domingo, 1 de dezembro de 2013

LIÇÕES EM "O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO": CAP. IX: BEM-AVENTURADOS OS MANSOS E PACÍFICOS



PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS EM “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”, CAPÍTULO IX: BEM-AVENTURADOS OS MANSOS E PACÍFICOS

Geziel Andrade

INJÚRIAS E VIOLÊNCIAS

“Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra.” (Mateus, V: 4.)

“Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus.” (Mateus, V: 9.)

Jesus estabeleceu como lei a doçura, moderação, mansuetude, afabilidade e paciência.

Em decorrência disso, condenou a ira, violência, cólera, descortesia e até mesmo palavra ofensiva que exprima sentimento contrário à lei de amor e caridade que deve regular as relações entre os homens, mantendo a união e a concórdia.

Assim, Jesus tornou lei a benevolência recíproca, fraternidade, humildade perante Deus e caridade para com o próximo.

Desse modo, o homem deve limitar a sua ambição e não dar aos bens terrenos mais importância do que aos bens do Reino dos céus.

Quando a lei do amor e da caridade for vigente na humanidade, o egoísmo e a violência perderão força.

Então, a Terra, com a lei do progresso e a promessa de Jesus, será transformada num mundo feliz, pela expulsão dos maus.

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS NAS INSTRUÇÕES “A AFABILIDADE E A DOÇURA”, DO ESPÍRITO LÁZARO, DITADAS EM PARIS, EM 1861:
A afabilidade e a doçura são manifestações de benevolência para com os semelhantes. Esta, por sua vez, é fruto do amor ao próximo.

A educação pode dar as aparências dessas qualidades às pessoas que se mostram doces, mas contanto que ninguém as moleste; que mordem à menor contrariedade; que falam palavras venenosas por trás dos outros; que são benignas fora de casa, mas tiranos domésticos com o seu orgulho e despotismo. Como o coração não participa de seus atos, vivem na hipocrisia.

Porém, aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas, jamais se desmente. É sempre o mesmo para o mundo ou na intimidade, porque sabe que se pode enganar os homens, pelas aparências, não pode enganar a Deus.

PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS NAS INSTRUÇÕES “A PACIÊNCIA”, DE UM ESPÍRITO AMIGO, DITADAS EM HAVRE, EM 1862:
A dor deve ser considerada uma bênção de Deus Todo Poderoso, porque serve de instrumento para a alma obter a glória no Céu. Portanto, não deve ser motivo de aflição. Deve ser encarada com paciência, que também é a caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus.

A caridade que consiste em dar esmolas aos pobres é a mais fácil de ser praticada. Existe uma forma de caridade mais penosa e, consequentemente, bem mais meritória. Trata-se de perdoar os que Deus colocou como prova no caminho, servindo de instrumento para o sofrimento e exercício da paciência.

A vida é difícil porque se constitui de mil bagatelas que se assemelham a alfinetadas que chegam a ferir. Mas, quem cumpre os deveres impostos vê as consolações e compensações serem obtidas. Vê que as bênçãos são mais numerosas que as dores.

O Cristo é modelo de coragem. Sofreu bastante, sem nada ter de acusá-lo. Porém, de nossa parte, temos que expiar o passado e nos fortalecer para o futuro. Assim, cabe-nos ser pacientes e cristãos.

PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS NAS INSTRUÇÕES “OBEDIÊNCIA E RESIGNAÇÃO”, DO ESPÍRITO LÁZARO, DITADAS EM PARIS, EM 1863:
A doutrina de Jesus ensina sempre a obediência e a resignação.

São duas virtudes companheiras da doçura, que não devem ser confundidas com a negação do sentimento e da vontade.

A obediência é o consentimento da razão. A resignação é o consentimento do coração.

São duas forças ativas que sustentam no alto o fardo das provas; ao passo que a revolta insensata o deixa cair.

O medroso não consegue ser resignado; assim como o orgulhoso e o egoísta não conseguem ser obedientes.

Jesus foi exemplo de obediência a Deus e de resignação ante a sua missão divina.

A geração atual tem como virtude a atividade intelectual; mas como vício a indiferença moral.

Porém, a grande lei do progresso impulsiona a geração atual, despertando o espírito preguiçoso que fecha o seu entendimento dos ensinos dos bons Espíritos. Por isso, bem-aventurados são os espíritos mansos que dão ouvidos aos seus ensinamentos dóceis.

PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS NAS INSTRUÇÕES “A CÓLERA”, DE UM ESPÍRITO PROTETOR, DITADAS EM BORDEAUX, EM 1863:
A cólera decorre do orgulho ferido. Este leva o homem a repelir as observações justas e a rejeitar os conselhos sábios.

Então, surge a impaciência ante as pequenas contrariedades, causando má impressão nos outros.

Por isso, em respeito a nós mesmos, devemos nos esforçar para vencer essa má tendência que nos torna dignos de piedade.

A cólera nada resolve. Ela altera a saúde e compromete a própria vida. Além disso, prejudica os entes queridos que nos cercam com o acesso de fúria que pode causar. Então, um ato colérico pode nos condenar por toda a vida.

Além disso, a cólera nos impede de fazer o bem e pode mesmo nos levar a fazer muito mal.

Portanto, devemos fazer esforços em dominá-la, pois é contrária à caridade e à humildade cristãs.

PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS NAS INSTRUÇÕES “A CÓLERA”, DO ESPÍRITO HAHNEMANN, DITADAS EM PARIS, EM 1863:
O homem inclinado à cólera quase sempre desculpa esse seu temperamento com a ideia falsa que não pode reformar a sua própria natureza.

Com isso, se julga dispensado de fazer esforços perseverantes para corrigir seus defeitos.

Desse modo, atribui a Deus e ao seu organismo os seus próprios defeitos.

Um Espírito pacífico, mesmo num corpo bilioso, será sempre pacífico. Um Espírito violento, num corpo linfático, não seria dócil.

O corpo não dá impulsos de cólera a quem não os tem; como não dá outros vícios.

Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito. Nisto está o mérito e a responsabilidade de cada um.

Todo Espírito pode modificar o que diz respeito ao Espírito com sua vontade firme, que pode promover transformações verdadeiramente miraculosas.

De outra maneira, a lei do progresso não existiria para o homem.
- - - - - - - - - -
CONSIDERAÇÕES DO AUTOR DESTE ARTIGO
Jesus trouxe à Terra, em cumprimento à missão que lhe foi confiada por Deus, a doutrina de amor, caridade, fraternidade, humildade, perdão e mansuetude.

Com isso, em seu convívio e relacionamento com os homens, ensinou e exemplificou-lhes o modo de melhorarem as relações entre si, mantendo-as num clima de benevolência, paz e harmonia, para que sejam considerados filhos de Deus.

Das virtudes ressaltadas por Jesus em sua missão evangélica decorrem muitas outras que precisamos praticar: a paciência, sinceridade, responsabilidade, obediência, resignação, coragem ante as provas e dores e perseverança na prática do bem.

Graças à doutrina de Jesus, estamos conscientes de nossos deveres morais perante Deus, os semelhantes e nós mesmos.

Então, temos por dever moral empreender esforços para corrigir nossos vícios e maus hábitos para melhorar o mundo íntimo, exteriorizar boas atitudes e ações para estabelecer condições agradáveis de vida, acumular méritos espirituais e merecer as bem-aventuranças na vida futura da alma no Reino dos céus.

- - - - - - - - - -
MENSAGEM DE NATAL: Aos amigos deste blog desejamos Feliz Natal e próspero ano novo.
Que essa mensagem de Jesus trazida à Terra seja a luz do farol a nos guiar no dia a dia para que suportemos as ondas agitadas e não venhamos a naufragar nas águas revoltas e perigosas da jornada terrena que nos permite a conquista do progresso intelectual e moral.
Que ante as comemorações materiais do Natal, tenhamos sempre em mente que existe um outro lado que começou numa simples manjedoura, atestando a humildade de Jesus, e foi marcado por grandes lições e exemplos religiosos e morais que devemos praticar para obter a nobreza espiritual e as bem-aventuranças para a alma na sua volta ao Reino dos céus.

- - - - - - - - - -
DATAS DA PUBLICAÇÃO, NESTE MESMO BLOG, DOS ARTIGOS CONTENDO AS PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS NOS CAPÍTULOS ANTERIORES DE “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”:
27/fev/2009 = Prefácio e Introdução.
12/maio/2009 = Cap. I: Não vim destruir a Lei.
01/set/2009 = Cap. II: Meu reino não é deste mundo.
01/abril/2010 = Cap. III: Há muitas moradas na casa de meu Pai.
04/ago/2010 = Cap. IV: Ninguém pode ver o reino de Deus, se não nascer de novo.
28/junho/2011 = Cap. V: Bem-aventurados os aflitos.
10/novembro/2011 = Cap. VI: O Cristo Consolador.
02/abril/2012 = Cap. VII: Bem-aventurados os pobres de Espírito
01/Nov/2013 = Cap. VIII: Bem-aventurados os puros de coração.


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

LIÇÕES CONTIDAS EM "O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO": BEM-AVENTURADOS OS PUROS DE CORAÇÃO



PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS EM “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”, CAPÍTULO VIII: BEM-AVENTURADOS OS PUROS DE CORAÇÃO

Geziel Andrade

DEIXAI VIR A MIM OS PEQUENINOS

“Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus.” (Mateus, V: 8.)

“Deixai vir a mim os pequeninos, e não os embaraceis, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham.” (Marcos, X: 13-16.)

Jesus tomou a infância como símbolo da pureza de coração, que envolve humildade e simplicidade e exclui todo pensamento de egoísmo e orgulho.

Isso porque a criancinha na infância terrena manifesta inocência e candura, embora sua alma possa ser um Espírito encarnado muito antigo, que ainda não se despojou das imperfeições nas suas existências precedentes.

Só o Espírito que já atingiu a perfeição serve de modelo da verdadeira pureza.

Além disso, Jesus não disse de maneira absoluta que o Reino de Deus é para elas, mas sim para os que se lhes assemelham.

Tudo é sábio nas Obras de Deus. A criancinha conta com os cuidados e a ternura materna; precisa se adaptar ao desenvolvimento dos órgãos na nova existência terrestre e perder a fragilidade; se sujeita ao esquecimento das vidas passadas, embora suas faculdades se conservem em estado latente e permaneça com a intuição da experiência adquirida; e desfruta da oportunidade de progredir em inteligência e moralidade com a tarefa educativa dos pais. Após o período da inocência, o Espírito encarnado retoma gradualmente as suas ideias, acompanhando o crescimento do corpo material.

PECADO POR PENSAMENTO E ADULTÉRIO

Jesus frequentemente empregava a palavra adultério num sentido amplo para designar o mal, o pecado e os maus pensamentos.

Por outro lado, a verdadeira pureza está nos pensamentos e atos. Quem tem pureza de coração jamais pensa no mal, nem o pratica.

Todo pensamento mau resulta da imperfeição da alma, pelo qual ela se torna responsável.

Mas, a alma avança, se esclarece e se despoja das suas imperfeições pouco a pouco, à medida que usa melhor a sua vontade e o seu livre-arbítrio.

Em decorrência disso, o homem que não concebe um pensamento mau é porque já fez o seu trabalho e nele o progresso já está realizado.

O homem que tem um pensamento mau, mas o repele, é porque o seu trabalho está ainda por fazer e o seu progresso em vias de se cumprir. Mas, ao não ceder à tentação de satisfazer um mau desejo, por ter resistido e repelido o mau pensamento, sentir-se-á mais forte e contente com a sua vitória e avanço.

O homem que tem um pensamento mau, e nele se compraz, é porque o mal ainda está em sua alma com a toda a sua força.

Mas, Deus que é justo, faz perfeita distinção entre as características dos homens, impondo-lhes a responsabilidade dos pensamentos e atos.

VERDADEIRA PUREZA. MÃOS NÃO LAVADAS.

“Porque do coração é que saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as fornicações, os furtos, os falsos testemunhos, as blasfêmias. Estas coisas são as que fazem imundo o homem. O comer, porém, com as mãos por lavar, isso não faz imundo o homem.” (Mateus, XV: 1-20.)

Para o homem, é mais fácil se apegar à prática dos regulamentos estabelecidos e dos atos exteriores, do que promover a sua reforma moral.

Em sentido evangélico, é mais fácil para o homem lavar as mãos do que limpar o seu coração.

Isso ocorre porque ele considera que a sua salvação espiritual está assegurada mais pelas práticas exteriores, do que pelas boas ações morais.

Então, no sentido evangélico, não basta ter as aparências da pureza. É preciso antes de tudo ter a pureza de coração.

O homem não chega a Deus, enquanto não se fizer perfeito. Para isto, conta com a religião que o torna melhor.

ESCÂNDALOS. SE VOSSA MÃO É UM MOTIVO DE ESCÂNDALO, CORTAI-A.

“Porque é necessário que sucedam escândalos, mas ai daquele homem por quem vem o escândalo.” (Mateus, XVIII: 6-11.)

O escândalo, no sentido evangélico, envolve tudo o que choca ou ofende a consciência do próximo; resulta dos vícios, das imperfeições e más reações. Envolve, portanto, sempre um mal moral.

O escândalo é sempre uma decorrência das imperfeições humanas. Assim, os homens inclinados a fazer o mal são semelhantes a árvores que dão maus frutos.

Mas, sendo responsáveis por seus pensamentos e atos, estão sujeitos às expiações, com as quais punem a si mesmos no seu contato com os vícios. Então, compreendem os seus inconvenientes.

Desse modo, os escândalos servem, muitas vezes, de provas para quem os suporta; mas também de expiação para os que cometeram faltas.

O escândalo deixará de existir na Terra quando o homem tiver extirpado o mal de seu coração; tiver eliminado dele qualquer sentimento impuro que é a fonte dos vícios.

Quando os homens tiverem se tornados bons e só fizerem o bem ao próximo, se tornarão felizes e promoverão a transformação moral da Humanidade.

Essa é a condição dos mundos avançados, de onde o mal foi excluído. Essa será a condição da Terra, quando o homem tiver obtido suficiente progresso moral e os Espíritos imperfeitos, rebeldes e obstinados no mal tiverem sidos rejeitados para habitar mundos ainda primitivos.

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS NAS INSTRUÇÕES “DEIXAI VIR A MIM AS CRIANCINHAS”, DO ESPÍRITO JOÃO, O EVANGELISTA, DITADAS EM PARIS, EM 1863:

Ao dizer “Deixai vir a mim as criancinhas”, Jesus não fazia apelo apenas às crianças, mas também às almas desesperadas e à infância intelectual formada pelos fracos, escravos, viciosos.

Jesus queria que os homens se entregassem a ele com a confiança dos pequeninos para esclarecê-los sobre a verdade moral e espiritual e os fortificar e consolar.

PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS NAS INSTRUÇÕES “DEIXAI VIR A MIM AS CRIANCINHAS”, DE UM ESPÍRITO PROTETOR, DITADAS EM BORDÉUS, EM 1863:

Jesus chamou a si os fracos para fortificá-los; os tímidos e débeis para lhes dar amparo e consolo; os ignorantes para iluminá-los; os sofredores, aflitos e infelizes para lhes curar as feridas.

O amor e a caridade, ensinados por Jesus, são os bálsamos poderosos que curam todas as chagas do coração.

Eles fortalecem a alma no atendimento da vontade e dos desígnios do Senhor; despontam a coragem para que os acontecimentos, dores, tribulações, maldades e perseguições sejam suportados; e levam a alma até o seio do Senhor.

PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS NAS INSTRUÇÕES “BEM-AVENTURADOS OS QUE TÊM OS OLHOS FECHADOS”, DO ESPÍRITO VIANNEY, CURA DE ARS, DITADAS EM PARIS, EM 1862, NA OCASIÃO EM QUE UMA PESSOA CEGA LHE PEDIA A CURA:

A oração e a paciência ajudam a suportar os momentos de sofrimento e de aflição, enquanto se espera a cura que depende sempre da vontade do bom Deus.

A pessoa aflita deve pedir ao Pai, através da oração, o fortalecimento de sua alma. E Deus, que sempre ouve a prece, dá força e coragem; e talvez dê também a cura como recompensa à confiança e abnegação.

Mas, muitas vezes, o sofrimento é expiação que impede a alma de cair em escândalo. Além disso, ela pode viver completamente a vida no amor, o que a permite subir a Deus e viver com Ele.

NOTA DE ALLAN KARDEC: “Quando uma aflição não é a consequência dos atos da vida presente, é necessário procurar a sua causa numa vida anterior. Isso que chamamos caprichos da sorte nada mais são que os efeitos da justiça de Deus. Ele não aplica punições arbitrárias, pois quer sempre que entre a falta e a pena exista correlação. Se, na sua bondade, lança um véu sobre os nossos atos passados, entretanto, nos aponta o caminho, ao dizer: Quem matou pela espada, pela espada perecerá; palavras que podemos traduzir assim: “Somos sempre punidos naquilo em que pecamos”. Se, pois, alguém é afligido com a perda da visão, é que a vista foi para ele uma causa de queda. Talvez também tenha sido causa da perda da vista para outro; pode alguém ter ficado cego pelo excesso de trabalho que lhe impôs, ou ainda em consequência de maus tratos, de falta de cuidados, etc., e sofre agora a pena de talião. Ele mesmo, no seu arrependimento, pode ter escolhido esta expiação, aplicando a si próprio estas palavras de Jesus: “Se vosso olho for motivo de escândalo, arrancai-o.”
- - - - - - - - - -
CONSIDERAÇÕES DO AUTOR DESTE ARTIGO
Jesus, com seu amor, humildade e benevolência, jamais discriminou ou fez distinção de qualquer pessoa: homem ou mulher, pobre ou rico, sábio ou ignorante, sadio ou doente, criança ou idoso, judeu ou estrangeiro...

Sempre tratou as pessoas com bondade, sabedoria, estima e consideração, oferecendo-lhes ensinos e exemplos religiosos, morais e espirituais e a esperança de uma vida melhor no Reino de Deus se a alma tivesse pureza de coração.

Jesus ensinava que a alma da pessoa que enfrentasse as tribulações da vida material praticando as virtudes desfrutaria das bem-aventuranças no Reino dos céus. Isso dava coragem, consolo e resignação às pessoas simples, sofredoras e aflitas.

Jesus, ao dizer que o Reino de Deus é para aqueles que se assemelham às criancinhas, ressaltou a importância da humildade, simplicidade e inocência.

São essas as qualidades que nos levam a agir em consonância com a vontade de Deus.

Essas virtudes nos permitem viver praticando o bem, subordinados às vontades e aos desígnios do Senhor da Terra e dos Céus; dispensar os aparatos materiais e os atos de ostentação que nos ressaltam perante os outros para fazer esforços na acumulação dos tesouros imperecíveis que acompanham a alma após a sua passagem pela vida terrena; relacionarmo-nos bem com os semelhantes; e ajudar o próximo em suas dificuldades, praticando a caridade material e moral.

Dessa forma, ao valorizar as características infantis, Jesus nos estimulou a não perder a modéstia, descontração, ingenuidade e alegria, que nos possibilitam principalmente conviver bem com os familiares, amigos e parceiros, oferecendo-lhes os gestos de gentileza, tolerância, cordialidade e fraternidade.

Então, já na vida material, ao agirmos desse modo elevado, vivemos ligados ao Pai celestial.
- - - - - - - - - -
DATAS DA PUBLICAÇÃO, NESTE MESMO BLOG, DOS ARTIGOS CONTENDO AS PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS NOS CAPÍTULOS ANTERIORES DE “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”:
27/fev/2009 = Prefácio e Introdução.
12/maio/2009 = Cap. I: Não vim destruir a Lei.
01/set/2009 = Cap. II: Meu reino não é deste mundo.
01/abril/2010 = Cap. III: Há muitas moradas na casa de meu Pai.
04/ago/2010 = Cap. IV: Ninguém pode ver o reino de Deus, se não nascer de novo.
28/junho/2011 = Cap. V: Bem-aventurados os aflitos.
10/novembro/2011 = Cap. VI: O Cristo Consolador.
02/abril/2012 = Cap. VII: Bem-aventurados os pobres de Espírito

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

REFLEXÕES SOBRE O BOM CARÁTER DO ESPÍRITA



REFLEXÕES SOBRE O BOM CARÁTER DO ESPÍRITA

Geziel Andrade

“O caráter do homem que praticasse a justiça em toda a sua pureza, seria o do verdadeiro justo, a exemplo de Jesus; porque praticaria também o amor ao próximo e a caridade, sem os quais não há a verdadeira justiça”. (“O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, Questão 879.)


“As exortações, os conselhos dos Espíritos, suas descrições da vida de além-túmulo vêm a influir em nossos pensamentos e atos e operam lenta modificação em nosso caráter e em nosso modo de viver”. (Léon Denis, no Capítulo 11 do livro “No Invisível”.)

“Cada irmão de luta é examinado pelas suas características. O melhor demonstra as virtudes que lhe são peculiares”. (Espírito Emmanuel, no Cap. 92 do livro “Fonte Viva”, psicografado por Chico Xavier.)

“O caráter de um homem é formado pelas pessoas que escolheu para conviver.” (Sigmund Freud. Fonte: Internet.)

“Semeie um ato e você colhe um hábito. Semeie um hábito e você colhe um caráter. Semeie um caráter e você colhe um destino.” (Charles Reade. Fonte: Internet.)

“As pequenas atitudes denunciam o homem de bom ou de mau caráter. Nas coisas pequenas, o homem revela seu caráter.” (Autor desconhecido. Fonte: Internet.)

“Preocupe-se mais com o seu caráter, do que com a sua reputação. O seu caráter é o que você realmente é; enquanto que a sua reputação é apenas o que os outros pensam (ou dizem) sobre o que você é.” (Autor desconhecido. Fonte: Internet.)


O bom caráter da pessoa espírita decorre dos conhecimentos que adquiriu com os princípios da Doutrina Espírita sobre Deus, Sua Obra da Criação e Suas Leis; bem como das lições que aprendeu sobre as realidades religiosas, morais e espirituais: existência da alma e sua sobrevivência à morte do corpo material; contexto evolutivo em que está inserida na vida; lei de ação e reação a que está submetida; e destino venturoso que precisa edificar com esforços próprios para a vida futura.

O bom caráter da pessoa espírita decorre ainda dos bons hábitos de praticar o bem que fixou em si mesma em função da educação moral cristã que recebe nas reuniões espíritas.

Então, o espírita esforça-se em agir sempre com sabedoria e praticar as virtudes, notadamente ante as provações e situações constrangedoras que aparecem na vida, para ser bem sucedido e feliz.

O espírita aprende com a Doutrina e ter a firme preocupação em aprimorar cada vez mais o seu caráter, pelo cumprimento fiel dos seus deveres morais perante Deus, os semelhantes e a si mesmo.

Assim, define como prioridade a prática da Lei de justiça, amor e caridade em toda a sua extensão; bem como usar corretamente as suas faculdades em benefício dos semelhantes, elevando o seu modo de ser, sentir, pensar, falar e agir.

O bom caráter do espírita sustenta-se, ainda, na ampla compreensão que tem das Leis Morais, contidas na Terceira Parte de “O Livro dos Espíritos”, e na importância que dá a elas na sua aplicação no cotidiano.

Adicionalmente, o espírita aprende com a Doutrina que Jesus é o modelo de perfeição no caráter. Então, dedica-se, permanentemente, a absorver as lições evangélicas contidas em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, com vistas a aprimorar cada vez mais o seu caráter.

Jesus, para o espírita, é a nobreza moral e espiritual, exteriorizada através da benevolência. Então, espelha-se na sabedoria e no amor do Cristo para fazer o bem e ser gentil e útil para o próximo.

Assim, o espírita vai moldando o seu caráter na educação moral cristã; equiparando o seu progresso moral ao seu progresso intelectual; e agindo sempre com amor, honestidade, responsabilidade, humildade e benevolência ante as obrigações familiares, profissionais e sociais.

Portanto, com suas boas qualidades, seus bons hábitos e seu bom caráter, a pessoa espírita esforça-se em atender o convite evangélico: “Sede perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito”.

Especificamente para os espíritas brasileiros, concorrem ainda para o fortalecimento de suas boas características os exemplos de caráter legados por Dr. Adolfo Bezerra de Meneses, Eurípedes Barsanulfo, Chico Xavier, dentre muitos outros.

Esses espíritas dedicaram suas vidas ao trabalho honesto; estudo incessante; cultivo das ciências, artes e religião; aplicação de suas faculdades e seus conhecimentos em benefício do próximo; dedicação às virtudes cristãs para melhorar as circunstâncias da vida; disseminação do amor, da caridade e justiça para atender os deveres de fraternidade e solidariedade; disciplina e persistência na formação dos bons hábitos que melhoram as características pessoais; valorização dos ideais superiores e das ações dignas; vigilância sobre os próprios sentimentos, pensamentos e comportamentos; emprego de uma linguagem elevada; tomada de decisões sábias e corretas para a realização dos empreendimentos que beneficiam a todos e melhoram a vida em sociedade.

Em suma, com seu bom caráter, o espírita busca insistentemente ser o homem de bem, que vive com a sua consciência em paz, desfrutando do progresso, da saúde, alegria e felicidade.


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

DEUS, À LUZ DO ESPIRITISMO



DEUS, À LUZ DO ESPIRITISMO

Geziel Andrade

Com a vinda de Jesus para a Terra, enviado pelo próprio Deus para dar continuidade às revelações das verdades religiosas, morais e espirituais, houve uma reformulação completa do nosso entendimento sobre:

• Os Atributos do Criador de todas as coisas e o Senhor do Céu e da Terra.

• A complexidade da Obra da Criação que abrange o reino material e o reino dos céus.

• E as formas corretas de amarmos e glorificarmos o Pai Eterno, pela prática do bem.

Jesus estabeleceu que as nossas relações com Deus devem estar pautadas na:

• Pureza de coração (os limpos de coração verão a Deus).

• Mansuetude (os pacíficos serão chamados de filhos de Deus).

• Adoração em espírito e verdade (os verdadeiros adoradores adoram o Pai em espírito e verdade, porque Deus é Espírito).

• Busca da perfeição (sedes perfeitos, como perfeito é o nosso Pai que está nos céus).

• Prática do perdão (perdoai os erros e os pecados dos semelhantes para merecerdes o perdão do Pai Celestial).

• Certeza da Justiça (bem–aventurados os famintos e os sequiosos de Justiça, pois que serão saciados).

• Observância dos deveres e das Leis (Deus sabe recompensar o servo bom e fiel).

• Confiança na bondade do Senhor (Deus que é bom e que é o Pai Celestial sabe dar boas coisas aos filhos que lhe pedem).

• Fé no poder infinito do Criador (a Deus tudo é possível).

• Distinção entre as coisas divinas e as coisas materiais (não deveis servir a Deus e a Mamon).

• Exteriorização do amor a Deus (amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças).

• Revelação de amor ao próximo e mesmo aos inimigos, porque todos somos Filhos de Deus (O Pai faz nascer o sol sobre os bons e maus e vir a chuva sobre os justos e injustos).

• Oração em secreto e com humildade (a exemplo da prece do Pai Nosso).

Portanto, Jesus promoveu uma revolução completa no nosso entendimento e nas nossas relações com Deus e com os
semelhantes.

Com isso, dilatou a nossa visão sobre Deus e Sua Obra, a ponto de poder ser dividida em antes e depois do Cristo.

DEUS, EM “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Allan Kardec dedicou o Capítulo I de “O Livro dos Espíritos” à ampliação do nosso entendimento sobre os Atributos, as provas da existência de Deus e as características da Obra da Criação, com base nas revelações feitas pelos Espíritos superiores, através de diferentes médiuns.

Ficou definido que “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”.

A prova da Sua existência pode ser encontrada num axioma que é aplicado às nossas ciências: “não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e vossa razão vos responderá”.

“Para crer em Deus é suficiente lançar os olhos às obras da criação. O universo existe; ele tem, portanto, uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa, e avançar que o nada pode fazer alguma coisa.”

Quanto aos Atributos do Criador, sob o ponto de vista dos homens, que possuem inteligência, linguagem, ideias, sensações e expressões limitadas, podemos dizer que “Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo poderoso e soberanamente justo e bom”.

DEUS, ESPÍRITO E MATÉRIA

Segundo as revelações dos Espíritos superiores, Deus criou apenas dois princípios elementares, dos quais tudo decorre no Universo:

• O ESPÍRITO, que é o princípio inteligente do Universo. A inteligência é, portanto, um atributo essencial do Espírito.

• O FLUIDO CÓSMICO UNIVERSAL OU MATÉRIA ELEMENTAR PRIMITIVA, que existe no Universo em diferentes estados de transformação, modificação e condensação. Ela existe desde os estados etéreos e sutis, que os homens ignoram e não conseguem perceber por falta de sentidos apropriados, até o estado de alta densidade ou materialidade, formando o universo material.

A INTERDEPENDÊNCIA E A INTERRELAÇÃO ENTRE O ESPÍRITO E A MATÉRIA
O Espírito e a Matéria não são totalmente independentes.

O Espírito usa a Matéria em seu próprio benefício. Ele exerce sobre ela a sua ação inteligente.

Quando o Espírito está unido à matéria orgânica, através do processo da encarnação propiciado pela Lei da reprodução, ele manifesta o seu grau de inteligência para organizar a matéria em seu próprio interesse.

A TRINDADE UNIVERSAL

Dessa forma, segundo o Espiritismo, existem três elementos gerais no Universo:

• Deus, o Pai e o Criador de todas as coisas, com Seus Atributos acima citados.

• Espírito, ser inteligente da Obra da Criação; Filho de Deus, submetido à Sua Vontade, às Suas Leis e aos Seus Desígnios.

• Matéria elementar primitiva (ou fluido cósmico universal), que se presta a muitas transformações e modificações, assumindo diferentes propriedades e estados de condensação para formar os inúmeros seres orgânicos e inorgânicos que existem no Universo, que é único. O estado de pureza absoluta, eterização, sutileza e imponderabilidade é o ponto de partida do fluido cósmico universal. Assim, o universo material não passa de um dos estados de transformação, modificação e condensação da matéria elementar primitiva. Mesmo o universo espiritual, invisível para os homens, é também formado por diferentes estados de transformação, modificação e condensação da matéria elementar primitiva. A diversidade de matérias que forma o Universo, incluindo o princípio vital, decorre, portanto, de uma única matéria elementar primitiva. Assim, todos os corpos existentes na Natureza decorrem das transformações e modificações ocorridas nessa matéria universal.

A CRIAÇÃO DOS ESPÍRITOS

Deus cria permanentemente seus Filhos. Dessa forma, o Pai jamais cessa de criá-los.

Porém, Deus cria os Espíritos simples e ignorantes, mas perfectíveis.

Dessa forma, eles passam por um longo progresso de desenvolvimento intelectual e moral, através das encarnações em diferentes mundos materiais habitados.

Então, vão percorrendo paulatinamente as diferentes ordens espirituais e se aproximando da perfeição espiritual a que foram destinados pelos Desígnios de Deus.

Alguns Espíritos, pelo longo tempo de existência, já atingiram a perfeição intelectual e moral. São os Espíritos puros, denominados pelos homens de Anjos.

Outros Espíritos, mais jovens, estão ainda progredindo no meio da hierarquia espiritual. São os chamados bons Espíritos.

Outros Espíritos, ainda na infância espiritual, encontram-se empreendendo os primeiros esforços evolutivos, libertando-se da ignorância, dos instintos materiais e das imperfeições morais, mas fazendo aquisições intelectuais e morais importantes e caminhando sempre para a perfeição, que inevitavelmente alcançarão um dia.

Assim, nenhum Filho é deserdado pelo amor do Pai.

Todos os Espíritos são, portanto, criados iguais por Deus. A todos o Pai lhes concedeu o mesmo ponto de partida, as mesmas aptidões, obrigações e liberdade de ação para progredir e conquistar o seu destino feliz.

Assim, Deus concedeu ao Espírito o livre-arbítrio, com aptidão para o bem ou para o mal. Dessa forma, são os próprios Espíritos que podem se tornar bons ou maus por atos da livre vontade própria.

Embora dotado de livre-arbítrio, o Espírito é responsável pelos seus atos, recebendo suas consequências dentro da Lei de causa e efeito; de ação e reação.

Pela Justiça e Leis de Deus, ao Espírito cabe sempre fazer o bem no limite de suas forças para ter méritos e receber os benefícios dos bons esforços e trabalhos que realizou.

Assim, o Espírito responde até mesmo por todo mal que haja resultado por não houver praticado o bem.

A prática da caridade para com os irmãos, Filhos do mesmo Pai, é dever moral para os Espíritos. Assim, desenvolvem o amor à família de Deus a que pertencem e ao próprio Criador.

Em sua bondade e sabedoria, Deus concedeu aos Filhos a consciência como sentinela vigilante. Ela assimila as Leis, distingue o bem do mal, o verdadeiro do falso e julga e dá bons conselhos para as atitudes e ações. O lado moral da consciência evolui constantemente com o progresso moral que o Espírito vai conquistando em suas relações com os semelhantes.

O MUNDO DOS ESPÍRITOS

Os Espíritos são criados por Deus no mundo espiritual, que possui diferentes graus de densidade, inclusive bem diferentes da do mundo material.

A matéria sutil que forma o mundo espiritual tem a mesma origem na matéria elementar primitiva que forma o Universo. Este pode ser dividido em universo espiritual e universo material, porque o mundo dos Espíritos possui propriedades próprias, com matéria em estados diferentes de sutileza ou de condensação.

Esse mundo espiritual é preexistente ao mundo material. Ele sobrevive a tudo o que possa acontecer a este mundo.

Na realidade, o mundo material poderia até deixar de existir, sem que alterasse em nada a essência do mundo espiritual, onde o Espírito foi criado por Deus e desfruta de sua vida verdadeira.

Na vida espiritual, Deus concede ao Espírito um corpo espiritual (perispírito), que o reveste e permite a sua manifestação e ação inteligente sobre a matéria sutil.

O perispírito está sempre em harmonia com o grau de adiantamento moral do Espírito e se modifica de acordo com os progressos morais que ele realiza.

Disso decorre que o perispírito é diferente em grau de densidade para cada Espírito, em função do seu grau de elevação moral.

Assim, os Espíritos ainda inferiores, pelo grau de densidade do perispírito, não conseguem ter acesso às esferas superiores da vida espiritual. Geralmente, eles nem mesmo conseguem se afastar da superfície da Terra.

Por outro lado, os Espíritos superiores, graças à sutileza do perispírito formado com matéria bem sutil, têm acesso aos ambientes elevados do mundo espiritual, onde desfrutam das bem-aventuranças.

INTERDEPENDÊNCIA DOS MUNDOS ESPIRITUAL E MATERIAL

Os mundos espiritual e material mantêm uma relação incessante entre si, atuando constantemente um sobre o outro.

Pelo nascimento, os Filhos de Deus surgem no mundo material, através dos pais terrenos, com um corpo obtido pela Lei da reprodução que os permite exercer sua ação inteligente sobre a matéria densa, para cumprir missões, provas ou expiações e, assim, evoluir em termos intelectuais e morais.

Com a morte, os Espíritos encarnados voltam ao mundo espiritual, de onde se ausentaram temporariamente para adquirir conhecimentos, experiências, exercitar e desenvolver as faculdades, e assim, progredir na hierarquia espiritual, que é a verdadeira.

Nesse processo incessante de encarnação e desencarnação, o Espírito participa ativamente na Obra da Criação, cumprindo trabalhos e deveres que o ajudam a se aproximar da perfeição espiritual.

A AÇÃO INVISÍVEL DOS ESPÍRITOS SOBRE OS HOMENS

Embora invisíveis para os homens, os Espíritos exercem uma ação indireta permanente sobre eles.

Os Espíritos atuam sobre os pensamentos dos homens, que são Espíritos encarnados, dando-lhes ideias, sugestões e inspirações, que os levam a agir em todos os campos da vida material. Assim, os Espíritos bons e protetores ajudam os homens a progredir.

Além disso, na condição de Espíritos encarnados, quando dormimos, nossa alma se liberta parcialmente do corpo material, estabelecendo relações mais diretas com os Espíritos, conservando, algumas vezes, pelos sonhos, lembranças das experiências adquiridas e instruções recebidas. Assim, o Espírito, mesmo encarnado, jamais perde seu contato com a vida espiritual.

Adicionalmente, os Espíritos, através dos médiuns, conseguem se manifestar e comunicar com os homens, exercendo uma ação mais direta no mundo material. Exemplos disso, encontramos nas passagens evangélicas em que os Anjos se manifestaram por ocasião do nascimento de Jesus e em que os Espíritos de Moisés e de Elias apareceram para ele cheios de majestade, na transfiguração, e falaram da sua saída deste mundo, a se cumprir em Jerusalém.

A COMPLEXIDADE E BELEZA DA OBRA DE DEUS

Portanto, como vimos acima, à luz do Espiritismo, a Obra de Deus é muito complexa e maravilhosa, revelando e confirmando os Seus Atributos.

Abrange uma dimensão que foi muito bem retratada por Jesus na “Parábola do mau rico e o pobre mendigo chamado Lázaro” e nas palavras “Há muitas moradas na Casa do Pai.”
Adicionalmente, em seu livro “A Gênese”, Allan Kardec legou-nos ainda as seguintes lições sobre Deus e essas Suas grandiosas Obras:

• O completo entendimento de Deus só será alcançado quando tivermos obtido a depuração espiritual.

• Com Seus Atributos, Deus não criou o mal. O mal é obra do livre-arbítrio dos Espíritos ainda imperfeitos que estão encarnados ou desencarnados, mas em processo evolutivo. Assim, não existe um opositor eterno a Deus. Com as Leis do progresso e da reencarnação, todos os Espíritos imperfeitos estão evoluindo e caminhando para a perfeição espiritual destinada a eles por Deus.

• A visão de Deus é privilégio dos Espíritos purificados, que possuem o mais elevado grau de desmaterialização do corpo espiritual (perispírito), em decorrência da elevação moral que alcançaram.

• Para Deus nada é impossível. Mas, Ele não derroga as Suas Leis harmoniosas que regem o conjunto grandioso da Obra da Criação. Deus age sem se afastar das Leis imutáveis e perfeitas que criou.

LIÇÕES DE LÉON DENIS SOBRE DEUS

Léon Denis, na primeira parte de seu notável livro “O Grande Enigma”, legou-nos ainda as seguintes lições sobre Deus:

• Deus é nosso Pai, nosso guia, nosso condutor e nosso melhor amigo. Ele é o grande Ser, absoluto, eterno, que conhece as nossas necessidades, ouve o nosso apelo, as nossas preces, e que é sensível às nossas dores.

• Somos a criação e a expressão de Deus, que é a fonte do Bem. Mas esse Bem, nós o possuímos no estado de gérmen, e a nossa tarefa consiste em desenvolvê-lo. Nossas vidas sucessivas, nossa ascensão na espiral infinita das existências, não tem outro fim.

LIÇÕES DO ESPÍRITO EMMANUEL SOBRE DEUS

No Espiritismo, temos incontáveis lições a respeito da grandiosidade de Deus. Mas, para exemplificar, vamos recorrer apenas às seguintes lições do Espírito Emmanuel, através da mediunidade de Chico Xavier, contidas no livro “Palavras de Vida Eterna”:

• Não olvides a palavra do Mestre quando nos afirmou que a Deus tudo é possível, e, garantindo o teu próprio descanso, refugia-te em Deus.

• O amor de Deus nunca falta. Para toda ferida haverá remédio adequado. Para todo desequilíbrio aparecerá reajuste.

• Mesmo que não entendas, de pronto, os desígnios da Providência Divina, recebe a provação como sendo o melhor que merecemos hoje, em favor do amanhã, e, ainda que lágrimas dolorosas te lavem a alma toda, rende graças a Deus.

• A Bondade Suprema deixa livres as criaturas para a aquisição do conhecimento. A vontade do Espírito é acatada pela Providência, em todas as manifestações, incluindo aquelas em que o homem se extravia na criminalidade, esposando obscuros compromissos.

• Em qualquer dificuldade, arrima-te à confiança, trabalhando e servindo, na certeza invariável de que Deus te abençoa e te vê.
- - - - - - - - - -
NOTA: Em complemento a este artigo, por favor, consultar os seguintes artigos já publicados neste mesmo blog nas datas abaixo:
• Deus: Capítulo I de “O Livro dos Espíritos = 07/julho/2009.

• Deus: Lições de Allan Kardec a respeito = 03/maio/2010.

• As Leis e a Justiça de Deus, à luz do Espiritismo = 01/julho/2013.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

ENCARNAÇÃO E REENCARNAÇÃO DO ESPÍRITO: LIÇÕES DE ALLAN KARDEC A RESPEITO




ENCARNAÇÃO E REENCARNAÇÃO DO ESPÍRITO: LIÇÕES DE ALLAN KARDEC A RESPEITO

Geziel Andrade

Allan Kardec registrou em suas obras da codificação do Espiritismo importantes lições a respeito da encarnação e da reencarnação dos Espíritos, elucidando-nos a respeito do contexto grandioso em que estamos inseridos na Obra de Deus.

A compilação a seguir apresentada reúne as principais lições de Allan Kardec a respeito do assunto. Essas lições falam por si, dispensando comentários adicionais.

1 – A REENCARNAÇÃO ESTÁ ENTRE OS PRINCÍPIOS DO ESPIRITISMO:
“Os espíritas admitem o progresso indefinido da alma, que possui um corpo fluídico ou perispírito; a reencarnação ou a pluralidade das existências materiais, como necessidade do progresso; a pluralidade dos mundos habitados; a presença no meio de nós das almas ou Espíritos que viveram na Terra, a continuação de sua solicitude pelos vivos e a perpetuidade das afeições; e a possibilidade de comunicação com os Espíritos.”

2 – HÁ UMA INTENSA INTERRELAÇÃO ENTRE A HUMANIDADE E O MUNDO DOS ESPÍRITOS E VICE-VERSA:
“Pela morte do corpo, a humanidade corporal fornece almas ou Espíritos ao mundo espiritual. Pelos nascimentos, o mundo espiritual alimenta o mundo corporal. Esta relação constante torna os dois mundos solidários, pois são os mesmos seres que entram no mundo e dele saem alternativamente.”

“Os mundos visível e invisível se penetram e alternam incessantemente; alimentam-se mutuamente com o nascimento dos homens e com a sua morte. Na realidade, esses dois mundos constituem um só em dois estados diferentes. Assim, existe solidariedade entre ambos.”

“O mundo corporal e o mundo espiritual são formados dos mesmos indivíduos, que passam, alternativamente, de um ao outro mundo. Os Espíritos encarnados na Terra serão amanhã os desencarnados no espaço, e reciprocamente.”

3 - A REENCARNAÇÃO É CONCESSÃO E PERMISSÃO DE DEUS:
“Não podendo adquirir um desenvolvimento completo em uma só existência material, Deus permite à alma continuar em uma nova existência corporal a tarefa que não pode concluir, ou recomeçar a que fez mal.”

“É pelas reencarnações que Deus dá aos Espíritos imperfeitos a possibilidade de melhora.”

“Sem a reencarnação, a que atribuir as ideias inatas? Como justificar a idiotia, o cretinismo, a selvageria, ao lado do gênio e da civilização? A profunda miséria de uns ao lado da felicidade de outros? As mortes prematuras e tantas outras coisas? A pluralidade das existências materiais concilia todos os acontecimentos da vida com a justiça e a bondade de Deus.”

“Uma só existência corpórea é evidentemente insuficiente para o Espírito adquirir tudo o que lhe falta no campo do bem e se desfazer de tudo o que possui de mal.”

“Pela pluralidade das existências materiais, o direito à felicidade é sempre o mesmo para todos, porque ninguém é deserdado do progresso intelectual e moral.”

4 – A VIDA CORPORAL É UM PERÍODO PASSAGEIRO, NO QUAL O ESPÍRITO IMORTAL CONQUISTA PAULATINAMENTE SUA EVOLUÇÃO INTELECTUAL E MORAL:
“O estado corporal é apenas transitório e passageiro para o Espírito. É no estado espiritual, sobretudo, que recolhe os frutos do progresso realizado por seu trabalho na encarnação. Também é quando se prepara para novas lutas e toma resolução que se esforça para pôr em prática, ao voltar à humanidade.”

“A vida corporal é apenas um acidente, uma das fases da vida do Espírito, necessária ao seu avanço intelectual e moral.”

“A atividade que o Espírito é forçado a desenvolver na vida material ajuda o desenvolvimento de sua inteligência e lhe facilita o adiantamento.”

“Em cada existência material, deixando algumas imperfeições, gradativamente os Espíritos se aperfeiçoam e dão um passo à frente para a felicidade eterna.”

“Cada existência corporal, por pior que seja, é uma ocasião de progresso para o Espírito: ele desenvolve a inteligência, adquire experiência e conhecimentos que, mais tarde, o ajudarão a progredir moralmente.”

“A encarnação é uma necessidade para o Espírito que, realizando a sua missão providencial de melhoramento material dos mundos, trabalha seu próprio adiantamento pela atividade e pela inteligência que deve desenvolver a fim de prover à sua vida e ao seu bem-estar.”

“Depois de cada existência corpórea, os Espíritos vêem o progresso que fizeram e compreendem quanto ainda lhes falta em pureza para o atingirem. Eis porque se submetem voluntariamente a todas as vicissitudes da vida corpórea, pedindo eles mesmos aquelas provas que podem fazê-los chegar mais depressa à perfeição.”

“Os Espíritos, depois de uma sequência ilimitada de existências corpóreas, realizadas na Terra ou em outros mundos, depuram-se e chegam à perfeição, que os aproxima de Deus.”

5 – PARA CONQUISTAR SEU AVANÇO INTELECTUAL E MORAL O ESPÍRITO REENCARNA EM DIFERENTES POSIÇÕES NA VIDA MATERIAL:
“A vida corporal é necessária ao avanço intelectual e moral do Espírito. Em vista desse avanço, o Espírito pode, sucessivamente, revestir invólucros diversos, nascer em posições diferentes. Disto chega-se à consequência capital da igualdade de natureza e da igualdade dos direitos sociais de todas as criaturas humanas e à abolição dos privilégios de raça.”

“Reencarnado numa posição social inferior, o Espírito nada perde daquilo que adquiriu. Seu desenvolvimento moral e intelectual é o mesmo, seja qual for o meio em que se ache colocado.”
Com a reencarnação, caem os preconceitos de raças e de castas, pois o mesmo Espírito pode renascer rico ou pobre, grão senhor ou proletário, chefe ou subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher.”

6 – OS ESPÍRITOS SUPERIORES TAMBÉM SE ENCARNAM EM MUNDOS AINDA INFERIORES, COMO O PLANETA TERRA:
“Os Espíritos superiores se distinguem pela perfeição, pelos conhecimentos e pela proximidade de Deus, pela pureza dos sentimentos e pelo amor do bem: são os Anjos ou Espíritos puros.”

“Os Espíritos superiores se encarnam em mundos inferiores, a fim de ai semearem os germes do progresso, levarem a consolação e a esperança, e levantarem os ânimos abatidos pelas provações da vida. Ai encarnam para cumprir uma missão.”

7 – O ESPÍRITO ENCARNADO NÃO CONSEGUE SE LEMBRAR DE SUAS VIDAS MATERIAIS ANTERIORES:
“O Espírito reencarnado não se lembrará nem onde nem como adquiriu seus progressos intelectuais e morais; mas, à vista do progresso realizado está apto a aproveitar as novas lições da nova existência material.”

“O esquecimento das existências materiais anteriores não impede o Espírito encarnado de aproveitar a experiência adquirida em vidas precedentes. O esquecimento o livra do perigo dessa lembrança para as suas relações sociais.”

8 – O ESPÍRITO COLHE OS FRUTOS DE SEU PROGRESSO JÁ REALIZADO NAS EXISTÊNCIAS MATERIAIS SUBSEQUENTES:
“Nada do que adquirimos em inteligência, em saber e em moralidade fica perdido. Quer morramos jovens ou velhos, quer tenhamos ou não tempo de o aproveitar na existência presente, colheremos os seus frutos em existências subsequentes.”

“O Espírito que progrediu moralmente, renascendo, traz qualidades inatas, como aquele que progrediu intelectualmente. Está identificado com o bem; pratica-o sem esforço, sem cálculo e, por assim dizer, sem nele pensar.”

- - - - - - - - - -
NOTA: Os artigos anteriores desta série foram publicados neste blog, nas seguintes datas:
03/maio/2010 = DEUS: Lições de Allan Kardec a respeito.

04/janeiro/2011: O HOMEM: Lições de Allan Kardec a respeito.

05/agosto/2011: O ESPIRITISMO: Lições de Allan Kardec a respeito.

01/dezembro/2011: JESUS: Lições de Allan Kardec a respeito.

19/abril/2012: OS ESPÍRITOS: Lições de Allan Kardec a respeito.

01/outubro/2012: A MEDIUNIDADE E OS MÉDIUNS: Lições de Allan Kardec a respeito.


segunda-feira, 1 de julho de 2013

AS LEIS E A JUSTIÇA DE DEUS, À LUZ DO ESPIRITISMO

AS LEIS E A JUSTIÇA DE DEUS, À LUZ DO ESPIRITISMO




Geziel Andrade






Jesus, com a sua doutrina religiosa e moral maravilhosa e revolucionária, legou-nos um novo entendimento sobre as Leis de Deus e a Sua Justiça.



Ele nos ensinou que:

• “Devemos fazer aos homens, o que queremos que eles nos façam.” (Mateus, Cap. 7, Vers. 12 e Lucas, Cap. VI, Vers. 31.) Assim, estabeleceu que as nossas condutas morais e ações perante os semelhantes devem estar em acordo com o que queremos para nós mesmos. Como só queremos que os outros nos façam o bem...

• “A cada um será dado segundo as próprias obras.” (Mateus, Cap. XVI, Vers. 27.) Por isso, exemplificou-nos a realização das boas obras para que asseguremos as bem-aventuranças.

• “Devemos dar a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” (Marcos, Cap. XII, Vers. 13 a 17.) Com isso, ensinou-nos a ver nas relações humanas sempre os dois lados da vida: o material e o espiritual.

• “Bem aventurados e fartos os que têm fome e sede de justiça.” (Mateus, Cap. V, Vers. 6.) Desse modo, estimulou-nos a crer na justiça de Deus, que não decepciona ninguém, porque é perfeita.

• “Bem aventurados no reino dos céus os que padecem perseguições por amor da justiça.” (Mateus, Cap. V, Vers. 6 e 10.) Assim, levou-nos a amar a justiça, mesmo sofrendo perseguições dos injustos ou maus, porque a sua prática garante as bem-aventuranças no reino dos céus para as almas dos justos.

• “Entrarão no reino dos céus os que praticarem uma justiça maior do que a dos Escribas e Fariseus.” (Mateus, Cap. V, Vers. 20.) Dessa maneira, deu-nos a esperança que a recompensa para a alma no reino dos céus é para as que praticarem na vida terrena uma justiça mais perfeita que a dos homens.

• “Alcançarão misericórdia os que são misericordiosos.” (Mateus, Cap. V, Vers.7.) Com essa lição, recomendou-nos a aliar sempre a misericórdia à justiça, a exemplo da justiça de Deus que é misericordiosa.

• “Seremos julgados com o juízo que julgarmos, e também medidos com a medida com que medirmos.” (Mateus, Cap. 7, Vers. 1 a 5.) Assim, mostrou-nos que a Justiça divina nos julga com a mesma medida com que julgamos os nossos semelhantes.

• “A alma do homem rico, egoísta e avarento, após a morte, foi conduzida aos tormentos do inferno; porém, a alma de Lázaro, que era humilde e vivia suportando com resignação a pobreza e o sofrimento à porta da casa do homem rico, foi levada, após a morte, pelos anjos, para o reino dos céus.” (Lucas, Cap. XVI, Vers. 19 a 31.) Com essa parábola do mau rico, Jesus nos revelou que a Justiça de Deus leva em consideração, no reino dos céus, as qualidades espirituais e morais que cada alma conquistou e não a posição social e financeira que ela ocupou na vida terrena.

• “Cabe-nos em primeiro lugar buscar o reino de Deus e a sua Justiça e todas as coisas nos serão acrescentadas.” (Mateus, Cap. VI, vers. 33.) Portanto, com a observância das Leis e da Justiça de Deus obteremos, por acréscimo, o progresso e a felicidade que almejamos.



Com essa noção inovadora das Leis e da Justiça de Deus, Jesus nos ensinou e exemplificou-nos as condutas justas que devemos observar perante Deus, os semelhantes e a vida.



Além disso, Allan Kardec, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, detalhou as lições e os exemplos de Jesus, levando-nos à vigilância em nossas condutas morais para observá-los corretamente, praticando o bem e realizando as boas obras.





A JUSTIÇA DE DEUS NOS LIVROS ESPÍRITAS



Além do livro acima citado de Allan Kardec, que deu um caráter essencialmente cristão ou evangélico ao Espiritismo, principalmente os seguintes livros espíritas nos permitem ampliar a consciência acerca dos mecanismos das Leis e da Justiça de Deus:

• “O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec.

• “Depois da Morte” e “O Problema do Ser, do Destino e Dor”, de Léon Denis.

• “Justiça Divina” do Espírito Emmanuel, através da mediunidade de Chico Xavier.

• “Ação e Reação”, do Espírito André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier.





PRINCÍPIO BÁSICO DA JUSTIÇA DE DEUS



O princípio básico que rege a Justiça de Deus é a igualdade absoluta na criação dos Espíritos.



Todos eles têm o mesmo ponto de partida.



Desde o momento da criação do Espírito por Deus, nenhum é mais bem dotado que os outros.



Todo Espírito é criado simples e ignorante, mas perfectível, através de um longo processo de evolução intelectual e moral.



Nenhum Espírito tem a sua marcha ascencional, em termos intelectuais e morais, mais facilitada, por exceção. Todos estão sujeitos às mesmas Leis.



Os Espíritos que já chegaram à perfeição intelectual e moral, e denominados pelos homens de Anjos, passaram, como todos os outros, pela fieira das provas e da inferioridade.



Para todos os Espíritos, o progresso e a felicidade são conquistados pelo trabalho de adiantamento e pelos méritos intelectuais e morais acumulados.





A OBSERVÂNCIA DAS LEIS E DA JUSTIÇA DE DEUS



A observância das Leis e da Justiça de Deus é indispensável para que a nossa alma consiga progredir mais rapidamente na hierarquia verdadeira, que é a espiritual.



Assim, nos aproximamos da perfeição espiritual e da conquista da felicidade duradoura, estabelecidas pelos Desígnios de Deus.



Para o bom aproveitamento de mais esta jornada evolutiva terrena cabe-nos:



• Fazer o bem ao próximo, para colhermos na vida presente e na vida futura da alma, os frutos doces das boas ações e obras. Por isso, jamais devemos desertar do bem.

• Respeitar os direitos dos outros. Sempre temos direitos alheios a respeitar, fazendo bom uso da vontade, da liberdade e do livre-arbítrio, dentro da fraternidade universal ou da família criada por Deus.

• Tratar com absoluta igualdade de direitos os filhos de Deus ou irmãos que ocupam a posição transitória de homem ou de mulher, em cumprimento de missões e provas evolutivas. Pelas Leis de Deus, todos os Espíritos foram criados com a mesma inteligência, noção do bem e do mal e faculdade de progredir para alcançar a perfeição e a felicidade imperecível.

• Vigiar com rigor a liberdade de sentir, pensar, falar e agir. Desse modo, convivemos bem e nos relacionamos corretamente com os semelhantes, praticando a fraternidade.

• Praticar a Lei de justiça, amor e caridade na sua mais completa pureza. Observando rigorosamente essa Lei, tornamo-nos pessoas de bem que prosperam verdadeiramente na vida e na hierarquia verdadeira pelo trabalho honesto, pelo bom uso das faculdades e pelo respeito às regras divinas.

• Ser conscientemente o artífice da própria prosperidade e da situação feliz, na vida presente e na vida futura da alma. Praticando o bem e realizando as boas obras, a Lei de causa e efeito ou de ação e reação nos dará naturalmente as recompensas pelas atitudes e ações elevadas. A alma enobrecida pelo cultivo e prática das virtudes prepara o seu corpo espiritual (perispírito) para ascender às esferas superiores da vida espiritual, onde desfruta das bem-aventuranças prometidas por Jesus.

• Cumprir as Leis de Deus com a rigorosa prática do bem. A Justiça infalivelmente recompensa quem dissemina o bem; mas, por outro lado, pune quem realiza o mal, agindo com perfeita equidade, sem jamais se enganar. Por isso, jamais devemos nos afastar do caminho do bem.

• Preparar as bem-aventuranças para a continuidade da vida da alma no reino dos Céus pela observância das Leis e da Justiça. Na vida espiritual, a alma será feliz ou infeliz, segundo o bem ou o mal que tiver praticado na vida terrena. No além-túmulo, a alma experimenta, inevitavelmente, as consequências das boas ou más ações realizadas na vida corporal. Neste sentido, o corpo espiritual (perispírito) serve de instrumento para a Justiça de Deus. As revelações de inúmeros Espíritos, através de diferentes médiuns, comprovam que a Justiça de Deus coloca em situação de felicidade a alma que praticou as virtudes; mas em condição de sofrimento a alma que transgrediu as Leis na jornada evolutiva terrena. Geralmente, as expiações dos erros cometidos na vida corporal se prolongam na continuidade da vida da alma no reino dos céus e chegam mesmo até a nova existência corporal, para que haja a reparação das consequências ou a plena quitação dos débitos assumidos perante a Justiça. Por isso, devemos cumprir rigorosamente nossos deveres perante Deus e os semelhantes.

• Agir com misericórdia perante os semelhantes, à semelhança de Deus que sempre abre as oportunidades de expiação e reparação para o Espírito culpado. O Pai sábio, amoroso, justo e misericordioso sempre deixa aberta a porta do caminho do bem para que Seu filho se liberte do mal. Assim, ele se livra mais rapidamente dos sofrimentos e das expiações, segundo os seus esforços e a sua vontade verdadeira de praticar o bem. A misericórdia de Deus é infinita, mas não é cega. Ela não dispensa que o Espírito culpado satisfaça a Justiça. Para isso, ele precisa passar pelas consequências das faltas cometidas, reparar o mal ocasionado, resgatar as dívidas contraídas, e retornar às tarefas do bem para dar continuidade ao seu aperfeiçoamento intelectual e moral que o leva às esferas superiores da vida. Ninguém escapa da grandeza das Leis e da Justiça. Por mais dura e terrível que elas pareçam, são sempre as respostas às nossas próprias obras.





RESUMO DAS ATITUDES E AÇÕES QUE NOS PERMITEM A OBSERVÂNCIA DAS LEIS E DA JUSTIÇA DE DEUS



Em função das valiosíssimas lições acima apresentadas, conhecemos os mecanismos das Leis e o funcionamento da Justiça Perfeita.



Então, devemos agir sempre perante Deus, os semelhantes e a vida com a consciência iluminada pelas luzes do bem, cumprindo voluntariamente os Desígnios do Criador de todas as coisas.



Portanto, em suma, para a observância das Leis e da Justiça precisamos:

• Fazer aos outros o bem que queremos que os outros nos façam.

• Respeitar profundamente os direitos alheios, como gostamos de ver os nossos direitos respeitados pelos outros.

• Concretizar as boas obras, para desfrutar das suas boas consequências na vida presente, na vida futura da alma e na próxima reencarnação evolutiva.

• Fazer bom uso da vontade, da liberdade de ação e das faculdades, agindo com honestidade, responsabilidade e grandeza moral perante os compromissos assumidos na família, no trabalho e na vida em sociedade.

• Cultivar as virtudes e praticar o bem no cotidiano. Este é o único caminho que nos conduz ao progresso verdadeiro, ao sucesso imperecível e à felicidade duradoura, tanto na vida material, quanto na vida verdadeira, que é a espiritual.

• Ter o espírito de misericórdia perante os infratores da Lei. Assim, abrimos sempre a oportunidade de reparação e regeneração para os irmãos que suportam as consequências dos erros cometidos e precisam edificar melhores condições de vida, no presente, para a vida futura e para as próximas reencarnações.

• Priorizar a prática da Lei de justiça, amor e caridade. Esta é a prática segura que conduz rapidamente à prosperidade verdadeira, garantindo a paz, saúde, alegria e felicidade.



quarta-feira, 22 de maio de 2013

A MÚSICA NO MUNDO DOS ESPÍRITOS



A MÚSICA NO MUNDO DOS ESPÍRITOS




Geziel Andrade



IMAGEM: Jorge Rizzini: notável pesquisador e escritor espírita e extraordinário médium musical, conforme mostrado abaixo.



Existe realmente a música celeste?



As almas dos homens que, após a morte do corpo material, retornam ao mundo espiritual continuam gostando de compor e ouvir música?



A resposta para essas perguntas nos foi dada pelos próprios Espíritos, através de diferentes médiuns.



Allan Kardec, na questão 251 de “O Livro dos Espíritos”, perguntou aos Espíritos superiores se os Espíritos são sensíveis à música. Então, obteve a seguinte resposta surpreendente:



“Trata-se da vossa música? O que é ela perante a música celeste, essa harmonia da qual ninguém na Terra pode ter idéia? Uma é para a outra o que o canto do selvagem é para a suave melodia.”



“Não obstante, os Espíritos vulgares podem provar um certo prazer ao ouvir a vossa música, porque não estão ainda capazes de compreender outra mais sublime.”



“A música tem, para os Espíritos, encantos infinitos, em razão de suas qualidades sensitivas muito desenvolvidas.”



“Refiro-me à música celeste, que é tudo quanto a imaginação espiritual pode conceber de mais belo e mais suave.”





COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DA MÚSICA CELESTE



Uma importante comprovação da existência da música celeste foi escrita por Allan Kardec. Está no livro “Obras Póstumas”, publicado após a sua morte.



Nesse livro, encontramos um caso muito interessante, narrado e comentado pelo codificador do Espiritismo. Esse caso reafirma a existência da música no mundo espiritual, revelado pelos Espíritos:



“Certo dia, numa reunião familiar, um chefe da família leu uma passagem de “O Livro dos Espíritos” concernente à música celeste.”



“Uma de suas filhas, boa musicista, pôs-se a dizer consigo mesma: Mas não há música no mundo invisível!”



“Parecia-lhe isso impossível; entretanto, não externou seu pensamento.”



“Na noite do mesmo dia, escreveu ela espontaneamente uma comunicação com os seguintes esclarecimentos:”



“A música do céu é muito mais bela do que a da terra. Os Espíritos acham-na muito superior à vossa, que não pode ser comparada à do Espaço.”



“As composições terrenas são muito infantis, em face das sublimes harmonias do mundo invisível; os sons dos vossos instrumentos, as vossas mais belas vozes não poderiam dar-vos a menor ideia da música celeste e da sua suave harmonia.”



“Logo em seguinte, a moça caiu naturalmente num estado de sono:”



“Oh! Papai, papai, que música deliciosa!... Desperta-me, senão eu me vou.”



“Desperta com algumas gotas de água que lhe salpicaram no rosto, ela voltou lentamente a si, sem a mínima consciência do que se passara.”



“Então, o pai da donzela recebeu do Espírito S. Luís a explicação seguinte:”



“Quando lias à tua filha a passagem de “O Livro dos Espíritos” referente à música celeste, ela se conservava em dúvida; não compreendia que no mundo espiritual pudesse haver música.”



“Eis por que depois eu lhe disse que era verdade. Não tendo a minha afirmativa podido persuadi-la, Deus permitiu que, para convencer-se, ela caísse em sono sonambúlico.”



“Então, desprendendo-se do corpo adormecido, seu Espírito se lançou pelo Espaço e foi admitido nas regiões etéreas, onde ficou em êxtase produzido pela impressão da harmonia celeste.”



Por isso foi que exclamou: “Que música! Que música!”



“Sentindo-se, porém¸ transportada a regiões cada vez mais elevadas do mundo espiritual, pediu que a despertassem, indicando o meio de o conseguirem: com água”.





NOSSA AUDIÇÃO DA MÚSICA CELESTE DURANTE O SONO





Alguns de nós, às vezes, temos experiência semelhante, ao sonhar ouvir uma música muito linda, mas desconhecida.



Quando dormimos, nossa alma desprende-se parcialmente do corpo material e entra em contato com a vida espiritual e os Espíritos.



Então, em ocasiões específicas, podemos ouvir em sonho a música dos Espíritos. Em palestras que o autor deste artigo realizou sobre a música celeste, ouviu alguns depoimentos a respeito disso de pessoas presentes.



Além disso, quem de nós não tem um caso para contar por ter ouvido uma música maravilhosa durante o sono? O próprio autor deste artigo já teve algumas experiências marcantes a esse respeito.



Mas, um caso muito interessante de música inédita ouvida durante o sono ocorreu com o famoso e notável ex-beatle Paul MacCartney.



Consta em sua biografia que a música “Yesterday”, de sua composição, considerada uma das mais belas, tocadas e gravadas na história da música, surgiu de um sonho.



Paul MacCartney ouviu a música enquanto dormia. Acordou assobiando-a, saiu da cama, foi para o piano, recordando-se dela intuitivamente. Então, anotou a melodia muito original, tendo a impressão de que a música já existia há muito tempo. Assim, a música deu no que deu.



Dessa mesma forma, ou pela inspiração, muitas músicas celestes são transmitidas pelos Espíritos aos compositores terrenos, influindo na evolução de nossa música.



Através da inspiração ou do sono muitas músicas celestes são transmitidas aos compositores terrenos, engrandecendo essa arte maravilhosa.





AS MANIFESTAÇÕES MUSICAIS DOS ESPÍRITOS ATRAVÉS DA MEDIUNIDADE DO FAMOSO MÉDIUM DANIEL DUNGLAS HOME



Allan Kardec, na “Revista Espírita” dos meses de fevereiro, março, abril e maio de 1858, comentou os fenômenos espíritas operados pelo senhor Daniel Dunglas Home, nascido a 15 de março de 1833, perto de Edimburgo, e descendente de antiga e nobre família da Escócia.



Nas sessões espíritas de efeitos físicos inteligentes realizadas por esse médium, as manifestações musicais dos Espíritos eram surpreendentes:



• Instrumentos de música tocavam sozinhos, produzindo sons melodiosos.

• Algumas vezes, o artista invisível atendida a pedidos de músicas ou mesmo tocava melodias de sua preferência.

• Em certas ocasiões, podia-se ver a mão materializada do Espírito movendo as teclas para produzir suave melodia ou acordes harmoniosos.

• O Espírito de um jovem, que na vida terrena tivera um notável talento musical, executava árias que atestavam a sua identidade.

• E nas manifestações inteligentes dos Espíritos surgiam com frequência sons musicais ritmados.



Allan Kardec, em muitos outros números da “Revista Espírita” publicou narrativas minuciosas de Espíritos que, através de outros médiuns, produziram fenômenos extraordinários envolvendo a execução da música celeste.





A MÚSICA DE MOZART VINDA DO ALÉM-TÚMULO



Allan Kardec, na “Revista Espírita” de maio de 1859, publicou um artigo com o título de “Música de Além-túmulo, dizendo que:



“O Espírito de Mozart acaba de ditar ao nosso excelente médium, senhor Bryon-Dorgeval, um fragmento de sonata.”



“Como meio de controle, este último o fez ouvir por diversos artistas, sem lhes indicar a origem, mas lhes perguntando apenas o que achavam do trecho.”



“Cada um nele reconheceu, sem hesitação, o cunho de Mozart.”



“O trecho foi executado na sessão da Sociedade de 8 de abril último, em presença de numerosos conhecedores, pela senhorinha de Davans, aluna de Chopin e distinta pianista, que teve a gentileza de nos prestar o seu concurso.”



“Como elemento de comparação, a senhorinha de Davans executou antes uma sonata que Mozart compusera quando vivo.”



“Todos foram unânimes em reconhecer não só a perfeita identidade do gênero, mas ainda a superioridade da composição espírita”.



Assim:

• O Espírito de Mozart demonstrou que a sua habilidade em compor música não havia se perdido com a morte do corpo material.

• O Espírito de Mozart encontrou na excelente mediunidade do senhor Bryon-Dorgeval a oportunidade de chamar a atenção dos homens para a imortalidade da alma e a comunicabilidade do Espírito, ao ditar um fragmento de sonata que teve grande repercussão junto ao publico.



Essa música do Espírito Mozart foi gravada recentemente no Brasil por iniciativa da Federação Espírita Brasileira -FEB e foi disponibilizada ao público em seu site na internet, tendo bela repercussão.





AS MANIFESTAÇÕES MUSICAIS DOS ESPÍRITOS EM CONSTANTINOPLA



Ainda, Allan Kardec, na “Revista Espírita” de julho de 1861, publicou uma carta recebida do senhor Repos, advogado em Constantinopla, dizendo que, naquela localidade, ocorriam manifestações musicais dos Espíritos:



“Já temos um grande número de médiuns escreventes; outros fazem desenhos; outros ainda compõem trechos de música, mesmo quando ignoram essas artes; outros, mediunizados, executam árias ao piano, inspirados pelos Espíritos.”





A MÚSICA DO ESPÍRITO DE MOZART EM BORDÉUS



Além disso, Allan Kardec, na “Revista Espírita” de novembro de 1861, publicou um artigo intitulado “O Espiritismo em Bordéus”, mencionando que:



“Encontramos em Bordéus muito numerosos e muito bons médiuns em todas as classes, de todos os sexos e idades.” (...)



“Entre os médiuns que vimos, um há que merece menção especial.”



“É uma jovem de dezenove anos que, à faculdade de escrevente, alia a de médium desenhista e músico.”



“Ela anotou mecanicamente, sob o ditado de um Espírito, que disse ser Mozart, um trecho de música que não o desacreditaria.”



“Assinou-o, e várias pessoas, que viram os seus autógrafos, afirmaram a perfeita identidade da assinatura.”





A MÚSICA CELESTE NAS FESTAS NA VIDA ESPIRITUAL



Allan Kardec, na “Revista Espírita” publicou dissertações de Espíritos, através de diferentes médiuns, dizendo que:

• Os Espíritos usam a música nas festas de recepção dos bons Espíritos que deixam a vida terrena.

• As festas na vida espiritual são animadas por músicos que cantam melodias maravilhosas e deslumbrantes.



Exemplo disso, está no seguinte texto:



“Entre nós, nossas festas têm um encanto indescritível.”



“Milhões de músicos cantam em liras harmoniosas as maravilhas de Deus e da Criação, com acentos mais deslumbrantes que vossas mais suaves melodias”.





AUDIÇÃO DA MÚSICA CELESTE



Allan Kardec, na “Revista Espírita” de novembro de 1868, publicou uma carta de Mulhouse, narrando a experiência que um jovem teve com a audição da música do mundo invisível.



Esse jovem escreveu o seguinte:



“Fui testemunha e objeto de um fenômeno estranho, do qual só me dei conta depois de haver lido “O Livro dos Espíritos” e “O Livro dos Médiuns”.”



“Uma música fazia-se ouvir no ar ambiente da sala e acompanhava o meu violino, no qual tomava lições naquela época.”



“Eram acordes perfeitos, cuja harmonia era tocante; dir-se-ia uma harpa tocada com delicadeza e sentimento.”



“Algumas vezes éramos umas doze pessoas reunidas e, sem exceção, todos ouvíamos.”





ERNESTO BOZZANO E A MÚSICA TRANSCENDENTAL



Na Itália, em 1922, Ernesto Bozzano publicou, na terceira parte do seu livro “Fenômenos Psíquicos no Momento da Morte”, 30 casos envolvendo a audição de música transcendental.



Com esse estudo inédito, Ernesto Bozzano demonstrou que a música transcendental pode ser ouvida em qualquer lugar e não somente nas sessões espíritas de efeitos físicos inteligentes produzidos pelos Espíritos.



Ela pode ser ouvida:

• Por ocasião da morte de uma pessoa, os presentes no velório escutam uma música diferente.

• Quando alguém chega à beira da morte, escuta uma música maravilhosa.

• Para anunciar o falecimento de um ente querido, que vai ser comunicado depois.

• Em contato com a natureza; em igrejas; em casa; em ruínas; e em cemitério.

• Durante o sono ou eEm estado de desprendimento sonambúlico.

• Na presença de diversas pessoas, por diversas vezes e em diferentes ocasiões.



Esse livro de Ernesto Bozzano enriqueceu a literatura espírita e foi publicado no Brasil pela Federação Espírita Brasileira.





A MÚSICA MEDIÚNICA DOS GRANDES MESTRES ATRAVÉS DA MEDIUNIDADE MUSICAL DE ROSEMARY BROWN



O livro de Rosemary Brown, publicado na Inglaterra com o título de “Unfinished Symphonies: Voices From The Beyond”, contém os detalhes das suas atividades mediúnicas musicais e do grande sucesso alcançado junto ao público.



Esse trabalho mediúnico começou em março de 1964, quando o Espírito de Franz Liszt comprometeu-se a transmitir-lhe novas composições musicais que havia feito no mundo dos Espíritos.



Depois disso, os Espíritos de outros compositores famosos integraram-se ao trabalho: Chopin, Schubert, Beethoven, Bach, Brahms, Schumann, Debussy, Grieg, Berlioz, Rachmaninoff e Monteverdi.



A médium nunca teve uma educação musical abrangente; qualquer conhecimento das técnicas específicas de composição de músicas; ou qualquer habilidade para fazer orquestração.

Quando algum crítico musical tentava explicar o fato mediúnico dizendo que certamente a sua habilidade decorria da notável formação musical que tivera na infância, a médium explicava:



“Para mim, naquele tempo, um par de sapatos novos tinha um significado muito maior do que ingressos para um concerto de música clássica. Na realidade, raramente sobrava dinheiro para comprar sapatos, e, certamente, nenhum para concertos.”



O próprio Espírito de Franz Liszt deu à médium a explicação do porque ela foi a escolhida para transmitir aos homens a música celeste:



“Porque você se ofereceu muito antes de nascer.”



“Quando você vivia um outro aspecto de sua existência, você concordou em ser o elo de ligação entre nós e o mundo.”



“Antes de você nascer, quando acedeu em ser a nossa medianeira, você teve que concordar em passar por uma série de sofrimentos de modo a tornar-se mais sensitiva.”



“Se tivesse tido uma educação musical completa, isto não nos auxiliaria absolutamente em nada.”



Esse mesmo Espírito disse ainda à médium que o seu trabalho mediúnico tinha a finalidade de mostrar aos homens que a morte do corpo físico é apenas uma transição para um outro estado de consciência, no qual a alma conserva sem alteração a sua individualidade.



A obra mediúnica de Rosemary Brown teve uma forte repercussão junto ao público quando foi lançado um “long-play”, em maio de 1970, contendo músicas de oito compositores de renome internacional, vindas do outro lado da vida.



Depois disso, o número de músicas mediúnicas cresceu rapidamente, reunindo um acervo de cerca de 400 peças musicais inéditas, contendo canções, composições para piano, quartetos, óperas, concertos e sinfonias.



Ainda, em resposta aos que a criticavam, não acreditavam ou se opunham ao seu trabalho junto aos Espíritos de compositores famosos, a médium respondeu:



“Os compositores são limitados pela minha própria limitação, e pelas dificuldades de transmissão.”



“Qualquer pessoa que conheça música sabe que eu teria que ser quase um gênio musical para ter obtido tudo isso sozinha.”



“Eu com toda a certeza teria que ser uma musicista verdadeiramente brilhante para ter escrito, sozinha, todos aqueles estilos diferentes de música.”





Mas, as obras dos Espíritos eram tão maravilhosas e surpreendentes que falavam por si junto ao público e os meios de comunicação. Então, a médium recebeu o reconhecimento público e o aval da BBC de Londres e de músicos famosos como Mary Firth, Richard Rodney Bennet e Leonard Bernstein.



Assim, Rosemary Brown provou de modo convincente que as almas de grandes mestres da música tinham sobrevivido à morte do corpo material; mantiveram a sua individualidade e as suas habilidades musicais; se comunicado através da sua mediunidade musical para transmitir aos homens novas composições que haviam elaborado na vida espiritual.





MANIFESTAÇÕES MUSICAIS DOS ESPÍRITOS NO BRASIL



OS CASOS PEIXOTINHO, FÁBIO MACHADO E CARLOS MIRABELLI



Aqui no Brasil, nós tivemos três notáveis médiuns que permitiram a realização de sessões espíritas de manifestações físicas inteligentes dos Espíritos.



Os fenômenos espíritas aqui ocorridos não ficaram devendo em nada para os que ocorreram na Europa.



Nas sessões espíritas realizadas pelos médiuns Peixotinho e Fábio Machado, músicas eram tocadas pelos Espíritos; os Espíritos Scheilla e Aracy compuseram e ofertaram músicas de hinos, pela escrita direta, às pessoas presentes.



Nas sessões realizadas pelo famoso médium Mirabelli, ouvia-se música transcendental, com sons metálicos e de campainha.



Numa dessas sessões, ocorreu a manifestação do Espírito Patapio Silva, famoso flautista brasileiro, que executou para os presentes muitas músicas conhecidas, surpreendendo a todos.



Detalhes dessas manifestações musicais dos Espíritos podem ser encontradas facilmente nas biografias desses importantes médiuns brasileiros.





A MEDIUNIDADE MUSICAL DE JORGE RIZZINI



Ainda aqui no Brasil, nós tivemos um grande médium musical. Trata-se de Jorge Toledo Rizzini.



Ele recebeu dos Espíritos de compositores famosos inúmeras músicas inéditas que serviram para a publicação dos Discos: Compositores do Além, volumes 1, 2 e 3; Marchas Mediúnicas; e Músicas do Além.



Os Espíritos que lhe transmitiram essas músicas foram: Lamartine Babo, Ataulfo Alves, Ary Barroso, Francisco Alves, Noel Rosa, Verdi, Puccini, Carlos Gardel, Duke Ellington, John Philip Souza, dentre outros.



Essas músicas, com o estilo próprio de cada compositor, foram gravadas por cantores famosos da época, que reconheceram e prestaram depoimentos sobre o estilo de cada compositor.



Além disso, esse médium realizou os famosos Festivais de Música Mediúnica, que agitaram a sociedade brasileira, inclusive no famoso Teatro Municipal de São Paulo.



Quando perguntado sobre a sua formação musical, Jorge Rizzini respondia:



“Nunca estudei música. Não toco nenhum instrumento, nem de ouvido. E o pior: não canto de modo afinado.”



Informações detalhadas sobre esse trabalho espírita de Jorge Rizzini pode ser encontrado na internet no blog:



http://jorge-rizzini.blogspot.com.



NOTA: Atualmente, temos no Movimento Espírita muitos outros médiuns musicais. Eles se dedicam ao trabalho, com resultados muito bons.





A MÚSICA CELESTE NOS LIVROS ESPÍRITAS PSICOGRAFADOS NO BRASIL



No Brasil, nós temos muitos livros psicografados por médiuns famosos, tais como: Chico Xavier, Divaldo Pereira Franco, Carlos Baccelli, Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho, dentre muitos outros.



Muitos desses livros dão notícias da existência da música no mundo dos Espíritos.



Em alguns deles, encontramos narrativas muito detalhadas de como os Espíritos usam a música celeste em suas mais variadas atividades.



Como exemplo disso, destacamos apenas três notícias interessantes que estão contidas na série de livros do Espírito André Luiz, psicografados por Chico Xavier e publicados pela Federação Espírita Brasileira:





“Setenta e duas figuras começaram a cantar harmonioso hino, repleto de indefinível beleza. O cântico celeste constituía-se de notas angelicais, de sublimado reconhecimentos.”



(...)“As cordas afinadas casaram os ecos de branda melodia e a música elevou-se, cariciosa e divina, semelhante a gorjeio celeste.”



(...) “Harmonioso coro de uma centena de vozes bem afinadas cantou inolvidável hino de louvor ao Supremo Pai, arrancando-me copiosas lágrimas.”





CONCLUSÃO



Como vimos, os fatos espíritas comprovam a existência da música celeste.



Esses fatos estão registrados ou documentados nas obras de autores e médiuns famosos: Allan Kardec, Léon Denis, Ernesto Bozzano, Arthur Conan Doyle, Reverendo G. Vale Owen, Anthony Borgia, Rosemary Brown, Peixotinho, Fábio Machado, Carlos Mirabelli, Jorge Rizzini, Francisco Cândido Xavier, Yvonne A. Pereira, Divaldo Pereira Franco, Carlos Bacceli, Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho, dentre muitos outros.



Portanto, a tese da existência da música celeste passa com facilidade pela Universalidade do Ensino dos Espíritos, estabelecida por Allan Kardec:



“A única garantia segura do ensino dos Espíritos está na concordância das revelações feitas espontaneamente, através de um grande número de médiuns, estranhos uns aos outros, e em diversos lugares”.



Portanto, na vida futura, nossa alma não sentirá saudades da nossa linda arte que é a música terrena. Ela continuará em nossa companhia, sob a denominação de música celeste, alimentada por Espíritos que se dedicam a ela.



Essa música grandiosa, bela e sublime, cultivada como todas as ciências e artes na vida espiritual, torna-se mais elevada ainda nas esferas espirituais habitadas pelos Espíritos bons ou superiores.



quarta-feira, 1 de maio de 2013

CENTENÁRIO DAS PRIMEIRAS REVELAÇÕES DETALHADAS SOBRE A VIDA NO MUNDO DOS ESPÍRITOS





CENTENÁRIO DAS PRIMEIRAS REVELAÇÕES DETALHADAS SOBRE A VIDA NO MUNDO DOS ESPÍRITOS




Geziel Andrade



Em 2013, completam-se 100 anos de existência das revelações dos Espíritos contidas no livro "A Vida Além do Véu".



Esse livro foi psicografado pelo respeitável reverendo G. Vale Owen, vigário de Orford, Lancashire, Inglaterra, e publicado no Brasil pela Federação Espírita Brasileira -FEB, com tradução de Carlos Imbassahy.



Esse livro inovador reúne as comunicações escritas pelo Espírito da senhora Owen, mãe do vigário, falecida em 1909, com 63 anos de idade, bem como as de outros Espíritos amigos, em sessões realizadas na mesa da sacristia da igreja de Orford. Portanto, num local sagrado.



Nunca, durante a sua vida terrena, em Birmingham, a senhora Owen demonstrou qualquer interesse pelas comunicações espíritas.



As comunicações dos Espíritos contidas no livro foram dadas no curto período de 23 de setembro de 1913 a 31 de outubro de 1913.



Completam, portanto, neste ano, seu centenário, merecendo homenagens no Movimento Espírita, pelas importantes contribuições que prestaram.



As revelações feitas pelos Espíritos, através da psicografia do reverendo Owen, desvendam as condições de vida existentes na vida espiritual para as almas dos homens, de um modo aberto e claro, como nunca tinha acontecido antes.



As regiões do Reino dos Céus foram descritas de modo tão pormenorizado, surpreendendo mesmo os estudiosos e pesquisadores experientes na vida da alma após a morte do corpo material.



Sir Artur Conan Doyle, famoso escritor e espírita, na Introdução do livro, deu o seu aval às narrativas dos Espíritos feitas através da mediunidade do reverendo de Orford. Ele empregou as seguintes palavras:

“Somente de Espíritos puros poderemos obter ensinamentos puros, e, entretanto, esta história do Céu parece-nos a mais completa que as condições dos mortais permitem.”



“Subverte ela nossas antigas crenças? Mil vezes, não! Amplia-as, define-as, embeleza-as, preenche o vácuo que nos fazia descaminhar; e, exceção feita para os pedantes pouco esclarecidos, que perderam o contacto com a Espiritualidade, ela é infinitamente reconfortante e elucidativa.”



(...) “Eu próprio publiquei em dois pequenos volumes uma descrição geral do outro mundo, colhida em grande número de fontes. E era tão independente da do Sr. Vale Owen como a dele é independente da minha.”



“Nenhuma tinha relação possível com a outra. E, no entanto, ao ler esta concepção, muito maior e mais pormenorizada, não encontro um único ponto importante em que eu dela me afastasse.”



“Como poderia dar-se essa concordância nas ideias gerais, se não fosse inspirada na verdade?”



E no prefácio da primeira edição desse livro, há a seguinte preparação do leitor para o que ele vai encontrar nas narrativas surpreendentes, feitas pelos próprios Espíritos, sobre as coisas existentes na continuidade da vida da alma do homem no mundo espiritual:

“Devemos dizer que estas mensagens promanam da Esfera de Luz, aquela que está mais próxima à Terra, e onde habita a principal mensageira, a mãe do vigário, consoante ela própria declara.”



“Diz-nos ela que aqueles que partiram da vida terrena habitam as mais próximas esferas do nosso globo e se vêm circundados de coisas não inteiramente dissemelhantes às que conheceram no mundo; que entraram, com a morte, no círculo mais apropriado ao nosso desenvolvimento espiritual. Não há mudança repentina em nossa personalidade. Não mergulhamos no esquecimento. Um ser não se transforma em outro ser.”



“Na primeira Esfera de Luz encontramos árvores e flores, como as que nascem nos jardins da Terra; flores e árvores mais belas, que não emurchecem, que não morrem, que formam parte integrante de nossa vida.”



“Em torno de nós há pássaros e animais. Conservam-se ainda amigos do homem, de quem estão mais próximos. São mais inteligentes e já não sofrem os temores nem padecem as crueldades que experimentam no Planeta.”



“Encontramos casas e jardins, porém, de substância, cor e atmosfera mais de acordo conosco. A água borbulha com sonoridades musicais; há maior harmonia de cores. Tudo é mais radiante, mais alegre, mais interessantemente complexo, e, não obstante estar a nossa atividade multiplicada, é a nossa vida mais remansosa”.



Para exemplificar o que os Espíritos comunicantes falaram em detalhes a respeito das realidades que as almas dos homens encontram na sua vida futura no mundo espiritual, elaboramos os seguintes pontos:



1 - DEUS:

Deus não é visível para os Espíritos nas esferas inferiores do mundo espiritual, como não o é na Terra para os homens.

Mas, Seus Atributos podem ser conhecidos, pois se manifestam através da Natureza que está ao derredor deles.

Tudo o que existe no Universo está nos planos de Deus para o bem de Seus Filhos.

A sabedoria de Deus revela-se na beleza complexa do reino que Ele criou com o Seu poder e amor.

O amor do Pai torna-se compreensível para os Filhos à medida que progridem em humildade e amor.

As esferas criadas por Deus para a habitação dos Espíritos são maravilhosas em beleza, luz e glória.

Em toda parte Deus estende Seu terno amor para todos os Seus Filhos.

Todas as esferas espirituais estão repletas do amor de Deus.



2 - ESFERAS SUPERIORES DO MUNDO ESPIRITUAL:

Os Espíritos que habitam as esferas superiores, embora pertençam à alta hierarquia, vêm, continuamente, às esferas inferiores para animar aqueles que ainda enfrentam sua jornada ascendente.

Eles tornam-se visíveis e podem ser vistos pelos Espíritos inferiores, dependendo do seu estado de adiantamento e dos serviços que eles vêm prestar.

Mas, nem sempre os Espíritos inferiores vêem os mensageiros que vêm das esferas mais altas.

Eles só se tornam verdadeiramente visíveis, quando preparam seus corpos espirituais para essa visibilidade.

Assim, as manifestações dos habitantes e celebridades das regiões celestes mais elevadas e das esferas mais altas verificam-se da forma mais nítida possível nas regiões inferiores.

Os Espíritos superiores passam pelas adaptações necessárias às condições das esferas inferiores.

Ainda, à medida que os Espíritos imperfeitos vão se adiantando tornam-se mais belos e podem subir a uma esfera de luz mais alta.

Então vêem e ouvem as coisas dos planos superiores.

A falange angélica das esferas superiores manifesta-se sempre através do amor, sabedoria e bondade. Essas virtudes guiam todos os seus trabalhos.

Os Espíritos que habitam as regiões celestes superiores são gloriosos e belos.

Porém, acima e além das esferas espirituais superiores que circundam a Terra, existem as esferas interplanetárias e interestelares, que os Espíritos vinculados ao nosso planeta pouco sabem ou nada sabem de positivo a respeito.



3 - REGIÕES INFERIORES OU DAS TREVAS:

No reino de Deus, todas as esferas e regiões espirituais estão interligadas.

Assim, existem caminhos e pontes que ligam as regiões da luz às regiões das trevas.

As regiões da escuridão são desprovidas de beleza e estéreis; são cheias de rochedos e de tristezas para os seus habitantes.

Os caminhos e as pontes permitem que os Espíritos que já expiaram os erros cometidos na vida terrena possam procurar a luz e sair da terrível região escura, com o auxílio e a direção de guias, que os levam para casas de descanso, repouso e tratamento.

Esses guias tornam-se visíveis aos Espíritos sofredores, em desconforto, desespero e fraqueza espiritual na proporção das luzes que conseguiram desenvolver em seus corações.

As regiões inferiores das trevas são muito extensas e os bons Espíritos prestam socorro fraterno aos seus irmãos, Filhos do Pai Celestial, que verdadeiramente se arrependeram de terem praticado o mal na vida terrena.

Por isso, se condenaram aos horrores e as influências nocivas dos Espíritos malignos que habitam na escuridão.

Os poderes da luz e do bem atuam organizados e vigilantes. Os pedidos de socorro são analisados e examinados na ciência do amor.

Então, o auxílio é enviado da melhor forma e de acordo com o mérito daquele que suplica.



4 – A PROMOÇÃO DE UMA ESFERA ESPIRITUAL PARA OUTRA:

À medida que os Espíritos progridem das esferas inferiores para as superiores perdem a materialidade do corpo espiritual pouco a pouco e passam para condições melhores de vida.

Quanto mais alto o Espírito chega, mais elevado se torna o ambiente em que ele pode viver.

Assim, as esferas espirituais são habitadas por seres de acordo com a sua elevação intelectual e moral.

Mas, os Espíritos estão sempre progredindo de uma esfera para outra mais alta, conforme adquirem conhecimentos, experiências e virtudes.

Portanto, as esferas espirituais são habitadas por seres, de acordo com o seu grau de adiantamento, santidade e poder.



5 - ESFERAS E REGIÕES INTERMEDIÁRIAS DO MUNDO ESPIRITUAL:

Os Espíritos que praticaram o bem e cultivaram as virtudes na vida terrena geralmente habitam as regiões intermediárias do mundo espiritual.

No Reino dos céus, a colheita é rigorosamente de acordo com a semeadura feita na vida material.

A justiça e o amor de Deus acompanham os Seus Filhos em seus caminhos.

Assim, é a bondade na alma que torna o corpo espiritual radiante e os vestuários brilhantes; que situa os bons Espíritos nas esferas e regiões intermediárias.

Estas esferas são dirigidas por governadores e contam com organizações e instituições, nas quais são cultivados todos os ramos das ciências e artes.

Os trabalhos, ocupações e atividades são incessantes na vida espiritual.

Nela, as preces dos homens dirigidas a Deus e aos Espíritos são registradas, analisadas e atendidas de acordo com a fé, a pureza e o merecimento.

Os Espíritos que já conquistaram o amor vivem uma vida mais espiritual, num ambiente em que tudo é muito mais bonito do que na Terra.



6 - SEMELHANÇAS DA TERRA COM AS ESFERAS ESPIRITUAIS:

O mundo espiritual é, de certo modo, a Terra aperfeiçoada.

A Terra é o Céu em embrião.

O Céu é a Terra purificada.

As belezas criadas por Deus na Terra contêm traços e semelhanças das que são encontradas nas esferas espirituais.

A Terra é uma manifestação remota das esferas espirituais.

Se assim não fosse, a comunicação entre os dois mundos não seria possível.

A esfera chamada Terra é o centro, pois as esferas espirituais estão em círculos concêntricos em torno dela.

As esferas inferiores são as que estão mais próximas da superfície do planeta e as demais esferas aumentam em poder e iluminação à proporção que se afastam dele.

A Terra é o centro de muitas esferas espirituais e está cercada por todas elas.

A Terra é a manifestação material de todas as esferas espirituais que a circundam.

A Terra é envolvida e influenciada pelos poderes espirituais de vários graus e classes dos Espíritos que habitam as esferas criadas por Deus e que a cercam.



7 - MUITOS ESPÍRITOS ELEVADOS ESTÃO EM CONTATO COM A TERRA E AS REGIÕES LIMÍTROFES DA ESFERA TERRESTRE:

Espíritos missionários assistem os Espíritos encarnados que estão prestes a passar para o outro lado da vida, bem como os recém chegados à vida espiritual e que não compreendem ainda que já atravessaram a linha divisória entre a Terra e o mundo dos Espíritos.

Muitos deles não percebem que o corpo material morreu, porque se sentem vivos e com um corpo espiritual semelhante ao que tinham.

Então, precisam ser convencidos de que não mais se acham na vida terrena.

Os que vêm da Terra, depois de terem vivido uma vida sem progresso, se encontram em esferas tão grosseiras, que não conseguem distingui-las da própria Terra.

Precisam então ser convencidos de que mudaram de estado.

Somente as almas esclarecidas sobre as coisas espirituais compreendem de pronto que passaram para o mundo espiritual.

Os Espíritos elevados que estão em contato com a Terra têm a capacidade de desvendar o mais íntimo na alma do homem.

Eles vêem além do corpo material e do cérebro mecânico que nada mais é que uma roupagem envolvendo a alma.



8 – A FORMA HUMANA DOS ESPÍRITOS:

Os Espíritos, que são as almas dos homens que perderam o corpo material com a morte, habitam as regiões do mundo espiritual, com um corpo que conserva a forma humana masculina ou feminina.

Então, os Espíritos aparentam diversas idades.

Muitos velhos ainda não progrediram o suficiente para se tornarem novamente moços e vigorosos e muitos moços ainda não puderam alcançar um completo desenvolvimento.

As crianças são bem cuidadas, para que tenham um crescimento saudável, conheçam as coisas das esferas espirituais e adquiram as experiências que não tiveram na curta vida terrena.

Embora o corpo espiritual não seja constituído de osso, carne e sangue, é tão real como o corpo material que foi abandonado na Terra.

Além disso, esse corpo espiritual corresponde com eficiência ao caráter e ao grau de elevação moral do Espírito.



9 - MEIO AMBIENTE EXISTENTE NO MUNDO DOS ESPÍRITOS:

No mundo espiritual existem montes, cadeias de montanhas, água, fontes, rios, lagos, regatos, cachoeiras, vegetação, plantas, grama, relvas, arbustos, árvores, bosques, florestas, jardins, flores, fauna e flora, formando belíssimas paisagens naturais.

A matéria sutil que forma essa Natureza tem características próprias e sofre variações para cada esfera espiritual, mas nas esferas mais elevadas as maravilhas dos reinos celestiais tornam-se insuperáveis.



10 - ANIMAIS NO MUNDO ESPIRITUAL:

Na vida espiritual existe bela fauna, com algumas espécies conhecidas na Terra e outras estranhas para os homens.

São pássaros com linda plumagem; animais diversos como cavalos, bois, faunos, antílopes e outros quadrúpedes; peixes diversos, etc.

Eles não temem uns aos outros porque não podem ser maltratados nem mortos.

Eles são usados de forma útil pelos Espíritos e se distraem com os seus trabalhos e gostam de desempenhar tarefas.



11 - CASAS, PALÁCIOS, EDIFÍCIOS, ESCOLAS, BIBLIOTECAS, LABORATÓRIOS, SALÕES DE CONFERÊNCIA, RUAS E CIDADES EXISTENTES NO MUNDO ESPIRITUAL:

As edificações existentes no mundo espiritual foram construídas pelos Espíritos que antecederam aqueles que continuaram as suas lutas na vida terrena.

Quando estes vierem para o mundo espiritual, encontrarão tudo pronto e preparado para recebê-los.

As construções são feitas pela força de vontade dos Espíritos que gozam de grande poder criador nesse campo.



12 - MÚSICA NO MUNDO ESPIRITUAL:

Os Espíritos entoam lindos cantos, acompanhados por instrumentos musicais.

Eles sentem-se felizes com as harmonias da doce música vocal e instrumental que é produzida pelos Espíritos músicos.

Essa música se torna mais sublime quanto mais adiantado for o plano de vida.

Os Espíritos músicos fazem chegar a inspiração musical àqueles que, na Terra, têm vocação para compor músicas.

Assim, muitas músicas celestes são transmitidas através do véu até a esfera terrestre.

A música celeste tem um papel acentuado na vida espiritual.



CONCLUSÃO

Essas são, em síntese, as revelações contidas nas comunicações do Espírito da senhora Owen, mãe do reverendo G. Vale Owen, bem como de outros Espíritos amigos dela.



Elas estão completando seu centenário neste ano de 2013, merecendo comemorações no Movimento Espírita.



Elas inauguraram, a partir da Inglaterra, a fase das revelações e descrições muito detalhadas feitas pelos Espíritos sobre as coisas existentes na vida espiritual, para orientarem os homens sobre a continuidade da vida da alma.



Depois disso, as comunicações reveladoras continuaram a ser feitas em outras partes do mundo, mas principalmente aqui no Brasil, notadamente através da mediunidade de Chico Xavier.



Essas comunicações reveladoras complementaram, de modo inovador, as revelações que os Espíritos superiores fizeram na França, a Allan Kardec, e que permitiram a Codificação do Espiritismo.



Com isso, o Espiritismo descortinou de modo surpreendente os mistérios da vida da alma do homem após esta vida terrena.