terça-feira, 7 de julho de 2009

"O LIVRO DOS ESPÍRITOS": DEUS


PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS EM “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”: LIVRO PRIMEIRO: AS CAUSAS PRIMÁRIAS. CAPÍTULO I: DEUS

Geziel Andrade

1- DEUS E O INFINITO

Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Deus é infinito em suas perfeições.

2- PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS

A prova da existência de Deus pode ser encontrada num axioma aplicado às ciências: “não há efeito sem causa”.

Basta procurar a causa de tudo o que não é obra do homem para que a razão responda quem é o autor das obras da Criação.

O universo existe. Tem, portanto, uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa; é admitir que o nada pode fazer alguma coisa grandiosa como o universo.

Os homens trazem em si um sentimento inato e intuitivo da existência de Deus. Trata-se de uma noção natural do princípio que diz que não há efeito sem causa.

Essa noção não é o efeito da educação, nem o produto das idéias adquiridas. É um senso, um sentimento universal encontrado inclusive nos povos selvagens.

Admitir que a matéria criou a si mesma e por si as coisas existentes no universo é negar que existe uma causa para a existência da matéria ou tomar o efeito pela causa.

As propriedades da matéria são em si mesmas um efeito. Elas necessariamente devem ter uma causa. Além disso, nenhum homem de bom senso pode considerar que o acaso, que é cego, ou o nada, que nada produz, seja um ser inteligente.

A harmonia que regula as forças do universo revela combinações e fins determinados. Por isso mesmo, mostra a existência de um poder inteligente.

Além disso, a existência de Deus, como causa primária, inteligência suprema ou superior a todas as outras, pode ainda ser identificada no provérbio que diz: “pela obra se conhece o autor”. Assim, basta ver a obra da Criação para identificar o seu autor.

Somente o homem orgulhoso, que vive na incredulidade e se considera um espírito forte, não admite a existência de Deus. Mas, o poder da inteligência de Deus se revela através de Suas obras. As coisas existentes na Natureza atestam que a causa primária está numa inteligência superior à da humanidade.

Na realidade, a própria inteligência humana decorre de uma causa primária, de uma inteligência superior, que é a causa primária de todas as coisas.

3- ATRIBUTOS DA DIVINDADE

O homem só compreenderá a natureza íntima de Deus e o mistério da Divindade quando seu espírito não estiver mais obscurecido pela matéria. Somente quando seu espírito tiver atingido a perfeição espiritual, poderá ver e compreender a Deus.

Mas, no estágio atual de progresso, o homem, pelas Obras de Deus, pode deduzir os Seus atributos.

Para se ter uma idéia completa desses atributos, pode-se dizer que Deus:
· É eterno, pois não teve começo e nem terá fim.
· É imutável, dada a estabilidade existente nas Leis do Universo.
· É imaterial, porque não está sujeito às transformações da matéria.
· É único, dada a unidade na organização da Obra da Criação.
· É Todo-Poderoso, pela grandiosidade das coisas que criou.
· E é soberanamente justo e bom, porque as Leis divinas refletem uma justiça e uma bondade inigualáveis.

Basta o homem apelar à razão para compreender que Deus possui todas as perfeições num grau supremo. E por estar acima de todas as coisas, não está sujeito às vicissitudes e nem às imperfeições.

4- PANTEÍSMO

Deus não é a resultante de todas as inteligências do Universo reunidas.

Se assim fosse, Deus não existiria, pois seria o efeito. E Ele não pode ser, ao mesmo tempo, causa e efeito.

A doutrina panteísta admite que tudo o que existe no Universo faz parte de Deus; que o conjunto das coisas existentes no Universo constitui a própria Divindade. Isso fere o bom senso e a razão.

Dessa forma, a doutrina panteísta torna Deus um ser material, embora dotado de inteligência.

Se Deus fosse material, estaria em constante transformação; não teria estabilidade; e seria sujeito às vicissitudes.

Dessa forma, faltaria a Deus um dos atributos essenciais da Divindade: a imutabilidade.

Portanto, as propriedades da matéria não podem ser ligadas à natureza íntima de Deus.

Assim, o panteísmo está em contradição com os atributos de Deus. Ele confunde o criador com a criatura.

A inteligência suprema de Deus se revela em suas Obras. Estas decorrem da inteligência de Deus e não são o próprio Deus.

LEITURA COMPLEMENTAR: LIÇÕES SOBRE DEUS, CONTIDAS NOS LIVROS “A GÊNESE” E “OBRAS PÓSTUMAS” DE ALLAN KARDEC:
· Podemos julgar uma causa pelos seus efeitos, mesmo que não vejamos essa causa.
· Nem sempre precisamos ver uma causa para saber que ela existe.
· Observando os efeitos, podemos chegar ao conhecimento da causa.
· Todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente.
· Olhando a Natureza e observando a previdência, a sabedoria e a harmonia que presidem a todas as coisas, reconhecemos que elas são o produto de uma inteligência superior à humana; que esses efeitos têm uma causa; e que essas obras não constituem a própria Divindade.
· Deus não se mostra aos homens, mas revela-se pelas suas obras inteligentes.
· Assim, a evidência da existência de Deus está nas coisas materiais que foram criadas por Deus.
· A compreensão de Deus só será obtida com a completa depuração do Espírito.
· Deus está em toda parte, tudo vê, tudo preside, e estende a Sua providência e a Sua solicitude para todas as Suas criaturas.
· Os homens têm dificuldades para compreender os atributos de Deus, porque são restritos, limitados e circunscritos e fazem de Deus essa mesma imagem.
· Somente com a visão espiritual, podem ser vistos os Espíritos e as coisas do mundo imaterial. Assim, somente com a visão da alma, pode-se ter a percepção de Deus.
· Pelas comunicações dos Espíritos, através dos médiuns, aprendemos que a visão de Deus é privilégio das almas purificadas, que já atingiram a perfeição espiritual.
· Deus, sendo a essência divina por excelência, não pode ser visto em todo o seu esplendor, senão pelos Espíritos que já alcançaram o mais elevado grau de desmaterialização do perispírito (envoltório perispiritual ou corpo espiritual). Esse envoltório se espiritualiza à medida que a alma se eleva em moralidade.
· Deus é infinito em todas as suas perfeições. Se fosse imperfeito em qualquer um de Seus atributos, poderíamos supor a existência de um ser mais perfeito, e este ser seria então Deus.