quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

REFLEXÕES SOBRE O NATAL






REFLEXÕES SOBRE O NATAL

Geziel Andrade

“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, nos permite ter uma visão ampliada sobre a vinda de Jesus à Terra, para trazer aos homens, por ordem do Pai Eterno, a sua maravilhosa Doutrina de amor a Deus e ao próximo.

Allan Kardec nos ensina no Capítulo XV desse livro que:

“Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho.”

“Em todos os ensinamentos, ele mostra essas virtudes como sendo o caminho da felicidade eterna.”

“Bem-aventurados, diz ele, os pobres de espírito, isto é, os humildes, porque é deles o reino dos céus. Bem-aventurados os que têm coração puro. Bem-aventurados os que são dóceis e pacíficos. Bem-aventurados os que são misericordiosos. Amai vosso próximo como a vós mesmos. Fazei aos outros o que quereis que vos façam. Amai vossos inimigos. Perdoai as ofensas, se quereis serdes perdoados. Fazei o bem sem ostentação. Julgai-vos antes de julgar os outros.”

“Humildade e caridade, eis o que ele não cessa de recomendar, e cujo exemplo ele próprio dá.”

Portanto, praticando no dia a dia essa Doutrina sublime de Jesus:

• Convivemos e nos relacionamos melhor com os semelhantes pelas qualidades nobres que exteriorizamos;

• Acumulamos e administramos adequadamente, isto é, sem egoísmo e com o espírito de humildade e caridade, os bens materiais transitórios, que nos foram confiados por Deus em usufruto para o progresso intelectual e moral;

• E cultivamos a nobreza moral e os tesouros espirituais que engrandecem o uso das faculdades da alma e possibilitam a conquista das boas condições de vida.

Além disso, tendo por guia as lições maravilhosas de Jesus, contidas no Evangelho:

• Adquirimos a pureza nos sentimentos;

• Preservamos a elevação nos pensamentos;

• Mantemos as atitudes condizentes com a moral cristã;

• Realizamos as ações virtuosas, em todas as circunstâncias da vida, produzindo o engrandecimento pessoal e gerando o clima de fraternidade e de solidariedade que beneficia as pessoas que nos cercam na família, no ambiente de trabalho e na vida em sociedade.

Com isso, conquistamos a paz na consciência e o bem-estar e desfrutamos da saúde, alegria e felicidade nesta jornada terrena. Também preparamos a alma para usufruir das bem-aventuranças que Jesus ensinou existir na vida futura no reino dos céus.

Portanto, além das comemorações materiais típicas do Natal, que saibamos:

1. Refletir sempre sobre a grandeza dos ensinamentos religiosos, morais e espirituais que o Divino Mestre Jesus veio trazer à Terra.

2. Sustentar a firme intenção de exemplificar as condutas morais evangélicas que melhoram as condições de vida de todos e constroem o mundo melhor que almejamos.

3. Estar comprometidos com a aplicação, no cotidiano, do amor a Deus e aos semelhantes e das virtudes da humildade e da caridade, que difundem a fraternidade e a solidariedade.

4. Renovar permanentemente os propósitos de praticar e difundir os ensinamentos de Jesus, para beneficiar a nós mesmos e ao próximo e disseminar o progresso, a paz, a alegria e a felicidade.

Este espírito cristão verdadeiro não pode faltar nem no Natal, nem durante todos os dias do ano.

-- -- -- -- -- -- --
PREZADOS AMIGOS E LEITORES DESTE BLOG,

APÓS ESSAS REFLEXÕES, DESEJO A TODOS UM NATAL CHEIO DE PAZ E ALEGRIA E UM ANO NOVO REPLETO DAS BOAS REALIZAÇÕES QUE PROMOVEM A PROSPERIDADE MATERIAL E ESPIRITUAL.

Estes são os votos de Geziel Andrade.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

EDUCAÇÃO PARA A PAZ





EDUCAÇÃO PARA A PAZ

Geziel Andrade

A História nos mostra que a paz sempre foi difícil de ser mantida entre os homens.

Mesmo com todo o progresso material havido, correm soltas as notícias de concorrência abusiva, condutas desleais, ações violentas, lutas e guerras em busca dos interesses materiais, financeiros e econômicos.

Assim, a convivência e o relacionamento pacíficos estão ainda na dependência do predomínio de uma educação que atenda as necessidades humanas, sem que estimule a desigualdade, a acumulação desenfreada e egoística dos bens materiais, as disputas e tentativas de dominação pela violência.

Em outras palavras, o fim da violência e o predomínio da paz dependem da preponderância de uma educação em que o progresso material e a melhoria do bem-estar sejam conquistados com amor e respeito aos semelhantes, pondo fim aos confrontos nefastos, e com base no entendimento, na fraternidade e na solidariedade.

Nos dias atuais, a esperança de paz parece ser um sonho difícil de ser concretizado. A violência parece estar generalizada, descontrolada e assustadora, principalmente pelo uso de armas poderosas e sofisticadas que alguns homens criaram com o mau uso que fizeram da ciência e da tecnologia visando o lucro pelo seu livre comércio.

Hoje em dia, há carência de paz em todas as áreas humanas. Os ataques ao próximo assustam; as lutas urbanas revelam ações agressivas de todas as ordens, principalmente para a apropriação do dinheiro alheio de forma ardilosa; as fraudes são descobertas nas instituições públicas e privadas; as agressões atingem o feto, as criancinhas, as mulheres, os jovens, os adultos e os idosos; as transgressões ocorrem no trânsito, no esporte, na escola, na política, na economia, na vida social, etc.

A educação tradicional mostra-se incapaz de produzir a paz. Ela preocupa-se apenas com o preparo do homem para o progresso intelectual e o enriquecimento pelo sucesso na vida profissional. Então estimula a forte concorrência depredatória entre as pessoas na vida pessoal e empresarial; exacerba visivelmente as desigualdades, o egoísmo, a ambição, o orgulho e os confrontos distributivos.

Em suma, a educação predominante não tem preparado os homens para a conquista e manutenção de uma vida próspera, harmoniosa e pacífica, dedicada à conquista do bem estar individual e coletivo.

Como conseqüência disso, temos que, apenas no Brasil, bilhões de Reais são gastos anualmente na repressão aos crimes; nos aparatos militares, policiais e judiciários; nas prisões e penitenciárias; nos serviços de segurança particular nas famílias e nas instituições públicas e privadas.

De forma evidente, esse dinheiro poderia estar sendo melhor usado nos investimentos em saúde, habitação e infra-estrutura econômica e social, melhorando as condições de vida de milhões de brasileiros.

LIÇÕES CONTIDAS EM “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Em “O Livro dos Espíritos”, na Questão 789, encontramos:

“Quando a lei de Deus constituir por toda parte a base da lei humana, os povos praticarão a caridade de um para o outro, como os indivíduos de homem para homem, vivendo felizes e em paz”.

Além disso, nas Questões 745 a 754 de “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec e os Espíritos superiores nos revelaram as seguintes causas para a violência:
1. Senso moral ainda pouco desenvolvido.
2. Regozijo na ambição, no egoísmo e no orgulho, que são as causas de atos de violência e de muitos males e sofrimentos.
3. Falta de educação para a prática da Lei de justiça, amor e caridade, que melhora as condições de vida, produz a paz e promove a Terra à categoria de um mundo melhor e mais feliz.

Portanto, enquanto a educação tradicional continuar preocupando-se apenas com a educação intelectual e a profissionalização do homem, e deixando de lado a educação moral, que aprimora as condutas e ações, as verdadeiras causas da violência não são combatidas, impedindo que a paz reine soberana entre os homens.

A EDUCAÇÃO ESPÍRITA

A educação espírita, sem jamais descuidar da educação intelectual, do preparo do homem para o trabalho honesto e o progresso material, vai além disso:
1. Estimula-nos ao relacionamento fraterno e a convivência harmoniosa e pacífica com os semelhantes, por aprendermos que somos Espíritos encarnados, filhos de Deus, em temporário processo de evolução intelectual e moral na escola da vida terrena.

A educação espírita revela-nos que a verdadeira finalidade da vida material é a conquista do progresso intelectual, junto com o progresso moral.

Com eles, obtemos boas condições de vida, tanto na vida presente, quanto na vida futura, quando do retorno da alma ao mundo espiritual.

A educação espírita leva-nos, ao mesmo tempo:
1. À prosperidade material, moral e espiritual;
2. Aprimora o uso que fazemos de todas as faculdades da alma;
3. Desenvolve a intelectualidade aliada ao senso moral;
4. Promove a aliança entre a sabedoria e o amor;
5. Ensina a prática das condutas amorosas, justas, bondosas, caridosas e fraternas, alicerçadas nos ensinos e exemplos de Jesus.

A educação espírita permite-nos concretizar os sonhos de liberdade, igualdade, fraternidade, benevolência, indulgência e justiça.

Para isso, trabalha para conquistarmos simultaneamente o progresso material, moral e espiritual, numa nova ordem de harmonia e paz, que eleva a Terra na categoria dos mundos habitados.

OUTRAS LIÇÕES DE ALLAN KARDEC

A educação moral espírita está alicerçada na prática dos ensinamentos de Jesus, explicados por Allan Kardec em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.

Dessa forma, aprendemos:
1. A praticar o amor a Deus, ao próximo e a nós mesmos;
2. A difundir a benevolência;
3. A realizar o bem de todos;
4. A fazer aos outros o que queremos que os outros nos façam;
5. E a pôr em prática as virtudes cristãs que geram a prosperidade, com harmonia e paz.

Consta o seguinte no Capítulo IX de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”:

“Jesus estabeleceu como lei a doçura, a moderação, a mansuetude, a afabilidade e a paciência. E, por conseqüência, condenou a violência, a cólera e até mesmo toda expressão descortês para com os semelhantes”.

Portanto, praticando os ensinamentos de Jesus, como nos ensina a educação espírita, melhoramos as relações humanas, promovemos o bem-estar de todos e estabelecemos a prosperidade material, moral e espiritual, conquistando a paz, a alegria e a felicidade duradoura.

Além disso, consta nas Instruções dos Espíritos, contidas no Capítulo I desse mesmo livro:

“Cristo foi o iniciador da moral mais pura, mais sublime. Da moral evangélica cristã que deve renovar o mundo, reaproximar os homens e torná-los irmãos; que deve fazer jorrar de todos os corações humanos a caridade, e o amor ao próximo, e criar entre todos os homens uma solidariedade comum. Enfim, de uma moral que deve transformar a Terra, e fazer dela uma morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam”.

RECEITA DE CHICO XAVIER

Certo dia, perguntaram a Chico Xavier o que ele achava a respeito do avanço da violência. Suas palavras foram sábias:

“Necessitamos das condutas morais ensinadas por Jesus, para que consigamos domar as nossas más tendências que podem nos levar aos atos de violência”.

Assim, reafirmou a receita espírita-cristã para a conquista da paz.

ENSINAMENTOS DO ESPÍRITO EMMANUEL

O Espírito Emmanuel, na mensagem “O Caminho da Paz”, psicografada por Francisco Cândido Xavier e publicada no livro “Religião dos Espíritos”, de edição FEB, nos aponta a seguinte rota para a paz:

“Nem a política, nem o comércio, nem a ciência, nem a indústria, nem a imprensa, nem a aproximação entre os povos, nem a exaltação do trabalho, nem a evolução do direito individual e nem a higiene conseguem resolver o problema da paz.”

“A guerra – monstro de mil faces, que começa no egoísmo de cada um, que se corporifica na discórdia do lar, e se prolonga na intolerância da fé, na vaidade da inteligência e no orgulho das raças, alimentando-se de sangue e lágrimas, violência e desespero, ódio e rapina, tão cruel entre as nações supercivilizadas do século XX, quanto já o era na corte obscurantista de Ramsés II – somente desaparecerá quando o Evangelho de Jesus iluminar o coração humano, fazendo que os habitantes da Terra se amem como irmãos”.

Assim, a educação espírita trabalha para a implantação do Evangelho de Jesus no coração do homem, visando a melhoria das condutas morais, pela prática do amor, da caridade e da fraternidade, e permitindo a conquista do verdadeiro progresso, do bem-estar e da paz tão almejada.

LIÇÃO DO ESPÍRITO BATUÍRA

O Espírito Batuíra, em mensagem psicografada por Chico Xavier, e publicada no livro “Mais Luz”, de edição GEEM, nos recomenda o contato permanente com os ensinamentos de Jesus. Neles encontramos a fonte de alegria e bênçãos; o meio de transformamos o lar em celeiro de compreensão e solidariedade; e o caminho luminoso de ascensão à paz e à felicidade real.

A EDUCAÇÃO MORAL MINISTRADA NO CENTRO ESPÍRITA QUE LEVA AO PROGRESSO JUNTO COM A PAZ

O Centro Espírita é a escola onde a educação moral é ministrada visando:
1. A purificação dos Espíritos encarnados;
2. A prática do amor, da caridade, da justiça, da fraternidade e da solidariedade com base na crença raciocinada de que todos somos Espíritos encarnados, filhos do mesmo Pai Eterno, em processo contínuo de evolução, através das reencarnações;
3. A evangelização e a aplicação no cotidiano dos ensinamentos de Jesus;
4. A prática das lições evangélicas e das virtudes cristãs como o único caminho para o progresso de todos e para a conquista da paz, da alegria e da felicidade duradouras;
5. O desenvolvimento do senso moral, que melhora as relações humanas;
6. A renovação moral do homem e o reajustamento de seus valores, desde a infância, pautando-os na Lei de justiça, amor e caridade;
7. O fortalecimento da vontade no exercício do bem, do ser útil aos semelhantes, do servir o próximo de forma desinteressada e da edificação das boas obras que propiciam o progresso de todos;
8. A melhoria das condutas morais, aprimorando as formas de convivência e de relacionamento no lar, no ambiente de trabalho e na vida em sociedade, para que o clima de paz ensinado por Jesus seja o padrão da sociedade;
9. E a elevação da Terra na hierarquia dos mundos habitados, pela evangelização, espiritualização e moralização da humanidade.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

PERISPÍRITO: ENTREVISTA DE GEZIEL ANDRADE A RESPEITO



PERISPÍRITO: ENTREVISTA DE GEZIEL ANDRADE A RESPEITO

No dia 19 de junho de 2010, participei do PROGRAMA REPENSAR, na TV MUNDO MAIOR, www.tvmundomaior.com.br, dando uma entrevista sobre o perispírito ou corpo espiritual ou corpo fluídico do Espírito.

O resultado dessa entrevista está disponível para o público nos endereços abaixo na internet.

Para assistir essa entrevista no Programa Repensar da TV Mundo Maior, acesse pelo link da TV Mundo Maior:

http://www.tvmundomaior.com.br/repensar/index.php?INpro=50&INvid=73

NOTA: copie e cole esta URL completa do vídeo em seu navegador.

Você ainda pode ter acesso ao vídeo dessa entrevista sobre o perispírito no seguinte endereço no YouTube

http://www.youtube.com/watch?v=B7Oc4fP8zcE

NOTA: copie e cole esta URL completa do vídeo em seu navegador.

A finalidade desta publicação é convidá-lo(a) a assistir essa entrevista sobre esse tema de conhecimento indispensável.

Obrigado e com estima, Geziel Andrade.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

ESPÍRITO DE DOM HELDER CAMARA E A SOBREVIVÊNCIA DA ALMA




ESPÍRITO DE DOM HELDER CAMARA E A SOBREVIVÊNCIA DA ALMA

Geziel Andrade

O Espírito de Dom Helder Camara manifestou-se através da mediunidade de Carlos Pereira, para escrever o excelente livro intitulado “Novas Utopias”, que foi publicado pela Editora Luminus.

Nos bem elaborados Capítulos desse interessante livro, o Espírito Dom Helder Camara busca dar provas da imortalidade e sobrevivência da alma à morte do corpo material.

Ele constatou em si mesmo a realidade desse princípio religioso, e voltou para defendê-lo com argumentos muito convincentes, em continuidade ao trabalho que fez durante a sua longa vida terrena.

Num estilo inconfundível e com argumentação que impõe reflexão, o Espírito Dom Helder Camara transmitiu as seguintes lições importantíssimas, que nos preparam para a vida futura, face à Lei da imortalidade e sobrevivência da alma à morte do corpo material; as condições de vida existentes no mundo espiritual; e a realidade da comunicação dos Espíritos com os homens, através dos médiuns:

A alma, ao deixar a existência no corpo físico, sente-se tal qual era na vida terrena. Assim, conserva a sua personalidade, suas vocações, seus pensamentos e suas ações. Porém, a sua consciência vai se ampliando, com os ensinamentos e as influências que recebe dos amigos espirituais com os quais passa a ter contato e com as realidades novas que vê e interage na vida espiritual. Com a ampliação da sua consciência e com o contato que passa a ter com as coisas do mundo espiritual, a sua visão das coisas materiais fica também mais dilatada e muda. Acaba a visão parcial que tinha da realidade material. Acaba a dificuldade que tinha, quando vestia um corpo físico, para entender a grandiosidade da obra de Deus e o contexto espiritual em que estava inserida. Do lado espiritual da vida, a alma vê com incrível nitidez as realidades espirituais que negava enquanto estava na vida material.

Com a constatação da sua imortalidade, a alma muda a visão materialista que tinha da vida, pois as coisas materiais não têm continuidade e as coisas espirituais passam a predominar. Então, ela enxerga-se tal qual realmente é e busca adquirir novos valores para o caminho moral que tem que seguir.

A imortalidade se revela de forma tão natural para a alma que deixa a vida física, que ela logo desperta para o entendimento das coisas e das realidades espirituais, conscientizando-se acerca da justiça de Deus, feita com sabedoria e misericórdia.

Na esfera espiritual, a alma que deixou o corpo material constata a realidade concreta do existir e do viver para sempre. Essa realidade concreta, real, nítida e impressionante, impõe novas condições de vida e o seguir em frente para obter boa vivência no habitat verdadeiro. E, na condição de recém-chegada ao mundo espiritual, ela descobre logo o enorme bem que as orações fazem, para lhe dar alívio, beneficiar e aproximar os corações.

A alma sobrevive a tudo e jamais deixa de existir. Assim, reencontra com os amigos e parentes, ligados pela consideração e pelo apreço, que a precederam na morte do corpo material. Dessa forma, juntos podem continuar os trabalhos de interesse mútuo. Porém, mesmo antes de deixar a vida física, já se reencontravam, através do sono e dos sonhos.

Se do lado de lá da vida, a alma que deixou a vida material reencontra muitos amigos, por outro lado revê também seus inimigos e perseguidores. Muitos deles vêm, envergonhados pelo que fizeram, pedir desculpas e entendimento pelas faltas cometidas, para eliminarem magoas e conseguirem trilhar o caminho do bem.

Nada extingue a vida da alma, porque é concessão de Deus. Mas somente a alma que soube amar na vida material encontra tranqüilidade interior no além, porque fez o bem e o melhor que pode ao próximo, cooperando com o semelhante e difundindo o amor fraterno.

Com a continuidade da vida da alma depois da morte do corpo material, alguns Espíritos se destacam no mundo espiritual pelo grau evolutivo moral muito grande que conquistaram. Eles se destacam pela hombridez, lucidez e moralidade do lado espiritual da vida. Essa superioridade moral é transparente e é percebida por todos. O avanço moral dá autoridade ao Espírito e essa realidade espiritual é captada facilmente pelos demais. E isso não depende do cargo transitório que a alma ocupou na vida terrena.

Com os conhecimentos que adquirem das realidades espirituais, os bons Espíritos desenvolvem do lado espiritual da vida um trabalho enorme para o progresso e a melhoria da humanidade, pautado no amor ao próximo. Assim, os bons Espíritos realizam tarefas enobrecedoras que colaboram com a melhoria da humanidade e influenciam os homens que estão em sintonia com eles para que melhorem as condições de vida da sociedade humana. Os bons Espíritos trabalham pelo progresso da vida material e para que o amor ao próximo impere nas relações sociais. Além disso, eles dão proteção e despertam reflexões nos que têm apreço; eles também visitam os hospitais, as casas de saúde e lugares do plano físico onde podem amenizar o sofrimento humano.

Nenhuma alma morre. Ela continua a existir na vida espiritual, após a morte do corpo material, com todas as suas faculdades e qualidades. Se as almas que foram boas na vida material continuam seguindo o bom caminho, as almas que foram viciosas na vida terrena procuram exercer influências perniciosas sobre alguns homens, escravizando-os aos vícios. Fazem isso porque desejam manter o vício que adquiriram na vida terrena e controlar o pensamento daqueles que querem manter junto ao vício. É uma dependência material e espiritual na qual os Espíritos viciados trocam energias. Assim, afundam-se num mundo que é bastante difícil de sair e reencontrar o equilíbrio. São duas esferas do existir se interagindo com organizações próprias.

Com a continuidade da existência da alma na vida espiritual, após a morte do corpo material, muitos Espíritos procuram se comunicar através de médiuns para revelarem aos homens que a vida continua no mundo espiritual. Eles querem provar a sobrevivência da alma após a vida física, ao terem constatado a imortalidade da própria alma e mantido contatos com o plano físico; mas isso só é concedido aos que estão em condições morais e espirituais de fazê-lo. O tipo de vida da alma depois da morte do corpo, as relações possíveis entre os dois mundos e a hierarquia espiritual condicionam as comunicações dos Espíritos com os homens. Muitos Espíritos que desejam, do lado de lá da vida, se comunicar com os homens, através de médiuns, para anunciarem a imortalidade da alma, não têm méritos para isso, porque duvidaram dela quando estavam na vida terrena.

A sobrevivência da alma à morte do corpo material é inevitável. Assim, ela descobre no mundo espiritual que as lutas no campo da fraternidade não cessam; e os trabalhos continuam de acordo com as propensões, as afinidades de cada uma e as novas noções que adquire a respeito da verdade.

Com a perda do corpo material e livre do manto imposto pelo envoltório físico, a alma, na vida espiritual, encontra novos conhecimentos; reencontra antigos conhecidos; tem as percepções mais nítidas e desenvolvidas; percebe diferentes e novas sensações; nota os seus sentidos mais agudos; tem a sensibilidade aguçada; desloca-se com facilidade; usufrui de novas paisagens existentes na vida verdadeira; vê as coisas espirituais com naturalidade; aprende a viver a vida do Espírito num mundo diferente e maravilhoso com as instruções que recebe de instrutores bondosos e amigos; e descobre novas oportunidades de crescimento com as atividades que tem de desempenhar na continuidade da vida plena. A cada dia, a alma aprende mais sobre as coisas maravilhosas que existem na vida espiritual e descobre os detalhes que formam a grandiosa Obra de Deus. Assim, no mundo espiritual, a vida da alma palpita de modo intenso, porque não está mais sujeita aos limites impostos pelo corpo material; e a sua vida é mais bela do que a que deixou para trás no mundo material.

A vida da alma prossegue na outra forma do existir, após a morte do corpo material. Mas logo descobre que não há privilégios na vida espiritual. As posições financeiras e sociais desfrutadas na vida terrena não têm qualquer influência no mundo espiritual. A boa posição depende do que ela fez para ajudar o próximo com seus recursos, sentimentos e conhecimentos. A Lei distingue aquele que fez o bem, serviu e foi útil ao próximo. E é o serviço ao bem do próximo que abre as portas do céu para a alma que deu o melhor de si para o bem do irmão. O que é levado em conta na vida no além é o bem que a alma fez aos outros e a consciência tranqüila que mantém por ter feito o melhor para o próximo. Na vida espiritual, a alma vive do seu caráter e dos bens interiores que juntou na vida material. Por isso, as almas que cultivaram o egoísmo e o orgulho na vida material sentem-se como mendigos no outro lado da vida.

Por fim, se há uma lição imperecível deixada pelo Espírito Dom Helder Camara, com seu notável livro, é a da confirmação do princípio espiritualista e espírita de que o homem é um ser espiritual, um Espírito imortal temporariamente encarnado num corpo material, com o dever de viver a sua jornada terrena praticando o amor, para conquistar seu futuro feliz.

Portanto, o tempo empregado no estudo cuidadoso dos Capítulos desse livro valioso deve ser considerado um investimento imprescindível para a conscientização que leva à formação e acumulação do tesouro religioso, moral, filosófico e espiritual, que vai garantir as bem-aventuranças para a alma na vida futura.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

"O LIVRO DOS ESPÍRITOS": PRINCÍPIO VITAL




PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS EM “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, LIVRO PRIMEIRO: AS CAUSAS PRIMÁRIAS, CAPÍTULO IV: PRINCÍPIO VITAL

Geziel Andrade

SERES ORGÂNICOS E INORGÂNICOS

Os seres orgânicos nascem, crescem, reproduzem-se e morrem. Compreendem os homens, os animais e as plantas.

Os seres inorgânicos não possuem vitalidade, nem movimentos próprios. Compreendem os minerais, a água, o ar, etc.

O princípio vital torna a matéria animada. É um agente que atua sobre a matéria dando-lhe vida.

Portanto, todos os seres orgânicos têm vida, porque absorveram e assimilaram o princípio vital.

Segundo o Espiritismo, Deus criou apenas dois elementos primários constitutivos do Universo: o Espírito e a matéria universal.

O princípio vital tem a sua fonte nas transformações e modificações ocorridas nos elementos primários da matéria universal.

Portanto, o princípio vital é uma propriedade especial da matéria universal, devido a certas modificações ocorridas nela.

O princípio vital serve de intermediário ou liame entre o Espírito e a matéria, ao permitir a esta o movimento e as atividades, distinguindo a matéria orgânica da matéria inerte.

É a união do princípio vital à matéria que permite a produção da vida e serve de força motriz para os corpos orgânicos.

A VIDA E A MORTE

Com a morte, a vida se esvai. Então, a matéria se decompõe para formar novos seres e o princípio vital retorna à Natureza.

Em termos comparativos, o fluido vital assemelha-se à eletricidade que movimenta um aparelho elétrico. Cessando a causa da atividade, o aparelho volta ao seu estado de inércia.

Dessa forma, os corpos orgânicos estão saturados do fluido vital que sustenta a vida e a atividade. Impossibilitando, esgotando ou cessando a ação do fluido vital, a matéria fica incapaz de entreter a vida e ocorre o fenômeno da morte.

INTELIGÊNCIA

A inteligência não é um atributo do princípio vital. Prova disso está no fato de que as plantas vivem, mas não pensam. Elas têm apenas a vida orgânica. Desse modo, um ser pode viver sem inteligência.

A inteligência é um atributo do Espírito imortal. A sua união à matéria orgânica permite que o Espírito exteriorize a sua inteligência através da matéria animalizada.

Além disso, a faculdade inteligente do Espírito está relacionada com o pensamento; a vontade de agir; a consciência da sua existência; a noção de individualidade; a possibilidade de estabelecer relações com o mundo exterior; e a capacidade de prover as suas necessidades.

TRÊS TIPOS DE SERES
Em conclusão ao que foi visto acima, existem três tipos de seres na Natureza:
1 – Os seres inanimados, que são formados de matéria sem vitalidade e sem inteligência.

2 – Os seres orgânicos não pensantes, formados de matéria animada pelo princípio vital, dotados de vitalidade, mas desprovidos de inteligência.

3 - Os seres orgânicos pensantes, formados de matéria animada pelo princípio vital, dotados de vitalidade, e tendo ainda um princípio inteligente que lhes dá a faculdade de pensar.

INSTINTO

O instinto é uma espécie de inteligência, mas não racional. É pelo instinto que os seres provêm as suas necessidades.

Embora frequentemente o instinto e a inteligência se confundam, é sempre fácil distinguir os atos que pertencem ao instinto dos que pertencem à inteligência.

Dessa forma, o instinto está sempre presente, podendo, inclusive, conduzir o homem ao bem.

Muitas vezes, o instinto é melhor guia para o homem do que a razão, porque esta pode estar falseada pela má educação, pelo orgulho e pelo egoísmo.

Mas, com a razão o homem pode raciocinar, escolher e exercer o seu livre arbítrio.

Assim, nos seres dotados de consciência e de percepção das coisas exteriores, o instinto está aliado à inteligência, isto é, à vontade e à liberdade de ação.

- - - - - - - - - -

NOTA DO AUTOR DESTE ARTIGO: Com este artigo sobre o princípio vital, encerramos o estudo das principais lições contidas nos quatro Capítulos que compõem o LIVRO PRIMEIRO: AS CAUSAS PRIMÁRIAS, de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”.

Com o estudo desses quatro Capítulos, foram detalhados os seguintes princípios básicos do Espiritismo, que precisam ser sempre levados em consideração no aprendizado, no ensino, no conhecimento e na divulgação da Doutrina Espírita, por estar edificada sobre eles:

DEUS: Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo poderoso, soberanamente justo e bom. Deus é infinito em perfeições. Deus, com seus Atributos e Sua Vontade todo poderosa, criou o Universo e tudo o que nele existe. A existência, a inteligência, o poder e a sabedoria de Deus se revelam através de Suas Obras. (Veja detalhes sobre Deus nos artigos publicados neste blog em 07 de julho de 2009 e em 03 de maio de 2010.)

MATÉRIA: A matéria é formada a partir de um único elemento primitivo criado por Deus: o fluido universal, que ocupa o espaço universal. Mesmo os elementos simples que formam as coisas materiais existentes no universo material não passam de transformações e modificações ocorridas nos elementos da matéria elementar primitiva ou fluido universal. Assim, a matéria elementar passa por modificações e transformações e adquire inúmeras propriedades, permitindo a formação da infinita variedade de coisas materiais existentes no Universo. As mudanças ocorridas nos elementos primários do fluido universal permitem a formação dos seres inorgânicos e orgânicos existentes no Universo. Este pode ser dividido em universo espiritual e universo material. Dessa forma, o fluido universal é o princípio da matéria ponderável ou densa existente no universo material. Mas, a matéria existe em estados que o homem não a pode perceber. Ela pode ser tão etérea e sutil que não produz nenhuma impressão nos sentidos humanos. Portanto, tudo o que existe de matéria no Universo tem uma origem única, desde a espiritualidade mais pura até a materialidade mais compacta. (Veja detalhes sobre a matéria universal no artigo publicado neste blog em 08 de fevereiro de 2010.)

ESPÍRITO: O Espírito é o princípio inteligente do Universo. Ele é distinto e independente da matéria. A inteligência lhe é um atributo essencial. Deus cria o Espírito com a meta de evolução intelectual e moral incessante, até que atinja a perfeição espiritual. O Espírito está sempre revestido de um corpo fluídico chamado de perispírito. Esse corpo espiritual é formado com elementos do fluido cósmico universal existentes no Universo. O perispírito é um dos produtos mais importantes do fluido universal, da mesma forma que o corpo material do Espírito encarnado também o é. O Espírito passa do universo espiritual para o universo material, através da encarnação. Então pode trabalhar pelo seu próprio progresso e para a evolução do planeta. Ao unir-se à matéria, o Espírito manifesta através dela a sua inteligência e as suas faculdades. (Veja detalhes sobre o Espírito nos artigos publicados neste blog em 24 de abril de 2009 e 18 de junho de 2010.)

TRINDADE UNIVERSAL. Em decorrência do exposto acima, Deus, Espírito e matéria são os três elementos primários ou princípio de tudo o que existe.

UNIVERSO. O Universo criado por Deus compreende a infinidade dos mundos que vemos e que não vemos; todos os seres animados e inanimados; todos os astros que se movem no espaço infinito; e os fluidos que o preenchem. Em função do grau de transformação, densidade e condensação da matéria elementar primitiva, o Universo pode ser dividido em universo espiritual, habitado pelos Espíritos, e universo material, habitado pelos Espíritos encarnados.

PRINCÍPIO VITAL. O princípio vital, que dá vida e permite a atividade da matéria, tem a sua fonte nas modificações da matéria universal. Ele é uma propriedade especial da matéria universal, devido a certas modificações ocorridas nela. Com a morte do ser orgânico, o princípio vital retorna à fonte de onde saiu.

PLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS. A Terra não é o único planeta habitado por Espíritos encarnados. Antes da existência da Terra, muitos outros planetas já serviam à evolução intelectual e moral dos Espíritos, permitindo-os chegar à perfeição. Assim, o homem terreno está bem longe de ser, como acredita, o primeiro em inteligência, bondade e perfeição. Os planetas habitados estão em diferentes graus de evolução, em função dos graus de evolução intelectual e moral dos Espíritos neles encarnados.

CONCLUSÃO: Com esses princípios inovadores, revelados pelos Espíritos superiores, através de diferentes médiuns, o Espiritismo estabeleceu novos paradigmas para o entendimento de Deus e da grandiosidade da Obra da Criação.

Com o Espiritismo, ficamos conscientes do contexto grandioso, sábio e justo em que estamos inseridos, e que foi apresentado acima em poucas palavras.

Com o Espiritismo, sentimo-nos estimulados a trabalhar pelo engrandecimento próprio e da Humanidade, aliando a sabedoria à nobreza moral para criar um destino cada vez mais feliz e atingir conscientemente a meta estabelecida por Deus.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

"O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO": NASCER DE NOVO


PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS EM “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”, CAPÍTULO IV: NINGUÉM PODE VER O REINO DE DEUS, SE NÃO NASCER DE NOVO

Imagem: João Batista e Jesus sendo batizado. Fonte: Google imagens.

Geziel Andrade

A reencarnação fazia parte dos dogmas judaicos sob o nome de ressurreição.

Os judeus acreditavam que um homem que viveu podia reviver, mas não sabiam com precisão a maneira pela qual esse fato podia ocorrer.

Eles tinham noções vagas e incompletas da ressurreição, porque suas idéias eram imprecisas acerca da alma e da sua ligação com o corpo material.

Apenas os Saduceus não acreditavam na ressurreição, porque eles eram materialistas: pensavam que tudo acabava com a morte.

A ressurreição supõe o retorno da alma à vida do corpo material que morreu há muito tempo. Esse fato é materialmente impossível, porque os elementos que formavam esse corpo já estão, desde muito tempo, dispersos e absorvidos na Natureza.

Assim, a ressurreição se aplica apenas ao caso de Lázaro que foi ressuscitado por Jesus.

A crença dos judeus na volta do Espírito à vida material pode ser constatada na seguinte passagem evangélica, em que Jesus perguntou aos seus discípulos quem diziam que ele era:

Jesus, chegando aos arredores de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Que dizem os homens sobre o Filho do Homem? Quem dizem que eu sou?

E eles responderam: Uns dizem que és João Batista, outros que és Elias, outros ainda que és Jeremias ou algum dos profetas.

Jesus lhes disse: E vós, quem dizeis que eu sou?

Simão Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Tu és o Cristo, filho do Deus vivo.

Jesus lhe respondeu: Tu és bem-aventurado, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelaram isso, mas meu Pai que está nos céus. (Mateus, cap. XVI, 13 a 17; Marcos, cap. VIII, v. de 27 a 30.)

A crença na volta do Espírito a um corpo material está ainda confirmada na seguinte passagem evangélica, que envolve João Batista, Elias e os antigos profetas:

“Uns diziam que João tinha ressuscitado dos mortos, outros que Elias tinha reaparecido, e outros ainda que um dos antigos profetas tinha ressuscitado”. (Marcos, cap. VI, v. 14 e 15; Lucas, cap. IX: v. 7 a 9.)

Porém, o Espiritismo denomina de reencarnação o retorno da alma ou do Espírito à vida corporal, em um outro corpo formado por ele, que nada tem em comum com o antigo corpo material.

A aceitação de Jesus da volta do Espírito a um novo corpo material pode ser constatada na seguinte passagem evangélica, em que o Cristo fala claramente da reencarnação do profeta Elias, na pessoa de João Batista:

(Após a transfiguração.) Seus discípulos interrogaram-no e lhe disseram: Por que os escribas dizem que é preciso que Elias venha primeiro?

Jesus lhes respondeu: É verdade que Elias deve vir e restabelecer todas as coisas; mas eu vos declaro que Elias já veio, e não o conheceram, e o trataram como quiseram. Assim também farão sofrer o Filho do Homem.

Então os discípulos compreenderam que era de João Batista é que ele lhes falara. (Mateus, cap. XVII, v. 10 a 13; Marcos, cap. IX: 10 a 12.)

Dessa forma, o Espírito de Elias havia renascido em um novo corpo material; teve pai e mãe conhecidos; assumiu o nome de João Batista; viveu como criança, se tornou adulto e cumpriu a sua missão religiosa.

Uma nova encarnação do Espírito Elias foi ainda predita por Jesus na passagem evangélica acima e na seguinte:

E se vós o quereis bem compreender, ele mesmo é o Elias que há de vir. O que tem ouvidos de ouvir, ouça. (Mateus, cap. XI, v. 12 a 15.)

Portanto, Jesus afirmou que João Batista foi a reencarnação do Espírito de Elias, confirmando a crença de que o Espírito pode reviver sobre a Terra. Isso está bem evidente nas passagens evangélicas acima transcritas.

NASCER DE NOVO

Jesus falou ainda da reencarnação, sancionando-a com a sua autoridade religiosa, espiritual e moral, e colocando-a como um princípio cristão e uma condição necessária:

Ora, havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, um senador dos Judeus. À noite, foi encontrar Jesus, e lhe disse: Rabi, sabemos que vens da parte de Deus para nos instruir como um mestre. Pois ninguém poderia fazer os milagres que fazes, se Deus não estivesse com ele.

Jesus lhe respondeu: Em verdade, em verdade, te digo: Ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo.

Nicodemos lhe disse: Como pode nascer um homem que já é velho? Pode voltar ao seio de sua mãe para nascer outra vez?

Jesus lhe respondeu: Em verdade, em verdade, eu te digo: Se um homem não renascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é Espírito. Não te espantes o que eu te digo, que é preciso nascer de novo. O Espírito sopra onde quer; ouves sua voz, mas não sabes de onde vem, nem aonde vai. Assim acontece com todo homem que nasceu do Espírito.

Nicodemos lhe respondeu: Como isso pode acontecer?

Jesus lhe disse: És mestre em Israel e ignoras essas coisas? Em verdade, em verdade, eu te digo que nós só dizemos o que sabemos, e só damos testemunho do que vimos. Porém, vós não acolheis nosso testemunho. Mas se não acreditais em mim quando vos falo das coisas da Terra, como acreditareis em mim quando vos falar das coisas do céu? (João, cap. III, v. 1 a 12.)

Portanto, Jesus reafirmou a volta do Espírito à vida corporal ou a necessidade de nascer de novo. Ele a sancionou, dizendo:

Ninguém pode ver o reino dos céus se não nascer de novo. Não te espantes disso quando te digo que é preciso nascer de novo.

Quanto às palavras de Jesus “Se um homem não renascer da água e do Espírito, ou em água e em Espírito, não pode entrar no reino de Deus”, significam “Se o homem não renascer com seu corpo e sua alma...”

Esta interpretação está justificada em: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é Espírito”.

Assim, Jesus distinguiu o que é o Espírito e o que é o corpo de carne. O que é nascido da carne é carne, isto é: o corpo procede do corpo; mas o Espírito é independente do corpo material.

Além disso, Jesus ensinou: “o Espírito sopra onde quer; ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem aonde vai”. Isso pode ser entendido como o Espírito de Deus, que dá vida a tudo; ou como a alma do homem. A parte que diz: “não sabes de onde vem, nem aonde vai” significa que não se sabe nem o que o Espírito foi, nem o que será.

Se o Espírito, ou a alma do homem, tivesse sido criado ao mesmo tempo que o corpo material, saberíamos de onde ele vem, pois seu começo seria conhecido. Assim, essa passagem evangélica estabelece o princípio da preexistência da alma e, consequentemente, da pluralidade das existências materiais.

A REENCARNAÇÃO NOS ENSINOS RELIGIOSOS

Quando Jesus disse “é ele próprio o Elias que deve vir”, não usou nenhum sentido figurado, nem alguma alegoria. Não deixou nenhum equívoco ao afirmar categoricamente: João Batista era o Espírito de Elias que deveria vir.

Em Isaías, Cap. XXVI, v. 19, pode ser encontrado o ensino sobre o viver de novo: “Aqueles de vosso povo que tivessem sido mortos, viverão de novo”. Assim, esse princípio estabelece que todos aqueles que estão mortos reviverão.

O princípio da pluralidade das existências materiais está ainda claramente expresso em três versões de Jô, Cap. XIV, v. 10:

“Mas quando o homem é morto uma vez, e seu corpo, separado de seu espírito, é consumido, em que ele se torna? O homem morrendo uma vez, poderia reviver de novo? Nesta guerra em que me encontro todos os dias de minha vida, espero que chegue minha transformação”. (Tradução de Le Maistre, de Sacy.)

“Quando o homem morre, ele perde toda sua força, expira. Depois, onde ele está? Se o homem morre, reviverá? Esperarei todos os dias de meu combate, até que me aconteça alguma transformação?” (Tradução protestante de Osterwald.)

“Quando o homem morre, vive ainda. Findando-se os dias de minha existência terrestre, esperarei, pois voltarei de novo a ela.” (Versão da Igreja Grega.)

A idéia de morrer uma vez e reviver implica a de morrer e de reviver várias vezes. E na versão da Igreja Grega é bem clara a idéia da volta do Espírito à vida terrestre: “Acabando os dias de minha existência terrestre, eu esperarei, pois voltarei a ela”. Nas palavras “eu esperarei, pois voltarei a ela”, Jô se coloca, após sua morte, no intervalo que separa uma existência material da outra, ao dizer que ali esperará o seu retorno à existência terrestre.

Portanto, pelo que está exposto acima, sob o nome de ressurreição, o princípio da reencarnação era um dos princípios fundamentais dos judeus. E ele foi confirmado por Jesus e pelos profetas de um modo formal. Assim, negar a reencarnação é renegar as palavras do Cristo.

A REENCARNAÇÃO NO ESPIRITISMO

O Espiritismo comprova a reencarnação pela observação dos fatos. Analisando causas e efeitos, a reencarnação é uma necessidade para a alma e uma lei da Natureza. Só a reencarnação pode dizer ao homem de onde ele vem, aonde vai, porque está sobre a Terra, e justificar todas as anomalias e todas as injustiças aparentes que a vida material apresenta.

Sem o princípio da preexistência da alma e da pluralidade das existências materiais, a maior parte das máximas do Evangelho são ininteligíveis, dando lugar a interpretações contraditórias.

OS LAÇOS DE FAMÍLIA ANTE A REENCARNAÇÃO

A reencarnação não destrói os laços de família. Pelo contrário, os fortalece.

No mundo espiritual, os Espíritos estão reunidos em grupos ou famílias, em função da afeição, simpatia e semelhança de inclinações. Assim, sentem-se felizes por estarem juntos.

Quando ocorre a reencarnação, a separação é momentânea, porque quando o corpo material morre e a alma volta à vida espiritual, os Espíritos afins se reencontram, como amigos ao retorno de uma viagem.

Mas, frequentemente, eles se encarnam numa mesma família, para trabalharem em conjunto pelo adiantamento mútuo.

Além disso, os Espíritos que permanecem na vida espiritual velam pelos que estão encarnados. E os mais adiantados procuram fazer progredir os retardatários.

A reencarnação é indispensável ao avanço intelectual e moral dos Espíritos. Depois de cada nova existência material, eles deram um passo no caminho da perfeição; tornaram-se menos ligados à matéria; tornaram as afeições mais vivas, depuradas e isentas do egoísmo e das más paixões.

Assim, os Espíritos precisam percorrer um número ilimitado de existências corporais.

Isso não prejudica as afeições mútuas espirituais. Em geral, a parentela formada com as inúmeras reencarnações amplia os laços de amor entre os Espíritos, mantendo-os ligados pelos laços da afeição.

Apenas as afeições motivadas pelos interesses materiais extinguem-se com a morte do corpo material, embora a alma sempre sobreviva. Então, não havendo afeições, os Espíritos se separam.

Mas, nem todos os Espíritos que estão encarnados em uma determinada família guardam entre si laços de afeição e simpatia. Alguns Espíritos são estranhos à família em função das diferenças no caráter, nos gostos e nas inclinações.

Deus permite essas encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos numa família para que possam servir de provas uns para os outros e para que os mais avançados possam ajudar no adiantamento dos outros.

Assim, os Espíritos imperfeitos ou maus têm a oportunidade de se melhorar no contato com os bons e de abrandar o caráter, melhorar os costumes e depurar as antipatias pelos cuidados que recebem.

Essa mistura de diferentes categorias de Espíritos é benéfica ao progresso das raças e dos povos.

DOUTRINA DA NÃO REENCARNAÇÃO

Com a doutrina da não reencarnação, as almas são criadas no mesmo tempo que o corpo material. Assim, não existe entre elas nenhum laço afetivo anterior. Elas são completamente estranhas umas às outras.

Então, elas se ligam apenas pela filiação corporal e não pelos laços espirituais. Elas são estranhas, não viveram juntas, não se amaram e não trouxeram laços de simpatia para serem fortalecidos.

Com a doutrina da não reencarnação, o destino das almas é irrevogavelmente fixado depois de uma única existência material.

Elas vão para a morada dos bem-aventurados ou para o inferno, segundo tenham vivido bem ou mal.

Assim, elas podem ficar separadas para sempre, imediatamente após a morte do corpo material, sem a esperança de poderem se aproximar.

Dessa forma, pais, mães, filhos, maridos, mulheres, irmãos, irmãs e amigos podem jamais se reverem. É a ruptura mais absoluta dos laços de família.

DOUTRINA DA REENCARNAÇÃO

Com a doutrina da reencarnação, os ancestrais e descendentes de uma família podem ter se conhecido anteriormente, podem ter vivido juntos e se amado, continuando juntos para estreitarem os laços de simpatia.

Com a reencarnação, os que se amaram continuam a progredir e se reencontram sobre a Terra ou na vida espiritual, caminhando juntos para chegar a Deus.

Com a reencarnação, os que falham pelo caminho, retardam o adiantamento e a conquista da felicidade; mas são ajudados, encorajados e sustentados por aqueles que os amam.

Com a reencarnação, existe a solidariedade perpétua entre os Espíritos encarnados e desencarnados. Eles estão unidos pelos laços afetivos.

QUATRO ALTERNATIVAS PARA A ALMA DO HOMEM

1. O nada, de acordo com a doutrina materialista.
2. A absorção no todo universal, de acordo com a doutrina panteísta.
3. A individualidade da alma, com a fixação da sua sorte de acordo com a doutrina da Igreja.
4. A individualidade da alma, com o seu progresso intelectual e moral incessante, segundo a Doutrina Espírita.

Com as duas primeiras doutrinas, os laços de família se rompem depois da morte do corpo material. Não há mais nenhuma esperança de reencontro.

Com a terceira doutrina, há a chance de reencontro, se as almas forem para um mesmo lugar, isto é, para o inferno ou para o paraíso.

Com a Doutrina Espírita, em função da pluralidade das existências materiais, o progresso da alma continua sempre, mantendo as relações afetivas entre aqueles que se amaram. Nisto está a verdadeira família.

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS. LIMITES DA ENCARNAÇÃO.

RESUMO DA RESPOSTA DADA PELO ESPÍRITO SÃO LUÍS, EM PARIS, EM 1859, À PERGUNTA: “QUAIS SÃO OS LIMITES DA ENCARNAÇÃO?”

Não se pode estabelecer limites para a encarnação.

À medida que o Espírito se purifica, assume corpo material cada vez mais sutil, em mundos mais avançados que a Terra.

A encarnação do Espírito, em corpo material, em mundos inferiores, e em mundos como a Terra, tem limites.

Cada Espírito está ligado ao mundo que corresponde ao seu grau de adiantamento intelectual e moral.

Cabe ao Espírito se livrar das encarnações em mundos inferiores, mais ou menos rapidamente, trabalhando pela sua própria depuração.

Mesmo na vida espiritual, o Espírito é mais ou menos feliz, livre e esclarecido, segundo seja mais ou menos desmaterializado.

RESUMO DA RESPOSTA DADA PELO ESPÍRITO SÃO LUÍS, EM PARIS, EM 1859, À PERGUNTA: “A ENCARNAÇÃO É UMA PUNIÇÃO, E NÃO HÁ SENÃO ESPÍRITOS CULPADOS QUE A ELA ESTEJAM OBRIGADOS?”

A encarnação é necessária para que os Espíritos possam cumprir, com a sua ação direta sobre a matéria, os desígnios cuja execução Deus lhes confiou.

A encarnação é necessária aos Espíritos porque a atividade que são obrigados a desempenhar os ajuda no desenvolvimento da sua inteligência e da moralidade.

Deus, soberanamente justo, deu a todos os Seus filhos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de agir.

Assim, a encarnação, sendo um estado transitório, é uma tarefa que Deus impõe aos Espíritos. Ela lhes serve de prova do uso que farão do livre arbítrio.

Os Espíritos que vencem com zelo a tarefa imposta pela encarnação progridem rapidamente e gozam mais cedo dos frutos dos seus trabalhos.

Os Espíritos que fazem mau uso da liberdade de ação concedida por Deus retardam o seu adiantamento.

Dessa forma, a obstinação no mal prolonga indefinidamente a necessidade do Espírito reencarnar. Então, a encarnação se torna para ele um castigo.

RESUMO DAS NOTAS DE ALLAN KARDEC SOBRE A REENCARNAÇÃO

Para o Espírito do selvagem, que está no início da vida espiritual, a encarnação é um meio para o desenvolvimento de sua inteligência.

Para o homem esclarecido, com o senso moral desenvolvido, a encarnação é um castigo, quando tem a obrigação de recomeçar as etapas de uma vida corporal cheia de angústias, por não ter alcançado ainda o objetivo da vida. Ele tem que suportar a necessidade de prolongar a sua demora nos mundos inferiores e infelizes.

Para o homem que trabalha ativamente pelo seu progresso intelectual e moral, a duração da encarnação fica abreviada. Ele vence rapidamente os degraus intermediários que o separam dos mundos superiores.

Os Espíritos encarnam muitas vezes em um mesmo mundo para elevar o seu nível intelectual e moral.

Entre o Espírito do selvagem e o do homem civilizado existem muitas diferenças a eliminar e muitos degraus a subir.

Pela reencarnação em um mesmo globo, Deus, que só faz coisas úteis e cujas leis são soberanamente sábias, quis que os Espíritos mantivessem-se em contato, aproveitando a ocasião para reparar os erros recíprocos; assentar as relações e os laços de família em base espiritual; e apoiar os contatos nos princípios da solidariedade, fraternidade e igualdade.

REFLEXÕES DO AUTOR DESTE ARTIGO SOBRE A REENCARNAÇÃO

Com o Espiritismo, aprendemos que a reencarnação, contida nas revelações surpreendentes dos Espíritos superiores, através de diferentes médiuns, é uma Lei e um Desígnio de Deus.

Assim, precisamos atender essa exigência para o engrandecimento intelectual e moral, com vistas à conquista da perfeição espiritual, estabelecida por Deus como meta para a nossa vida.

Com o Espiritismo, aprendemos, portanto, que a reencarnação é uma oportunidade valiosíssima para o nosso Espírito:
• Aprimorar o uso das faculdades;
• Exercitar a inteligência;
• Melhorar os sentimentos e pensamentos;
• Conquistar novas aptidões, habilidades e experiências;
• Desenvolver o bom senso e o senso moral;
• Educar a vontade;
• Testar o emprego do livre arbítrio;
• Progredir pelo estudo e pelo cumprimento da Lei do trabalho;
• Aprender a viver em família e em sociedade e a se relacionar e a conviver adequadamente com os semelhantes, atendendo às leis morais da vida;
• Superar os preconceitos de nacionalidade, raças, cor, crenças, características masculinas ou femininas, posições familiares, condições financeiras e sociais, etc, por nosso Espírito estar, com a reencarnação, constantemente mudando nessas posições e situações da vida corporal;
• Estar conquistando sempre maiores recursos pessoais nos planetas habitados e principalmente para a vida espiritual, que é a verdadeira, por ser perene;
• Fazer o bem, realizar as boas obras e conquistar as virtudes ante as provas, missões e atividades inerentes à vida material, para ascender na hierarquia espiritual;
• Evoluir pela obrigação de satisfazer com sabedoria e nobreza moral as necessidades físicas e espirituais;
• Valorizar o cumprimento das obrigações morais, com nosso Espírito sendo útil aos semelhantes e à sociedade que nos acolhem;
• Trabalhar para o engrandecimento próprio, dos semelhantes e do planeta que nos serve de lar, escola e habitação;
• Adquirir melhores características pessoais pela aquisição dos bons hábitos e da nobreza de caráter;
• Estreitar os laços de amor com os familiares e com os semelhantes, pela prática da fraternidade, da solidariedade e da caridade, fazendo bom aproveitamento da nossa inserção no contexto grandioso, sábio e justo da Obra da Criação.

Dessa forma, nosso Espírito caminha mais rapidamente para a perfeição espiritual, atingindo a aliança da sabedoria com o amor e atendendo ao objetivo da vida, que foi estabelecido por Deus.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

"O LIVRO DOS MÉDIUNS", CAP IV: SISTEMAS



PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS EM “O LIVRO DOS MÉDIUNS”, PRIMEIRA PARTE: NOÇÕES PRELIMINARES; CAPÍTULO IV: SISTEMAS


Geziel Andrade

Fotos: Fotos do famoso médium escocês Daniel Dunglas Home (1833 a 1886). Sua extraordinária mediunidade de efeitos físicos e inteligentes foi referendada por Allan Kardec. Fonte: Google.

Os fenômenos espíritas, embora averiguados por testemunhos irrecusáveis e por experimentadores idôneos, foram, inicialmente, interpretados de maneiras diferentes, em função de idéias pessoais, crenças e preconceitos.

Assim, apareceram numerosos sistemas.

Se os fenômenos espíritas tivessem passado, desde o início, por uma observação mais atenta, teriam sido reduzidos ao seu justo valor.

Os adversários do Espiritismo viram nessa divergência de interpretações e de opiniões um fato contraditório. Eles disseram que os espíritas não concordavam entre si.

Porém, não levaram em consideração que se tratava dos primeiros passos de uma ciência em desenvolvimento, que permitiria a reunião e a coordenação dos fatos; que levaria à observação mais atenta dos fenômenos e ao estabelecimento da unidade de opinião sobre os pontos fundamentais da Doutrina Espírita. Isto aconteceu rapidamente com o Espiritismo.

Bem observados, os fenômenos espíritas foram divididos em duas espécies: os fenômenos de efeitos físicos e os de efeitos inteligentes.

Os adversários do Espiritismo negaram os fenômenos de efeitos inteligentes nas manifestações dos Espíritos, através de médiuns, porque não admitiam a existência dos Espíritos ou de algo além da matéria.

SISTEMA DO CHARLATANISMO. Quanto às manifestações físicas dos Espíritos, os adversários do Espiritismo atribuíram-nas ao sistema de charlatanismo ou esperteza, mistificação e fraude. Porém, jamais levaram em consideração a posição social, o caráter, o saber e a honorabilidade dos médiuns e das pessoas que as estudavam.

SISTEMA DE LOUCURA. Alguns adversários do Espiritismo atribuíram as manifestações físicas dos Espíritos a um sistema de loucura. Fizeram isso, sem terem constatado nenhuma suspeita de fraude; sem motivo para chamarem os espíritas de imbecis; sem terem razões para atribuírem à loucura a causa dos fenômenos espíritas. Apenas invocaram a si o privilégio do bom senso. Porém, embora a criação desse sistema de loucura, o Espiritismo ganhou a preferência da classe mais esclarecida da sociedade.

SISTEMA DE ALUCINAÇÃO: Alguns adversários atribuíram as manifestações físicas dos Espíritos ao sistema de alucinação ou ilusão dos sentidos. Os espíritas tinham a ilusão de ver uma mesa se levantar e se mover no espaço, sem que isso tivesse acontecido. Porém, não levaram em consideração que as testemunhas desse fenômeno constataram a suspensão da mesa passando por baixo dela, o que seria impossível, se ela não tivesse se elevado do chão. Além disso, a mesa se elevava tantas vezes que acabava por se quebrar ao cair no chão. Além disso, se movia com tanta rapidez que era difícil de ser seguida com os olhos. Assim, era impossível qualquer ilusão de ótica.

SISTEMA DO MÚSCULO ESTALANTE. Alguns adversários do Espiritismo admitiram o sistema do músculo estalante, pelo qual os barulhos e golpes ouvidos pelas pessoas nas assembléias espíritas foram atribuídos à ilusão e à mistificação. As contrações voluntárias ou involuntárias do tendão muscular do pequeno perônio produziam estalos imitando tambor e mesmo executando árias ritmadas. Mas essa teoria não explicava como os estalos ocorriam longe da pessoa imóvel; em lugares diversos da mesa; em outros móveis; nas paredes; no forro, etc.

SISTEMA DAS CAUSAS FÍSICAS. Alguns adversários admitiram o sistema das causas físicas, pelo qual os fenômenos são reais, mas as causas foram atribuídas ao magnetismo, à eletricidade e à ação de um fluido qualquer. As pessoas presentes na reunião espírita formavam uma pilha elétrica humana. Porém, os fenômenos não se limitavam aos efeitos puramente mecânicos. Revelavam uma inteligência; obedeciam a uma vontade; respondiam ao pensamento; tinham uma causa inteligente. A constatação dessa ação inteligente por quem fazia um trabalho de observação atenta levou ao abandono do sistema do agente material.

SISTEMA DO REFLEXO. Alguns adversários admitiram o sistema do reflexo, pelo qual existia a ação inteligente, mas ela era do médium ou dos assistentes, numa semelhança com o que ocorre com o reflexo da luz ou das ondas sonoras. Mas, a experiência demonstrou, por fatos positivos, que o pensamento do Espírito que se manifestava era completamente estranho às pessoas presentes na reunião. Geralmente, era mesmo inteiramente contrário ao delas. Contradizia todas as idéias preconcebidas. Desfazia a todas as previsões. Esse sistema do reflexo não explicava como o pensamento refletido podia fazer escrever pessoas que não sabiam escrever. Como pessoas iletradas podiam dar respostas do mais elevado alcance filosófico. Como médiuns podiam responder a perguntas mentais ou formuladas em línguas desconhecidas por eles. Como ocorria o fenômeno da escrita direta numa folha de papel ou escrita feita espontaneamente, sem caneta, nem lápis e sem contato nenhum. Como o pensamento manifestava-se de forma independente de qualquer expectativa e de qualquer questão formulada. Como ocorriam comunicações de revoltante grosseria numa reunião de pessoas sérias.

SISTEMA DA ALMA COLETIVA. Alguns adversários admitiram o sistema da alma coletiva, pelo qual a alma do médium se manifesta após ter se identificado com a de outras pessoas presentes ou ausentes, formando um todo coletivo que reúne as aptidões, a inteligência e os conhecimentos delas. Mas, como conseguir explicar com esse sistema os ensinamentos sobre Deus e sobre as coisas espirituais que estão acima de qualquer conhecimento humano?

SISTEMA SONAMBÚLICO. Alguns adversários adotaram o sistema sonambúlico, pelo qual a alma do médium produz comunicações inteligentes fora do seu conhecimento, porque tem uma super excitação momentânea de suas faculdades mentais; uma espécie de estado sonambúlico ou extático, que exalta e desenvolve a sua inteligência. Porém, basta haver presenciado como opera a maioria dos médiuns para compreender que ela não resolve todos os casos. Certos médiuns escrevem como uma máquina; sem a menor consciência do que obtêm; sem a menor emoção; sem se preocupar com o que faz: ficam inteiramente distraídos, rindo e tratando de outros assuntos. Alguns médiuns escrevem sem saber escrever. Algumas comunicações são transmitidas por pancadas com a ajuda de uma prancheta ou de uma cesta. Muitas comunicações revelam sinais evidentes e incontestáveis de uma inteligência estranha.

SISTEMA PESSIMISTA, DIABÓLICO OU DEMONÍACO. Alguns adversários adotaram o sistema pessimista, diabólico ou demoníaco, pelo qual existe a intervenção de uma inteligência estranha, mas as manifestações são obra diabólica. Somente o diabo ou os demônios podem ser comunicar, mas não os anjos. Assim, a comunicação é possível só com uma parte do mundo invisível.

Porém, com a descoberta de que os Espíritos são apenas as almas dos homens que já viveram na Terra, constatou-se que os Espíritos não são seres criados fora da Humanidade.

Portanto, as almas dos homens não são demônios. As almas dos homens que morreram não se tornaram demônios.

Pelo contrário, a alma de uma criança que morreu pode vir consolar sua mãe e dar-lhe prova de identidade e de afeição.

O Espiritismo comprova que existem Espíritos maus, porque as almas dos homens que foram maus não se melhoram imediatamente, após a morte do corpo material. Mas, não são demônios.

Além disso, por que razão Deus não permitiria a comunicação dos bons Espíritos para contrabalançar a influência dos maus?

Se só os maus Espíritos podem se comunicar, por que eles recomendam a oração a Deus; a submissão à Sua Vontade; suportar as atribulações da vida sem queixar; praticar a caridade e todas as máximas do Cristo?

Se Deus permite as comunicações dos bons Espíritos é para nos aconselhar para o bem.

Por que Deus permite as manifestações da Virgem e de outros santos, através de aparições, visões, comunicações orais, etc, que são reconhecidas pela Igreja, se estão em contradição com a doutrina da comunicação exclusiva dos demônios?

Certamente, os que pretendem que as comunicações são apenas de demônios estão com medo que os Espíritos contrariem suas ideias e seus interesses. Assim, procuram espalhar o medo.

Sendo os Espíritos as almas dos homens, como os homens não são perfeitos, há também Espíritos imperfeitos, cujo caráter se reflete em suas comunicações.

Há também Espíritos maus, astuciosos, hipócritas, perversos, etc. contra os quais devemos nos prevenir, como fazemos com esses tipos de homens.

Por essa razão, Deus nos deu a razão e o discernimento.

A compreensão deste ponto, evita os possíveis inconvenientes na prática espírita.

SISTEMA OTIMISTA. Certas pessoas adotaram o sistema otimista, pelo qual só há a manifestação dos Espíritos bons. Pensam que a alma livre do corpo material adquire a soberana ciência e sabedoria.

Porém, a confiança cega na superioridade absoluta dos Espíritos torna-se fonte de numerosas decepções. É indispensável desconfiar de alguns Espíritos, assim como desconfiamos de alguns homens.

SISTEMA UNIESPÍRITO OU MONOESPÍRITO. Certas pessoas adotaram o sistema uniespírito ou monoespírito, pelo qual um único Espírito se comunica com os homens. Esse Espírito é o Cristo, o protetor da Terra.

Porém, quando as comunicações são da mais baixa trivialidade, de uma grosseria revoltante, cheias de malevolência e de maldade, torna-se impossível aceitar que provêm de um Espírito do bem por excelência. Portanto, o bom senso e a experiência rejeitaram esse sistema.

SISTEMA MULTIESPÍRITA OU POLIESPÍRITA. As pessoas que adotaram o sistema multiespírita ou poliespírita fizeram observações completas e bem interpretadas das manifestações dos Espíritos; estudaram seriamente a ciência espírita e aprofundaram seus estudos das comunicações durante longo tempo; perceberam os detalhes e notaram as nuanças delicadas nas manifestações dos Espíritos; e observaram uma infinidade de fatos característicos nas comunicações dos Espíritos.

Dessa observação completa das manifestações e comunicações dos Espíritos resultou a formação da crença espírita, pautada na universalidade dos Espíritos. Essa crença consolidou-se nos seguintes pontos:

1. Os fenômenos espíritas são produzidos por inteligências extracorpóreas, ou seja, pelos Espíritos.
2. Os Espíritos constituem o mundo invisível e estão por toda parte; povoam os espaços até o infinito; há Espíritos incessantemente ao nosso redor e com eles estamos em contato.
3. Os Espíritos agem constantemente sobre o mundo físico e sobre o mundo moral, sendo uma das potências da Natureza.
4. Os Espíritos não são entidades à parte na criação: são as almas dos que viveram na Terra ou em outros mundos, desprovidos do seu envoltório corporal; do que se segue que as almas dos homens são Espíritos encarnados e que ao morrer nos tornamos Espíritos.
5. Há Espíritos de todos os graus de bondade e de malícia, de saber e de ignorância.
6. Os Espíritos estão submetidos à lei do progresso e todos podem chegar à perfeição, mas, como dispõem do livre-arbítrio, alcançam-na dentro de um tempo mais ou menos longo, segundo os seus esforços e a sua vontade.
7. Os Espíritos são felizes ou infelizes, conforme o bem ou o mal que fizeram durante a vida e o grau de desenvolvimento a que chegaram; a felicidade perfeita e sem nuvens só é alcançada pelos que chegaram ao supremo grau de perfeição.
8. Todos os Espíritos, em dadas circunstâncias, podem manifestar-se aos homens, e o número dos que podem comunicar-se é indefinido.
9. Os Espíritos se comunicam por meio dos médiuns, que lhes servem de instrumento e de intérpretes.
10. Reconhecem-se a superioridade e a inferioridade dos Espíritos pela linguagem: os bons só aconselham o bem e só dizem coisas boas; os maus enganam e todas as suas palavras trazem o cunho da imperfeição e da ignorância.

Os diversos graus por que passam os Espíritos constam da Escala espírita (O Livro dos Espíritos, II parte, capítulo I, n. 100). O estudo dessa classificação é indispensável para se avaliar a natureza dos Espíritos que se manifestam e suas boas e más qualidades.

SISTEMA DA ALMA MATERIAL. O sistema da alma material admite que a alma e o perispírito não seriam distintos. O perispírito seria a própria alma em depuração gradual por meio das encarnações.

Porém, na Doutrina Espírita, o perispírito é simples envoltório fluídico da alma ou Espírito.

O perispírito é formado de matéria, embora muito eterizada.

A alma e o perispírito são duas partes distintas do ser denominado de Espírito.

Os Espíritos esclarecidos jamais variaram os seus ensinos a respeito da distinção entre a alma e o perispírito.

A existência do perispírito foi revelada pelos Espíritos. Mas foi a observação dos fatos que confirmou a sua existência. Esta se apóia no estudo das sensações dos Espíritos. (O Livro dos Espíritos, Questões 93 e 257.)

A existência do perispírito pode ser constatada no fenômeno das aparições tangíveis, em que se torna perceptível aos sentidos humanos.

A alma ou Espírito, por sua vez, não apresenta nenhuma analogia com a matéria, podendo ser considerada imaterial (O Livro dos Espíritos, Questões 23 e 82.)

REFLEXÕES DO AUTOR DESTE ARTIGO

Neste Capítulo de “O Livro dos Médiuns”, Allan Kardec nos mostra as interpretações divergentes que surgiram dos fenômenos espíritas, quando começaram a ser observados e estudados.

Além disso, expôs os sistemas que os adversários do Espiritismo lançaram para confundir as pessoas e tentar inibir as manifestações e comunicações com os Espíritos.

Então, Allan Kardec analisando as falhas, deficiências, inconsistências, incoerências e pontos fracos de cada sistema surgido para tentar explicar a causa dos fenômenos espíritas, e comparando-os com suas experiências práticas adquiridas com as comunicações com os Espíritos, foi derrubando por terra um a um. Esses sistemas não resistiram a uma análise profunda; não suportaram as observações completas e bem interpretadas dos fatos espíritas.

Chama a atenção, a criatividade dos adversários do Espiritismo ao criarem sistemas que tentavam contestar a existência da alma no homem, sua sobrevivência e individualidade após morte do corpo material e sua comunicabilidade com os homens, através dos médiuns.

Mas, com o sistema multiespírita ou poliespírita, alicerçado em observações completas e nas análises acuradas, todas as questões foram resolvidas com bom senso, lógica e consistência. Assim, prevaleceu sobre os demais sistemas, comprovando a solidez dos princípios da Doutrina Espírita.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

NOTA: Com este artigo, encerramos o estudo das principais lições contidas nos Quatro Capítulos que compõem a Primeira Parte: Noções Preliminares, de “O Livro dos Médiuns”.

As principais lições contidas nesses primeiros quatro Capítulos foram publicadas neste blog em 24/abril/2009; 05/agosto/2009; 02/março/2010; e 14/julho/2010.

Nesses quatro Capítulos, Allan Kardec ressaltou que:
• É indispensável uma observação atenta das manifestações físicas e inteligentes dos Espíritos e um estudo sério e completo dos princípios do Espiritismo para que o adepto não enfrente dificuldades e desilusões ao entrar em comunicação com os Espíritos, através de médiuns.
• A existência de Deus e a existência da alma no homem são a base do Espiritismo.
• A existência da alma no homem é o ponto de partida para a compreensão do Espiritismo.
• As manifestações físicas e inteligentes dos Espíritos dão provas patentes da existência da alma no homem e da sua sobrevivência e individualidade após a morte do corpo material.
• Os Espíritos são, portanto, as almas dos homens, despojadas do seu envoltório corporal.
• O Espírito é o ser inteligente e pensante que sobrevive à morte do invólucro corporal, sendo este apenas um acessório.
• O Espírito conserva sempre a inteligência, a qual constitui a sua essência.
• O Espírito possui um envoltório semimaterial chamado de perispírito, o qual tem a mesma forma humana.
• Em suma, o Espírito é a alma dos que viveram na vida corporal e aos quais a morte despojou de seu envoltório grosseiro e visível, deixando-lhe apenas um envoltório etéreo, invisível no seu estado normal.
• Os Espíritos podem se comunicar com os homens, que são Espíritos revestidos com um corpo material.
• Os fenômenos espíritas têm como princípio a existência da alma, sua sobrevivência à morte do corpo material e suas manifestações aos homens.
• Nada há de maravilhoso ou de sobrenatural nas manifestações e comunicações dos Espíritos, porque estão nas leis da Natureza.
• Sendo os Espíritos as almas dos homens, e como os homens não são perfeitos, há também Espíritos imperfeitos.
• Há Espíritos de todos os graus de bondade e de malícia; de saber e de ignorância.
• Todos os Espíritos estão submetidos à lei do progresso e alcançam em maior ou menor tempo a perfeição.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

"O LIVRO DOS ESPÍRITOS", CAP.III: CRIAÇÃO


PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS EM “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, PRIMEIRA PARTE, CAPÍTULO III: CRIAÇÃO.


Geziel Andrade

I – FORMAÇÃO DOS MUNDOS

O Universo é composto por mundos que vemos e que não vemos; por seres animados e inanimados; por astro que se movem no espaço; e por fluidos que preenchem o espaço.

O Universo não foi feito por si mesmo, nem é obra do acaso.

Deus criou o Universo em decorrência de Sua Vontade todo poderosa.

Os mundos que existem no Universo foram formados pela condensação da matéria sutil existente no espaço. Eles e os demais corpos e seres existentes estão em constante renovação.

II – FORMAÇÃO DOS SERES VIVOS

A Terra começou a ser povoada com seres vivos apropriados ao estado do globo, após a sua formação.

Ela já continha os germes dos seres vivos que esperavam o momento favorável para se desenvolver.

Quando surgiu o momento propício à eclosão da vida, os germes primitivos de cada espécie, em estado latente e inerte, se reuniram e multiplicaram; transmitiram as suas características segundo as leis da reprodução; e formaram os germes de todos os seres vivos.

Na Questão 45, Allan Kardec perguntou aos Espíritos superiores onde estavam os elementos orgânicos antes da formação da Terra. A resposta foi clara:

“-Estavam, por assim dizer, em estado fluídico no espaço, entre os Espíritos, ou em outros planetas, esperando a criação da Terra para começarem uma nova existência sobre um novo globo.”

Dessa forma, os elementos orgânicos e os germes primitivos dos seres vivos não surgiram primeiramente na Terra. Já existiam no Universo e esperavam o momento oportuno para povoarem este novo planeta.

Allan Kardec formulou e respondeu à seguinte questão:

“Esta formação dos seres vivos, saindo do caos pela própria força da Natureza, tira alguma coisa à grandeza de Deus? Longe disso, corresponde melhor à idéia que fazemos de seu poder, a exercer-se sobre os mundos infinitos através de leis eternas.”

III – POVOAMENTO DA TERRA. ADÃO

A Terra foi sendo povoada com seres vivos adequados ao estado de evolução do globo. Adão não foi o primeiro nem o único homem a povoar a Terra, cerca de quatro mil anos antes de Cristo.

Muitos progressos da Humanidade já haviam ocorrido muito antes dessa data antes de Cristo. Assim, eles contradizem a teoria da existência de Adão, como primeiro e único homem.

IV – DIVERSIDADE DAS RAÇAS HUMANAS

As diferenças físicas e morais que distinguem as diversas raças humanas surgiram em função do clima, do estilo de vida e dos hábitos adquiridos em lugares diferentes e distantes.

O homem surgiu em diversos pontos da Terra e em diversas épocas, propiciando a diversidade das raças.

Depois disso, o homem se dispersou pelos diferentes climas, aliando-se os de uma raça aos de outras. Assim, foram formados novos tipos humanos.

Embora esse fato, os homens pertencem à mesma família ou espécie primitiva. Adicionalmente, todos os homens são irmãos em Deus. Eles são animados pelo Espírito criado por Deus, tendendo para o mesmo alvo, que é a perfeição intelectual e moral.

V – PLURALIDADE DOS MUNDOS

Os globos que circulam no espaço são habitados. Assim, o homem terreno está bem longe de ser, como acredita, o primeiro em inteligência, bondade e perfeição.

Os homens que acreditam que este pequeno globo chamado Terra tem o privilégio de ser habitado por seres racionais; que acreditam que Deus criou o Universo somente para eles, revelam orgulho e vaidade.

Acreditar que os seres vivos estejam limitados à Terra é por em dúvida a sabedoria de Deus. Ele nada fez de inútil e destinou os mundos existentes no Universo a um fim mais sério do que o de apenas alegrar os olhos humanos.

Os seres que habitam os diferentes globos do Universo não têm semelhanças na constituição física. Isso fica claro quando vemos, na própria Terra, que os peixes foram feitos para viver na água e que eles não se assemelham com os pássaros que foram feitos para flutuar no ar.

Além disso, alguns mundos possuem fontes de luz e calor independentes do Sol. Então, os seres vivem de maneira e com órgãos diferentes dos homens terrenos. Eles têm características próprias aos meios em que têm de viver.

VI – CONSIDERAÇÕES E CONCORDÂNCIAS BÍBLICAS REFERENTES À CRIAÇÃO

Os homens foram estabelecendo idéias sobre a Criação em função do grau de evolução de seus conhecimentos.

A Ciência veio recentemente estabelecer os seguintes pontos, eliminando erros de interpretação:

1. Os fósseis demonstram que o homem chamado Adão não foi o primeiro nem o único tronco da Humanidade.
2. O movimento da Terra no espaço é contrário ao que está narrado nos textos sagrados.
3. A Geologia e os fósseis mostram que a criação do mundo não se deu em seis dias, a partir do nada, há cerca de quatro mil anos antes da era cristã.
4. O dilúvio de Noé, com seus descendentes, não foi um grande cataclismo universal ocorrido 1654 anos após a formação do mundo, ou há 2350 anos antes da era cristã.
5. Pela Ciência, a Terra foi criada segundo a lei de forças naturais, em alguns milhões de anos.
6. A Ciência admite ainda a existência do homem antes da época que lhe é assinalada na Bíblia; a diversidade na origem da espécie humana; o dilúvio de Noé como uma catástrofe parcial.

Allan Kardec esclareceu que essas descobertas científicas não diminuem o poder de Deus; não contestam a onipotência nas leis eternas que Deus estabeleceu para reger os mundos; não rebaixam a obra divina, que é grandiosa e está de acordo com o poder e a majestade de Deus; de forma alguma, desmentem a essência das idéias religiosas e morais, que podem marchar ao lado da Ciência.

- - - - - - - - -

REFLEXÕES DO AUTOR DESTE ARTIGO.

As revelações dos Espíritos superiores, a respeito da Criação, feitas através de diferentes médiuns, e codificadas por Allan Kardec, além de andarem lado a lado com as descobertas científicas, abrem novos campos para descobertas e conhecimentos humanos.

O Espiritismo, ao desvendar as relações existentes entre as duas partes do Universo, tem uma dimensão e uma abrangência que extrapola qualquer idéia, imaginação, criatividade ou ciência humana. Isto fica bem evidente com o detalhamento dos seguintes pontos:

DEUS: O Universo não é obra do nada ou do acaso. É Obra de Deus, que com seus Atributos Divinos, criou tudo o que existe. Assim, Deus dirige a Obra da Criação e está, evidentemente, acima do Universo e da Humanidade.

UNIVERSO: O Universo não tem a abrangência limitada que a Ciência lhe dá. O universo material é apenas parte do Universo formado pela transformação e condensação da matéria elementar primitiva.

Pelo Espiritismo, o Universo pode ser separado em universo material e universo espiritual. Este também é formado por aquela mesma matéria transformada e condensada, porém em um estado mais sutil.

Portanto, esses dois universos são apenas partes de um Universo único e infinito.

Assim, Deus, com a criação de apenas um elemento primitivo, denominado no Espiritismo de fluido cósmico universal ou matéria elementar primitiva, permitiu as modificações, transformações e condensações em suas partículas elementares, formando o Universo. Este, como já dissemos, pode ser dividido em universo material e universo espiritual, em função do grau de densidade daquela matéria primitiva.

Essas duas partes do Universo estão em permanente inter relação. Porém, o universo espiritual é o mais importante, por abrigar os Filhos de Deus: os Espíritos imortais.

ESPÍRITOS: Deus não cria os Seus Filhos no universo material em corpos materiais. Ele os cria como Espíritos, no universo espiritual, dotados do princípio inteligente em permanente processo de evolução intelectual e moral, até que atinjam a perfeição espiritual.

INTER RELAÇÃO ENTRE O UNIVERSO MATERIAL E O UNIVERSO ESPIRITUAL: Em seu processo evolutivo, os Espíritos passam do universo espiritual para o universo material, através da necessidade da encarnação em corpos materiais, em mundos materiais, para trabalharem para o seu progresso e o destes mundos.

Assim, trazem para a vida material todas as suas faculdades, potências, habilidades e experiências, influindo no progresso da Humanidade.

Quando o corpo material morre, eles voltam para a vida verdadeira, que é no universo espiritual.

Assim, o homem não é apenas corpo material, mas um Espírito encarnado.

MUNDOS MATERIAIS: No Universo existe a pluralidade dos mundos materiais habitados por Espíritos encarnados.

Antes mesmo da existência da Terra, muitos outros mundos já serviram para o processo de evolução intelectual e moral dos Espíritos, permitindo-os atingir a perfeição.

Assim, a vida não é privilégio do planeta Terra, mas algo comum nas duas partes do Universo.

CONCLUSÃO: Com o Espiritismo temos essa visão abrangente, grandiosa e infinita do Universo, com Deus acima de tudo.

Com isso, a Doutrina codificada por Allan Kardec, em função dos ensinamentos dos Espíritos superiores, através de diferentes médiuns, promove uma profunda revolução nas idéias científicas, filosóficas, religiosas e morais, estabelecendo novos paradigmas que transformam e dão novos rumos para o progresso da Humanidade.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

BOM TOM ESPÍRITA


BOM TOM ESPÍRITA


Geziel Andrade

Mensagem da Foto:
Aplicar o bom tom para florir na vida.

“De nada valem bons verbos
E códigos de bom tom,
Se vives falando a esmo
Sem praticar o que é bom”.

(Casimiro Cunha/F.C.Xavier,
No livro “Coletânea do Além”.)

A educação espírita prepara-nos para usarmos bem as faculdades da alma e darmos o bom tom em todos os momentos de nossa convivência e de nosso relacionamento com os semelhantes.

Assim, não ficamos apenas nas boas intenções e palavras bonitas. Partimos para a prática do bem e das boas ações, destacando-nos como pessoas simpáticas, gentis, agradáveis, fraternas e úteis para os que nos cercam.

Com a Doutrina Espírita, compreendemos que é de bom tom ter boas maneiras nos modos de ser, sentir, pensar, falar e agir, seguindo Jesus como modelo e guia e nos espelhando em pessoas virtuosas e educadas, como o foi Chico Xavier.

Assim:
1. Comunicamo-nos com elegância e sabedoria;
2. Sabemos ouvir, dar atenção e discutir com nobreza moral as crenças, convicções, opiniões e idéias diferentes das nossas;
3. Esclarecemos as dúvidas alheias com paciência;
4. Demonstramos profundo respeito ante as situações difíceis enfrentadas pelo próximo, procurando amenizar suas provações e dificuldades com o espírito fraterno;
5. Desempenhamos com satisfação e responsabilidade as tarefas que nos foram confiadas;
6. Pedimos humildemente desculpas quando caímos em algum erro;
7. Sustentamos a convivência pacífica, com o entendimento amplo das condutas alheias;
8. Demonstramos gratidão pelos pequenos favores recebidos;
9. E trabalhamos espontaneamente e com alegria pelo progresso geral, favorecendo a todos.

No Movimento Espírita, encontramos muitos livros que nos ensinam a dar o bom tom em todas as ocasiões.

Como exemplo, temos as páginas do notável livro “Agenda Cristã”, de autoria do Espírito André Luiz, e psicografia de Chico Xavier.

Nesse livro, aprendemos que é de bom tom espírita:
1. Ensinar exemplificando;
2. Amar edificando;
3. Falar construindo;
4. Perdoar, extinguindo o mal;
5. Beneficiar, agindo com humildade e simplicidade;
6. Trabalhar com honestidade;
7. Expandir o bem, difundindo a generosidade;
8. Servir sem fazer exigências ou esperar recompensas;
9. Socorrer o aflito, restabelecendo a esperança e a alegria na alma ferida;
10. Orar em favor do próximo, mesmo sendo ele nosso inimigo;
11. Aproveitar bem o tempo, conquistando a prosperidade;
12. Viver trabalhando e estudando, buscando o progresso material, moral e espiritual.

Portanto, no meio espírita não nos faltam códigos de bom tom.

Porém, não devemos só difundi-los pela palavra, mas principalmente dando o bom exemplo.

Fazemos isto, semeando o que é bom e colocando em prática o bem e as virtudes, em todos os momentos na família, no ambiente de trabalho e na vida social.

Esses momentos de convivência e relacionamento são oportunidades valiosas para iluminarmos os corações; fortalecermos os laços de amizade; e difundirmos a fraternidade com os atos de bondade e os gestos de amor e carinho. Isto é realmente o bom tom aplicado no cotidiano.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

EDUCAÇÃO DA VONTADE


EDUCAÇÃO DA VONTADE

Geziel Andrade

A educação da vontade é um dos pontos mais importantes da educação espírita.

Ela nos ensina que, antes de tudo, à semelhança de Jesus, devemos colocar a nossa vontade em consonância com a Vontade todo-poderosa de Deus, atendendo às seguintes lições do Mestre:
1. “Seja feita a tua Vontade, assim na terra como nos céus”
2. “Entrará no reino dos céus, aquele que faz a Vontade de meu Pai, que está nos céus”.

Em função disso, o Espírito Emmanuel ensinou-nos o seguinte, no livro “Mensagens Esparsas”, psicografado por Chico Xavier:
“Coloca a Vontade Divina acima de teus desejos e a Vontade Divina os aproveitará”.

LIÇÕES DE ALLAN KARDEC

Allan Kardec, em sua maravilhosa obra de constituição do Espiritismo, nos legou os seguintes ensinamentos que servem de base para a educação da vontade:
1. “A vontade é o pensamento chegado a um certo grau de energia e tornado força motriz”.
2. “Pela vontade o Espírito imprime aos membros e ao corpo movimentos num determinado sentido. Mas se ele tem a força de agir sobre os órgãos materiais, maior deve ser esta força sobre os elementos fluídicos que nos cercam!” (“Revista Espírita” de dezembro de 1868).
3. “A vontade dá aos fluídos espirituais que nos cercam qualidades boas e saudáveis ou más e doentias”. (“Revista Espírita” de março de 1865).
4. “Com a vontade, podemos agir sobre a matéria elementar e, portanto, modificar as propriedades das coisas dentro de certos limites. Assim se explica a faculdade de curar pelo contato e a imposição das mãos, que algumas pessoas possuem num elevado grau”. (Item 131 de “O Livro dos Médiuns”).
5. “Os Espíritos influem sobre o nosso pensamento; conseqüentemente sobre a nossa vontade e a nossa ação”. (Questão 459 de “O Livro dos Espíritos”).
6. “Nenhum Espírito recebe a missão de fazer o mal; quando ele o faz, é pela sua própria vontade, e conseqüentemente terá de sofrer as conseqüências.” (Questão 470 de “O Livro dos Espíritos”).

Dessa forma, a educação espírita leva em consideração todos esses fatores, nos permitindo exercer a vigilância sobre os pensamentos e a vontade, determinando as nossas boas ações e promovendo intervenções benéficas sobre os elementos materiais e os fluidos espirituais.

LIÇÕES DE LÉON DENIS

Léon Denis, em sua notável obra de ratificação dos princípios do Espiritismo, legou-nos os seguintes ensinamentos que orientam o nosso esforço na educação da vontade:
1. “A vontade é a faculdade soberana da alma; é a força espiritual por excelência, e pode mesmo dizer-se que é a essência da sua personalidade”.
2. “Tudo pode a vontade exercida no sentido do bem e de acordo com as leis naturais. Muito também pode para o mal”.
3. “Para regular o nosso adiantamento, preparar o nosso futuro, fortificarmo-nos ou nos rebaixarmos, é bastante fazer uso da vontade”.
4. “O poder da vontade sobre os fluidos é acrescido com a elevação do Espírito”. (Textos extraídos do livro: “Depois da Morte”).
5. “A alma é uma vontade livre e soberana”.
6. “Através da vontade, demonstramos o que guardamos dentro de nós mesmos”.
7. “A vontade pode atuar com intensidade sobre o corpo fluídico, ativar-lhe as vibrações e, por esta forma, apropriá-lo a um modo cada vez mais elevado de sensações, prepará-lo para mais alto grau de existência”.
8. “A vontade de viver, de desenvolver em nós a vida, atrai-nos novos recursos vitais”.
9. “O uso persistente, tenaz, da faculdade soberana da vontade permite-nos modificar a nossa natureza, vencer todos os obstáculos, dominar a matéria, a doença e a morte”. (Textos extraídos do livro: “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”).

Com base nesses ensinamentos valiosos de Léon Denis, buscamos o aprimoramento do uso da vontade, difundindo a prática do bem e conquistando a prosperidade em termos materiais, pessoais, morais e espirituais.

LIÇÕES DOS BONS ESPÍRITOS

Aqui no Brasil, tivemos muitas orientações dos bons Espíritos, através de diferentes médiuns, mostrando-nos a importância de educarmos a vontade:
1. “Vigie o pensamento e a vontade, para que se desenvolvam e marchem dentro dos moldes do ilimitado bem e jamais se arrependerá”. (Espírito Ismael Souto, na mensagem “Tudo é Atração”, psicografada por Chico Xavier).
2. “Pela simples má-vontade pode o homem rolar indefinidamente ao precipício das trevas. Caminhando prudentemente pela simples boa-vontade a criatura alcançará o Divino Reino da Luz”. (Espírito Emmanuel, no livro “Pão Nosso”, psicografado por Chico Xavier).
3. “Quando a criatura busca manejar a própria vontade, escolhe a companhia que prefere e lança-se ao caminho que deseja”. (Espírito André Luiz, no livro “Libertação”, psicografado por Chico Xavier).
4. “A inteligência humana, encarnada ou desencarnada, pode contribuir, pelo poder da vontade, na educação ou na reeducação de si própria, selecionando os recursos capazes de lhe favorecerem o aperfeiçoamento”. (Espírito Alberto Seabra, no livro “Vozes do Grande Além”, de psicografia de Chico Xavier).
5. “A vontade é a alavanca do destino”. (Espírito André Luiz, no livro “Sol nas Almas”, psicografado por Chico Xavier).
6. “A vontade é sagrado atributo do Espírito, dádiva de Deus a nós outros para que decidamos, por nós, quanto à direção do próprio destino”. (Espírito Emmanuel, no Cap. 57 do livro “O Espírito da Verdade”, psicografado por Chico Xavier).
7. “A Sabedoria do Universo colocou a vontade em nosso foro íntimo, à guisa de juiz supremo, a fim de que a vontade, em última instância, decida todas as questões que se nos referem à construção do destino”. (Espírito Emmanuel, no “Livro da Esperança”, psicografado por Chico Xavier).
8. “A vontade é o leme de todos os tipos de força, pois governa todos os setores da ação mental. Só a vontade é suficientemente forte para sustentar a harmonia do Espírito”. (Espírito Emmanuel, no livro “Pensamento e Vida”, psicografado por Chico Xavier).
9. “Sem a vontade bem direcionada, não há vida saudável. É a vontade que nos permite transformar instintos em sentimentos; hábitos doentios em saúde; e conquistar a beleza e concretizar os ideais humanos”. (Espírito Joanna de Ângelis, no livro “Triunfo Pessoal”, psicografado por Divaldo P. Franco).
10. “Possuis todos os recursos ao alcance da vontade. Canalizando-a para o bem ou para o mal, fruirás saúde ou doença”. (Espírito Joanna de Ângelis, no livro “Momentos de Felicidade”, psicografado por Divaldo P. Franco).
11. “O melhor remédio, antes de qualquer outro, é a vontade sadia, porque a vontade débil enfraquece a imaginação e a imaginação doentia debilita o corpo”. (Espírito André Luiz, no Cap. 32 do livro “O Espírito da Verdade”).

Aprendamos, dessa forma, a controlar a vontade com a educação espírita.

Seguindo essas orientações oportunas dos bons Espíritos, edificamos um modo elevado de pensar e de agir, e criamos o futuro venturoso que tanto almejamos.

A EDUCAÇÃO ESPÍRITA VOLTADA PARA A EDUCAÇÃO DA VONTADE

Em função dessas lições maravilhosas do Espiritismo, a educação espírita preocupa-se com a educação de nossa vontade.

Assim, descobrimos a receita verdadeira para a criação de um destino próspero, alegre, sadio e feliz.

A vontade bem educada, de acordo com os princípios espíritas:
1. Enobrece a personalidade;
2. Desponta as qualidades pessoais dignas;
3. Seleciona as boas companhias que nos influenciam para o bem;
4. Propicia a obtenção de sucesso nos empreendimentos;
5. Melhora as condições mentais, morais e espirituais que sustentam a harmonia íntima, a boa convivência e o bom relacionamento com todos.

Portanto, investindo na educação da vontade, orientados pelo Espiritismo, revelamos:
1. A vontade de viver, mesmo enfrentando as provas e os momentos difíceis, necessários ao aprimoramento da alma;
2. A vontade de vencer os vícios, de corrigir as imperfeições morais e de eliminar as deficiências pessoais, para melhorar o estado da consciência e despontar qualidades melhores;
3. A vontade de fazer o bem e de ser útil ao próximo para praticar um estilo mais elevado de vida;
4. A vontade de trabalhar e de estudar sempre para acelerar o progresso;
5. A vontade de vencer na vida, sem temer as derrotas que servem de experiências;
6. A vontade de crescer em maturidade, tendo profundo respeito pelos semelhantes e tratando-os fraternalmente como irmãos, filhos de Deus em jornada evolutiva na escola terrena;
7. A vontade de criar um destino cada vez mais próspero, alegre, sadio e feliz, tanto na vida presente, quanto na vida futura.

Esta é a educação da vontade propiciada pela educação espírita.

Com ela atraímos ainda a ajuda dos bons Espíritos, como nos ensinou o querido e notável médium Chico Xavier:
“Os Espíritos da luz, quando percebem a nossa boa vontade, nos auxiliam em tudo e... vamos caminhando”.