sexta-feira, 5 de novembro de 2010

EDUCAÇÃO PARA A PAZ





EDUCAÇÃO PARA A PAZ

Geziel Andrade

A História nos mostra que a paz sempre foi difícil de ser mantida entre os homens.

Mesmo com todo o progresso material havido, correm soltas as notícias de concorrência abusiva, condutas desleais, ações violentas, lutas e guerras em busca dos interesses materiais, financeiros e econômicos.

Assim, a convivência e o relacionamento pacíficos estão ainda na dependência do predomínio de uma educação que atenda as necessidades humanas, sem que estimule a desigualdade, a acumulação desenfreada e egoística dos bens materiais, as disputas e tentativas de dominação pela violência.

Em outras palavras, o fim da violência e o predomínio da paz dependem da preponderância de uma educação em que o progresso material e a melhoria do bem-estar sejam conquistados com amor e respeito aos semelhantes, pondo fim aos confrontos nefastos, e com base no entendimento, na fraternidade e na solidariedade.

Nos dias atuais, a esperança de paz parece ser um sonho difícil de ser concretizado. A violência parece estar generalizada, descontrolada e assustadora, principalmente pelo uso de armas poderosas e sofisticadas que alguns homens criaram com o mau uso que fizeram da ciência e da tecnologia visando o lucro pelo seu livre comércio.

Hoje em dia, há carência de paz em todas as áreas humanas. Os ataques ao próximo assustam; as lutas urbanas revelam ações agressivas de todas as ordens, principalmente para a apropriação do dinheiro alheio de forma ardilosa; as fraudes são descobertas nas instituições públicas e privadas; as agressões atingem o feto, as criancinhas, as mulheres, os jovens, os adultos e os idosos; as transgressões ocorrem no trânsito, no esporte, na escola, na política, na economia, na vida social, etc.

A educação tradicional mostra-se incapaz de produzir a paz. Ela preocupa-se apenas com o preparo do homem para o progresso intelectual e o enriquecimento pelo sucesso na vida profissional. Então estimula a forte concorrência depredatória entre as pessoas na vida pessoal e empresarial; exacerba visivelmente as desigualdades, o egoísmo, a ambição, o orgulho e os confrontos distributivos.

Em suma, a educação predominante não tem preparado os homens para a conquista e manutenção de uma vida próspera, harmoniosa e pacífica, dedicada à conquista do bem estar individual e coletivo.

Como conseqüência disso, temos que, apenas no Brasil, bilhões de Reais são gastos anualmente na repressão aos crimes; nos aparatos militares, policiais e judiciários; nas prisões e penitenciárias; nos serviços de segurança particular nas famílias e nas instituições públicas e privadas.

De forma evidente, esse dinheiro poderia estar sendo melhor usado nos investimentos em saúde, habitação e infra-estrutura econômica e social, melhorando as condições de vida de milhões de brasileiros.

LIÇÕES CONTIDAS EM “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Em “O Livro dos Espíritos”, na Questão 789, encontramos:

“Quando a lei de Deus constituir por toda parte a base da lei humana, os povos praticarão a caridade de um para o outro, como os indivíduos de homem para homem, vivendo felizes e em paz”.

Além disso, nas Questões 745 a 754 de “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec e os Espíritos superiores nos revelaram as seguintes causas para a violência:
1. Senso moral ainda pouco desenvolvido.
2. Regozijo na ambição, no egoísmo e no orgulho, que são as causas de atos de violência e de muitos males e sofrimentos.
3. Falta de educação para a prática da Lei de justiça, amor e caridade, que melhora as condições de vida, produz a paz e promove a Terra à categoria de um mundo melhor e mais feliz.

Portanto, enquanto a educação tradicional continuar preocupando-se apenas com a educação intelectual e a profissionalização do homem, e deixando de lado a educação moral, que aprimora as condutas e ações, as verdadeiras causas da violência não são combatidas, impedindo que a paz reine soberana entre os homens.

A EDUCAÇÃO ESPÍRITA

A educação espírita, sem jamais descuidar da educação intelectual, do preparo do homem para o trabalho honesto e o progresso material, vai além disso:
1. Estimula-nos ao relacionamento fraterno e a convivência harmoniosa e pacífica com os semelhantes, por aprendermos que somos Espíritos encarnados, filhos de Deus, em temporário processo de evolução intelectual e moral na escola da vida terrena.

A educação espírita revela-nos que a verdadeira finalidade da vida material é a conquista do progresso intelectual, junto com o progresso moral.

Com eles, obtemos boas condições de vida, tanto na vida presente, quanto na vida futura, quando do retorno da alma ao mundo espiritual.

A educação espírita leva-nos, ao mesmo tempo:
1. À prosperidade material, moral e espiritual;
2. Aprimora o uso que fazemos de todas as faculdades da alma;
3. Desenvolve a intelectualidade aliada ao senso moral;
4. Promove a aliança entre a sabedoria e o amor;
5. Ensina a prática das condutas amorosas, justas, bondosas, caridosas e fraternas, alicerçadas nos ensinos e exemplos de Jesus.

A educação espírita permite-nos concretizar os sonhos de liberdade, igualdade, fraternidade, benevolência, indulgência e justiça.

Para isso, trabalha para conquistarmos simultaneamente o progresso material, moral e espiritual, numa nova ordem de harmonia e paz, que eleva a Terra na categoria dos mundos habitados.

OUTRAS LIÇÕES DE ALLAN KARDEC

A educação moral espírita está alicerçada na prática dos ensinamentos de Jesus, explicados por Allan Kardec em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.

Dessa forma, aprendemos:
1. A praticar o amor a Deus, ao próximo e a nós mesmos;
2. A difundir a benevolência;
3. A realizar o bem de todos;
4. A fazer aos outros o que queremos que os outros nos façam;
5. E a pôr em prática as virtudes cristãs que geram a prosperidade, com harmonia e paz.

Consta o seguinte no Capítulo IX de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”:

“Jesus estabeleceu como lei a doçura, a moderação, a mansuetude, a afabilidade e a paciência. E, por conseqüência, condenou a violência, a cólera e até mesmo toda expressão descortês para com os semelhantes”.

Portanto, praticando os ensinamentos de Jesus, como nos ensina a educação espírita, melhoramos as relações humanas, promovemos o bem-estar de todos e estabelecemos a prosperidade material, moral e espiritual, conquistando a paz, a alegria e a felicidade duradoura.

Além disso, consta nas Instruções dos Espíritos, contidas no Capítulo I desse mesmo livro:

“Cristo foi o iniciador da moral mais pura, mais sublime. Da moral evangélica cristã que deve renovar o mundo, reaproximar os homens e torná-los irmãos; que deve fazer jorrar de todos os corações humanos a caridade, e o amor ao próximo, e criar entre todos os homens uma solidariedade comum. Enfim, de uma moral que deve transformar a Terra, e fazer dela uma morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam”.

RECEITA DE CHICO XAVIER

Certo dia, perguntaram a Chico Xavier o que ele achava a respeito do avanço da violência. Suas palavras foram sábias:

“Necessitamos das condutas morais ensinadas por Jesus, para que consigamos domar as nossas más tendências que podem nos levar aos atos de violência”.

Assim, reafirmou a receita espírita-cristã para a conquista da paz.

ENSINAMENTOS DO ESPÍRITO EMMANUEL

O Espírito Emmanuel, na mensagem “O Caminho da Paz”, psicografada por Francisco Cândido Xavier e publicada no livro “Religião dos Espíritos”, de edição FEB, nos aponta a seguinte rota para a paz:

“Nem a política, nem o comércio, nem a ciência, nem a indústria, nem a imprensa, nem a aproximação entre os povos, nem a exaltação do trabalho, nem a evolução do direito individual e nem a higiene conseguem resolver o problema da paz.”

“A guerra – monstro de mil faces, que começa no egoísmo de cada um, que se corporifica na discórdia do lar, e se prolonga na intolerância da fé, na vaidade da inteligência e no orgulho das raças, alimentando-se de sangue e lágrimas, violência e desespero, ódio e rapina, tão cruel entre as nações supercivilizadas do século XX, quanto já o era na corte obscurantista de Ramsés II – somente desaparecerá quando o Evangelho de Jesus iluminar o coração humano, fazendo que os habitantes da Terra se amem como irmãos”.

Assim, a educação espírita trabalha para a implantação do Evangelho de Jesus no coração do homem, visando a melhoria das condutas morais, pela prática do amor, da caridade e da fraternidade, e permitindo a conquista do verdadeiro progresso, do bem-estar e da paz tão almejada.

LIÇÃO DO ESPÍRITO BATUÍRA

O Espírito Batuíra, em mensagem psicografada por Chico Xavier, e publicada no livro “Mais Luz”, de edição GEEM, nos recomenda o contato permanente com os ensinamentos de Jesus. Neles encontramos a fonte de alegria e bênçãos; o meio de transformamos o lar em celeiro de compreensão e solidariedade; e o caminho luminoso de ascensão à paz e à felicidade real.

A EDUCAÇÃO MORAL MINISTRADA NO CENTRO ESPÍRITA QUE LEVA AO PROGRESSO JUNTO COM A PAZ

O Centro Espírita é a escola onde a educação moral é ministrada visando:
1. A purificação dos Espíritos encarnados;
2. A prática do amor, da caridade, da justiça, da fraternidade e da solidariedade com base na crença raciocinada de que todos somos Espíritos encarnados, filhos do mesmo Pai Eterno, em processo contínuo de evolução, através das reencarnações;
3. A evangelização e a aplicação no cotidiano dos ensinamentos de Jesus;
4. A prática das lições evangélicas e das virtudes cristãs como o único caminho para o progresso de todos e para a conquista da paz, da alegria e da felicidade duradouras;
5. O desenvolvimento do senso moral, que melhora as relações humanas;
6. A renovação moral do homem e o reajustamento de seus valores, desde a infância, pautando-os na Lei de justiça, amor e caridade;
7. O fortalecimento da vontade no exercício do bem, do ser útil aos semelhantes, do servir o próximo de forma desinteressada e da edificação das boas obras que propiciam o progresso de todos;
8. A melhoria das condutas morais, aprimorando as formas de convivência e de relacionamento no lar, no ambiente de trabalho e na vida em sociedade, para que o clima de paz ensinado por Jesus seja o padrão da sociedade;
9. E a elevação da Terra na hierarquia dos mundos habitados, pela evangelização, espiritualização e moralização da humanidade.