terça-feira, 1 de dezembro de 2009

ESPÍRITO VERDADEIRO DO NATAL


ESPÍRITO VERDADEIRO DO NATAL

Geziel Andrade

“O Anjo Gabriel, enviado por Deus, apareceu a Maria e lhe disse: Deus te salve, Maria, cheia de graça. O Senhor é contigo. Bendita és Tu entre as mulheres. Porque achaste graça diante de Deus. Conceberás em teu seio e darás à luz um Filho, e o chamarás com o nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo.” (Lucas, Cap. I, Anunciação).

Muitos homens materializaram demais o Natal de Jesus. Tornaram-no motivo exclusivo para decorações, enfeites e luzes extravagantes; para festas gastronômicas e comemorações suntuosas que ostentam fartura material; para a exaltação do papai Noel e a troca de presentes geralmente desnecessários. Assim, amorteceram e deixaram de lado o espírito verdadeiro do Natal, pautado na observância dos ensinos morais, religiosos e espirituais de Jesus.

Esse Natal materialista acalenta ilusões de curtíssima duração. Por outro lado, o Natal espiritual exalta a prática dos ensinos daquele que, com sua sabedoria, nobreza moral e elevação espiritual, nasceu humildemente num estábulo, tendo sido enfaixado e deitado numa manjedoura simples, cercada de animais; que trouxe à Humanidade, por ordem de Deus, os tesouros imperecíveis do amor, da caridade, do perdão, da justiça, da fé e da oração, com os quais os homens vivem melhor todos os dias do ano.

O resultado duradouro do Natal espiritual é a confiança em Deus; a vivência digna dos exemplos de Jesus no cotidiano; o trabalho honesto e responsável, que gera o progresso material e espiritual; a convivência harmoniosa e o relacionamento fraterno com todos; a prática das virtudes perante as provas da vida; a paz na consciência e no coração pela manutenção das atitudes elevadas; a fé na sobrevivência da alma no Reino dos Céus após a morte do corpo material; e a certeza de que a Justiça de Deus garante para as almas boas e justas as bem-aventuranças na vida espiritual.

Jesus não valorizou os bens materiais, por serem transitórios e por não acompanharem a alma em seu retorno à vida verdadeira. Colocou o amor a Deus e aos semelhantes acima de todas as coisas; valorizou a humildade que fortalece o espírito de fraternidade e solidariedade; viveu entre os pescadores, o povo simples e as pessoas pobres, revelando ausência de preconceitos; fortaleceu a esperança e a fé numa vida melhor no Reino dos céus para os que cumprem as Leis de Deus; dialogou com as mulheres sem qualquer discriminação vigente na época; serviu aos mais necessitados distribuindo bênçãos, curas e orientações espirituais, sem nada cobrar por isso; expulsou os demônios restabelecendo a normalidade na vida dos endemoninhados, sem impor condições; trabalhou sem cessar na difusão das verdades espirituais, ensinando e exemplificando a prática das atitudes elevadas e das boas ações; ensinou os princípios verdadeiros de justiça que são: “fazer aos outros, o que queremos que os outros nos façam”, “a cada um será dado segundo as próprias obras” e “dar a César o que é César e a Deus o que é de Deus”; morreu humildemente sem obter o reconhecimento daqueles que haviam se escravizado aos poderes transitórios.

Por isso, Allan Kardec, na Questão 625 de “O Livro dos Espíritos”, registrou: “Jesus é para o homem o tipo de perfeição moral a que pode aspirar a Humanidade na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ele ensinou é a mais pura expressão de sua Lei, porque ele estava animado do espírito divino e foi o ser mais puro que apareceu na Terra”.

Desse modo, devemos nos prender ao verdadeiro espírito do Natal; devemos refletir sobre a vinda, os feitos e a missão de Jesus; divulgar e praticar com bom senso as lições religiosas, morais e espirituais ensinadas e exemplificadas por Ele. Dessa forma, teremos, de modo duradouro, as bênçãos valiosas que beneficiam para sempre a nós mesmos e os semelhantes, e que realmente elevam a qualidade de vida na Humanidade, garantindo o progresso com a paz.

Certamente, em função desse verdadeiro espírito do Natal, que o Espírito Emmanuel, através da psicografia de Chico Xavier, redigiu a seguinte PRECE DE NATAL:

“Senhor Jesus!
Conhecemos os Teus ensinamentos.
Auxilia-nos a cumpri-los.

Senhor Jesus!
Guardamos as Tuas palavras.
Ampara-nos, a fim de que venhamos a traduzi-las em trabalho, no serviço aos nossos semelhantes.

Senhor Jesus!
Legaste-nos o amor uns aos outros, por legenda da própria felicidade.
Guia-nos à prática dessa lição bendita, de maneira a que o nosso dia-a-dia se faça caminho de fraternidade e luz.

Que assim seja.
-- -- -- -- -- -- --
Prezados amigos e leitores deste Blog.

DESEJO A TODOS UM BOM NATAL E QUE O ANO NOVO SEJA REPLETO DE PROSPERIDADE.
Com estima e votos de felicidades, Geziel.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

OS PODERES DA ORAÇÃO


OS PODERES DA ORAÇÃO

Geziel Andrade

No Evangelho de Jesus encontramos seus exemplos de dedicação à prece, bem como suas lições que dignificam esse ato: “Tomou Jesus consigo a Pedro, a Tiago e a João, e subiu a um monte para orar. E enquanto orava, pareceu todo outro o seu rosto, e fez-se o seu vestido alvo e brilhante. E eis que falavam com ele dois varões: Moisés e Elias, que apareceram cheios de majestade”. (...) “E aconteceu que estando a orar em certo lugar, quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, assim como também João ensinou aos seus discípulos”. (Lucas, Caps. 9 e 11).

Pelo Espiritismo, sabemos que podemos orar a Deus, a Jesus ou aos Espíritos para glorificar, pedir algo, transmitir uma mensagem pessoal ou para agradecer dádivas recebidas.

Podemos orar em benefício de nós mesmos ou de nossos semelhantes, amigos ou inimigos, encarnados ou desencarnados.

Pela prece, podemos ainda revelar a Deus nossas imperfeições e rogar amparo para as nossas necessidades e para o nosso progresso material e espiritual.

O fluido universal, ao formar uma corrente fluídica, serve de meio de transmissão do pensamento e da vontade decorrentes de uma prece.

As orações dirigidas a Deus, também as escutam os Espíritos incumbidos da execução da Vontade Divina. Assim, eles podem nos ajudar, influenciar e responder aos nossos pedidos.

O poder da prece está no pensamento e nos sentimentos de fé, confiança, fervor e sinceridade do ser que ora, e não em atos exteriores.

As consequências naturais de nossos sentimentos, pensamentos e atos nefastos não são evitadas com uma simples prece de arrependimento. Os sofrimentos, a expiação e as provações são necessárias para adquirirmos experiências e progresso. O reequilíbrio final só será atingido quando novas atitudes nas sendas do amor, do bem e das virtudes forem realizadas.

Mas, orando, quando em erro, obtemos, de imediato, de Deus e dos bons Espíritos que escutam nossas preces, coragem, paciência, resignação, força moral, recursos salutares e a inspiração de idéias e ações nobres. Estas nos levam a vencer as dificuldades, e nos dão o direito e os méritos ao retorno à saúde, à felicidade e ao bem-estar.

NOVAS REVELAÇÕES DOS ESPÍRITOS SOBRE A ORAÇÃO

Alguns Espíritos, através de diferentes médiuns, têm-nos revelado importantes informações complementares sobre a oração. A seguir, elas estão relacionadas, com transcrição de pequenos trechos de livros, para maior clareza e melhor compreensão delas:

SEMPRE HÁ RESPOSTAS ÀS PRECES: “Não há prece sem resposta. E a oração, filha do amor, não é apenas súplica. É comunhão entre o Criador e a criatura, constituindo, assim, o mais poderoso influxo magnético que conhecemos.” (André Luiz e Xavier, F. C., “Os Mensageiros”, FEB, 24ª. Edição, pág. 136.)

A PRECE TRANSMITE AS IMAGENS DO DESEJO E DO PENSAMENTO: “A prece impulsiona as recônditas energias do coração, libertando-as com as imagens de nosso desejo, por intermédio da força viva e plasticizante do pensamento, imagens essas que, ascendendo às Esferas Superiores, tocam as inteligências visíveis ou invisíveis que nos rodeiam, pelas quais comumente recebemos as respostas do Plano Divino, porquanto o Pai Todo-Bondoso se manifesta igualmente pelos filhos que se fazem bons.” (Emmanuel e Xavier, F. C., “Pensamento e Vida”, FEB, 9ª.edição, pág. 121.)

A PRECE MOBILIZA EXÉRCITOS DE TRABALHADORES DO PAI: “A oração, elevando o nível mental da criatura confiante e crente no Divino Poder, favorece o intercâmbio entre as duas esferas e facilita nossa tarefa de auxílio fraternal. Imensos exércitos de trabalhadores desencarnados se movimentam em toda parte, em nome de nosso Pai.” (André Luiz e Xavier, F. C., “Missionários da Luz”, FEB, 22ª. Edição, pág. 333.)

AS ORAÇÕES SÃO TRATADAS POR ESPÍRITOS NOMEADOS PARA ESSE FIM: “Deveis saber que há aqui, nomeados para a prece, guardas cujo dever é analisar e escolher as oferecidas pelos habitantes da Terra, separá-las em classes e grupos, e passá-las adiante para serem examinadas por outros e atendidas de acordo com o seu merecimento e força. (...) há também preces que se nos apresentam sob tão profundo aspecto, que ficam fora do alcance dos nossos estudos e conhecimentos. Estas, nós as passamos para os de gradação mais elevada, para que as tratem, em vista do seu maior saber.” (OWEN, Rev. G. Vale, “A Vida Além do Véu”, FEB, 5ª. Edição, pág. 179.) “Petições semelhantes a esta elevam-se a planos superiores e aí são acolhidas pelos emissários da Virgem de Nazaret, a fim de serem examinadas e atendidas, conforme o critério da verdadeira sabedoria.” (André Luiz e Xavier, F. C., “Ação e Reação”, FEB, 14ª. Edição, pág. 158.)

OS TIPOS DE PRECES SÃO CONSIDERADOS PARA SE DEFINIR OS SOCORROS NECESSÁRIOS: “Nossa especialidade é examinar as preces dos seres terrenos, acudindo às casas de oração ou a qualquer lugar onde há um Espírito que pede e que sofre. As rogativas de cada um, então, são anotadas e examinadas por nós, procurando estabelecer a natureza da prece, os seus méritos e deméritos, sua elevação ou inferioridade para podermos determinar os socorros necessários. Até as orações das crianças são tomadas em consideração: qualquer pedido, qualquer súplica, tem a sua anotação particular. Há orações sublimes que se elevam da Terra até o nosso distrito, tão puras elas são, todavia, que atravessam as nossas regiões como jatos de luz, buscando esferas mais altas e mais elevadas que a nossa. Existem, igualmente, as imprecações mais negras e mais dolorosas. Todas, contudo, merecem o nosso particular carinho e acurada atenção.” (Deus, Maria João de e Xavier, Francisco C., “Cartas de uma Morta”, LAKE, 10ª. Edição, pág. 109.)

A PRECE AJUDA NA CURA, RENOVAÇÃO E ILUMINAÇÃO: “(...) os raios divinos, expedidos pela oração santificadora, convertem-se em fatores adiantados de cooperação eficiente e definitiva na cura do corpo, na renovação da alma e iluminação da consciência.” (“Missionários da Luz”, página 67.)

A PRECE É FATOR DE IMUNIZAÇÃO ESPIRITUAL: “A esposa de Nemésio mantinha o hábito da oração. Imunizava-se espiritualmente por si. Repelia, sem esforço, quaisquer formas-pensamentos de sentido aviltante que lhe fossem arremessadas.” (André Luiz; Xavier, F. C. e Vieira, W., “Sexo e Destino”, FEB, 15ª. Edição, pág. 55.)

É INDISPENSÁVEL A PRÁTICA METÓDICA DA ORAÇÃO NO LAR: “Toda vez que se ora num lar, prepara-se a melhoria do ambiente doméstico. Cada prece do coração constitui emissão eletromagnética de relativo poder. Por isso mesmo, o culto familiar do Evangelho não é tão-só um curso de iluminação interior, mas também processo avançado de defesa exterior, pelas claridades espirituais que acende em torno. O homem que ora traz consigo inalienável couraça. O lar que cultiva a prece transforma-se em fortaleza, compreenderam?” (“Os Mensageiros”, FEB, 24ª. Edição, página 197.)

CONCLUSÕES

Pelos ensinamentos do Espiritismo acerca da oração, podemos ter certeza de que:

As nossas preces são sempre ouvidas e atendidas de acordo com os méritos e benefícios necessários.

Quando pedimos pela nossa melhoria íntima e crescimento espiritual uma torrente de graças, de consolações e de orientações se derrama sobre nós, pela aproximação mental com os benfeitores que orientam nossos passos.

Nos casos de erros por orgulho, egoísmo, vaidade e por falta de amor, caridade e perdão, devemos pedir ao Pai forças para não falir de novo e coragem para a reparação das faltas, que vão garantir-nos consciência tranqüila e o fim do remorso e das idéias de culpa.

A vontade, o pensamento e o sentimento são tudo na oração.

Os Espíritos, a nós vinculados por laços de afinidades, apreciam as nossas preces a eles dirigidas por se sentirem ainda lembrados e queridos.

Na hora da irritação, incerteza, descontrole emocional, dor, desespero, provações, depressão, angústia ou enfermidade, devemos nos recolher em silêncio e nos entregar à oração, rogando auxílio a Deus e a Jesus: a ajuda virá, a paciência despontará, a crise logo passará e a normalidade retornará dando segurança às decisões que nos vão garantir bem-estar e reequilíbrio duradouro.

Muitos sofrimentos e problemas morais, físicos e de saúde decorrem de faltas cometidas em vidas passadas que temos de resgatar através de provas necessárias ao nosso progresso pessoal. Como essas situações difíceis são oportunidades úteis e indispensáveis à construção de nossa felicidade futura, não podem ser afastadas ante o nosso pedido, através da prece. Mas, nunca faltará ajuda espiritual para facilitar-nos a superação delas.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA.
KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Caps. XXVII e XXVIII. “O Livro dos Espíritos”, Parte Terceira, Cap. II. Da Lei de Adoração. A prece.
DENIS, Léon. “Depois da Morte”, Parte Quinta, A Prece. Edição FEB.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

DUAS ASAS DA EDUCAÇÃO ESPÍRITA


DUAS ASAS DA EDUCAÇÃO ESPÍRITA

Geziel Andrade

Certa vez, um discípulo chegou na presença de seu Mestre e lhe perguntou:

-Mestre, o que devo fazer para que a minha alma alcance a presença de Deus, tão logo haja a morte do meu corpo material?

O Mestre, de imediato, respondeu-lhe:

-Você precisa adquirir duas asas. Serão elas que conduzirão naturalmente a sua alma à presença de Deus. A primeira asa é a da SABEDORIA. E a segunda asa é a do AMOR.

E ante à surpresa do discípulo, o Mestre continuou:

-Se você conquistar apenas uma dessas duas asas, a sua alma não conseguirá alçar o vôo que pretende realizar.

Como o discípulo permanecesse com um olhar indignado, o Mestre continuou:

-Para você adquirir a asa do amor, você precisa colocar a bondade e a fraternidade no seu coração e passar a prestar serviço útil e desinteressado aos semelhantes. Para você conquistar a asa da sabedoria, você precisa da auto-educação, da acumulação de experiências e da busca de conhecimentos elevados. Somente assim, durante a sua vida material, a sua inteligência será bem empregada; e o seu saber será aplicado com bons sentimentos e nobreza moral. Então, o Todo-poderoso terá grande satisfação em receber a sua alma, quando ela deixar a vida terrena.

O discípulo, surpreendido com o que ouvira, afastou-se de cabeça baixa, revelando claramente que estava consciente de que tinha grande desafio a vencer.

A COERÊNCIA DESSA HISTÓRIA

Os ensinamentos espíritas, a seguir apresentados, confirmam a importância de obtermos, através da educação, as asas da sabedoria e do amor. Então, a nossa alma conseguirá atingir a Espiritualidade Superior, após a morte do seu envoltório material.

Allan Kardec, nas Questões 111 a 113 de “O Livro dos Espíritos”, nos ensina que: “Os Espíritos superiores reúnem a ciência, a sabedoria e a bondade. E os Espíritos Puros, que já atingiram a superioridade intelectual e moral absoluta, desfrutam da vida eterna no seio de Deus, de quem são os mensageiros e ministros”.

O Espírito Emmanuel, no Capítulo 36 do livro “Pão Nosso”, de psicografia de Chico Xavier, nos ensina que: “As portas do Céu permanecem abertas. Nunca foram cerradas. Todavia, para que o homem se eleve até lá, precisa asas de amor e sabedoria”.

O Espírito Corrêa de Lacerda, no livro “Recordações em Leopoldina”, psicografado por Chico Xavier, nos diz que: “A sabedoria e o amor são as duas asas da alma para o vôo supremo às esferas supremas da Divindade”.

O Espírito Meimei, no Capítulo 30 do livro “Instruções Psicofônicas”, recebido por Chico Xavier, nos recomenda: “Cultivemos o cérebro sem olvidar o coração. Sentir, para saber com amor; e saber, para sentir com sabedoria, porque o amor e a sabedoria são as asas dos anjos que já comungam a glória de Deus”.

O Espírito André Luiz, no Capítulo 1 do livro “Nos Domínios da Mediunidade”, psicografado por Chico Xavier, nos diz que: “Das Esferas Mais Altas, os gênios da sabedoria e do amor supervisionam nossas experiências”. E no Capítulo 13 desse mesmo livro nos diz que: “Amor e sabedoria são as asas com que faremos nosso vôo definitivo, no rumo da perfeita comunhão com o Pai Celestial”. E no Capítulo 17 do livro “No Mundo Maior”, nos ensina que: “Os vôos altíssimos da alma só se fazem possíveis quando à intelectualidade elevada se alia o amor sublime. O Poder de raciocínio deve estar aliado à sublimação do sentimento”.

O Espírito Joanna de Ângelis, no Capítulo 45 do livro “Lampadário Espírita”, psicografado por Divaldo Pereira Franco, nos orienta que: “É verdade que o homem não atinge as Altas Esferas sem as luminescências do conhecimento; da mesma forma ninguém evolui realmente sem a santificação dos sentimentos, através da conjugação do verbo amar, em todas as suas expressões”.

Dessa forma, educando-nos com os recursos espíritas e crescendo de forma equilibrada em termos intelectuais e morais, conquistaremos essas duas asas importantes, melhorando o raciocínio, sublimando os sentimentos e dando boa direção ao livre-arbítrio e à vontade. E para essa conquista, dispomos ainda das seguintes orientações:

Léon Denis, no Capítulo 25 do livro “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”, nos ensina que: “O amor depura a inteligência, põe à larga o coração, e é pela soma de amor acumulada em nós que podemos avaliar o caminho que temos andado para Deus”.

O Espírito F. Purita, no livro “Vozes do Grande Além”, psicografado por Chico Xavier, nos recomenda que: “Devemos viver fazendo esforço máximo no bem, colocando cultura constante no cérebro e bondade infatigável no coração”.

O Espírito Sra. Owen, no livro “A Vida Além do Véu”, de psicografia de G. Vale Owen, nos ensina que: “O amor e a sabedoria devem estar ligados. Se o amor se expande e a sabedoria se manifesta, o resultado é bom e saudável. O amor e a sabedoria devem estar na conduta própria e na relação com os outros”.

O Espírito irmã Maria do Rosário, no livro “Na Educação da Alma”, psicografado pela médium Lúcia Cominatto, nos alerta que: “Através do esforço próprio e das experiências nas diversas situações que a vida faz o ser humano percorrer, vai formando a sua bagagem espiritual, isto é, vai conquistando, simbolicamente, as duas asas – amor e sabedoria – que haverão de conduzi-lo para Deus. Assim, estuda, aprende, esforça-te por melhorar a cada dia, cultiva em ti os bons sentimentos e dedica o teu viver a fazer o melhor para a tua evolução, também através da extensão do amor ao próximo e das boas obras que conseguires realizar em favor dos teus irmãos”.

A CONQUISTA E A PRÁTICA DA SABEDORIA E DO AMOR COM A EDUCAÇÃO ESPÍRITA

Portanto, em função do que vimos: bom ânimo no desenvolvimento do amor pela evangelização espírita, pois ninguém melhor do que Jesus ensinou-nos a conquistar e praticar essa virtude sublime; esforço incessante na conquista da sabedoria e do progresso intelectual, pela dedicação ao estudo, pela leitura dos bons livros, pelo crescimento em instrução, cultura, conhecimentos e experiências.

Então, manteremos as atividades nobres, o trabalho perseverante, o estudo incessante, os atos bondosos, o serviço útil ao próximo, a ajuda aos aflitos, a promoção do bem-estar coletivo, as condutas morais sábias e elevadas; bem como o sucesso, a prosperidade, a alegria e a felicidade fazendo parte de nossa personalidade e vida.

Somente assim, seguimos trilhando o caminho estreito que conduz ao pleno domínio e à prática da ciência, do saber e da moralidade; e conquistando a elevação intelectual, moral e espiritual que faz surgir em nossa alma as duas asas que ela precisa para alçar seu vôo glorioso ao Reino do Altíssimo.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

"O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO": MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO


PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS EM “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”, CAPÍTULO II: MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO.

Geziel Andrade

“Pilatos fez vir Jesus e lhe disse: Tu és o rei dos judeus? Jesus lhe respondeu: Meu reino não é deste mundo. Se meu reino fosse deste mundo, minha gente teria combatido para impedir que eu caísse nas mãos dos judeus; mas meu reino não é aqui. Pilatos então lhe disse: És, portanto, rei? Jesus lhe replicou: Tu o dizes; eu sou rei; nasci e vim a este mundo para dar testemunho da verdade; quem é da verdade escuta a minha voz”. (João, Cap. XVIII, vers. 33 a 37.)

A VIDA FUTURA

Jesus, ao dizer que o seu reino não é deste mundo, refere-se claramente à vida futura, que deve ser objeto das principais preocupações dos homens.

Por sinal, todas as máximas de Jesus estão relacionadas com a existência da alma, sua sobrevivência à morte do corpo material e a continuidade da sua vida no Reino dos Céus.

Sem a existência da vida futura para a alma, a maior parte dos preceitos morais de Jesus não teria sentido ou razão de ser.

Sem a crença na vida futura, o homem encontra dificuldade em compreender a doutrina moral de Jesus, em praticar os ensinamentos do Cristo e de agir de acordo com a justiça de Deus.

Sem compreender a vida futura, o homem não prepara a sua alma, tornando-a virtuosa para conquistar as bem-aventuranças espirituais no Reino dos Céus.

Jesus veio ao mundo para revelar aos homens que existe um outro mundo onde a justiça de Deus segue o seu curso; onde os que observam os mandamentos de Deus encontram a sua recompensa. Esse mundo é o reino de Jesus, para onde sua alma retornaria após ter cumprido a missão que Deus lhe havia confiado.
O ESPIRITISMO E A VIDA FUTURA

O Espiritismo, graças às comunicações com os Espíritos, através de diferentes médiuns, confirma os princípios da doutrina de Jesus. Assim, a vida futura deixa de ser um artigo de fé. Torna-se uma realidade demonstrada pelos fatos espíritas, pois os Espíritos vêm descrever detalhadamente a vida no além em todas as suas fases e em todas as suas peripécias. Eles não deixam qualquer dúvida sobre a existência da alma, a sua sobrevivência no Reino dos Céus, após a morte do corpo material, e a importância da acumulação dos tesouros espirituais, pela prática das virtudes, para que a alma mereça desfrutar das bem-aventuranças na vida espiritual.

Com isso, o Espiritismo reafirma e revive os ensinamentos religiosos e morais de Jesus. Ele ressalta a importância do seu conhecimento e de sua prática para a vida futura, onde os Espíritos são felizes ou infelizes em função dos mecanismos da justiça de Deus, que dá a cada um segundo as suas obras.

A REALEZA DE JESUS

Jesus possui uma realeza imperecível, que é a realeza moral. Esta vigora na vida presente, mas, sobretudo, na vida futura. Por isso, Jesus disse a Pilatos: Sou rei, mas meu reino não é deste mundo.

Com a doutrina de Jesus, compreendemos que a realeza terrena, pautada na posse dos bens materiais, é transitória, pois acaba com a morte do corpo. Por isso, devemos concentrar os nossos esforços para praticar as virtudes e conquistar os tesouros espirituais imperecíveis, que nos dão a realeza moral, que é eterna.

O PONTO DE VISTA

A idéia clara e precisa que o homem faz da vida futura lhe dá uma fé inabalável no porvir e lhe estimula a buscar a moralização. Assim, valoriza a vida espiritual e encara a vida terrestre, que é passageira, de um modo completamente diferente: suporta as preocupações, vicissitudes e tribulações com calma e paciência; trabalha pelo bem-estar, a melhoria e o progresso de todos; e busca conquistar, pela prática das virtudes, um estado feliz na morada futura, onde reinam a felicidade e a paz.

O Espiritismo, ao revelar e desvendar as realidades espirituais, alarga o pensamento e os horizontes do homem; mostra a vida presente como uma oportunidade de preparação da alma para merecer boas condições na vida futura; revela a solidariedade que liga todas as existências do ser e este a todos os seres pertencentes ao conjunto harmonioso e grandioso da obra do Criador.

INSTRUÇÃO DOS ESPÍRITOS. UMA REALEZA TERRENA.

Allan Kardec, confirmando os ensinamentos de Jesus acerca da importância da conquista da realeza moral e espiritual na vida terrena, para a conquista das bem-aventuranças no Reino dos Céus, apresentou a seguinte comunicação do Espírito “Uma Rainha de França”, psicografada em Havre, em 1863.

Nessa comunicação, intitulada “Uma Realeza Terrena”, percebemos que o orgulho é pernicioso para a alma; que nem a realeza terrena, nem o título de nobreza são levados para o mundo espiritual; que a desilusão e a humilhação ferem a alma daquele que despreza os pequeninos da Terra, mas que estão espiritual e moralmente acima dele; que as virtudes da abnegação, da humildade, da caridade e da benevolência são indispensáveis para a alma conquistar um bom lugar no Reino dos Céus.

“Quem melhor que eu pode compreender a verdade dessa fala de Nosso Senhor: Meu reino não é deste mundo? O orgulho fez que eu me perdesse na Terra. Quem, pois, compreenderia o vazio dos reinos terrenos, se eu não o compreendesse? O que levei comigo de minha realeza terrestre? Nada, absolutamente nada. E para tornar-me a lição mais terrível, ela não me acompanhou nem até a tumba! Rainha eu era entre os homens, rainha eu acreditava entrar no reino dos céus. Que desilusão! Que humilhação quando, em lugar de lá ser recebida com soberania, vi acima de mim, mas muito acima, homens que eu acreditava muito pequenos, e que desprezava, porque não eram de sangue nobre! Oh! O que então eu compreendi da esterilidade das honrarias e das grandezas que se buscam com tanta avidez na Terra!

Para se preparar um lugar nesse reino é preciso abnegação, humildade, caridade em toda sua celeste prática, benevolência para com todos. Não vos perguntam quem fostes, qual posto ocupastes, mas o bem que fizestes, as lágrimas que enxugastes.

Oh! Jesus, tu o disseste, teu reino não era deste mundo.

Pois é preciso sofrer para chegar ao céu, e os degraus do trono não vos aproximam dele. São os atalhos mais penosos da vida que para lá conduzem. Portanto, procurai a estrada do céu entre os abrolhos e os espinhos, e não entre as flores.

Os homens correm atrás dos bens terrenos como se pudessem guardá-los para sempre. Mais ilusão. Logo percebem que se agarraram a uma sombra, e negligenciaram os únicos bens sólidos e duráveis, os únicos que lhes têm proveito na celeste morada, os únicos que podem abrir-lhes o acesso dela.

Tende piedade daqueles que não ganharam o reino dos céus. Ajudai-os com vossas preces, pois a prece reconcilia o homem com o Altíssimo – é o traço de união entre o céu e a Terra, não o esqueçais”. (Uma rainha da França. Havre, 1863).

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

"O LIVRO DOS MÉDIUNS": O MARAVILHOSO E O SOBRENATURAL



PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS EM “O LIVRO DOS MÉDIUNS”, PRIMEIRA PARTE: NOÇÕES PRELIMINARES. CAPÍTULO II: O MARAVILHOSO E O SOBRENATURAL

Geziel Andrade

A crença na existência e nas manifestações dos Espíritos pode ser encontrada facilmente entre todos os povos antigos e modernos e nos livros santos de todas as religiões. Está, portanto, nas leis da Natureza.

A Doutrina Espírita apresenta a existência e as manifestações dos Espíritos como leis admiráveis, que permitem a solução de problemas que os princípios filosóficos jamais conseguiram resolver.

O Espírito, ser inteligente criado por Deus, tem como atributo o pensamento. Com ele age sobre a matéria, impressiona os sentidos humanos e comunica-se com os homens. Nisso, portanto, nada há de sobrenatural ou de maravilhoso.

O levantamento e a sustentação de uma mesa no espaço, sem um ponto de apoio, por parte de um Espírito, podem parecer, a princípio, um fato sobrenatural. Mas, na realidade não se trata da derrogação da lei da gravidade. Trata-se do emprego de um fluido desconhecido do homem que pode contrabalançar o efeito da gravidade, como o hidrogênio contrabalança o peso de um balão e certos gases podem mover uma máquina pesada. Além disso, o movimento das mesas demonstra um efeito inteligente que tem necessariamente uma causa inteligente.

De fato, os fenômenos e fatos espíritas, as intervenções, manifestações e comunicações dos Espíritos se fundam num princípio que é universalmente aceito: todo efeito inteligente tem uma causa inteligente.

Os fenômenos espíritas dão provas da existência de uma causa inteligente. Depois de muita observação, constatou-se e chegou-se à compreensão que a inteligência invisível - que não está na mesa que se move, nem nos assistentes que participam das experiências -, é atributo do ser invisível promotor dos fenômenos espíritas.

Esse ser invisível foi chamado de Espírito. Porém, não é nada mais do que a alma dos homens que perderam, pela morte, o seu envoltório grosseiro. Mas, a alma conservou um envoltório etéreo e invisível no seu estado normal, chamado de perispírito.

Esse envoltório fluídico do Espírito lhe permite agir sobre a matéria com a inteligência que lhe é própria. Nisso está a chave de todos os fenômenos espíritas, que eram erroneamente considerados de maravilhosos ou sobrenaturais.

Em suma, os fenômenos espíritas são produzidos por um ser invisível inteligente, ao qual se deu o nome de Espírito. Como já foi explicado, o Espírito nada mais é do que a alma dos homens que viveram corporalmente na Terra. A morte despojou a alma do seu envoltório grosseiro e visível, deixando-lhe apenas um envoltório fluídico, etéreo e invisível no seu estado normal, chamado de perispírito.

Assim, a Doutrina Espírita, de observação em observação, desvendou o mistério da existência e das manifestações dos Espíritos, eliminando as idéias que consideravam os fenômenos espíritas maravilhosos ou sobrenaturais.

O Espírito age sobre a matéria graças ao seu perispírito, manifestando a sua ação inteligente e o seu pensamento aos homens.

O Espiritismo, ao encontrar a chave de todos os fenômenos espíritas, eliminou as idéias errôneas de maravilhoso ou sobrenatural nas manifestações dos Espíritos; deu provas da existência, das manifestações e dos atributos dos Espíritos; e desvendou as realidades espirituais, tocando nas questões mais graves da Filosofia e em todos os setores da ordem social. Assim, passou a analisar o homem tanto sob o aspecto físico, quanto moral, constituindo-se numa ciência e numa filosofia, que não podem ser adquiridas apenas com algumas horas de estudo.

Somente um estudo sério e prolongado do Espiritismo permite o seu conhecimento e a realização de um julgamento profundo e isento de leviandade.

Portanto, a compreensão dos fenômenos espíritas, como o conhecimento de qualquer outra ciência, exige tempo, estudo, leitura e observação.

Em síntese, a Doutrina Espírita apóia-se nas seguintes proposições:

1. Os fenômenos espíritas decorrem da existência da alma, sua sobrevivência à morte do corpo material e suas manifestações aos homens.
2. Os fenômenos espíritas nada têm de maravilhoso ou de sobrenatural, pois decorrem de uma lei da Natureza.
3. O Espiritismo determina a causa dos fenômenos espíritas, colocando-os no domínio dos fenômenos naturais.
4. O Espiritismo demonstra a impossibilidade de muitos fatos qualificados de sobrenaturais e os coloca entre as crenças supersticiosas.
5. O Espiritismo não aceita todas as crenças populares, nem as estórias fantásticas criadas pela imaginação.
6. O Espiritismo não pode ser julgado pelos fatos que ele não admite, nem por aqueles que não o conhecem.
7. O Espiritismo, ao explicar as causas para os fatos espíritas e deduzir-lhes as conseqüências morais, constitui-se numa ciência e numa filosofia, que exigem estudo sério, perseverante e aprofundando para a sua compreensão.
8. O Espiritismo só deve ser julgado e criticado por aquele que tudo viu e estudou; que se aprofundou com paciência e perseverança na matéria, tendo se tornado um observador consciencioso; que tenha adquirido conhecimento sobre o assunto, tanto quanto o de um adepto esclarecido; que, por observação, reuniu argumentos decisivos contra a Doutrina Espírita; e que possa apontar uma causa mais lógica para os fatos averiguados. Esse crítico ainda está por aparecer.

Assim, os fenômenos espíritas, por mais extraordinários que pareçam, não derrogam, de maneira alguma, as leis da Natureza. Eles não têm, portanto, nenhum caráter miraculoso, maravilhoso ou sobrenatural.

Os fenômenos espíritas são explicados de maneira racional, pois são efeitos de uma causa que está nas leis da Natureza. Portanto, nenhum fenômeno espírita pode ser considerado nem mesmo milagre.

De todos os fenômenos espíritas, um dos mais extraordinários é, indiscutivelmente, o da escrita direta do Espírito numa folha de papel, demonstrando, de maneira evidente, sua ação inteligente. Além dele, a suspensão de pessoas, como a do médium Sr. Home, as aparições dos Espíritos e as escritas através dos médiuns são fenômenos extraordinários produzidos pelos Espíritos. Embora isso, eles não podem ser considerados melhores do que os outros produzidos pelas inteligências ocultas ou pelos agentes invisíveis denominados de Espíritos.

Somente o estudo perseverante do Espiritismo permite o entendimento e a comprovação desses fenômenos espíritas.

A observação dos fenômenos espíritas levou ao descobrimento de novas leis; possibilitou obter a explicação lógica e a chave para uma infinidade de coisas que pareciam sobrenaturais; permitiu o conhecimento de que os Espíritos povoam os espaços, são uma das potências da Natureza e agem incessantemente sobre o mundo material e sobre o mundo moral; desvendou o mistério dos seres invisíveis, eliminando quaisquer idéias de prodígio; tornou conhecidas as leis que permitem a produção dos fenômenos, integra-os na ordem natural das coisas; provou que eles são possíveis e naturais, quando explicados de modo lógico pelo Espiritismo, através da revelação de novas leis da Natureza.

O entendimento, de forma racional, dos fenômenos espíritas, elimina as dúvidas, estabelecendo a convicção mesmo naqueles que nada presenciaram dos fatos espíritas, mas que leram a respeito da Doutrina Espírita e compreenderam a forma que eles são produzidos.

terça-feira, 7 de julho de 2009

"O LIVRO DOS ESPÍRITOS": DEUS


PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS EM “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”: LIVRO PRIMEIRO: AS CAUSAS PRIMÁRIAS. CAPÍTULO I: DEUS

Geziel Andrade

1- DEUS E O INFINITO

Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Deus é infinito em suas perfeições.

2- PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS

A prova da existência de Deus pode ser encontrada num axioma aplicado às ciências: “não há efeito sem causa”.

Basta procurar a causa de tudo o que não é obra do homem para que a razão responda quem é o autor das obras da Criação.

O universo existe. Tem, portanto, uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa; é admitir que o nada pode fazer alguma coisa grandiosa como o universo.

Os homens trazem em si um sentimento inato e intuitivo da existência de Deus. Trata-se de uma noção natural do princípio que diz que não há efeito sem causa.

Essa noção não é o efeito da educação, nem o produto das idéias adquiridas. É um senso, um sentimento universal encontrado inclusive nos povos selvagens.

Admitir que a matéria criou a si mesma e por si as coisas existentes no universo é negar que existe uma causa para a existência da matéria ou tomar o efeito pela causa.

As propriedades da matéria são em si mesmas um efeito. Elas necessariamente devem ter uma causa. Além disso, nenhum homem de bom senso pode considerar que o acaso, que é cego, ou o nada, que nada produz, seja um ser inteligente.

A harmonia que regula as forças do universo revela combinações e fins determinados. Por isso mesmo, mostra a existência de um poder inteligente.

Além disso, a existência de Deus, como causa primária, inteligência suprema ou superior a todas as outras, pode ainda ser identificada no provérbio que diz: “pela obra se conhece o autor”. Assim, basta ver a obra da Criação para identificar o seu autor.

Somente o homem orgulhoso, que vive na incredulidade e se considera um espírito forte, não admite a existência de Deus. Mas, o poder da inteligência de Deus se revela através de Suas obras. As coisas existentes na Natureza atestam que a causa primária está numa inteligência superior à da humanidade.

Na realidade, a própria inteligência humana decorre de uma causa primária, de uma inteligência superior, que é a causa primária de todas as coisas.

3- ATRIBUTOS DA DIVINDADE

O homem só compreenderá a natureza íntima de Deus e o mistério da Divindade quando seu espírito não estiver mais obscurecido pela matéria. Somente quando seu espírito tiver atingido a perfeição espiritual, poderá ver e compreender a Deus.

Mas, no estágio atual de progresso, o homem, pelas Obras de Deus, pode deduzir os Seus atributos.

Para se ter uma idéia completa desses atributos, pode-se dizer que Deus:
· É eterno, pois não teve começo e nem terá fim.
· É imutável, dada a estabilidade existente nas Leis do Universo.
· É imaterial, porque não está sujeito às transformações da matéria.
· É único, dada a unidade na organização da Obra da Criação.
· É Todo-Poderoso, pela grandiosidade das coisas que criou.
· E é soberanamente justo e bom, porque as Leis divinas refletem uma justiça e uma bondade inigualáveis.

Basta o homem apelar à razão para compreender que Deus possui todas as perfeições num grau supremo. E por estar acima de todas as coisas, não está sujeito às vicissitudes e nem às imperfeições.

4- PANTEÍSMO

Deus não é a resultante de todas as inteligências do Universo reunidas.

Se assim fosse, Deus não existiria, pois seria o efeito. E Ele não pode ser, ao mesmo tempo, causa e efeito.

A doutrina panteísta admite que tudo o que existe no Universo faz parte de Deus; que o conjunto das coisas existentes no Universo constitui a própria Divindade. Isso fere o bom senso e a razão.

Dessa forma, a doutrina panteísta torna Deus um ser material, embora dotado de inteligência.

Se Deus fosse material, estaria em constante transformação; não teria estabilidade; e seria sujeito às vicissitudes.

Dessa forma, faltaria a Deus um dos atributos essenciais da Divindade: a imutabilidade.

Portanto, as propriedades da matéria não podem ser ligadas à natureza íntima de Deus.

Assim, o panteísmo está em contradição com os atributos de Deus. Ele confunde o criador com a criatura.

A inteligência suprema de Deus se revela em suas Obras. Estas decorrem da inteligência de Deus e não são o próprio Deus.

LEITURA COMPLEMENTAR: LIÇÕES SOBRE DEUS, CONTIDAS NOS LIVROS “A GÊNESE” E “OBRAS PÓSTUMAS” DE ALLAN KARDEC:
· Podemos julgar uma causa pelos seus efeitos, mesmo que não vejamos essa causa.
· Nem sempre precisamos ver uma causa para saber que ela existe.
· Observando os efeitos, podemos chegar ao conhecimento da causa.
· Todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente.
· Olhando a Natureza e observando a previdência, a sabedoria e a harmonia que presidem a todas as coisas, reconhecemos que elas são o produto de uma inteligência superior à humana; que esses efeitos têm uma causa; e que essas obras não constituem a própria Divindade.
· Deus não se mostra aos homens, mas revela-se pelas suas obras inteligentes.
· Assim, a evidência da existência de Deus está nas coisas materiais que foram criadas por Deus.
· A compreensão de Deus só será obtida com a completa depuração do Espírito.
· Deus está em toda parte, tudo vê, tudo preside, e estende a Sua providência e a Sua solicitude para todas as Suas criaturas.
· Os homens têm dificuldades para compreender os atributos de Deus, porque são restritos, limitados e circunscritos e fazem de Deus essa mesma imagem.
· Somente com a visão espiritual, podem ser vistos os Espíritos e as coisas do mundo imaterial. Assim, somente com a visão da alma, pode-se ter a percepção de Deus.
· Pelas comunicações dos Espíritos, através dos médiuns, aprendemos que a visão de Deus é privilégio das almas purificadas, que já atingiram a perfeição espiritual.
· Deus, sendo a essência divina por excelência, não pode ser visto em todo o seu esplendor, senão pelos Espíritos que já alcançaram o mais elevado grau de desmaterialização do perispírito (envoltório perispiritual ou corpo espiritual). Esse envoltório se espiritualiza à medida que a alma se eleva em moralidade.
· Deus é infinito em todas as suas perfeições. Se fosse imperfeito em qualquer um de Seus atributos, poderíamos supor a existência de um ser mais perfeito, e este ser seria então Deus.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

COMO SER FELIZ E SAUDÁVEL


COMO SER FELIZ E SAUDÁVEL

Geziel Andrade

O valoroso confrade Joseval Carneiro, com mestria, apresentou em seu livro “O Evangelho é um Santo Remédio”, publicado pela Editora EME, de Capivari (SP), (www.editoraeme.com.br), importantes regras pautadas nos princípios evangélicos e espíritas, que nos orientam a ser mais felizes e saudáveis.

Pelas importantes contribuições e pelo grande interesse que esse tema desperta, tomo a iniciativa de apresentar abaixo algumas reflexões sobre as regras, idéias e lições propostas pelo autor. Trata-se de uma tentativa de conscientizarmo-nos acerca da prioridade do assunto e darmos os passos necessários sugeridos para que aqueles bons resultados sejam de fato obtidos.

FAZER ALGO DE BOM A CADA DIA

Realmente, tendo a preocupação de todo dia fazermos algo de bom, colocamos a nosso favor a lei de causa e efeito. Nesse sentido, o autor nos recomenda começar pelos trabalhos diários mais fáceis, para, com bom ânimo, dar conta do recado e obter as vitórias que nos dêem satisfação pessoal. Evidentemente, sentindo satisfação, estabelecemos relação direta com a saúde e a felicidade. Mas, além disso, devemos orar a Deus, para agradecer a inspiração recebida e a ajuda obtida na concretização de cada aquisição ou realização.

SER POSITIVO

Encarando a vida de modo positivo, certamente melhoramos o estado da saúde e da felicidade. Com esse modo de pensar e agir, conservamos a esperança e o otimismo. Assim, revelamos aos que nos cercam que estamos de bem com a vida; irradiamos alegria, contagiando os semelhantes; aceitamos as tarefas diárias com satisfação; e vencemos as adversidades e dificuldades com bom ânimo, crescendo em conhecimento, experiência e vigor.

TER EMPATIA

O autor propõe, com bons argumentos, que não devemos ver apenas os nossos problemas, mas também os dos outros, superando o egoísmo e atingindo esta importante meta de todo espírita-cristão. Ao vestirmos a camisa dos outros; interessarmo-nos pelos problemas alheios; amenizarmos as dificuldades do próximo; e calçarmos o sapato do outro para sabermos onde ele está apertando, praticamos a fraternidade e a solidariedade; convivemos e nos relacionamos melhor com os semelhantes; e obtemos a saúde e a felicidade em decorrência do bem que fazemos aos outros.

PROCURAR SER MELHOR, E NÃO APENAS TER

De fato, os meios de comunicação nos estimulam ao consumismo e à acumulação incessante dos bens e das riquezas materiais, como se o estado de saúde e felicidade dependesse disso. Porém, o segredo está em sentirmos satisfação e gratidão por tudo o que possuímos; em levarmos uma vida simples, sem a preocupação de juntarmos apenas os bens materiais; em valorizarmos as coisas morais e espirituais; e em sermos amorosos, bondosos, sábios, fraternos, generosos, honestos, responsáveis, além de úteis aos semelhantes.

SABER FALAR E COMUNICAR BEM

Conversar e comunicar bem com os outros gera satisfação e bem-estar íntimo. Assim, devemos ter interesse em manter boa conversação e comunicação com os que nos cercam. Para isso, devemos evitar falar a respeito de nós mesmos e levantar assuntos que despertem o interesse do interlocutor. Além disso, devemos aprender a mais ouvir do que falar, pois, como diz o ditado “a sábia Natureza nos dotou de dois ouvidos e de apenas uma língua”.

AMAR-SE

Demonstramos amor a nós mesmos, quando fazemos coisas que geram bem-estar, saúde e felicidade, tais como: estar sempre alegre, manter o sorriso no rosto, passar boa impressão aos que estão ao redor, sustentar o bom humor e conversar e cumprimentar os outros.

TER DEDICAÇÃO AO TRABALHO, MESMO QUE ELE PAREÇA SIMPLES

Não existe trabalho útil e honesto que possa servir de motivo de humilhação para alguém, porque ele sempre gera benefício e progresso. Mesmo as pequenas tarefas diárias devem ser valorizadas, pois, além dos benefícios materiais, elas geram benefícios para a alma, pelo emprego das faculdades, aumento das habilidades e exercício das virtudes, notadamente a da paciência. Assim, devemos sentir satisfação em realizar qualquer tarefa; em cumprir os deveres domésticos e profissionais; em preencher o tempo disponível com o trabalho que melhora a nossa posição social e as condições de vida.

APRENDER A VIVER COM O NECESSÁRIO

A busca incessante dos bens de consumo supérfluos ou desnecessários gera, geralmente, muito esforço e ansiedade para adquiri-los, além de desgastes e contrariedades para conservá-los, prejudicando o estado emocional, mental e físico. Devemos aprender a viver com os bens necessários, preocupando-nos principalmente com a acumulação dos valores espirituais e morais, que beneficiam a alma para sempre. Devemos ainda nos lembrar da lição de William Shakespeare: “Sofremos demasiado pelo pouco que nos falta e alegramo-nos pouco pelo muito que temos”.

ACALENTAR PROJETOS PLAUSÍVEIS

É sinal de sabedoria e bom senso manter os sonhos dentro de parâmetros possíveis e realizáveis, não perdendo o controle da ambição, nem da ansiedade. Assim, devemos buscar a realização dos projetos que realmente propiciem vitórias e conquistas e que nos permitam o aprimoramento do espírito, a acumulação dos tesouros morais e espirituais e a prática das virtudes, melhorando a vida presente e construindo boas condições para a vida futura.

AMAR INCLUSIVE OS ANIMAIS

O amor a Deus e ao próximo é o mandamento maior. Porém, também devemos amar e respeitar os animais, que são almas criadas por Deus, percorrendo a infância espiritual em rumo da humanidade. O exercício do amor, inclusive aos animais, realmente nos torna mais saudáveis e felizes.

ENVELHECER COM SABEDORIA

O envelhecimento ocorre involuntariamente todo dia, revelando seus sinais característicos. Assim, devemos concentrar as nossas preocupações em viver com alegria, realizando as boas obras, concretizando os sonhos e projetos e mantendo uma vida harmoniosa em família. Quando a velhice chegar, não faltarão as lembranças dos bons momentos vividos; a tranquilidade na consciência, pelos deveres retamente cumpridos; e a gratidão a Deus pelo progresso material e espiritual alcançado. Mas mesmo nessa fase adiantada da vida, devemos manter a dedicação às atividades filantrópicas, amenizando as aflições e as lágrimas do próximo, para fazê-lo feliz e ser feliz.

SER FILANTROPO

A filantropia é alimento e profilaxia para a alma, mantendo-a disposta, saudável, alegre e feliz. Assim, devemos nos engajar num serviço voluntário de assistência aos mais necessitados, para fazer o bem e ser útil ao bem-estar do próximo, beneficiando a todos.

PRATICAR EXERCÍCIOS

A prática de atividades físicas previne ou corrige problemas de saúde. Além disso, o contato com outras pessoas permite a troca de informações e experiências, gerando o bem-estar físico e mental. Devemos, portanto, sair da inação para o benefício próprio.

VIVER OCUPADO

O bom aproveitamento do tempo não deve ser entendido apenas como dedicação ao trabalho, mas também valorização do lazer e do repouso, pelos benefícios que geram. Além disso, não devemos estar ocupados apenas com a busca e a conquista das coisas materiais. Devemos manter também ocupações no campo das atividades religiosas, para estar em contato com Deus e adquirir e praticar as virtudes.

ACREDITAR NA JUSTIÇA DE DEUS

A crença na Justiça Divina sustenta a tranqüilidade na alma. Essa crença deve estar pautada, porém, no conhecimento da Lei de Causa e Efeito que rege o uso do livre-arbítrio; no exame da consciência que julga cada ato e força, com o passar do tempo, a expiação e a reparação; nas conseqüências das ações na vida presente, na vida futura e na próxima reencarnação. Além disso, devemos confiar nos ensinos de Jesus que dizem: “A cada um será dado segundo as suas obras” e “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos”.

CONCLUSÃO

Eis aí reflexões sobre as 15 regras para o bem viver, oferecidas por Joseval Carneiro. Com certeza, exercitadas em conjunto, promovem a nossa prosperidade física, mental, moral e espiritual, gerando o bem-estar, a saúde e a felicidade.

O confrade Joseval foi muito feliz em reuni-las, de um modo muito apropriado, em seu notável livro, estimulando-nos, com seus argumentos sólidos, detalhados, valiosos e verdadeiros, a atingir a meta tão almejada de ser saudável e feliz.

ARTIGOS PUBLICADOS NO BLOG POR ASSUNTOS


ARTIGOS PUBLICADOS NESTE BLOG
POR ASSUNTO E DATA.

NO PERÍODO: de 24/out/2008 a 30/jun/2009.

CONDUTA ESPÍRITA
1. Bom ânimo espírita = 24/out/2008.
2. Bom combate espírita = 25/out/2008.
3. Bom exemplo espírita = 01/nov/2008.
4. Bom senso espírita = 14/nov/2008.
5. Bom humor espírita = 15/mar/2009.

DOUTRINA ESPÍRITA
Princípios do Espiritismo = 07/nov/2008.
Aborto: Posição do Espiritismo = 27/nov/2008.
Mensagem de Natal = 18/dez/2008.
Mensagens dos Espíritos aos seus familiares = 16/jan/2009.
Livro Espírita = 27/mar/2009.
Perispírito: O que os Espíritos disseram a respeito = 05/abr/2009.

EDUCAÇÃO ESPÍRITA
Educação para a fraternidade = 26/out/2008.
Educação para o trabalho = 12/dez/2008.
Educação para ser útil = 11/jun/2009.

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Prefácio e Introdução = 27/fev/2009.
Capítulo I: Não vim destruir a Lei = 12/mai/2009.

O LIVRO DOS ESPÍRITOS
Introdução = 30/jan/2009.
Prolegômenos = 09/abr/2009.

O LIVRO DOS MÉDIUNS
Introdução = 13/fev/2009.
Capítulo I: Existem Espíritos? = 24/abr/2009.

PERSONALIDADES ESPÍRITAS
Allan Kardec = 24/out/2008.
Vô Juca Andrade = 27/out/2008.
Entrevista de Geziel Andrade = 24/abr/2009.
Jorge Toledo Rizzini = 29/mai/2009.

MELHORIA ÍNTIMA
Como ser saudável e feliz = 26/jun/2009.


quinta-feira, 11 de junho de 2009

EDUCAÇÃO PARA SER ÚTIL


EDUCAÇÃO PARA SER ÚTIL

Geziel Andrade

É muito ilustrativa, para efeito didático, a criativa fábula da vaca e do porco, por mostrar-nos a importância de sermos úteis ao próximo, empregando os nossos recursos enquanto ainda estamos na vida material.

Diz a fábula que um porco aproximou-se de uma vaca e desabafou:

-Dona vaca, eu forneço, depois de morto, à semelhança de você, todas as partes do meu corpo para a alimentação e o benefício dos homens. Entretanto, não desfruto no meio deles do mesmo respeito e prestígio. Você chega a ser considerada no meio de muitos deles uma verdadeira deusa sagrada. Não consigo entender o porquê dessa discriminação injusta!

A vaca, depois de refletir um pouco sobre o assunto, falou calmamente:

-Talvez, meu amigo, o meu prestígio junto aos homens decorra do fato de eu ser útil a eles, enquanto estou viva. Eu forneço-lhes, diariamente, em vida, o meu leite para a alimentação humana. Assim, os meus recursos geram inúmeros benefícios diários e não são doados e utilizados apenas após a minha morte.

Ouvindo isso, o porco fez uma expressão de quem acabara de ouvir uma grande asneira. Então, baixando a cabeça, encerrou o assunto e voltou a cuidar exclusivamente de si mesmo, acumulando recursos valiosos, mas para serem utilizados pelos outros apenas depois da sua morte.

A CONSISTÊNCIA COM AS LIÇÕES ESPÍRITAS

Allan Kardec, no Capítulo XIII de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, estimula-nos a sermos úteis e a fazermos o bem ao próximo, construindo um mundo mais fraterno: “Aquele que deseja sinceramente tornar-se útil para os seus irmãos, encontra mil ocasiões de fazê-lo. Que as procure e as encontrará. Se não for de uma maneira, será de outra, pois não há uma só pessoa, no livre gozo de suas faculdades, que não possa prestar algum serviço, dar uma consolação, amenizar um sofrimento físico ou moral, tomar uma providência útil. Na falta de dinheiro, não dispõe cada qual do seu esforço, do seu tempo, do seu repouso, para oferecer um pouco aos outros?”.

O Espírito Emmanuel, no Capítulo 82 do livro “Fonte Viva”, psicografado por Chico Xavier, mostra-nos os benefícios de sermos úteis aos outros: “A criatura que serve pelo prazer de ser útil progride sempre e encontra mil recursos dentro de si mesma, na solução de todos os problemas.”

O Espírito André Luiz, no Capítulo 7 do livro “Agenda Cristã”, psicografado por Chico Xavier, orienta-nos a dedicar a oração inclusive àqueles que cuidam apenas de si mesmos: “Ajude, com a sua oração, a todos os irmãos que jamais encontram tempo ou recursos para serem úteis a alguém, e que somente cooperam na torre de marfim do personalismo, sem lhe descerem os degraus para colaborar com os outros”.

A EDUCAÇÃO ESPÍRITA VOLTADA AO SER ÚTIL AO PRÓXIMO

A educação espírita prepara-nos, com seus ensinos filosóficos, religiosos e morais, para sermos úteis ao próximo. Assim, fazemos o bem e colaboramos com o bem-estar alheio, praticando a fraternidade e a solidariedade e expandindo a alegria e a felicidade.

Dessa forma, atendemos ao ensino contido na Questão 643 de “O Livro dos Espíritos”: “Fazer o bem não é apenas ser caridoso, mas ser útil na medida do possível, sempre que o auxílio se faça necessário”.

Além disso, a educação espírita nos ensina a seguir os exemplos de Jesus e a tê-lo como guia e modelo. Adicionalmente, nos leva a praticar as condutas amorosas e fraternas exemplificadas por Bezerra de Menezes, Eurípedes Barsanulfo, Chico Xavier e muitos outros espíritas, estimulando-nos ao exercício do ser útil na família, no trabalho e na vida em sociedade, para a edificação do bem de todos.

Com o desenvolvimento do espírito fraterno e solidário, somos úteis e agimos em benefício dos que nos cercam, sem exigir reconhecimento, gratidão ou retribuição.

Com essa prestação de serviço útil e desinteressado ao próximo, praticamos e vemos ser difundidas as virtudes da fraternidade e da solidariedade, que efetivamente melhoram o relacionamento e a convivência na sociedade.

Além disso, sendo úteis ao próximo, não só acumulamos simpatia, méritos morais e tesouros espirituais, mas principalmente damos o bom exemplo para a edificação de uma forma de vida mais aprimorada e para a melhoria e a transformação moral da sociedade.

Portanto, sejamos úteis aos outros em todos os momentos de nossa convivência e relacionamento, engrandecendo o ambiente em que atuamos.

Com a educação espírita fazendo parte de nossa vida, estamos sempre dispostos a prestar, espontaneamente, auxílio útil, fraterno e generoso aos semelhantes, empregando os recursos que já dispomos neste momento para espalhar o bem-estar, a alegria e a felicidade e para contribuir com a melhoria da qualidade de vida de todos.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

JORGE TOLEDO RIZZINI


JORGE TOLEDO RIZZINI


Geziel Andrade

Jorge Rizzini, como era conhecido no Movimento Espírita, nasceu na cidade de São Paulo –SP-, em 25 de setembro de 1924, em uma família em que a avó, o pai e a mãe já eram espíritas.

A partir de 1950, passou a ter uma participação mais intensa no meio espírita, dando início, com seu espírito empreendedor e com suas habilidades de escritor, jornalista, radialista e publicitário, a muitas realizações pessoais e mediúnicas, que o notabilizaram na seara espírita.

Seu trabalho inicial concentrou-se na divulgação e defesa da Doutrina Espírita. Ele encontrou apoio de algumas personalidades ilustres e respeitadas, tais como Chico Xavier, Yvonne Pereira e José Herculano Pires.

Os estudos que realizou sobre o caso Arigó e das materializações de Espíritos ocorridas em Uberaba obtiveram a comprovação incontestável dos fenômenos espíritas. Isso causou grande repercussão tanto no Brasil, quanto no exterior.

Com seu amor e sua dedicação à causa espírita buscou novos rumos de atuação, inovando os trabalhos nas lides espíritas.

Assim, tornou-se o pioneiro no lançamento de um programa espírita na televisão brasileira, estreando um programa de entrevistas e debates, intitulado “Em Busca da Verdade”, na TV Cultura de São Paulo. Nessa ocasião, o entrevistado foi o famoso médium Chico Xavier, causando grande impacto e obtendo importante repercussão junto ao público espírita e não espírita. Em seguida, para garantir a grande audiência obtida, passou a entrevistar todos os eminentes líderes espíritas, inclusive Deolindo Amorim.

Lançou também uma revista espírita direcionada especificamente para o público infanto-juvenil, com o chamativo título de “Kardequinho”.

A seguir, passou a produzir inúmeros documentários cinematográficos sobre os grandes vultos do Espiritismo: Allan Kardec, em Paris; Irmãs Fox, nos Estados Unidos; As operações de Arigó; A mediunidade de Chico Xavier; A médium Yvonne A. Pereira; e Herculano Pires e sua obra, divulgando as importantes realizações dessas grandes personalidades espíritas.

Além disso, escreveu importantes livros, tais como: “Eurípedes Barsanulfo – O Apóstolo da Caridade”; “Kardec, Irmãs Fox e outros”; e “Herculano Pires – O Apóstolo de Kardec”, notabilizando-se como escritor espírita.

Mas foram as músicas compostas e transmitidas a ele por diversos Espíritos de compositores famosos, tais como: Lamartine Babo, Ataulfo Alves, Ary Barroso, Francisco Alves, Noel Rosa, dentre muitos outros, que tornaram a sua mediunidade musical muito conhecida. Com isso, produziu as seguintes fitas cassetes e CDs:
· Compositores do Além – Volume 1, contendo músicas populares brasileiras.
· Compositores do Além – Volume 2, contendo músicas nacionais, argentinas e norte-americanas.
· Compositores do Além – Volume 3, contendo músicas líricas italianas.
· Marchas Mediúnicas – Reunidas em um disco compacto.
· Músicas do Além – CD com músicas populares brasileiras.

Essas surpreendentes manifestações musicais dos Espíritos levaram-no a idealizar e a realizar os famosos Festivais de Música Mediúnica. Eles contaram com a participação de músicos famosos e respeitados, alcançando grande repercussão tanto no Movimento Espírita, quanto fora dele.

Sua mediunidade teve início quando ainda era menino. Muitas vezes sentia, fisicamente, a presença dos Espíritos; mas essa faculdade floresceu mesmo a partir de 1978.

A primeira música obtida através de sua mediunidade musical foi a marchinha intitulada “Promessa é dívida”. Ele viu o Espírito Ataulfo Alves atravessar a porta de seu quarto, cantando uma estrofe. Em seguida, surgiu o Espírito Lamartine Babo, cantarolando outra estrofe. Mas, logo, ambos desapareceram de seus olhos atônitos. Instantaneamente, ele teve a idéia de pegar um gravador e registrar as letras e as melodias.

Posteriormente, Roberto Amaral, um cantor da antiga TV Record, gravou essa marchinha, marcando o início da publicação de sua produção com a mediunidade musical.

Um fato interessante é que Jorge Rizzini nunca estudara música; não tocava nenhum instrumento musical, nem de ouvido; e não cantava de modo afinado. Apenas gostava de todo gênero de música.

Ele dizia que, com certeza, fora a sua paixão pela música que fizera com que os compositores do Além, tais como Verdi, Puccini, Carlos Gardel, Duke Ellington, John Philip Souza, Noel Rosa, Ary Barroso, Lamartine Babo, Ataulfo Alves, dentre muitos outros, sentissem afinidade com ele. Assim, usaram-no como instrumento mediúnico para transmitir ao público algumas de suas composições inéditas feitas no mundo dos Espíritos.

Quando houve a gravação das primeiras músicas mediúnicas, Jorge Rizzini já era conhecido no Movimento Espírita. Havia psicografado a obra “Antologia do Mais Além”, prefaciada por Herculano Pires. Esse livro continha poesias de 44 poetas brasileiros, portugueses e norte-americanos, tais como: Anchieta, o fundador da literatura brasileira, Camões, Castro Alves, Edgard Allan Poe, Florbela Espanca e o Cego Aderaldo, notável repentista no norte e nordeste do Brasil.

Com as músicas mediúnicas, (a exemplo do que havia ocorrido com as poesias mediúnicas), voltavam do Além grandes músicos e compositores com o mesmo estilo que tinham quando estavam vivos na Terra. Isto permitiu que essas músicas fossem facilmente aceitas e gravadas por grandes cantores profissionais, tais como Cláudia, Noite Ilustrada, Djalma Dias. A Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo gravou a marcha “Glória a Allan Kardec”, obtendo grande repercussão junto ao público pela sua originalidade e beleza.

O seu trabalho mediúnico de captação das músicas dos compositores do Além era realizado em seu próprio lar, no silêncio da noite, porque exige muita precisão.

Jorge Rizzini mantinha um pequeno gravador sobre a mesa do seu escritório para gravar, a meia voz, as músicas que os Espíritos compositores lhe transmitiam telepaticamente. Eram sambas, marchas de variados tipos, tangos, blues e canções líricas.

A captação mental das músicas era muito difícil. Mais difícil do que a captação de textos em prosa ou verso ditados pelos Espíritos.

Ele era médium consciente. Isso exigia um entrosamento perfeito da sua mente com a do Espírito, para que a melodia tomasse a direção que o Espírito desejava lhe dar.

Quando isso não acontecia, o Espírito chamava a sua atenção, promovendo batidas nos móveis. Então, ele tinha que gravar novamente a melodia.

A sua limitação maior era não saber escrever a música na partitura. Isso impedia que ele recebesse sinfonias ou peças pianísticas.

Ele captava e gravava as melodias e as respectivas letras, mantendo o estilo que identificava perfeitamente o seu autor espiritual.

Com relação à idéia inovadora de criar o Primeiro Festival de Música Mediúnica, realizado em 1982, no grandioso e famoso Teatro Municipal de São Paulo, o próprio Jorge Rizzini contava que, certo dia, tal idéia foi-lhe sugerida pelo seu Espírito Guia Manuel de Abreu.

Ele estava em frente ao Teatro Municipal de São Paulo quando teve a intuição de que esse deveria ser o palco para a apresentação pública das músicas recebidas dos Espíritos. Os estilos e gêneros tão diversificados davam provas incontestáveis da sobrevivência da alma e da comunicabilidade dos seus autores. Isso deveria ser levado a público.

Impulsionado pela espiritualidade, ele fez uma visita ao Secretário Municipal de Cultura de São Paulo, o famoso poeta e crítico literário Mário Chamie, para expor a sua pretensão. A conversa começou sobre literatura e logo passou sobre a grande admiração que ambos dedicavam a Herculano Pires. Isso facilitou o entendimento e possibilitou que ele, sem delongas, pedisse a cessão do Teatro Municipal para que fosse realizado o citado Festival.

Jorge Rizzini não tinha dúvidas de que existiu uma ação fulminante dos Espíritos. Chamie, sem sequer ouvir uma das músicas dos compositores do Além, confiadas a ele, atendeu ao seu pedido prontamente.

Assim o evento foi marcado, preparado, tornou-se realidade e ocorreu com grande sucesso. O impacto máximo, no dia do espetáculo, ocorreu já na abertura. A notável Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, em sua farda de gala, abriu o Festival com a marcha triunfal “Glória a Allan Kardec”, arrebatando e levando ao êxtase o público que lotava o Teatro. Depois vieram as outras músicas que encantaram a todos.

Foi um importante acontecimento cultural valorizando a música mediúnica e o Movimento Espírita. Mas isso exigiu que providências indispensáveis fossem tomadas.

Jorge Rizzini procurou diversos cantores e instrumentistas profissionais para lhes mostrar as músicas recebidas. Eles reconheceram, de pronto, os estilos dos Espíritos comunicantes, abrindo o caminho para a divulgação pública.

Obteve ainda apoio dos Diretores da Federação Espírita do Estado de São Paulo, da USE, do Lar da Família Universal, na pessoa do confrade Paulo Toledo Machado. Então decidiu que os proventos do espetáculo e do disco lançado seriam doados para o Lar e a USE, para colaborar na aquisição de uma sede própria.

A repercussão desse acontecimento em benefício da Doutrina Espírita foi enorme. Em conseqüência, até o ano de 2006, foram realizados: 4 festivais na cidade de São Paulo; 1 em Salvador; 3 shows de música mediúnica no Estado da Bahia; e 2 no interior do Estado de São Paulo; além de 11 espetáculos doutrinários.

Pela originalidade e beleza, esses eventos mereceram destaque em diversos canais de televisão, jornais profanos, nas revistas “Veja” e “Carta Capital”, além dos notáveis jornais “Folha de São Paulo”, “O Estado de São Paulo”, “O Dia”, “O Globo”, etc. A televisão francesa, o Canal 1 de Paris, filmou, em São Paulo, a Banda da Polícia Militar executando a marcha “Glória a Allan Kardec”, tendo, depois, a divulgado pelo mundo inteiro.

Esses espetáculos permitiram que fossem reconhecidos publicamente a autenticidade e os estilos dos autores espirituais. Opinaram a esse respeito Joel Azevedo, filho de Leonel Azevedo; Maria José Babo, viúva de Lamartine Babo; Dona Judith, viúva de Ataulfo Alves, dentre muitos outros que fizeram o reconhecimento estilístico dos cantores e dos instrumentistas do Além.

Dentre os músicos importantes que deram o seu aval para as músicas do Além estavam:
· O cantor Djalma Dias, que gravou o samba do Espírito Noel Rosa, intitulado “Canções”.
· O Maestro Amilson Godoy, que reconheceu o estilo e a individualidade artística de cada compositor pelos encadeamentos harmônicos, a criação da linha melódica e o desenvolvimento rítmico. Ele disse que a mediunidade de Rizzini impressionava pela variedade de estilos, utilização dos elementos rítmicos e melódicos, nos quais percebia-se claramente a presença dos Espíritos nessas composições.
· O Maestro Francisco Cabrerisso do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que reconheceu que, no caso da música “Súplica”, que trazia a assinatura de Ary Barroso, seu Espírito realmente estava presente nela, não só no aspecto melódico, mas também no rítmico. As diversas variações de divisão de valores caracterizavam bem o estilo do referido autor.
· Araci de Almeida, que, ao ouvir uma música do Espírito Noel Rosa, disse: “Se é Noel Rosa não sei, mas é o estilo dele! Chega a ser gritante, porque é tão bom, é tão igual...”
· Maria José Babo, que disse: “As melodias de Lamartine têm uma linha purista. Conheço o estilo de meu marido. Só ele poderia fazer essa música do Além”.
· Rodolfo De Sio, cantor argentino, que disse: “Foi com uma emoção muito grande que recebi o convite para gravar duas músicas mediúnicas de Carlos Gardel, recebidas pelo Rizzini. São tangos muito bonitos. Eles contêm uma mensagem que deve ser bem entendida no todo, tanto na riqueza da letra, como na riqueza da música”.
· O cantor Roberto Amaral disse: “Quando ouvi essas melodias recebidas pelo Jorge Rizzini, fiquei até arrepiado; principalmente quando ouvi a primeira do Ary Barroso. Parecia o Ary mostrando uma nova música dele. A coisa mais importante é o fato dos Espíritos se identificarem nos seus estilos”.
· O Sr. Antonio Domingos, Maestro e Comandante do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo disse: “Considero um privilégio – uma honra mesmo, reger essa música mediúnica de John Philip Souza. Conheço todas as suas músicas e passei parte da vida regendo-as. E agora, como vou aposentar-me, dentro de semanas, considero um prêmio gravar diante das câmaras da TV Globo a sua marcha-hino “Glória a Kardec”. É belíssima e tem todas as características de John Philip Souza”.

Jorge Rizzini esforçava-se em divulgar a sua mediunidade musical porque considerava que as manifestações musicais dos Espíritos, através de sua faculdade mediúnica, ofereciam a prova incontestável que a morte mata apenas o corpo material, mas não mata a consciência. Isso lhe fora muito bem acentuado pelo Espírito Aderaldo em um de seus poemas que ele tivera a honra de psicografar.

PALAVRAS FINAIS

Jorge Rizzini conquistou, com esforços perseverantes e muitas realizações importantes, um lugar de destaque e de honra no Movimento Espírita.

Suas importantes e extensas obras espíritas divulgaram o Espiritismo, fortalecendo o Movimento Espírita.

Jorge Rizzini jamais deixou de acompanhar muito atento tudo o que se passava na seara espírita, intervindo quando exigia a sua participação ou colaboração. Mas, seu falecimento ocorreu de modo repentino na madrugada do dia 17 de outubro de 2008. Ele estava com a esposa Iracema Sapucaia visitando Buenos Aires, quando fora acometido de um ataque cardíaco. A melhora no quadro de saúde permitia que voltasse ao Brasil para melhor se restabelecer. Mas, em pleno vôo de retorno da Argentina ocorreu a sua desencarnação.

Porém, o legado de Jorge Rizzini já estava constituído. Fora erigido ao longo de décadas de muito trabalho e realizações em uma existência exemplar, que o tornaram digno de merecer de todos admiração, respeito e espírito de gratidão.

terça-feira, 12 de maio de 2009

"O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO: NÃO VIM DESTRUIR A LEI.


PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS NO “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”, CAPÍTULO I: NÃO VIM DESTRUIR A LEI.

AS TRÊS REVELAÇÕES: MOISÉS, JESUS E O ESPIRITISMO.

Geziel Andrade

MOISÉS. Moisés promoveu um importante avanço nas idéias e práticas religiosas: difundiu a existência de um único Deus; ofereceu um novo entendimento acerca do Todo Poderoso; combateu a crença na existência de diversos deuses; mudou costumes antigos; combateu tradições enraizadas; promulgou leis civis e disciplinas mais apropriadas às condições intelectuais, morais e espirituais de seu povo; e estabeleceu novas regras sociais que melhoraram as relações humanas e a convivência e o relacionamento entre as pessoas.

O ponto alto da sua missão foi o recebimento, no Monte Sinai, dos dez mandamentos, que podem ser resumidos da seguinte forma:

1. Não terás deuses e não farás imagem talhada, nem figura, nem as adorarás, e nem lhes renderás culto.
2. Não tomarás o nome de Deus em vão.
3. Santificarás o dia de sábado.
4. Honrarás o teu pai e a tua mãe.
5. Não matarás.
6. Não cometerás adultério.
7. Não furtarás.
8.Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
9.Não desejarás a mulher do próximo.
10.Não cobiçarás as coisas do teu próximo.


CRISTO. “Não penseis que eu vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruí-los, mas os cumprir”. (Mateus, V: 17 e 18).

Jesus deu um novo salto nas idéias e práticas religiosas: revelou Deus como o Pai de amor, sabedoria, bondade, justiça e misericórdia; modificou algumas leis disciplinares ditadas por Moisés; ensinou o cumprimento das Leis de Deus para a conquista das bem-aventuranças no Reino dos Céus; descortinou as realidades espirituais; combateu as praticas exteriores e as condutas morais e religiosas inadequadas praticadas pelos Escribas e Fariseus; e exemplificou a prática das virtudes pautadas no amor, na humildade, na caridade, na fé, na oração, no perdão e na fraternidade.

Jesus estabeleceu a moral evangélica cristã que resume as Leis divinas em uma só: “Amor a Deus sobre todas as coisas e amor ao próximo como a si mesmo”.

Jesus, com sua autoridade moral, decorrente da natureza excepcional de seu Espírito e da sua missão divina, e, muitas vezes, servindo-se de parábolas, formas alegóricas de expressão e palavras com sentidos figurados, transmitiu os seus ensinamentos e assentou a sua Doutrina nos seguintes pontos: ter fé em Deus e em si mesmo; praticar a oração; servir ao próximo; exercitar a prática do amor, da humildade e da caridade; fazer o bem sem ostentação; buscar a reconciliação com os adversários; perdoar os ofensores; acumular tesouros no Reino dos Céus para onde a alma vai após a morte do corpo material; tratar os semelhantes como gostaria de ser tratado; e fazer ao próximo o que quer que ele lhe faça.

ESPIRITISMO. O Espiritismo surgiu numa época de grande amadurecimento da consciência humana. As conquistas e os avanços na cultura e nas ciências permitiram um novo salto nas idéias filosóficas, religiosas e morais.

O Espiritismo possibilitou uma melhor compreensão: de Deus, o Criador de todas as coisas espirituais e materiais; do Pai que rege a Obra da Criação com os Seus atributos de amor, bondade, sabedoria, justiça e misericórdia; das Leis divinas que permitem as maravilhas existentes nas vidas material e espiritual; dos Espíritos, que são os Filhos inteligentes de Deus; do processo de evolução intelectual e moral a que os Espíritos estão submetidos; das inúmeras reencarnações que permitem os Espíritos progredirem incessantemente, buscando a perfeição espiritual; da mediunidade, que permite as manifestações e comunicações dos Espíritos; dos ensinamentos morais de Jesus, que leva os homens a viverem melhor e conquistarem as bem-aventuranças no Reino dos Céus; da imortalidade da alma e das condições de vida no mundo espiritual; das relações mantidas pelos Espíritos com seus familiares que permanecem na vida terrena; das influências boas ou más que os Espíritos bons ou maus exercem sobre os homens; dos estados de felicidade ou de infelicidade que os Espíritos bons ou maus desfrutam na vida espiritual.

O Espiritismo é a terceira revelação da Lei de Deus. Ele foi constituído graças às comunicações dos Espíritos Superiores, que são os mensageiros de Deus. Eles transmitiram seus ensinamentos através de diversos médiuns, em diversas partes do mundo, tendo sido estudados, analisados, comparados e codificados.

O Espiritismo não veio destruir a Lei cristã. Ele veio dar-lhe explicação lógica e complementar os ensinamentos do Cristo de forma clara, promovendo uma revolução nas idéias filosóficas, científicas, religiosas e morais; preparando a regeneração moral da humanidade pela melhoria das condutas dos homens; e guiando-os para que vivam melhor na Terra e conquistem as bem-aventuranças na vida espiritual.

ALIANÇA DA CIÊNCIA E DA RELIGIÃO. O Espiritismo, descortinando de forma racional e lógica as realidades espirituais, as leis morais e as relações existentes entre as vidas material e espiritual, combate o materialismo em que a ciência se assenta. Assim, facilita a sua aliança com a religião e dá início a uma nova era para a humanidade, pautada nos progressos sociais, com elevação moral.

PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS NAS INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS.

INSTRUÇÕES DE UM ESPÍRITO ISRAELISTA, DADAS EM MULHOUSE, EM 1861.
Deus enviou Moisés para trazer aos homens os Seus Mandamentos e revelar-lhes o germe da moral cristã.

Deus enviou mais tarde o Cristo para iniciar a moral que há de renovar o mundo; reaproximar os homens, tornando-os irmãos; fazer jorrar do coração humano a caridade e o amor ao próximo; estabelecer uma solidariedade comum; e transformar a Terra em uma morada de Espíritos superiores aos que a habitam.

Deus enviou o Espiritismo para avançar o progresso moral da humanidade; possibilitar o entendimento da vida futura; e abrir as portas da felicidade eterna para a alma humana.

Moisés abriu o caminho. Jesus continuou a obra. O Espiritismo a terminará.

INSTRUÇÕES DO ESPÍRITO FÉNELON, DITADAS EM POITIERS, EM 1861.
O advento do Cristo foi a luz da verdade que Deus, em sua caridade inesgotável, enviou ao homem.

O Espiritismo, abalando o mundo com as comunicações e advertências dos Espíritos, através de médiuns, veio por ordem divina, para aclarar as leis da natureza; dar à vida humana um objetivo grande e útil; colocar o coração e o amor dos homens junto com o bem-estar material; e fazer os interesses morais caminharem unidos à ciência.

Por toda parte, os Espíritos, como mensageiros de Deus, promovem uma revolução moral; espalham a fé; e trabalham na construção de um novo edifício pautado no progresso intelectual junto com o progresso moral.

INSTRUÇÕES DO ESPÍRITO ERASTO, DISCÍPULO DE SÃO PAULO, DITADAS EM PARIS, EM 1863.
O Espírito Santo Agostinho é um dos maiores divulgadores do Espiritismo. Ele se manifesta em quase toda parte, esforçando-se em responder a todos os que o chamam, para defender o Evangelho, divulgar a verdade, mostrar a imortalidade da alma na vida futura e provar a comunicabilidade dos Espíritos com os homens.

(NOTA DE ALLAN KARDEC: Santo Agostinho não veio destruir o que edificou em seu passado. Ele, na condição de Espírito, viu o que não conseguiu ver na condição de homem; entreviu e compreendeu as claridades e realidades espirituais. Pensando de forma diferente e sem deixar de ser apóstolo cristão, tornou-se propagador do Espiritismo, por ver nele o cumprimento das coisas previstas pelo Cristo. O mesmo ocorreu com outros Espíritos que estão em posição análoga).

sexta-feira, 24 de abril de 2009

"O LIVRO DOS MÉDIUNS": EXISTEM ESPÍRITOS?


"O LIVRO DOS MÉDIUNS”: PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS NA PRIMEIRA PARTE: NOÇÕES PRELIMINARES; CAPÍTULO 1: EXISTEM ESPÍRITOS?


Geziel Andrade

A existência dos Espíritos, como princípio inteligente do Universo, independe da matéria. Ela é demonstrada de forma experimental pelo Espiritismo, através dos fatos espíritas e fenômenos mediúnicos. Estes são promovidos pelas almas dos homens que habitaram a Terra e que constituem um mundo invisível que nos envolve e no meio do qual vivemos sem perceber. Assim, constantemente, estamos rodeados pelos Espíritos.

As almas dos homens mantêm a sua consciência e individualidade ao sobreviverem à morte do corpo material. A existência delas está evidente nas manifestações e comunicações dos Espíritos, servindo-se de pessoas dotadas de faculdade mediúnica.

As almas daqueles que viveram na Terra não sofrem penas ou recebem recompensas em lugares circunscritos ou determinados do espaço, chamados de céu ou inferno. Elas carregam, em seu mundo íntimo, a felicidade ou a desgraça que promoveram para si mesmas com as suas condutas morais boas ou más. Assim, onde estiverem, desfrutam das conseqüências espirituais de seus méritos ou de suas más ações.

As almas daqueles que foram homens de bem se reúnem com outras almas afins, de acordo com o grau de pureza espiritual que já alcançaram. Assim, aumentam seu estado de felicidade junto daqueles que praticaram boas obras na vida terrena. Elas possuem percepções e visões inacessíveis às almas mais grosseiras e vivem empreendendo esforços para se melhorarem ainda mais e para conquistarem graus mais elevados na hierarquia espiritual.

Os Espíritos chamados de anjos são as almas humanas que já chegaram ao grau supremo da perfeição. Pelas leis de Deus, todos os Espíritos podem chegar a esse grau, mais ou menos rapidamente, dependendo dos esforços que fazem para se melhorarem e da boa vontade que empregam para progredirem intelectual, moral e espiritualmente, nas sucessivas reencarnações, na Terra ou em outros mundos habitados.

Os anjos são os mensageiros de Deus. Eles estão incumbidos de zelar pela execução dos Seus desígnios em todo o Universo, e são felizes com essa missão gloriosa. Assim, levam uma vida útil e ativa.

Os Espíritos denominados erroneamente de demônios são as almas das criaturas humanas que foram más na Terra. Elas não estão eternamente perdidas. Podem progredir, pela expiação e reparação dos erros cometidos, e chegarem, através das inúmeras reencarnações, como as outras, no mais alto grau de pureza espiritual, graças à justiça e à bondade de Deus. Isto está coerente com a razão mais exigente; com a lógica mais rigorosa; e com o bom senso mais elevado.

Portanto, as almas dos homens são os Espíritos. Em outras palavras, os Espíritos são as almas humanas despojadas do seu invólucro corporal.

Disso decorre que a alma é o ser inteligente e pensante. Ela estava unida a um corpo material e sobreviveu à sua morte. Assim, o corpo material não era mais do que um acessório, um invólucro, uma roupagem do Espírito imortal. Dessa forma, a alma é o elemento principal no ser humano, por deter todas as faculdades e sobreviver à morte do seu envoltório formado de matéria densa, pelas leis da reprodução.

As manifestações e as comunicações dos Espíritos, ocorridas em todos os tempos da história da humanidade, dão provas positivas da existência e da sobrevivência da alma à morte do corpo físico. Então, ela passa a povoar o espaço do mundo espiritual, que é invisível para o homem, podendo ir a toda parte.

No mundo invisível, o Espírito possui um corpo espiritual, um envoltório permanente e semimaterial chamado de perispírito. É ele que permite o Espírito agir no mundo espiritual e ligar-se ao corpo material no momento da sua encarnação. Esse envoltório fluídico, por conservar a mesma forma e aparência humana do corpo material, permite a identificação e o reconhecimento do Espírito no mundo espiritual.

Dessa forma, o perispírito torna o Espírito um ser real, limitado e circunscrito. Só lhe falta ser visível e palpável para que o Espírito se assemelhe às criaturas humanas.

O fato do perispírito ser invisível e formado de matérias ou fluidos sutis, não impede que o Espírito aja sobre a matéria densa. Por ser semimaterial e possuir algumas propriedades da matéria, o Espírito age sobre a matéria com seus fluidos rarefeitos, como a eletricidade e os gazes imponderáveis conseguem mover motores pesados.

Em decorrência do que foi exposto acima, o Espiritismo tem por base a existência de Deus, que é o criador de todas as coisas; e a existência da alma ou do Espírito, que possui um corpo espiritual, chamado de perispírito.

Como os Espíritos podem estar em toda parte, podem comunicar-se com os homens, que são Espíritos encarnados, ou seja, revestidos de um corpo material.

Assim, os Espíritos permutam pensamentos com os homens; visitam aqueles que amaram durante a vida terrena; e se comunicam com os que mantêm afeições, servindo-se das faculdades mediúnicas que estão ao seu dispor.

O Espiritismo, estudando as manifestações e comunicações dos Espíritos, por fatos espíritas averiguáveis e por raciocínios lógicos, dá provas incontestáveis de que o ser inteligente e pensante, que habitou o corpo humano durante a vida terrena: mantém todas as suas faculdades após a morte; continua a pensar e a amar os familiares, parentes e amigos que teve na existência corporal; deseja estar ao lado e se comunicar com aqueles que lhe foram pessoas queridas; pode agir, com seu corpo fluídico e semimaterial, chamado de perispírito, sobre a matéria densa e sobre o ser humano dotado de faculdade mediúnica, para transmitir-lhe seus pensamentos, fazê-lo escrever e responder às perguntas que lhe forem dirigidas.

As provas dessas realidades espirituais, dadas pelo Espiritismo, estão abertas a todos. Os que não crêem nelas e combatem a Doutrina Espírita, não oferecem provas evidentes em contrário. Simplesmente negam os fenômenos e fatos espíritas, dizendo que pensam que eles são falsos; que as manifestações e comunicações dos Espíritos são impossíveis; e que os espíritas estão equivocados em seus raciocínios.

Àqueles que dizem: “Não creio, porque acho impossível”, o Espiritismo, por sua vez, oferece provas consistentes e necessárias de que os fenômenos espíritas são possíveis e reais.

ENTREVISTA DE GEZIEL ANDRADE


ENTREVISTA DE GEZIEL ANDRADE
A maravilhosa EDITORA EME, de Capivari-SP, surgida há 27 anos, tornou-se um dos acontecimentos mais importantes e marcantes no Movimento Espírita.
Graças aos trabalhos sérios, competentes e incessantes de seus diretores e funcionários, e por prestigiar as obras de escritores e médiuns espíritas, já publicou mais de 400 livros espíritas, de todos os gêneros literários, facilitando o entendimento e promovendo a propagação do Espiritismo.
Com o lançamento recente de mais um livro de minha autoria, intitulado PERISPÍRITO: O que os Espíritos disseram a respeito, os diretores dessa valiosa Editora EME publicaram na REVISTA DE LIVROS EME, de maio de 2009, e no endereço www.editoraeme.com.br/geziel, a seguinte entrevista e os seguintes comentários sobre essa obra:
GEZIEL ANDRADE FALA SOBRE SEU NOVO LIVRO: PERISPÍRITO: O que os Espíritos disseram a respeito.

Geziel é filho de uma família tradicionalmente espírita, tendo recebido desde cedo os ensinamentos básicos da Doutrina. Autor dedicado à literatura espírita, encanta a todos com seus textos “redigidos num estilo elegante, direto e, sobretudo, rigorosamente de acordo com a Doutrina Espírita”, segundo o saudoso Jorge Rizzini. Com livros sobre diversos assuntos, todos publicados pela EME, está agora lançando sua décima sexta obra, o livro Perispírito: o que os espíritos disseram a respeito. Entrevistamos Geziel para saber um pouco mais sobre seu novo livro.
EME: Você vem de uma família tradicionalmente espírita. O que diria aos pais espíritas que, utilizando como argumento o livre-arbítrio, não iniciam seus filhos nos conhecimentos espíritas?GEZIEL: No meu caso particular, nunca fui forçado a aceitar a Doutrina Espírita. Os bons exemplos de meus avós e de meus pais falaram em favor e me conduziram ao Espiritismo. Suas atividades, seus trabalhos e suas conversas sobre temas espíritas, além dos livros espíritas espalhados por todos os cantos da casa, estimularam-me a conhecer, a participar e a me integrar livremente, como acompanhante, no movimento espírita. Penso que os bons exemplos dos pais espíritas, bem como o envolvimento deles no centro espírita, estimulam naturalmente os filhos a procurar e a participar de boa vontade no Espiritismo.
EME: Em seu livro Equilíbrio íntimo pelo Espiritismo encontramos orientações de como superar nossos vícios. Qual atitude considera primordial para quem está nessa batalha ‘contra si mesmo’?GEZIEL: Só existe um caminho: dilatação da consciência acerca das consequências dos vícios para o corpo material, o perispírito e a alma, tanto na vida terrena, quanto na vida além-túmulo; e educação da vontade, fortalecendo-a para adotar, com persistência e esperança, as atitudes e condutas que fazem o bem para si mesmo. Nessa tarefa pessoal, que deve ser cumprida com força de vontade, a Doutrina Espírita presta valiosas orientações e contribuições, ajudando as pessoas que estão em luta para obter a libertação. Mas, essa conquista é pessoal, como foi a decisão de se envolver com os vícios, cedendo ou não às influências nefastas de espíritos encarnados ou desencarnados.
EME: Em função dos ensinos contidos no seu livro Doenças, cura e saúde à luz do Espiritismo, é possível curar o corpo, tratando apenas o espírito?GEZIEL: Não. Aprendemos na Doutrina Espírita que uma doença pode ter origem no corpo material, no perispírito ou na alma. Se a origem da enfermidade for no corpo material, a medicina promove a cura com remédios ou cirurgias. Se a causa da enfermidade estiver: nos desequilíbrios decorrentes do mau uso das faculdades da alma, com reflexos no perispírito e no corpo material; nas expiações de faltas cometidas em vida passada ou mesmo na vida presente; ou nas influências fluídicas nefastas de Espíritos obsessores, perturbadores ou maus, a terapêutica espírita e os tratamentos espirituais no centro espírita colaboram em muito na obtenção da cura, subsidiando os tratamentos médicos.
EME: Em seu livro Allan Kardec e a mediunidade você trata do desenvolvimento da mediunidade. Você possui alguma mediunidade desenvolvida?GEZIEL: Não. Jamais senti qualquer influência ostensiva por parte dos espíritos, a ponto de poder servir de intermediário para as suas manifestações ou comunicações. Mas, com certeza, sinto-me em constante sintonia mental com eles, recebendo conselhos, inspirações e ideias que orientam as minhas atitudes, condutas e realizações no cotidiano.
EME: Como você escolhe o tema de seus livros?GEZIEL: Os temas dos primeiros livros surgiram em minha mente e os capítulos ficaram prontos numa elaboração mental, à medida em que fui estudando, aprendendo e participando do Espiritismo. O trabalho foi apenas de passá-los para o papel, aperfeiçoá-los e apresentá-los ao editor. Evidentemente, as minhas experiências profissionais e acadêmicas ajudaram-me muito nisso. Atualmente, eu realizo estudos espíritas de temas que tenho interesse ou dúvidas, como, por exemplo, nos casos da música celeste e sua influência na música terrena e do perispírito. Depois vou transformando o resultado obtido em livro. Também recebo sugestões valiosas e interessantes de meu editor, abrindo-me o caminho para novos livros. Mas confesso que a elaboração de um livro é um processo mental complexo, que sempre surpreende o próprio autor.
EME: As informações dos espíritos sobre o perispírito, depois de Allan Kardec, são diferentes das contidas nas obras básicas?GEZIEL: De forma alguma. Na primeira parte do livro, apresentei todas as revelações dos espíritos acerca do perispírito, feitas a Allan Kardec. Nas demais partes, comparei essas informações com as fornecidas pelos espíritos depois de Allan Kardec. Constatei uma perfeita coincidência e consistência entre elas. Nas revelações mais recentes, percebemos apenas um detalhamento maior das revelações, mas corroborando as que foram feitas no início do Espiritismo.
EME: Você considera que, ainda hoje, as obras clássicas da Doutrina apresentam grande contribuição para o estudo de temas importantes como o do seu livro?GEZIEL: Qualquer estudo espírita fica inconsistente e desmorona como castelo de areia se não partir de Allan Kardec, Léon Denis, Camille Flammarion, Gabriel Delanne e Ernesto Bozzano. Por isso, sempre começo os meus estudos analisando as informações contidas nos livros desses autores.
EME: Você considera que os espíritas já aproveitaram todo o conhecimento existente nas obras de André Luiz, ou ele ainda é um grande desconhecido?GEZIEL: Tomando como exemplo o caso do meu livro acerca do perispírito, vemos que as revelações feitas pelo espírito André Luiz são tão abundantes, que exigem que os espíritas dediquem muito tempo ainda na análise detalhada, tentando absorver todo o conhecimento oferecido e todas as suas nuanças e aplicações.
EME: Quando o espírito está encarnado, qual a utilidade do perispírito?GEZIEL: É exatamente para nós, os Espíritos encarnados, que o estudo do perispírito tem maior importância e valor, pelas influências que ele exerce tanto sobre a alma, quanto sobre o corpo material. E as lições do Espiritismo sobre o assunto são tão valiosas, que conseguimos colocar a nosso favor todas as suas funções, propriedades e características.
EME: Se o corpo do espírito encarnado apresentava alguma deficiência física ou mental, após a morte essa deficiência permanece no perispírito?GEZIEL: Pode permanecer, se o espírito encarnado não fizer bom aproveitamento moral de sua jornada terrena, a ponto de não expiar os erros cometidos em vida passada ou na presente, nem reparar as suas características que levam à transgressão das leis de Deus. A enfermidade pode aparecer no perispírito dos espíritos que tiveram um corpo material sadio, pelas mesmas razões acima. Isso está claro desde as obras de Allan Kardec, nos assuntos que tratam das doenças, deformidades e mutilações no perispírito.
EME: Qual o papel do perispírito na mediunidade?GEZIEL: A mediunidade existe graças à existência do perispírito tanto no espírito encarnado, quanto no desencarnado. Ele é o elo comum que permite a ligação e a comunicação entre eles. O espírito, atuando com o seu perispírito sobre o perispírito do médium, consegue promover todas as manifestações físicas e inteligentes que constam nos livros espíritas, desde Allan Kardec.
EME: Como o Espiritismo pode colaborar com a sociedade na superação dos problemas?GEZIEL: O Espiritismo é concessão de Deus para que consigamos promover o progresso moral da humanidade e elevar a condição da Terra na hierarquia dos mundos habitados. A nós espíritas cabe a tarefa de promover a educação moral dos homens, desde a infância, atuando no centro espírita e no movimento espírita; e de exemplificar as condutas morais elevadas no lar, no trabalho e na sociedade. Dessa forma, a superação dos problemas humanos surgirá naturalmente com a disseminação da educação espiritual e do progresso moral.
EME: Deixe um comentário final sobre o livro.GEZIEL: Foi um dos estudos espíritas mais gratificantes que realizei. O aprendizado foi enorme. As lições dos espíritos sobre o assunto foram inesquecíveis. As minhas reflexões ampliaram em muito o estado de minha consciência acerca das complexas realidades espirituais. Foi um trabalho que transformou a minha vida, tornando-a melhor compreendida e vivida.
MAIS RECENTE LANÇAMENTO SOBRE PERISPÍRITO ATRAI INICIANTES E ESTUDIOSOS. PERISPÍRITO: O QUE OS ESPÍRITOS DISSERAM A RESPEITO TRAZ GRANDE CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DE UM DOS MAIS IMPORTANTES ASSUNTOS ESPÍRITAS.

Merecem destaque as revelações transmitidas pelo espírito André Luiz, por meio dos médiuns Chico Xavier e Waldo Vieira, mostrando a importância dessas obras, tão comentadas no meio espírita, mas ainda pouco conhecidas em sua essência.

Reunindo as revelações em temas específicos, o autor aplicou na pesquisa o método de Allan Kardec do controle universal do ensinamento dos espíritos. E percebeu que “foi possível, então, ressaltar os pontos relevantes e apontar os resultados coincidentes obtidos. Isso levou a profundas reflexões sobre as conseqüências das atitudes e das ações em nosso próprio ser e em nossa vida. Os depoimentos claros, amplos e minuciosos prestados pelos espíritos confirmaram-se mutuamente e complementaram-se maravilhosamente. Isso demonstrou, mais um vez, a solidez do método espírita, que permite o estabelecimento de princípios doutrinários de modo preciso, seguro e confiável”.

O estudo do perispírito é um dos mais importantes para a compreensão da realidade espiritual. O livro de Geziel, em perfeita sintonia com os objetivos de divulgação da Editora EME, se destaca por trazer os temas em forma de perguntas e respostas, possibilitando que os iniciantes da Doutrina Espírita estudem o assunto de forma objetiva, e que os que já estudam possam acompanhar claramente a concordância das revelações, nas principais obras espíritas desde Allan Kardec.

Além das questões científicas, para a compreensão da forma e da natureza, bem como das funções e propriedades do perispírito, o autor destaca as importantes questões morais que ressaltaram na sua pesquisa.

Analisando, por exemplo, a obra O Problema do Ser, do Destino e da Dor, do filósofo espírita Léon Denis, Geziel transcreve o seguinte trecho: “As ações repetidas dos pensamentos e da vontade exercem ação constante sobre o perispírito. As boas ações vão transformando o perispírito, pouco a pouco, num organismo sutil e radiante, aberto às mais altas percepções, às sensações mais delicadas da vida do espaço, capaz de vibrar harmonicamente com espíritos elevados e de participar das alegrias e impressões do infinito. As más ações dão, ao perispírito, forma grosseira e opaca, acorrentada à Terra por sua própria materialidade e condenada a ficar encerrada nas baixas regiões do mundo espiritual.”

Mais do que conhecer, é necessário praticar os ensinamentos da Doutrina Espírita em todo o nosso dia a dia. Geziel transparece essa necessidade quando conclui: “Com o Espiritismo, não nos faltam provas abundantes de que a Justiça Divina existe e funciona com perfeição, sendo o perispírito, conforme vimos neste estudo, um instrumento que recompensa as conquistas, atitudes, ações e obras de cada espírito. Portanto, cabe-nos empreender esforços para que estejamos harmonizados com as leis divinas, de forma que a Justiça nos recompense com os bons resultados de nossa dedicação ao bem e da realização das boas obras.”