmicas levantadas por alguns opositores: de fraude das crianças, dos pais e das pessoas envolvidas nos casos; de imposição dos pais de outra personalidade aos filhos; de problemas mentais nas crianças que diziam ter vivido anteriormente, principalmente em meio às suas brincadeiras e atividades normais; de conhecimento prévio, por parte das crianças, da vida das pessoas falecidas, através de fontes de informações que burlavam a vigilância dos pais; das possíveis fantasias que as crianças criaram sobre uma vida anterior; de possessão no corpo das crianças, por parte dos Espíritos que tinham vivido outra vida terrena, permitindo-os fazer reconhecimentos ricos em detalhes e cheios de pormenores, além da revelação de habilidades especiais persistentes; das memórias da vida anterior das crianças terem origem nas experiências vividas por seus ancestrais, dentro da teoria da memória genética; das possíveis relações extrassensoriais, clarividências e elementos paranormais que poderiam ter sido mantidos entre as crianças e as almas das personalidades que viveram no passado; etc.


Discussões e polêmicas à parte, o trabalho desenvolvido pelo Dr. Ian Stevenson é, sem qualquer dúvida, extraordinário. Realmente, merece a atenção de quem se interessa pelas evidências da imortalidade da alma e da sua reencarnação.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

OS ESPÍRITOS: LIÇÕES DE ALLAN KARDEC A RESPEITO















OS ESPÍRITOS: LIÇÕES DE ALLAN KARDEC A RESPEITO

Geziel Andrade

IMAGEM: JESUS NA TRANSFIGURAÇÃO: “E eis que falavam com ele dois varões: Moisés e Elias, que apareceram cheios de majestade. E falavam da sua saída deste mundo, a se cumprir em Jerusalém.” (Lucas, Cap. 9, vers. 28 a 36.)

Allan Kardec registrou em suas obras da codificação do Espiritismo importantes lições a respeito dos Espíritos, que são os seres inteligentes criados por Deus.

A compilação a seguir apresentada reúne as principais lições de Allan Kardec a respeito do assunto. Essas lições falam por si, dispensando comentários adicionais.

1 – OS ESPÍRITOS SÃO AS ALMAS DOS HOMENS:
“Sendo os Espíritos as almas dos homens, após a morte nós mesmos seremos Espíritos.”

“Os Espíritos são as almas dos homens que viveram na Terra ou em outros mundos. As almas ou Espíritos são, pois, uma só e mesma coisa. Quem crê na existência da alma, crê na dos Espíritos.”

“A alma ou Espírito é o ser inteligente, onde está a sede de todas as percepções e de todas as sensações. A alma sente e pensa por si mesma; é individual, distinta, perfectível, preexistente e sobrevivente à morte do corpo material, que é o seu instrumento de suas relações com o mundo visível.”

“Sendo os Espíritos as almas dos homens, como há homens de todos os graus de saber e de ignorância, de bondade e de maldade, o mesmo se encontra entre os Espíritos. Mas, há Espíritos que possuem as mais sublimes virtudes e o saber em grau desconhecido na Terra.”

2 – OS ESPÍRITOS SE ENCONTRAM EM DIFERENTES GRAUS DE ELEVAÇÃO INTELECTUAL, MORAL E ESPIRITUAL:
“Os Espíritos, como não passam de almas humanas desembaraçadas de seu invólucro corporal, não são iguais e apresentam uma variedade de poder, conhecimento e sabedoria maior que a que encontramos entre os homens na Terra.”

“Há Espíritos muito superiores, como os há muito inferiores, muito bons e muito maus, muito sábios e muito ignorantes.”

“Os Espíritos apresentam todos os graus de desenvolvimento intelectual e moral. Consequentemente, há os bons e maus, esclarecidos e ignorantes. Há também os Espíritos muito superiores, que não procuram senão fazer o bem. Esta distinção é um ponto capital no Espiritismo.”

3 - OS ESPÍRITOS SÃO SERES SEMELHANTES AOS HOMENS:
“Os Espíritos são seres semelhantes a nós, pois cada um de nós torna-se Espírito após a morte do corpo material; e cada Espírito torna-se homem pelo nascimento.”

“Cada globo, de certo modo, tem sua população própria de Espíritos encarnados e desencarnados. Cada globo agita-se pela encarnação e pela desencarnação dos Espíritos.”

“Os Espíritos são seres semelhantes a nós, tendo um corpo como o nosso, porém fluídico e invisível no estado normal.”

“A alma do homem revestida de seu envoltório fluídico, ou perispírito, constitui o ser chamado Espírito. Este, quando está revestido do envoltório corporal, constitui o homem.”

4 – AS MANIFESTAÇÕES E COMUNICAÇÕES DOS ESPÍRITOS ATRAVÉS DE MÉDIUNS PROVAM A IMORTALIDADE DA ALMA DO HOMEM:
“Os Espíritos que se comunicam através dos médiuns são as almas dos homens que viveram na Terra. Suas manifestações são úteis para destruir o materialismo e provar a imortalidade da alma.”

“As comunicações dos Espíritos servem para nos ensinar onde eles se acham, o que fazem, em que condições se é feliz ou infeliz na vida futura.”

“Só o fato da possibilidade de comunicação com os seres do mundo espiritual tem consequências incalculáveis, da mais alta importância. É todo um mundo novo que se revela e que tem tanto mais importância, quanto atinge a todos os homens, sem exceção.”

“As comunicações dos Espíritos servem para destruir os preconceitos vulgares sobre a natureza dos Espíritos e o estado das almas dos homens após a morte, coisas estas que não seriam sabidas sem a comunicação com o mundo invisível.”

“Os Espíritos sendo as almas dos homens, comunicando-nos com eles não saímos da humanidade. As almas dos homens saíram do mundo dos Espíritos, como ai entrarão ao deixar a Terra.”

“Diz São João, o Evangelista: “Não creiais a todo o Espírito, mas experimentais se os Espíritos são de Deus.” A experiência prova a sabedoria deste conselho. Seria, pois, imprudência e leviandade aceitar sem controle tudo o que vem dos Espíritos.”

“Como os homens, os Espíritos podem ser reconhecidos por sua linguagem: a dos Espíritos superiores é sempre séria, digna, nobre e cheia de benevolência.”

5 – OS BONS ESPÍRITOS AMPARAM E ORIENTAM OS HOMENS:
“Por intermédio dos médiuns, os bons Espíritos inspiram a caridade e a benevolência para com todos; ensinam aos homens se olharem como irmãos, sem distinção de castas, nem de seitas.”

“Os bons Espíritos ensinam aos homens, através dos médiuns, a perdoar aos que lhes dizem injúrias; a vencer as más inclinações; a suportar com paciência as misérias da vida; a olhar a morte sem medo, pela certeza da vida futura. Eles dão consolo aos aflitos, coragem aos fracos e esperança aos que não acreditavam.”

“Os bons Espíritos velam por nós, assistem-nos e nos ajudam, mas com a condição que nos ajudemos a nós mesmos.”

“Simpatiza com os bons Espíritos, aquele que em tudo age tendo em vista o bem, eleva-se acima das vaidades humanas, expele do coração o egoísmo, o orgulho, a inveja, o ciúme e o ódio e perdoa aos seus inimigos, pondo em prática esta máxima do Cristo: Fazei aos outros o que quereis que se vos faça.”

“A primeira condição para se conseguir a boa vontade dos bons Espíritos é a que decorre da humildade, do devotamento e da abnegação: o mais absoluto desinteresse moral e material.”

6 – A ALMA DO HOMEM DEPARA-SE COM NOVAS CONDIÇÕES DE VIDA NO MUNDO ESPIRITUAL:
“O corpo material, uma vez gasto, se destrói e o Espírito sobrevive à sua destruição. O Espírito nem é aniquilado, nem alterado; apenas é despojado de seu envoltório material. Deixando o corpo material, entra no mundo espiritual, de onde havia saído para encarnar-se e adiantar-se. Numa palavra, o Espírito é preexistente e sobrevivente a tudo.”

“O homem, ao morrer, apenas será despojado de um invólucro material, sujeito aos sofrimentos e vicissitudes da vida; mas será sempre ele, com um corpo etéreo inacessível à dor física; que desfrutará de percepções novas e de maiores faculdades; que vai reencontrar os que amou e que o esperam no sólio da verdadeira vida, da vida imperecível.”

“Os Espíritos têm todas as percepções que tinham na Terra, mas em mais alto grau, porque suas faculdades não são amortecidas pela matéria; têm sensações que nos são desconhecidas; vêem e ouvem coisas que os nossos sentidos limitados não nos permitem ver nem ouvir.”

“Os Espíritos conservam as afeições sérias que tinham na Terra.”

“Todos os nossos pensamentos repercutem nos Espíritos e aí lêem como num livro aberto; de sorte que aquilo que podemos ocultar a qualquer um, quando vivo, não o podemos mais, desde que se é Espírito.”

7 – PELOS DESÍGNIOS DE DEUS, TODOS OS ESPÍRITOS ATINGIRÃO UM DIA A PERFEIÇÃO INTELECTUAL, MORAL E ESPIRITUAL:
“Os Espíritos são criados simples e ignorantes, mas dispondo de aptidão para todas as aquisições e para progredir, em virtude do seu livre-arbítrio.”

“Criados simples e ignorantes, por isso imperfeitos, ou melhor, incompletos, os Espíritos devem adquirir por si mesmos e por sua própria atividade, a ciência e a experiência que, de início, não pode ter.”

“Os Espíritos não pertencem eternamente na mesma ordem. Todos melhoram, passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita.”

“Sendo a Terra um mundo inferior destinado à depuração dos Espíritos imperfeitos, eis a razão pela qual o mal aqui domina, até que a Deus apraza dela fazer a morada de Espíritos mais adiantados.”

“Com o Espiritismo, o homem sabe que aqueles seres designados sob o nome de demônios são Espíritos ainda atrasados e imperfeitos, que fazem o mal no estado de Espíritos, como o faziam no estado de homens, mas que progredirão e melhorarão, através de uma série de existências materiais sucessivas.”

“Todas as almas atingem, mais cedo ou mais tarde, a felicidade. Assim se confirma, pela pluralidade das existências materiais progressivas, a admirável Lei de unidade e de justiça, que caracteriza todas as obras da criação.”

“Não há criações múltiplas de diferentes classes entre os seres inteligentes, mas toda a criação surge da grande Lei da unidade, que rege o Universo.”

“Devendo o Espírito passar por muitas encarnações, visando atingir a perfeição, concluí-se que todos nós tivemos muitas existências materiais e que teremos ainda outras mais ou menos aperfeiçoadas, seja na Terra ou em outros mundos.”

“As almas que avançam mais prontamente em sua depuração e em instrução gozam mais cedo a felicidade.”

8 – OS BONS ESPÍRITOS COMPREENDEM DEUS E A OBRA DA CRIAÇÃO, PRATICAM O BEM E DESFRUTAM DE BOAS CONDIÇÕES DE VIDA NO MUNDO ESPIRITUAL:
“Os bons Espíritos compreendem Deus e o Infinito, gozam da felicidade dos bons e sentem-se felizes quando impedem o mal. O amor que os une é para eles uma fonte de inefável felicidade.”

“Cada Espírito leva consigo os elementos de sua felicidade, na razão da categoria onde o coloca o seu grau de adiantamento intelectual e moral. A felicidade depende das qualidades próprias do Espírito e não do estado material, do meio em que se acha.”

“A felicidade dos Espíritos é inerente às qualidades que possuem. Assim, a desfrutam onde quer que se encontrem, na superfície da Terra entre os encarnados, ou no espaço.”

“Os Espíritos felizes, atraídos uns para os outros pela similitude de ideias, gostos e sentimentos formam vastos grupos ou famílias homogêneas, no seio das quais cada individualidade irradia suas próprias qualidades, e se penetra dos eflúvios serenos e benéficos que emanam do conjunto.”

“Para os Espíritos felizes e bem-aventurados, em todos os graus, a vida espiritual é uma atividade constante, mas isenta de fadigas, e o gozo de todos os esplendores da criação.”

- - - - - - - - - -
NOTA: Os artigos anteriores desta série foram publicados neste blog, nas seguintes datas:
03/maio/2010 = DEUS: Lições de Allan Kardec a respeito.
04/janeiro/2011: O HOMEM: Lições de Allan Kardec a respeito.
05/agosto/2011: O ESPIRITISMO: Lições de Allan Kardec a respeito.
01/dezembro/2011: JESUS: Lições de Allan Kardec a respeito.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

PRINCIPAIS LIÇÕES EM "O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO": "BEM AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO"


















PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS EM “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”, CAPÍTULO VII: BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO

Geziel Andrade

O QUE SE DEVE ENTENDER POR POBRES DE ESPÍRITO

“Bem-aventurados os pobres de espírito porque deles é o Reino dos Céus.” (Mateus, V: 3.)

Por pobres de espíritos, Jesus entende os humildes.

Os homens cultos e inteligentes, mas orgulhosos, consideram as coisas divinas indignas de sua atenção, porque têm, geralmente, uma elevada opinião de si mesmos e aparentam uma suposta superioridade.

Preocupados somente com si mesmos, não conseguem elevar o pensamento a Deus.

Então, negam a existência da Divindade; não enxergam a Sua ação providencial sobre as coisas deste mundo; e não percebem que existem coisas que não lhes é possível compreender.

Por não admitirem a existência do mundo invisível e nem de um poder extra-humano, revelam desdém por tudo o que não pertence ao mundo visível e tangível.

Assim, consideram que as coisas espirituais são boas apenas para as pessoas simples, as pobres de espírito, que não devem ser levadas a sério.

Todavia, independentemente do que julgam, pensam ou dizem, possuem uma alma imortal que entrará no mundo invisível, após a morte do corpo material. Então, seus olhos se abrirão e reconhecerão que cometeram um erro.

Deus, sendo justo, não pode receber do mesmo modo nem aquinhoar com igualdade aquele que desconheceu o seu poder e aquele que humildemente se submeteu às Suas Leis.

Jesus, ao dizer que o Reino dos Céus é para os simples, ensina que ninguém será nele admitido sem a simplicidade de coração e a humildade de espírito.

Então, o ignorante que é simples e humilde será preferido ao sábio que menospreza a Deus.

Jesus coloca sempre a humildade entre as virtudes que nos aproximam de Deus. Coloca, por outro lado, o orgulho entre os vícios que nos afastam de Deus.

A humildade é uma atitude de submissão a Deus.

O orgulho é uma revolta contra Deus.

Portanto, para a felicidade do homem, muito vale ser humilde e rico em qualidade morais.

QUEM SE ELEVAR SERÁ REBAIXADO

“Chegaram-se a Jesus os seus discípulos, dizendo: Quem é o maior no Reino dos Céus? E Jesus chamando um menino, o pôs no meio deles, e disse: Na verdade vos digo que, se não vos fizerdes como meninos, não entrareis no Reino dos Céus. Todo aquele, pois, que se humilhar e se fizer pequeno como este menino, esse será o maior no Reino dos Céus. E o que receber em meu nome um menino como este, a mim é que recebe.” (Mateus, XVIII: 1-5.)

“Sabei que os príncipes das nações dominam os seus vassalos e que os maiores exercitam sobre eles o seu poder. Não será assim entre vós; mas, aquele que quiser ser o maior, esse seja o vosso servidor; e o que entre vós quiser ser o primeiro, seja o vosso escravo; assim como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e para dar a sua vida em redenção de muitos.” (Mateus, XX: 20-28.)

“E notando como os convidados escolhiam os primeiros assentos à mesa, propôs-lhes esta parábola: Quando fores convidado a alguma boda, não te assentes no primeiro lugar, porque pode ser que esteja ali outra pessoa, mais autorizada que tu, convidada pelo dono da casa, e que, vindo este, que convidou a ti e a ele, te diga: dá o teu lugar a este; e tu, envergonhado, irás buscar o último lugar. Mas, quando fores convidados, vai tomar o último lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: amigo, senta-te mais para cima; servir-te-á isto então de glória, na presença dos que estiverem juntamente sentados à mesa. Porque todo o que se exalta será humilhado; e todo o que se humilha será exaltado.” (Lucas, XIV: 1, 7-11.)

Nessas lições evangélicas, Jesus põe a humildade como condição essencial da felicidade prometida aos eleitos do Senhor.

O Espiritismo vem confirmar, através das comunicações com os Espíritos, por intermédio de diferentes médiuns, que os grandes no Mundo dos Espíritos são os que foram pequenos na Terra; e que os que foram grandes e poderosos na Terra, frequentemente, encontram-se bem pequenos na vida espiritual.

É que os que se encontram nas bem-aventuranças no Reino dos Céus levaram consigo, ao morrer, o que unicamente constitui a verdadeira grandeza no céu e que jamais se perde: as virtudes.

Por outro lado, os que foram considerados grandes na Terra tiveram de deixar, com a morte, o que lhes dava a grandeza: a fortuna, os títulos, a glória, a linhagem.

Não tendo a nobreza espiritual para levar, chegam ao outro mundo desprovidos de tudo.

O orgulho que conservam torna ainda mais humilhante a sua posição, vendo acima deles, e resplandecentes de glória, aqueles que espezinharam na Terra.

O Espiritismo mostra ainda que, nas encarnações sucessivas, aqueles que se deixaram dominar pelo orgulho e pela ambição são abaixados até o último lugar na existência seguinte.

Portanto, Deus sabe recompensar aquele que não procura o primeiro lugar na Terra; que não quer sobrepor-se aos outros; e que se torna humildade e modesto.

MISTÉRIOS OCULTOS AOS SÁBIOS E PRUDENTES

“Respondendo, disse Jesus: Graças te dou a ti, Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e prudentes, e as revelaste aos simples e pequeninos.” (Mateus, XI: 25.)

Jesus rende graças a Deus por haver revelado as coisas espirituais aos simples e pequeninos, que são os pobres de espírito, e ocultado-as aos sábios e prudentes.

É que os humildes se humilham diante de Deus e não se consideram acima dos outros. Por isso, Deus lhes revela os segredos dos Céus. Já os orgulhosos comportam-se de modo oposto: se julgam sábios, prudentes e superiores.

O mesmo ocorre com as grandes verdades reveladas pelo Espiritismo. Os Espíritos se ocupam com os que buscam a luz com boa fé e humildade; que vêem o poder e a grandeza de Deus em toda parte, nas pequenas como nas grandes coisas; que recorrem à bondade de Deus com humildade, sem se julgarem mais do que Ele.

Ocorre que os orgulhosos que se recusam a reconhecer a verdade não estão ainda com o espírito maduro para compreendê-la, nem com o coração aberto para senti-la. O orgulho tapa-lhes os olhos.

Mas o tempo extinguirá a causa desse mal, permitindo-lhes que os olhos se abram.

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS NAS INSTRUÇÕES “O ORGULHO E A HUMILDADE”, DO ESPÍRITO LACORDAIRE, DADAS EM CONSTANTINA, EM 1863.

Deus concede aos Espíritos a missão de esclarecer e encorajar os homens a seguir o bom caminho. Permite-lhes ajudá-los no adiantamento, com palavras compreensíveis e ao alcance de todos para que a luz brilhe.

Mas, os homens se esquecem da humildade e poucos seguem os exemplos dessa virtude que lhes foram dados.

Então, como podem ser caridosos ao próximo sem a humildade?

Só a humildade nivela os homens; mostra-lhes que são irmãos; que devem se ajudar mutuamente, com a prática do bem.

O homem deve se lembrar daquele que trouxe a salvação; da sua humildade, que o fez tão grande e o colocou acima de todos os profetas.

O orgulho é terrível adversário da humildade.

O Cristo prometeu o Reino dos Céus aos mais pobres porque os grandes da Terra imaginavam que os títulos e as riquezas materiais eram a recompensa de seus méritos; que a sua essência era mais pura que a dos pobres; que Deus lhes devia essas coisas.

Deus não estabeleceu distinção pelos corpos materiais; não fez duas espécies de homens.

Tudo o que Deus fez é grande e sábio.

O rico em seus aposentos suntuosos ao abrigo do frio não deve esquecer que milhares de irmãos jazem famintos na miséria.

Algumas vezes, concorda em lhes dar uma esmola; porém, nunca em lhes apertar fraternalmente a mão.

Não é a nobreza do sangue nem dos órgãos do corpo físico que diferencia as pessoas.

Em vidas passadas, quem garante que o nobre de hoje não foi miserável e que já pediu esmola? Quem garante que em outra reencarnação não pedirá esmola a quem hoje despreza?

Por acaso as riquezas materiais são eternas e não acabam com a morte do invólucro perecível do Espírito?

Se o homem lançar os olhos humildemente sobre a realidade das coisas do mundo material; sobre o que constitui a grandeza de um e a humilhação de outro; sobre a morte que não poupa ninguém, a qualquer momento e sem levar em consideração os títulos, então, se ele permanecer orgulhoso, torna-se digno de piedade.

Os orgulhosos, antes de serem nobres e poderosos, talvez tenham sido mais humildes que o último dos servos.

Eles devem curvar as frontes altivas perante Deus, que pode rebaixá-las mesmo no momento em que forem elevadas bem alto.

Perante a balança divina, todos os homens são iguais.

Somente as virtudes os distinguem aos olhos de Deus.

Todos os Espíritos são da mesma essência. Os seus corpos foram feitos da mesma matéria.

Os títulos e os nomes não modificam essa realidade. Ficam no túmulo. Não dão a felicidade prometida aos eleitos, cujos títulos de nobreza são a caridade e a humildade.

A pobre criatura que é mãe; os filhos que sofrem; quem passa frio, tem fome, se curva ao peso da cruz, se humilha para conseguir um pedaço de pão devem esperar e orar. A felicidade ainda não é deste mundo. Deus concede aos pobres oprimidos, que Nele confiam, o Reino dos Céus.

Pobre moça devotada ao trabalho, entregue às privações, aos tristes pensamentos e ao choro, volte seus olhos piedosos e serenos para Deus que dá alimento às aves do céu. Confia Nele, pois não a abandonará.

Não se iluda com o ruído das festas, dos prazeres mundanos, das flores que enfeitam a fronte, da mistura aos felizes da Terra, das mulheres ricas que passam estouvadas e alegres.

Quantas lágrimas e dores se ocultam sob os vestidos bordados. Quantos suspiros se asfixiam sob o ruído da orquestra feliz.

Prefira o seu humilde retiro e a sua pobreza, mantendo-se pura aos olhos de Deus, para conservar ao seu lado o seu anjo da guarda.

Quem sofre as injustiças dos homens deve ser indulgente para com as faltas cometidas pelos irmãos, num gesto de caridade e humildade.

Quem suporta calúnias deve curvar a fronte diante da prova, mantendo a conduta pura para merecer a recompensa de Deus.

Suportar corajosamente as humilhações dos homens é ser humilde e reconhecer que só Deus é grande e todo-poderoso.

Que o Cristo não precise voltar novamente à Terra para ensinar aos homens as Leis, a sua Doutrina e os seus exemplos das virtudes.

Irmãos e amigos, sejam generosos e caridosos, sem ostentação. Façam o bem com humildade. Sejam verdadeiros cristãos para atingir o reino da verdade. Confiem na bondade de Deus, enfrentando as provas da vida.

Que os Espíritos enviados pelo Senhor para cumprir a Sua vontade encontrem os homens reunidos numa grande família, com os corações brandos e humildes, dispostos ao bem, à caridade e à fraternidade.

Então, a Terra se tornará um paraíso terrestre.

PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS NAS INSTRUÇÕES DO ESPÍRITO ADOLFO, BISPO DE ALGER, DADAS EM MARMANDE, EM 1862.

Os homens lamentam as calamidades, mas as amontoaram sobre as próprias cabeças desprezando a santa e divina moral do Cristo.

O mal estar geral decorre de buscarem incessantemente aniquilar uns aos outros.

A felicidade depende da mútua benevolência, que exige o combate ao orgulho, que é a fonte de todos os males.

Por isso, o orgulho deve ser destruído, para não perpetuar suas funestas consequências.

Só existe um meio infalível para isso: a lei do Cristo como regra invariável na conduta.

Sem isso, há grande estima pelo que brilha e encanta os olhos, mas não toca o coração; há reverência ao vício que se desenvolve na opulência, com desdém pelo verdadeiro mérito que se oculta na obscuridade; há prestígio e honras ao rico libertino perdido de corpo e alma, enquanto dificilmente se concede um gesto de proteção ao homem de bem que vive do seu trabalho; há muita consideração dispensada às pessoas pelo peso do ouro que elas possuem ou pelo nome que trazem, sem ter interesse pelo esforço que corrige os defeitos.

O vício não é combatido. O orgulho é venerado. A inclinação ao gozo dos bens materiais e do dinheiro é estimulada. As necessidades materiais sobrepõem-se ao bom senso e à razão. Cada um deseja se elevar sobre o seu irmão. Então, a sociedade sofre as consequências.

Esse estado de coisas é sempre o sinal da decadência moral.

Quando o orgulho atinge o seu extremo, a queda está próxima, porque Deus pune sempre os soberbos.

Se Deus, às vezes, deixa os orgulhosos subirem é para lhes dar tempo de refletir e de se emendar, antes de desferir como advertência um golpe no orgulho.

Mas, em vez de humildade, há revolta.

Dessa forma, a queda é mais terrível.

Os homens corromperam seus caminhos pelo egoísmo. Mas, Deus, na Sua infinita misericórdia, lhes envia um poderoso remédio e um socorro inesperado para os seus males e as suas aflições.

Envia-lhes de volta as almas dos que se foram para lhes recordar os verdadeiros deveres.

Elas dizem com a autoridade da experiência, quanto as vaidades e as grandezas da existência passageira são pequeninas diante da eternidade.

Elas dizem que aquele que foi o menor entre os pequenos do mundo será o maior na eternidade; que o que mais amou os seus irmãos será o mais amado no céu; que os poderosos da Terra, se abusaram da autoridade, serão obrigados a obedecer aos seus servos; que a caridade e a humildade, enfim, irmãs que se dão as mãos, são os títulos mais eficazes para se obter graça diante do Eterno.

PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS NAS INSTRUÇÕES “MISSÃO DO HOMEM INTELIGENTE NA TERRA”, DADAS PELO ESPÍRITO FERDINANDO, ESPÍRITO PROTETOR, EM BORDEAUX, EM 1862.

O homem não deve se orgulhar daquilo que sabe, porque o seu saber tem limites bem estreitos no mundo terreno.

Mesmo supondo que seja uma das sumidades do globo, não tem nenhuma razão para se envaidecer.

Se Deus, nos Seus desígnios, fez o Espírito nascer num meio onde pudesse desenvolver a sua inteligência, foi por querer que ela seja utilizada em benefício de todos.

É uma missão que Deus concede ao colocar na mão do homem o instrumento com o qual pode desenvolver, ao seu redor, as inteligências retardatárias e conduzi-las a Ele.

Todo instrumento deve ser bem utilizado. Caso contrário, o Senhor imporá ao culposo existências miseráveis e cheias de humilhação, até que se curve diante daquele a quem tudo deve.

A inteligência é rica em méritos para o futuro, mas com a condição de ser bem empregada.

Se os homens inteligentes se servissem dela segundo os desígnios de Deus, seria fácil a tarefa dos Espíritos em fazer a humanidade progredir.

Muitos, infelizmente, transformam-na em instrumento de orgulho e de perdição para si mesmos.

O homem abusa de sua inteligência como de todas as suas faculdades. Mas não lhe faltam lições advertindo-o de que uma mão poderosa pode retirar-lhe o que ela mesma lhe deu.
- - - - - - - - - -
CONSIDERAÇÕES DO AUTOR DESTE ARTIGO
Jesus foi o maior exemplo da prática da humildade, mantendo, desde o nascimento, modéstia e simplicidade em seu modo de vida.

Jesus, com sua humildade, dirigia-se constantemente a Deus e se subordinava às Suas Vontades, Leis e Desígnios para cumprir a sua missão evangélica. Assim, aliado ao Pai, não exigiu reconhecimento dos homens, nem se prendeu à posse dos tesouros terrenos.

Jesus, com humildade, conviveu e se relacionou bem com os homens de todas as classes sociais; ensinou a prática das virtudes que melhoram as condições de vida e garantem as bem-aventuranças no reino dos céus; transmitiu ao povo a Boa-Nova, revolucionando ensinos religiosos e morais; curou os doentes, eliminou as influências perversas que os Espíritos maus exerciam sobre algumas pessoas sofredoras e realizou muitos milagres beneficiando a muitos.

Jesus revelou ainda que sem a humildade não há a entrada triunfal da alma no reino dos céus, porque essa virtude a aproxima de Deus.

Os ensinos e os exemplos de Jesus foram corroborados pelo Espiritismo, com as revelações dos Espíritos superiores, feitas através de diferentes médiuns. Com isso, devemos, realmente:
• Exteriorizar humildade, principalmente ocupando posição elevada na sociedade, visando o cumprimento adequado das provas e missões que propiciam a evolução intelectual e moral da alma, na presente jornada terrena;
• Ter humildade a ponto de não nos considerarmos privilegiados e superiores aos semelhantes, porque pertencemos todos à família Divina e estamos subordinados às mesmas Leis sábias e justas;
• Praticar a humildade com vistas à melhoria das relações com os familiares, amigos, parceiros, aliados e companheiros e à disseminação do bem-estar;
• Recorrer à humildade para não estabelecermos preconceitos e discriminações de raça, cor, sexo, idade e condições sociais e nem mesmo dominações na hierarquia familiar, empresarial ou social;
• Aplicar a humildade, agindo sempre de forma fraterna e cordial com todos, tratando com consideração, respeito, gentileza e paciência os que nos procuram e sendo úteis aos que nos cercam na família, no ambiente de trabalho e na vida em sociedade;
• Revelar humildade pelo bom uso da inteligência e da sabedoria em benefício próprio e da elevação do próximo;
• Exercitar a humildade, não caindo na ostentação e na arrogância, conservando os amigos e aliados e aceitando de bom grado as colaborações dos companheiros que concorrem para o nosso sucesso espiritual e material;
• Valorizar a humildade, pois ela é indispensável para servirmos os semelhantes, praticarmos o bem e realizarmos as ações caridosas e fraternas com completo desinteresse material e moral, isto é, sem exigir nada em troca e sem pedir reconhecimento, reciprocidade, gratidão ou retribuição.
• Conquistar a humildade, pois ela é inseparável de quem realiza as boas ações empregando as riquezas materiais disponíveis e distribuindo gratuitamente as bênçãos materiais, morais e espirituais que lhe foram cedidas por Deus em confiança e como fiel depositário;

Além disso, sem a humildade na alma:
• Não há a condição essencial para que a nossa alma seja admitida e desfrute da felicidade prometida aos eleitos do Senhor em companhia das potências que reinam nos céus.
• Não há a nossa proximidade, nem aliança com Deus.
• Não há o atendimento dos Seus desígnios, das Suas Leis e vontades.
• Não há a pureza de coração, as qualidades pessoais e o bom uso dos recursos intelectuais e morais que são os nossos verdadeiros e imperecíveis tesouros.
• Não há a nobreza espiritual e moral que leva nossa alma ao aproveitamento das oportunidades que aprimoram ainda mais o nosso modo de ser, sentir, pensar e agir.
• Não há a prática da caridade que nos aproxima dos irmãos de jornada evolutiva, melhora as condições de vida dos semelhantes e ameniza as provas difíceis, que são indispensáveis à evolução intelectual e moral da alma que caminha para Deus.
• Não há o cumprimento consciente e espontâneo dos compromissos assumidos com Deus, os semelhantes e a própria consciência.
• Não há a promoção, sem interesse material, do bem, da fraternidade e da solidariedade.

Portanto, aplicando em todas as circunstâncias da vida as orientações acima acerca da humildade, conseguimos conquistar o verdadeiro progresso, a paz na consciência, a felicidade decorrente do cumprimento dos deveres materiais, espirituais e morais e os bons resultados da disseminação do bem e da melhoria das condições de vida de todos.
- - - - - - - - - -
DATAS DA PUBLICAÇÃO NESTE MESMO BLOG DOS ARTIGOS CONTENDO AS PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS NOS CAPÍTULOS ANTERIORES DE “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”:
27/fev/2009 = Prefácio e Introdução.
12/maio/2009 = Cap. I: Não vim destruir a Lei.
01/set/2009 = Cap. II: Meu reino não é deste mundo.
01/abril/2010 = Cap. III: Há muitas moradas na casa de meu Pai.
04/ago/2010 = Cap. IV: Ninguém pode ver o reino de Deus, se não nascer de novo.
28/junho/2011 = Cap. V: Bem-aventurados os aflitos.
10/novembro/2011 = Cap. VI: O Cristo Consolador.

quinta-feira, 15 de março de 2012

"O LIVRO DOS MÉDIUNS": MANIFESTAÇÕES INTELIGENTES














IMAGEM: Hermance Dufaux. Caroline Baudin, Julie Baudin, Ruth Céline Japhet e Hermance Dufaux atuaram como extraordinárias médiuns de manifestações inteligentes dos Espíritos, no início da codificação do Espiritismo por Allan Kardec.

PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS EM “O LIVRO DOS MÉDIUNS”, SEGUNDA PARTE, CAPÍTULO III: MANIFESTAÇÕES INTELIGENTES

Geziel Andrade

As manifestações inteligentes dos Espíritos foram substituindo gradativamente as suas manifestações físicas, caracterizadas por ruídos, movimentos e deslocamentos de corpos sólidos, principalmente de mesas.

Os fenômenos dessas mesas girantes foram o ponto de partida da Doutrina Espírita.

Mas, logo em seguida à produção dos fenômenos das mesas girantes, os Espíritos começaram a dar provas de inteligência, vontade livre e voluntária, intenção definida e capacidade de responder ao pensamento.

Ora, todo efeito inteligente tendo necessariamente uma causa inteligente, levou os observadores dos fenômenos a concentrarem sua busca na descoberta da causa inteligente que os produzia.

Era incontestável que as mesas girantes moviam-se, levantavam-se e davam pancadas, sob a influência de um ou de muitos médiuns, obedecendo a uma determinação firme.

A mesa podia, sem mudar de lugar, se erguer alternativamente sobre o pé que lhe fosse indicado para, em seguida, cair batendo um número determinado de pancadas, respondendo a uma pergunta.

Outras vezes, a mesa, sem o contato de pessoa alguma, passeava sozinha pelo aposento, indo para a direita ou para a esquerda, para diante ou para trás, executando movimentos diversos, conforme as ordens dos assistentes da reunião.

A mesa, por meio de pancadas, ou de estalidos produzidos em seu interior, produzia efeitos inteligentes, como a imitação dos rufos de um tambor; do disparo da fuzilaria de um pelotão ou de um canhoneiro; do ranger de uma serra; dos golpes de um martelo; do ritmo de diferentes árias, etc.

Então, deduziu-se que se a inteligência oculta podia produzir esses fenômenos, certamente, poderia também responder às perguntas que lhe fossem feitas.

E, de fato, a mesa passou a responder perguntas, por um sim, por um não, dando o número de pancadas que se convencionava para um caso ou para o outro caso.

Como as respostas dadas pela mesa através desse método eram muito restritas, surgiu a ideia de fazer-se que a mesa indicasse as letras do alfabeto, para que fossem compostas palavras e frases.

Então, essas manifestações dos Espíritos passaram a ser obtidas à vontade por milhares de pessoas e em todos os países, não deixando dúvida sobre a natureza inteligente delas.

Além disso, constatou-se que os fenômenos das mesas não decorriam da inteligência do médium, do interrogante ou mesmo dos assistentes.

Era evidente que as respostas às perguntas, obtidas através dos movimentos das mesas, quase sempre se achavam em oposição formal às ideias dos assistentes; fora do alcance intelectual do médium e eram dadas em línguas ignoradas por este, referindo-se a fatos desconhecidos por todas as pessoas presentes na reunião.

Exemplos disso eram incontáveis. Um deles ocorreu num navio da marinha imperial francesa, estacionado nos mares da China, onde os marinheiros e até o estado-maior se ocupavam em fazer que as mesas falassem.

Certo dia, tiveram a ideia de evocar o Espírito de um tenente que pertencera à guarnição do mesmo navio e que morrera havia dois anos.

O Espírito veio, deu várias comunicações através de pancadas, enchendo todos de espanto. Além disso, disse:
“Peço-vos instantemente que mandeis pagar ao capitão a soma de ... (indicava a cifra), que lhe devo e que lamento não ter podido restituir-lhe antes de minha morte.”

Ninguém conhecia o fato. O próprio capitão se esquecera desse débito porque era mínimo. Mas, procurando nas suas contas, encontrou uma nota da dívida do tenente, de importância exatamente idêntica à que o Espírito indicara.

Então se torna inevitável a pergunta: Do pensamento de quem podia essa indicação ser o reflexo?

O processo de obtenção de comunicações com os Espíritos através de pancadas alfabéticas dadas pelas mesas foi aperfeiçoado; mas mesmo assim esse meio continuava a ser muito moroso.

Apesar disso, algumas comunicações de certa extensão foram obtidas, contendo interessantes revelações sobre o mundo dos Espíritos.

Foram os próprios Espíritos que indicaram outros meios de aperfeiçoamento das comunicações, levando às escritas mediúnicas.

As primeiras escritas dos Espíritos foram obtidas adaptando-se um lápis ao pé de uma mesa leve, colocada sobre uma folha de papel.

Posta a mesa em movimento pela influência de um médium começou a traçar caracteres, depois palavras e frases.

Esse processo foi simplificado gradualmente pelo emprego de mesinhas do tamanho de uma mão, construídas expressamente para isso.

Em seguida, foram utilizadas cestas, caixas de papelão e até simples pranchetas.

Com isso, a escrita saía tão corrente, tão rápida e tão fácil como a feita com a mão.

Um pouco mais tarde, reconheceu-se que todos os objetos utilizados não passavam de apêndices, de verdadeiras lapiseiras, que podiam ser dispensáveis, se o médium segurasse o lápis com a sua própria mão.

Forçada a um movimento involuntário, a mão do médium escrevia sob o impulso imprimido pelo Espírito, sem qualquer interferência da vontade ou do pensamento do médium.

A partir de então, as comunicações de além-túmulo se tornaram sem limites, como o é a correspondência habitual entre os vivos.

Esses fatos levaram os observadores a reconhecer, sem qualquer dúvida, a intervenção inteligente dos Espíritos.

- - - - - - - - - -

CONSIDERAÇÕES DO AUTOR DESTE ARTIGO
Allan Kardec participou, pela primeira vez, numa reunião dos fenômenos das mesas girantes, em maio de 1855, na casa da senhora Plainemaison.

Ali, viu pessoalmente as mesas que giravam, saltavam e corriam em tais condições que não deixam lugar para qualquer dúvida sobre a realidade dos fenômenos. Assistiu ainda a alguns ensaios muito imperfeitos de escrita mediúnica, numa ardósia, com o auxílio de uma cesta.

Então, decidiu estudar a fundo os fenômenos, para identificar as suas causas verdadeiras. Assim, passou a frequentar as reuniões que eram realizadas na casa da senhora Plainemaison.

Nessas reuniões, conheceu a família Baudin que realizava também sessões regulares de comunicação com os Espíritos em seu próprio ambiente doméstico.

Pelo interesse que Allan Kardec demonstrava no estudo dos fenômenos espíritas, foi convidado para assistir as sessões que eram realizadas na casa da família Baudin. Assim, tornou-se nelas um frequentador muito assíduo.

As duas filhas do senhor Baudin, Caroline, de 16 anos de idade, e Julie, de 14 anos de idade, serviam de médiuns nas reuniões, prestando-se à produção de uma grande variedade de manifestações dos Espíritos.

Nessas sessões na casa do senhor Baudin, Allan Kardec convenceu-se da veracidade das comunicações dos Espíritos; da imortalidade da alma e da sua sobrevivência à morte do corpo material, já que os Espíritos são as almas dos homens que morreram; e que em suas comunicações inteligentes, os Espíritos podem responder às perguntas que lhes forem dirigidas, dar conselhos oportunos e revelar as suas condições de vida no mundo dos Espíritos.

Então, Allan Kardec passou a levar para as reuniões perguntas previamente elaboradas para obter dos Espíritos a solução para inúmeros problemas até então insolúveis nos campos da filosofia, da psicologia e da vida no mundo espiritual.

As perguntas complexas apresentadas por Allan Kardec eram respondidas pelos Espíritos com sabedoria, clareza, precisão, profundeza e lógica.

Então, Allan Kardec teve a idéia de reunir num livro as suas perguntas e as respostas dadas pelos Espíritos, para a instrução das pessoas em geral.

Além de frequentar as reuniões espíritas na casa do senhor Baudin, Allan Kardec passou também a ir nas reuniões sérias que eram realizadas na casa do senhor Roustan, tendo a senhorita Ruth Céline Japhet, de 18 anos de idade, como médium para as manifestações inteligentes dos Espíritos.

Nessas reuniões, Allan Kardec encontrou um campo propício para o desenvolvimento de suas pesquisas; para propor questões espinhosas aos Espíritos; e aprimorar o conteúdo do livro que tinha em mente elaborar e publicar. Nesse sentido, a extraordinária mediunidade da senhorita Japhet prestou-se de forma formidável e confiável.

Mesmo assim, Allan Kardec decidiu colher as respostas de muitos outros Espíritos para as suas questões, através de diferentes médiuns. Para isso, frequentou inúmeras reuniões espíritas, conhecendo muitos médiuns.

Entre os médiuns que se prestavam às manifestações inteligentes dos Espíritos, Allan Kardec conheceu a médium senhorita Hermance Dufaux, que possuía apenas quatorze anos de idade.

Ela havia psicografado o primeiro livro espírita escrito por um Espírito. Tratava-se do livro “História de Joana D’Arc ditada por ela mesma à senhorita Hermance Dufaux”.

Allan Kardec, na “Revista Espírita” de março de 1858, publicou um artigo informando aos leitores a existência de outro livro espírita: “Confissões de Luís XI –História de sua vida-, ditada por ele mesmo à senhorita Hermance Dufaux”. Esse livro foi escrito em apenas 15 dias, formando um grosso volume.

As obras publicadas por Allan Kardec, a partir de então, reuniram provas incontestáveis da enorme variedade e grandiosidade das manifestações inteligentes dos Espíritos, através de diferentes médiuns.

Com o passar do tempo, as manifestações inteligentes dos Espíritos foram deixando para trás as suas manifestações físicas.

Allan Kardec, a respeito disso, escreveu o seguinte na “Revista Espírita” de julho de 1867:
“Um outro sinal de progresso não menos característico é a pouco importância que, por toda a parte, os adeptos, mesmo nas classes menos esclarecidas, ligam aos fatos de manifestações extraordinárias.”
“Se efeitos desse gênero se produzem espontaneamente, constata-se-os, mas não se comovem, não os procuram e, ainda menos, tratam de os provocar.”
“Apegam-se pouco àquilo que apenas satisfaz aos olhos e à curiosidade.”
“O objetivo sério da doutrina, suas consequências morais, os recursos que ela pode oferecer para alívio do sofrimento, a felicidade de reencontrar parentes ou amigos que se perdeu, conversar com eles, escutar conselhos que vêm dar, constituem o objetivo exclusivo e preferido das reuniões espíritas.”
“Mesmo no campo e entre os artífices, um poderoso médium de efeitos físicos seria menos apreciado que um bom médium escrevente dando, por comunicações raciocinadas, a consolação e a esperança. O que se busca na doutrina é, antes de tudo, o que toca o coração.”
- - - - - - - - - -
CAPÍTULOS ANTERIORES DE “O LIVRO DOS MÉDIUNS”

As principais lições contidas nos Capítulos anteriores de “O Livro dos Médiuns” foram publicadas neste mesmo blog nas seguintes datas:
13/fevereiro/2009 = INTRODUÇÃO.
24/abril/2009 = CAP. I: EXISTEM ESPÍRITOS?
05/agosto/2009 = CAP II: O MARAVILHOSO E O SOBRENATURAL.
02/março/2010 = CAP. III: MÉTODO.
14/julho/2010 = CAP. IV: SISTEMAS.
26/abril/2011 =SEGUNDA PARTE, CAP. I: AÇÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE A MATÉRIA.
19/outubro/2011 = SEGUNDA PARTE, CAP. II: MANIFESTAÇÕES FÍSICAS E MESAS GIRANTES.