sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

OS DEPARTAMENTOS DA MENTE




















OS DEPARTAMENTOS DA MENTE

Geziel Andrade

O Espírito Emmanuel escreveu, através da psicografia de Chico Xavier, o importante livro “Pensamento e Vida”, publicado pela Federação Espírita Brasileira: FEB.

Nesse livro, o Espírito Emmanuel compara a mente humana a um grande escritório subdividido em diversas seções de serviço.

Os Departamentos da Mente coexistem entre si; estão interligados, mantendo relação constante, cooperação mútua e influenciação recíproca.

A partir das principais lições do Espírito Emmanuel sobre os Departamentos da Mente, contidas nos diversos Capítulos do livro acima citado, compusemos as suas características e funções.

Com isso, conseguimos entender e conhecer melhor a nossa mente, bem como seguir corretamente nossa trajetória evolutiva:

1 - INTELIGÊNCIA
O departamento da inteligência reúne os patrimônios da evolução intelectual e da cultura do Espírito. Eles estão sendo adquiridos durante a sua longa jornada evolutiva.

Como os demais departamentos da mente, o da inteligência precisa também estar sempre bem orientado, comandado e conduzido:
• Pela vontade sadia, para não cair na criminalidade.
• Pelo bom caráter, para não espalhar a miséria, a crueldade e o vício.
• Pela sabedoria, para o Espírito buscar na vida o caminho do bem.
• Pela bondade, para o Espírito usar a sua inteligência em benefício do próximo.
• E pelo amor, para o Espírito realizar o bem. O amor no sentimento comanda para o bem as potências intelectuais.

Se o Espírito usar a sua inteligência para a crueldade, perseguição, abuso do poder, desregramentos e vícios, menosprezando seus deveres morais, sentirá, pela Lei de causa e efeito, as consequências que lhe são impostas naturalmente, exigindo um recomeço difícil, pelo instituto da reencarnação.

Dessa forma, o Espírito que promove o desvirtuamento no uso da sua inteligência sente em si mesmo os reflexos dos desgostos, sacrifícios, padecimentos, inibições e flagelação que impôs aos semelhantes.

Portanto, o Espírito experimenta males pelo mau uso da sua inteligência. Eles são reflexos das suas próprias ações inconsequentes, exigindo retificação dos sentimentos, das emoções e idéias, para o devido reajuste da inteligência na corrente do bem.

O Espírito evita muitos males para si mesmo, cultivando a inteligência com a aquisição do conhecimento, saber, bondade e virtude e com a produção do bem.

É dessa forma que o Espírito:
• Obtém o burilamento intelectual.
• Realiza o trabalho de conquistas nobres na esfera da inteligência.
• E ascende na hierarquia espiritual.

2 – SABEDORIA
O departamento da sabedoria vai se fortalecendo à medida que o Espírito cresce na aquisição do conhecimento e com as lições e influências que recebe dos vanguardeiros do progresso.

Ainda, para acelerar a conquista da sabedoria, o Espírito precisa:
• Da educação, que dá grandeza moral e espiritual.
• Da escola e da cultura intelectual, que propiciam a elevação do saber.
• Da instrução e do estudo, que ampliam o estado da consciência.
• Do livro, que reúne a sabedoria dos Espíritos superiores que passaram pela Terra por ordem de Deus.
• Do Evangelho, que reúne a sabedoria e o amor de Jesus.

Com a sabedoria, o Espírito vence a ignorância, à semelhança da luz que vence a treva.

3 - DESEJO
O departamento do desejo desperta no indivíduo os propósitos, as aspirações e o estímulo ao trabalho, obtendo o progresso.

Este departamento sofre forte influência do departamento da vontade.

Apesar disso, ele tem o poder de alavancar e ativar a vontade, num esquema de influenciação mútua.

Se o desejo não policiar as más influências que, às vezes, recebe da vontade, e vice-versa, o Espírito pode cometer deslizes e enganos, caminhando para a aflição, o sofrimento e a necessidade de reparação num longo período de tempo.

4 – VONTADE
O departamento da vontade dirige os processos da evolução do Espírito, porque influencia importantes setores da ação mental. A vontade ativa diversos setores da mente, impulsionando-os ao progresso.

Assim, esse departamento exerce forte influência na ação, no movimento ou mesmo na inércia do Espírito, estabelecendo a harmonia ou o desequilíbrio interior.

Porém, a vontade do Espírito está sempre vigiada pela ação da consciência, que:
• Não relaxa no seu trabalho de desenvolver as faculdades de modo nobre.
• Busca na educação o aprimoramento intelectual e moral e as conquistas elevadas para a Vida Superior.
• Estimula a ação espontânea no prazer de servir o semelhante por amor.

5 - IMAGINAÇÃO
O departamento da imaginação absorve, age e reage aos impactos dos acontecimentos e dos fatos que marcam a vida do Espírito.

Para isso, a imaginação conta com o apoio das concepções e das riquezas do ideal, além da sensibilidade já adquirida pelo Espírito.

A imaginação, a exemplo das demais faculdades mentais, jamais deve ceder às influências dos maus propósitos.
Senão, ela leva o ser para o mundo das sombras.

6 – SENTIMENTO
O departamento do sentimento trabalha as experiências sentimentais que o Espírito vem adquirindo com as suas ações em todos os campos da vida e com as suas lutas na jornada evolutiva.

Quando o Espírito consegue trabalhar bem as ideias produzidas pelos bons sentimentos, ele:
• Caminha para a prática do amor.
• Presta serviços espontâneos para o bem dos semelhantes.
• E trabalha em favor dos necessitados de apoio material e moral.

Com o sentimento pautado no amor a Deus e ao próximo, ensinado e exemplificado por Jesus, o Espírito:
• Valoriza-se na vida.
• Cria na própria mente a energia da luz divina.
• Desperta em si o pensamento reto que promove o equilíbrio interior.
• Manifesta as boas emoções.
• Produz pensamentos elevados.
• Exterioriza bons propósitos e atos, conquistando a liberdade suprema.
• Pratica a benevolência, reunindo méritos morais.
• Coloca as suas ondas mentais na execução dos serviços que beneficiam as células nervosas do próprio corpo material.

Por outro lado, quando o Espírito torna os seus sentimentos doentios, seus pensamentos também se tornam doentios, a ponto de promoverem a desarmonia orgânica e a enfermidade.

7 – EMOÇÕES
O departamento das emoções dá impulso às reações, ideias, atitudes e palavras que influenciam e comandam as ações.

Este departamento trabalha em relação estreita com os sentimentos, as ideias, os pensamentos e a fala, determinando as ações boas ou más que repercutem no estado íntimo do Espírito.

Quando as emoções do Espírito tornam-se descontroladas, desequilibradas ou doentias, ele não se livra dos estados enfermiços que aparecem, até que consiga pô-las novamente sob controle.

É assim que os choques emocionais criam sintomas mentais depressivos e estabelecem as desagregações nas forças íntimas, impondo sofrimentos e doenças.

Por outro lado, quando o Espírito encara os fatos que ocorrem na vida com boas emoções, bons sentimentos, ideias elevadas e conversações sadias, as suas ações são nobres, beneficiando não só os seus semelhantes, mas também a si próprio no mundo íntimo.

8 – MORAL
O departamento moral reúne o patrimônio dos princípios e valores morais e as regras de condutas virtuosas.

O patrimônio moral vem sendo acumulado pelo Espírito durante a sua milenar existência.

Ele acompanha o Espírito no seu renascimento no plano físico, influindo em suas condutas morais perante os semelhantes.

Esse patrimônio moral do Espírito está em contínuo ou permanente aprimoramento com as boas influências e impressões que recebe dos pais, mestres e semelhantes, notadamente quando estes lhe dão noções de trabalho e justiça, fraternidade e ordem, disciplina e exercício do bem, otimismo e amor.

Ao Espírito cabe o dever de empreender esforços para aumentar o seu patrimônio moral, porque assim obtém a sua ascensão na hierarquia espiritual.

No departamento moral trabalha o senso moral. Este cuida para que o Espírito não cometa atos que gerem um estado de perturbação ou instaurem as desarmonias que desencadeiam as doenças.

Em seu esforço para obter a elevação do seu patrimônio no campo moral, o Espírito não deve menosprezar a dedicação ao serviço espontâneo no bem, nem deixar de prestar serviços em favor do próximo, com abnegação ou esquecimento de si mesmo.

9 – RAZÃO
O departamento da razão é resultado do desenvolvimento conquistado pelo Espírito em sua laboriosa e multimilenar viagem dos domínios dos instintos para a clareza do juízo e da consciência.

Com o desenvolvimento da razão, o Espírito deixa para trás o plano da animalidade.

Mas, para aprimorar cada vez mais a sua razão, o Espírito precisa valorizar sempre o trabalho, a justiça, disciplina, bondade, ponderação e lógica.

A razão é o sol que ilumina a consciência do Espírito.

Com a razão, ele fortalece a vontade a ponto de tomar as boas decisões que deixam a consciência em paz e criam o seu futuro feliz.

A razão e a consciência operam em conjunto e estão sempre alertas.

Elas trabalham no sentido de manter o Espírito no campo do discernimento e da execução dos deveres e obrigações que o elevam perante a vida.

A razão e a consciência permanecem sempre despertas e lúcidas, servindo-se do conhecimento que o Espírito já adquiriu.

A razão e a consciência orientam, estimulam e fortalecem o Espírito na realização da sua obra de sabedoria, paciência, tolerância, humildade e amor.

Se o Espírito se afastar do cumprimento dos deveres, a razão e a consciência agem prontamente precipitando-o na argumentação interior, no sentimento de culpa, remorso, arrependimento, desgosto, na lembrança amarga e perturbação, até que se disponha à reparação do erro cometido.

Com a reparação dos danos causados aos outros e a si mesmo, o Espírito após ter experimentado as conseqüências dos erros cometidos, opera a sua própria regeneração.

10 – MEMÓRIA
O departamento da memória mantém o arquivo de todas as experiências adquiridas pelo Espírito em sua longa existência.

Também na memória estão registrados fielmente todos os acontecimentos que marcaram a vida milenar do Espírito.

Se o Espírito prima em manter os seus atos elevados e bons, a sua memória registra fatos e experiências agradáveis que geram o bem-estar íntimo.

Assim, as lembranças dos bons acontecimentos e das boas ações geram a paz na consciência, a saúde, a alegria e a felicidade.

Com a paz na consciência, o Espírito sente grande satisfação e a alegria de ter cumprido corretamente seus deveres, obrigações e responsabilidades.

11 – FÉ
O departamento da fé coloca, de forma instintiva, na consciência do Espírito a noção da existência, sabedoria infinita e do amor infinito de Deus.

Assim, surge a fé religiosa. Ela dá ao Espírito a noção de Deus e a confiança na prática do bem.

Com a fé, o Espírito obtém a energia que ele precisa para impulsionar suas atividades e realizar as operações que promovem seu progresso intelectual e moral.

Toda confiança e ação do Espírito decorrem sempre de um ato de fé.

12 – PENSAMENTO
O pensamento é a força criativa que se exterioriza do Espírito.

É o pensamento que permite ao Espírito criar a vida que pretende, deseja e procura.

A força do pensamento tem o poder de mover, transformar, destruir, refazer e sublimar o Espírito.

É a qualidade boa ou má dos pensamentos que distingue o Espírito bom do mau.

Se o homem sustenta o seu pensamento no bem:
• Vive em regime de comunhão e afinidade com as coisas elevadas.
• Estabelece ressonância com as correntes mentais das almas semelhantes, ao assimilar os pensamentos daqueles que pensam como ele próprio.

O pensamento do homem voltado à prática do bem tem uma ação edificante na saúde do corpo e da alma.

Por outro lado, o pensamento sombrio tem o poder de adoecer o corpo são e agravar os males do corpo enfermo.

13 – COMO FAZER BOM USO DOS DEPARTAMENTOS DA MENTE:

O Espírito Emmanuel, com as suas valiosas lições sobre os Departamentos da Mente, nos estimula a:
• Purificar os sentimentos, pela conquista do amor.

• Vigiar os desejos, as vontades, os pensamentos e demais recursos da mente, sustentando-os na prática do bem.

• Investir na conquista da sabedoria e dos valores morais, pois garantem as boas decisões que mantêm nossos passos seguros nos bons caminhos da vida.

• Criar o bom hábito de promover a auto-educação, pela recapitulando no dia a dia das lições intelectuais e morais que sustentam as atividades nobres, engrandecem os recursos da mente e edificam uma vida melhor.

• Usar as faculdades mentais para trabalhar, estudar, aprender, adquirir experiências e conquistar virtudes, operando no sentido dessas atividades se tornarem hábitos automáticos na promoção do sucesso e do progresso.

• Disciplinar a ação dos departamentos da mente na concretização do bem, porque este é o único caminho para chegarmos à felicidade verdadeira.