segunda-feira, 1 de julho de 2013

AS LEIS E A JUSTIÇA DE DEUS, À LUZ DO ESPIRITISMO

AS LEIS E A JUSTIÇA DE DEUS, À LUZ DO ESPIRITISMO




Geziel Andrade






Jesus, com a sua doutrina religiosa e moral maravilhosa e revolucionária, legou-nos um novo entendimento sobre as Leis de Deus e a Sua Justiça.



Ele nos ensinou que:

• “Devemos fazer aos homens, o que queremos que eles nos façam.” (Mateus, Cap. 7, Vers. 12 e Lucas, Cap. VI, Vers. 31.) Assim, estabeleceu que as nossas condutas morais e ações perante os semelhantes devem estar em acordo com o que queremos para nós mesmos. Como só queremos que os outros nos façam o bem...

• “A cada um será dado segundo as próprias obras.” (Mateus, Cap. XVI, Vers. 27.) Por isso, exemplificou-nos a realização das boas obras para que asseguremos as bem-aventuranças.

• “Devemos dar a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” (Marcos, Cap. XII, Vers. 13 a 17.) Com isso, ensinou-nos a ver nas relações humanas sempre os dois lados da vida: o material e o espiritual.

• “Bem aventurados e fartos os que têm fome e sede de justiça.” (Mateus, Cap. V, Vers. 6.) Desse modo, estimulou-nos a crer na justiça de Deus, que não decepciona ninguém, porque é perfeita.

• “Bem aventurados no reino dos céus os que padecem perseguições por amor da justiça.” (Mateus, Cap. V, Vers. 6 e 10.) Assim, levou-nos a amar a justiça, mesmo sofrendo perseguições dos injustos ou maus, porque a sua prática garante as bem-aventuranças no reino dos céus para as almas dos justos.

• “Entrarão no reino dos céus os que praticarem uma justiça maior do que a dos Escribas e Fariseus.” (Mateus, Cap. V, Vers. 20.) Dessa maneira, deu-nos a esperança que a recompensa para a alma no reino dos céus é para as que praticarem na vida terrena uma justiça mais perfeita que a dos homens.

• “Alcançarão misericórdia os que são misericordiosos.” (Mateus, Cap. V, Vers.7.) Com essa lição, recomendou-nos a aliar sempre a misericórdia à justiça, a exemplo da justiça de Deus que é misericordiosa.

• “Seremos julgados com o juízo que julgarmos, e também medidos com a medida com que medirmos.” (Mateus, Cap. 7, Vers. 1 a 5.) Assim, mostrou-nos que a Justiça divina nos julga com a mesma medida com que julgamos os nossos semelhantes.

• “A alma do homem rico, egoísta e avarento, após a morte, foi conduzida aos tormentos do inferno; porém, a alma de Lázaro, que era humilde e vivia suportando com resignação a pobreza e o sofrimento à porta da casa do homem rico, foi levada, após a morte, pelos anjos, para o reino dos céus.” (Lucas, Cap. XVI, Vers. 19 a 31.) Com essa parábola do mau rico, Jesus nos revelou que a Justiça de Deus leva em consideração, no reino dos céus, as qualidades espirituais e morais que cada alma conquistou e não a posição social e financeira que ela ocupou na vida terrena.

• “Cabe-nos em primeiro lugar buscar o reino de Deus e a sua Justiça e todas as coisas nos serão acrescentadas.” (Mateus, Cap. VI, vers. 33.) Portanto, com a observância das Leis e da Justiça de Deus obteremos, por acréscimo, o progresso e a felicidade que almejamos.



Com essa noção inovadora das Leis e da Justiça de Deus, Jesus nos ensinou e exemplificou-nos as condutas justas que devemos observar perante Deus, os semelhantes e a vida.



Além disso, Allan Kardec, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, detalhou as lições e os exemplos de Jesus, levando-nos à vigilância em nossas condutas morais para observá-los corretamente, praticando o bem e realizando as boas obras.





A JUSTIÇA DE DEUS NOS LIVROS ESPÍRITAS



Além do livro acima citado de Allan Kardec, que deu um caráter essencialmente cristão ou evangélico ao Espiritismo, principalmente os seguintes livros espíritas nos permitem ampliar a consciência acerca dos mecanismos das Leis e da Justiça de Deus:

• “O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec.

• “Depois da Morte” e “O Problema do Ser, do Destino e Dor”, de Léon Denis.

• “Justiça Divina” do Espírito Emmanuel, através da mediunidade de Chico Xavier.

• “Ação e Reação”, do Espírito André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier.





PRINCÍPIO BÁSICO DA JUSTIÇA DE DEUS



O princípio básico que rege a Justiça de Deus é a igualdade absoluta na criação dos Espíritos.



Todos eles têm o mesmo ponto de partida.



Desde o momento da criação do Espírito por Deus, nenhum é mais bem dotado que os outros.



Todo Espírito é criado simples e ignorante, mas perfectível, através de um longo processo de evolução intelectual e moral.



Nenhum Espírito tem a sua marcha ascencional, em termos intelectuais e morais, mais facilitada, por exceção. Todos estão sujeitos às mesmas Leis.



Os Espíritos que já chegaram à perfeição intelectual e moral, e denominados pelos homens de Anjos, passaram, como todos os outros, pela fieira das provas e da inferioridade.



Para todos os Espíritos, o progresso e a felicidade são conquistados pelo trabalho de adiantamento e pelos méritos intelectuais e morais acumulados.





A OBSERVÂNCIA DAS LEIS E DA JUSTIÇA DE DEUS



A observância das Leis e da Justiça de Deus é indispensável para que a nossa alma consiga progredir mais rapidamente na hierarquia verdadeira, que é a espiritual.



Assim, nos aproximamos da perfeição espiritual e da conquista da felicidade duradoura, estabelecidas pelos Desígnios de Deus.



Para o bom aproveitamento de mais esta jornada evolutiva terrena cabe-nos:



• Fazer o bem ao próximo, para colhermos na vida presente e na vida futura da alma, os frutos doces das boas ações e obras. Por isso, jamais devemos desertar do bem.

• Respeitar os direitos dos outros. Sempre temos direitos alheios a respeitar, fazendo bom uso da vontade, da liberdade e do livre-arbítrio, dentro da fraternidade universal ou da família criada por Deus.

• Tratar com absoluta igualdade de direitos os filhos de Deus ou irmãos que ocupam a posição transitória de homem ou de mulher, em cumprimento de missões e provas evolutivas. Pelas Leis de Deus, todos os Espíritos foram criados com a mesma inteligência, noção do bem e do mal e faculdade de progredir para alcançar a perfeição e a felicidade imperecível.

• Vigiar com rigor a liberdade de sentir, pensar, falar e agir. Desse modo, convivemos bem e nos relacionamos corretamente com os semelhantes, praticando a fraternidade.

• Praticar a Lei de justiça, amor e caridade na sua mais completa pureza. Observando rigorosamente essa Lei, tornamo-nos pessoas de bem que prosperam verdadeiramente na vida e na hierarquia verdadeira pelo trabalho honesto, pelo bom uso das faculdades e pelo respeito às regras divinas.

• Ser conscientemente o artífice da própria prosperidade e da situação feliz, na vida presente e na vida futura da alma. Praticando o bem e realizando as boas obras, a Lei de causa e efeito ou de ação e reação nos dará naturalmente as recompensas pelas atitudes e ações elevadas. A alma enobrecida pelo cultivo e prática das virtudes prepara o seu corpo espiritual (perispírito) para ascender às esferas superiores da vida espiritual, onde desfruta das bem-aventuranças prometidas por Jesus.

• Cumprir as Leis de Deus com a rigorosa prática do bem. A Justiça infalivelmente recompensa quem dissemina o bem; mas, por outro lado, pune quem realiza o mal, agindo com perfeita equidade, sem jamais se enganar. Por isso, jamais devemos nos afastar do caminho do bem.

• Preparar as bem-aventuranças para a continuidade da vida da alma no reino dos Céus pela observância das Leis e da Justiça. Na vida espiritual, a alma será feliz ou infeliz, segundo o bem ou o mal que tiver praticado na vida terrena. No além-túmulo, a alma experimenta, inevitavelmente, as consequências das boas ou más ações realizadas na vida corporal. Neste sentido, o corpo espiritual (perispírito) serve de instrumento para a Justiça de Deus. As revelações de inúmeros Espíritos, através de diferentes médiuns, comprovam que a Justiça de Deus coloca em situação de felicidade a alma que praticou as virtudes; mas em condição de sofrimento a alma que transgrediu as Leis na jornada evolutiva terrena. Geralmente, as expiações dos erros cometidos na vida corporal se prolongam na continuidade da vida da alma no reino dos céus e chegam mesmo até a nova existência corporal, para que haja a reparação das consequências ou a plena quitação dos débitos assumidos perante a Justiça. Por isso, devemos cumprir rigorosamente nossos deveres perante Deus e os semelhantes.

• Agir com misericórdia perante os semelhantes, à semelhança de Deus que sempre abre as oportunidades de expiação e reparação para o Espírito culpado. O Pai sábio, amoroso, justo e misericordioso sempre deixa aberta a porta do caminho do bem para que Seu filho se liberte do mal. Assim, ele se livra mais rapidamente dos sofrimentos e das expiações, segundo os seus esforços e a sua vontade verdadeira de praticar o bem. A misericórdia de Deus é infinita, mas não é cega. Ela não dispensa que o Espírito culpado satisfaça a Justiça. Para isso, ele precisa passar pelas consequências das faltas cometidas, reparar o mal ocasionado, resgatar as dívidas contraídas, e retornar às tarefas do bem para dar continuidade ao seu aperfeiçoamento intelectual e moral que o leva às esferas superiores da vida. Ninguém escapa da grandeza das Leis e da Justiça. Por mais dura e terrível que elas pareçam, são sempre as respostas às nossas próprias obras.





RESUMO DAS ATITUDES E AÇÕES QUE NOS PERMITEM A OBSERVÂNCIA DAS LEIS E DA JUSTIÇA DE DEUS



Em função das valiosíssimas lições acima apresentadas, conhecemos os mecanismos das Leis e o funcionamento da Justiça Perfeita.



Então, devemos agir sempre perante Deus, os semelhantes e a vida com a consciência iluminada pelas luzes do bem, cumprindo voluntariamente os Desígnios do Criador de todas as coisas.



Portanto, em suma, para a observância das Leis e da Justiça precisamos:

• Fazer aos outros o bem que queremos que os outros nos façam.

• Respeitar profundamente os direitos alheios, como gostamos de ver os nossos direitos respeitados pelos outros.

• Concretizar as boas obras, para desfrutar das suas boas consequências na vida presente, na vida futura da alma e na próxima reencarnação evolutiva.

• Fazer bom uso da vontade, da liberdade de ação e das faculdades, agindo com honestidade, responsabilidade e grandeza moral perante os compromissos assumidos na família, no trabalho e na vida em sociedade.

• Cultivar as virtudes e praticar o bem no cotidiano. Este é o único caminho que nos conduz ao progresso verdadeiro, ao sucesso imperecível e à felicidade duradoura, tanto na vida material, quanto na vida verdadeira, que é a espiritual.

• Ter o espírito de misericórdia perante os infratores da Lei. Assim, abrimos sempre a oportunidade de reparação e regeneração para os irmãos que suportam as consequências dos erros cometidos e precisam edificar melhores condições de vida, no presente, para a vida futura e para as próximas reencarnações.

• Priorizar a prática da Lei de justiça, amor e caridade. Esta é a prática segura que conduz rapidamente à prosperidade verdadeira, garantindo a paz, saúde, alegria e felicidade.