sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

"O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO": Prefácio e Introdução


“O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”: PREFÁCIO E INTRODUÇÃO

Geziel Andrade
APRESENTAÇÃO
“O Evangelho Segundo o Espiritismo” é o trabalho maravilhoso realizado por Allan Kardec em conjunto com os Espíritos Superiores. Essa obra contém a moral cristã de uma forma prática, clara, precisa e incontestável, permitindo-nos crescer em espiritualidade ao aplicá-la em todas as circunstâncias de nossa vida.

Para tanto, convido o(a) prezado(a) leitor(a) a tomar conhecimento, a partir deste artigo, das principais lições contidas em todos os Capítulos dessa obra importantíssima, podendo descobrir a grandiosidade dos ensinamentos religiosos e morais de Jesus; as forças íntimas capazes promover a reforma íntima e a melhoria das condutas nas relações sociais; os benefícios da prática das virtudes que levam à conquista da felicidade na vida terrena e no Reino dos Céus; e os meios de exemplificar a nobreza espiritual e moral, operando em prol da regeneração moral da humanidade e da transformação da Terra em um mundo melhor.

PREFÁCIO
Allan Kardec publicou, no PREFÁCIO de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, a mensagem abaixo, transmitida pelo O ESPÍRITO DE VERDADE, via mediúnica. Ela mostra a movimentação que os Espíritos do Senhor realizavam no sentido de estabelecer a Doutrina Espírita na Terra e convocar os homens para a prática do amor, que permite a conquista do reino dos céus. Ao mesmo tempo, a mensagem revelava o verdadeiro caráter do Espiritismo e o objetivo da obra:

“Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos céus, como um imenso exército que se movimenta ao receber a ordem de comando, espalham-se sobre toda a superfície da Terra. Semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar o caminho e abrir os olhos aos cegos.”

“Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas devem ser restabelecidas em seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos.”

“As grandes vozes do céu ressoam com o toque da trombeta, e os coros dos anjos se reúnem. Homens, nós vos convocamos para o divino concerto: que vossas mãos tomem a lira, que vossas vozes se unam, e, num hino sagrado, estendam-se e vibrem de uma ponta à outra do Universo.”

“Homens, irmãos amados, estamos junto de vós; amai-vos uns aos outros, e, fazendo a vontade do Pai que está no céu, dizei do fundo de vosso coração: “Senhor! Senhor!”, e assim podereis entrar no reino dos céus.” O Espírito de Verdade.
(Tradução para o português de Matheus Rodrigues de Camargo, contida na edição de 2002 da Editora EME de Capivari-SP).

PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS NA INTRODUÇÃO. OBJETIVO DA OBRA.
O ensinamento moral do Cristo continua inatacável, por ser o código divino.
Para os homens, esse ensinamento moral é uma regra de conduta que abrange todas as circunstâncias da vida; norteia as relações sociais pautadas na mais rigorosa justiça; e abre caminho para a conquista da felicidade na vida presente e na vida futura.
Nesta obra, a moral evangélica foi colocada ao alcance de todos, pela explicação das passagens obscuras; pelo desenvolvimento das conseqüências morais; e pela aplicação às diferentes situações da vida, com a ajuda dos bons Espíritos.
Como complemento a cada preceito evangélico, foram acrescentadas instruções ditadas pelos Espíritos em diversos países e pelo intermédio de diversos médiuns.
Portanto, esta obra é para o uso de todos que querem conformar a sua conduta à moral do Cristo.

AUTORIDADE DA DOUTRINA ESPÍRITA. CONTROLE UNIVERSAL DO ENSINAMENTO DOS ESPÍRITOS.
Deus encarregou os Espíritos de levarem a nova revelação de um pólo a outro, manifestando-se em toda parte, sem dar a ninguém o privilégio exclusivo de ouvir a sua palavra.
São os próprios Espíritos que fazem a propaganda da Doutrina Espírita com o auxílio de inumeráveis médiuns que surgem de todos os lados, conclamando todos os homens à fraternidade.
Como os Espíritos estão enquadrados em diferentes ordens de evolução intelectual e moral, (sendo que apenas os Espíritos da ordem mais elevada possuem a ciência, a sabedoria e a posse das virtudes), torna-se indispensável submeter ao controle da razão, do bom senso e da lógica rigorosa tudo o que vêm deles, mesmo quando há a assinatura de nome respeitável. O que não passar por esse crivo deve ser rejeitado.
Na universalidade do ensino dos Espíritos está a força do Espiritismo. A única garantia séria do ensinamento dos Espíritos está na concordância entre as revelações feitas espontaneamente através de um grande número de médiuns, estranhos uns aos outros, e de regiões diversas.
Dessa forma devem ser estabelecidos os princípios da Doutrina Espírita.
Quando um princípio novo é revelado, ele é ensinado espontaneamente em diferentes pontos, ao mesmo tempo, e de maneira idêntica, não na forma, mas ao menos pelo fundo.
Portanto, é indispensável a unanimidade nas instruções dadas pelos Espíritos em diversos lugares.
Essa unanimidade faz cair os sistemas parciais ou circunscritos, baseados em idéias, opiniões ou concepções pessoais de um Espírito.
Foi pela universalidade do ensino dos Espíritos que todo princípio do Espiritismo recebeu a sanção da concordância.
O controle universal é a garantia para a unidade do Espiritismo, por anular todas as teorias contraditórias.
O êxito da Doutrina Espírita formulada no “O Livro dos Espíritos” e no “O Livro dos Médiuns” está em que, por toda parte, todos puderam receber diretamente dos Espíritos a confirmação do que esses livros encerram.
O princípio da concordância é garantia contra as alterações que o Espiritismo possa sofrer de seitas que quiserem apoderar-se dele para proveito próprio, acomodando-o à sua vontade.
Qualquer um que tentar desviar o Espiritismo de seu objetivo providencial fracassará, porque os Espíritos, através da universalidade de seus ensinamentos, jogarão por terra toda modificação que se afaste da verdade.
Adicionalmente, as instruções dos Espíritos, dadas sobre pontos da Doutrina ainda não elucidados, devem ficar isoladas e ser aceitas com prudência e reservas, a título de informação, e como opiniões individuais que necessitam de confirmação.
Já os Espíritos superiores procedem, em suas revelações, com extrema sabedoria. Eles observam se a inteligência está apta a compreender as verdades de uma ordem mais elevada e se as circunstâncias estão propícias para a emissão de uma idéia nova.
Portanto, a força e a autoridade do Espiritismo estão na voz unânime dos Espíritos; na universalidade dos ensinamentos dos Espíritos que se comunicam por toda parte por ordem de Deus. Nisto está o caráter essencial da Doutrina Espírita.

NOTÍCIAS HISTÓRICAS
A compreensão de certas passagens contidas nos Evangelhos exige o conhecimento do significado das seguintes palavras:
SAMARITANOS: Dissidentes das dez tribos de Israel, que tinham na Samaria a capital do reino. Admitiam apenas o Pentateuco contendo a lei de Moisés. Aos olhos dos judeus ortodoxos, eram considerados heréticos e, assim, desprezados, anatematizados e perseguidos.
NAZARENOS: Judeus que faziam voto permanente ou não de manter uma pureza perfeita. Mais tarde, os judeus deram esse nome aos primeiros cristãos, por alusão a Jesus de Nazaré.
PUBLICANOS: Cobradores de taxas, impostos e rendas no império romano. Os judeus dificilmente aceitavam os impostos da dominação romana. Revoltavam-se contra e tinham desprezo pelos encarregados de cobrá-los.
FARISEUS: Tomavam parte ativa nas controvérsias religiosas e pretendiam ter o monopólio da verdade. Prendiam-se às práticas exteriores, ao culto e às cerimônias. Adoravam fazer proselitismo e eram inimigos dos inovadores. Tinham só a aparência e a ostentação da virtude. Exerciam grande influência sobre o povo. Jesus, ao desmascarar a hipocrisia deles, foi considerado inimigo. Então, aliaram-se aos príncipes dos sacerdotes para amotinar o povo contra Jesus e matá-lo.
ESCRIBAS: Doutores que ensinavam a lei de Moisés e a interpretavam para o povo. Eram aliados dos fariseus, aceitando os seus princípios e sua antipatia contra os inovadores.
SINAGOGA: Edifício onde os judeus se juntavam aos sábados para fazer preces públicas, sob a direção de anciões, escribas ou doutores da lei. Ali eram lidos e comentados também livros sagrados.
SADUCEUS: Não acreditavam na imortalidade da alma, na ressurreição, nem na existência dos bons ou maus anjos. Acreditavam apenas em Deus e em suas recompensas terrenas. Atinham-se aos textos da antiga lei. Valorizavam as boas obras e faziam oposição dos fariseus.
ESSÊNIOS OU ESSEUS: Ensinavam o amor a Deus e ao próximo, a imortalidade da alma e acreditavam na ressurreição. Viviam em celibato, condenavam a servidão e a guerra, usavam comunitariamente seus bens e dedicavam-se à agricultura. Faziam oposição ao modo de vida dos saduceus e dos fariseus.
TERAPEUTAS: Tinham grande relação com os essênios, professando os mesmos princípios. Entregavam-se à prática das virtudes.

SÓCRATES E PLATÃO, PRECURSORES DA IDÉIA CRISTÃ E DO ESPIRITISMO.
A idéia cristã foi pressentida vários séculos antes de Jesus e dos essênios. Sócrates e Platão foram os principais precursores.
Assim como a Doutrina de Jesus é conhecida pelos escritos de seus discípulos, a Doutrina de Sócrates é conhecida pelos escritos de seu discípulo Platão. Porém, existe concordância nos princípios dessas Doutrinas, embora a de Jesus seja mais completa e depurada que a de Sócrates. Além disso, nessas Doutrinas podem ser também encontrados os fundamentos do Espiritismo.

RESUMO DA DOUTRINA DE SÓCRATES E PLATÃO
1. O homem é uma alma encarnada. Ela existia antes de sua encarnação. Trata-se do princípio inteligente independente do princípio material ou da doutrina da preexistência da alma.
2. Quando a alma contempla a sua própria essência, ela se transporta para o que é puro, eterno, imortal e o seu estado é o que se chama sabedoria. A verdadeira sabedoria vê as coisas do ponto de vista espiritual, com os olhos do espírito.
3. O corpo material obscurece as faculdades da alma e cria as ilusões sobre as coisas materiais. A expansão dessas faculdades e o conhecimento da essência das coisas ocorrem após a morte do corpo material.
4. A alma impura permanece errante e presa no meio terreno, sofrendo penas até que os apetites inerentes à sua forma material tragam-na de volta a um corpo material. Isso não ocorre com as almas dos bons. Trata-se, claramente, do princípio da reencarnação e do estado das almas no pós morte. O Espiritismo diz que a alma que tomou boas resoluções na erraticidade e adquiriu conhecimentos, traz menos defeitos ao renascer, mais virtudes e mais idéias intuitivas, em função do progresso intelectual e moral.
5. Após a nossa morte, o nosso anjo guardião nos acolhe e conduz a um julgamento. Depois de um tempo necessário, as almas são trazidas de volta para a vida material. Trata-se da doutrina dos anjos guardiões ou Espíritos protetores e das reencarnações sucessivas após intervalos mais ou menos longos na erraticidade.
6. Os Espíritos maus preenchem o intervalo que separa o céu da Terra. A divindade não entra em comunicação direta com o homem. Os Espíritos se relacionam e conversam com o homem, seja durante a vigília, seja durante o sono. O Espiritismo diz que os Espíritos povoam o espaço; que os Espíritos puros são intermediários e encarregados por Deus de transmitir Suas vontades; que os Espíritos se comunicam com os homens durante a vigília e durante o sono.
7. A preocupação constante do filósofo deve ser cuidar da alma que está nesta vida por só um instante, tendo em vista a eternidade. Tanto o Cristianismo, como o Espiritismo ensinam a mesma coisa.
8. A alma invisível e imaterial transporta-se, após esta vida, para um mundo igualmente invisível e imaterial. Mas, é importante distinguir bem a alma pura que se nutre de ciência e de pensamentos, da alma mais ou menos maculada de impurezas materiais que a impedem de se elevar ao divino, retendo-a nos lugares de sua passagem pela Terra. Trata-se da compreensão dos diferentes graus de desmaterialização da alma e da situação que desfrutam em função da maior ou menor pureza. É o que o Espiritismo prova através de numerosos exemplos.
9. O homem que ornou a sua alma com boas obras poderá esperar tranquilamente a hora de sua partida para o outro mundo. O homem que se despojou de seus vícios e se enriqueceu de virtudes pode só esperar, tranquilamente, o despertar na outra vida. O Espiritismo mostra, com exemplos, o quanto é penosa para o mau a sua passagem e entrada na vida futura.
10. A alma despojada do corpo material traz evidentes os traços de seu caráter e de suas afeições, bem como as marcas de cada um dos seus atos. Assim, a maior infelicidade que pode ocorrer ao homem é ir ao outro mundo com uma alma carregada de crimes. Portanto, mais vale receber do que fazer uma injustiça; não só parecer um homem de bem, mas sê-lo. Já a alma não depurada conserva as idéias, as tendências, o caráter e as paixões que tinha na Terra.
11. Se a morte é apenas uma mudança de morada, a passagem para um lugar onde os mortos devem se reunir, que felicidade de aí reencontrar aqueles que se conheceu! Poder examinar de perto os habitantes dessa morada e aí distinguir os que são sábios dos que crêem sê-lo, mas não o são. Trata-se do reencontro com os conhecidos após a morte. O Espiritismo mostra-nos que eles continuam as relações que tiveram.
12. Não devolver injustiça com injustiça. Não fazer mal a ninguém em revide a algum mal recebido. Trata-se do princípio da caridade: não devolver o mal com o mal e perdoar os inimigos.
13. É pelos frutos que se reconhece a árvore. Qualificar cada ação segundo o que ela produz de bom ou de mal. Esta máxima também está contida no Evangelho.
14. A riqueza é perigosa porque quem ama a riqueza não ama nem a si mesmo nem ao que é seu.
15. As preces que agradam a Divindade são as da alma virtuosa que se esforça por se assemelhar a ela. Só os verdadeiramente justos e sábios, por suas palavras e por seus atos, ficam quites com o que devem aos deuses e aos homens.
16. O homem vicioso é o que ama mais o corpo do que a alma. O amor está em toda parte nos convidando a exercer a nossa inteligência. O amor deve unir os homens pelo laço fraterno.
17. A virtude vem por um dom de Deus àqueles que a possuem. O Espiritismo diz que aquele que possui a virtude a adquiriu por seus esforços nas existências sucessivas, despojando-se pouco a pouco de suas imperfeições. A graça é a força com a qual Deus favorece todo homem de boa vontade para se despojar do mal e fazer o bem.
18. Percebemos muito menos nossos defeitos do que os alheios. Trata-se do que consta no Evangelho: “Vedes a palha no olho de vosso vizinho, mas não vedes a trave que está no vosso”.
19. Os médicos fracassam na maior parte das doenças porque tratam o corpo sem a alma. O todo não estando em bom estado, é impossível que a parte esteja bem. O Espiritismo prova a existência de uma reação incessante entre a alma e o corpo, abrindo novo caminho à ciência. Ele mostra a verdadeira causa de certas afecções, dando-lhe os meios de combatê-las. Quando a ciência levar em conta o elemento espiritual, fracassará menos.
20. Os homens, desde a infância, fazem muito mais o mal do que o bem. O Espiritismo mostra que a questão da predominância do mal na Terra fica sem solução sem o conhecimento da pluralidade dos mundos e da destinação da Terra, habitada por pequena fração da humanidade.
21. Há sabedoria em não pensares que sabe o que não sabes; em não criticar aquilo que não é conhecido; em procurar a instrução e a verdade. As grandes verdades novas levantam contra si os interesses e os preconceitos que ferem.
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QUATRO LIÇÕES INESQUECÍVEIS:
1. Submeter ao controle da razão, do bom senso e da lógica rigorosa tudo o que os Espíritos disserem ou escreverem através dos médiuns.
2. Observar rigorosamente o princípio da universalidade do ensino dos Espíritos: a única garantia séria do ensinamento dos Espíritos está na concordância entre as revelações feitas espontaneamente através de um grande número de médiuns, estranhos uns aos outros, e de regiões diversas.
3. Rejeitar ou jamais aceitar idéias, opiniões ou concepções pessoais de um Espírito, ditadas através de um único médium.
4. Deixar isoladas e aceitar com prudência, reservas e a título de informação, as instruções dos Espíritos dadas acerca de pontos da Doutrina ainda não elucidados. Tê-las apenas como opiniões individuais que necessitam de confirmação.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

"O LIVRO DOS MÉDIUNS": INTRODUÇÃO


“O LIVRO DOS MÉDIUNS”: Principais lições contidas na “INTRODUÇÃO”
Geziel Andrade

APRESENTAÇÃO
“O Livro dos Médiuns” foi publicado por Allan Kardec no ano de 1861, em substituição ao livreto “Instruções Práticas Sobre as Manifestações Espíritas”, lançado em 1858.

O codificador do Espiritismo considerou esse livro a continuação de sua primeira obra espírita: “O Livro dos Espíritos”.

No “O Livro dos Médiuns”, Allan Kardec reuniu conhecimentos e experiências abrangentes sobre as manifestações inteligentes dos Espíritos, a mediunidade, os médiuns e as várias formas de comunicação dos Espíritos, elaborando um livro insuperável em seu gênero.

Além disso, Allan Kardec ressaltou os aspectos morais envolvidos nesse intercâmbio entre os dois planos da vida, que exige seriedade, respeito, bom senso e responsabilidade.

A partir deste artigo, este Blog publicará as principais lições contidas em todos os Capítulos de “O Livro dos Médiuns”, permitindo uma fácil compreensão dos aspectos que envolvem a comunicação séria, segura, proveitosa e instrutiva com os Espíritos.

PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS NA “INTRODUÇÃO”
A ignorância dos princípios do Espiritismo leva a muitas dificuldades e desilusões na prática da comunicação com os Espíritos. Por isso, antes de tudo, aquele que pretenda se ocupar com a parte prática da Doutrina Espírita precisa conhecer profundamente os princípios da Doutrina Espírita.

Embora o médium já traga em si mesmo os germes das qualidades necessárias à comunicação com os Espíritos, elas se apresentam em graus diversos e o seu desenvolvimento depende de fatores alheios à sua vontade.

Então, o médium precisa encontrar os meios para desenvolver a sua mediunidade, segundo as suas possibilidades, e dar a ela um emprego proveitoso.

Por outro lado, inúmeras pessoas que se dedicam às manifestações espíritas precisam de orientação para fazer as suas observações com segurança, vencer as dificuldades que se apresentam e estabelecer a comunicação séria com os Espíritos, de forma a obter boas comunicações.

Por isso, o estudo atencioso deste livro, tanto por parte do médium, quanto do estudioso dos fenômenos espíritas, propiciará mais facilidade na compreensão das manifestações e comunicações dos Espíritos.

A prática do Espiritismo é difícil, porque apresenta escolhos que somente um estudo sério e completo pode evitar erros. A pessoa estouvada que pretenda brincar de se comunicar ou de conversar com os Espíritos demonstra leviandade, falta de conhecimento de causa e falsa idéia sobre o mundo espiritual.

O Espiritismo tem um objetivo sério e grave; e a compreensão de seus princípios e de sua finalidade exige um estudo consciencioso.

O Espiritismo, além da sua parte prática, tem um aspecto filosófico que decorre das observações dos fenômenos espíritas e que tem despertado a atenção de muitas pessoas esclarecidas.

“O Livro dos Médiuns” trata da parte prática do Espiritismo. Ele se destina aos que desejam ocupar-se com as manifestações dos Espíritos, seja pessoalmente, seja pela observação de experiências alheias, sem cair nos escolhos.

A leitura prévia de “O Livro dos Espíritos”, contendo os princípios fundamentais do Espiritismo, torna mais fácil a compreensão de algumas partes de “O Livro dos Médiuns”.

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LIÇÕES A RETER:
· Todo médium traz em si mesmo a faculdade mediúnica e os germes das qualidades necessárias ao seu desenvolvimento e ao seu exercício.
· O desenvolvimento da mediunidade não depende apenas da vontade de quem quer ser médium. Ela depende principalmente da atuação dos Espíritos.
· O desenvolvimento da mediunidade depende ainda das possibilidades de cada um em servir de intermediário para as manifestações e as comunicações dos Espíritos.
· “O Livro dos Médiuns” é o guia seguro para quem quer fazer o desenvolvimento correto da mediunidade e dar um emprego proveitoso à sua faculdade mediúnica.
· “O Livro dos Médiuns” não orienta apenas os médiuns. Ele orienta também os estudiosos dos fenômenos espíritas e das manifestações e comunicações dos Espíritos: apontando-lhes as dificuldades; ensinando-lhes as maneiras corretas de se comunicarem com os Espíritos e de obterem boas comunicações; transmitindo-lhes experiências úteis que elucidam os fatos espíritas; orientando-lhes na avaliação da linguagem usada pelos Espíritos; prevenindo-lhes de cair em erros e decepções; e permitindo-lhes realizar experiências proveitosas, com conhecimento de causa, propiciando o desenvolvimento do aspecto filosófico do Espiritismo.
· O estudo de “O Livro dos Médiuns” torna-se mais proveitoso para quem já conhece os princípios do Espiritismo, contidos em “O Livro dos Espíritos”.