sexta-feira, 7 de novembro de 2008


PRINCÍPIOS DO ESPIRITISMO
Geziel Andrade
Os princípios do Espiritismo, estabelecidos por Allan Kardec com a publicação de “O Livro dos Espíritos”, na França, em 18 de Abril de 1857, são os seguintes:
1) EXISTÊNCIA DE DEUS: Deus está acima de tudo o que existe, pois é a Inteligência suprema, a causa primária de todas as coisas. Deus é eterno, imutável, imaterial, único, todo poderoso e soberanamente justo e bom. Deus é o autor da Obra da Criação, regida por Leis Universais. A prova da existência de Deus está no axioma “todo efeito inteligente tem uma causa inteligente”. A Obra da Criação é um efeito dos Atributos de Deus.
2) IMORTALIDADE DA ALMA: Deus jamais está inativo e cria os Seus Filhos como Espíritos imortais. Por isso, a criação dos Espíritos é incessante, com o dever de percorrerem um longo processo de desenvolvimento de suas faculdades intelectuais e morais, até conquistarem a perfeição espiritual e a felicidade plena. As sucessivas reencarnações são oportunidades oferecidas por Deus para que os Espíritos possam evoluir e chegar, um dia, ao seu destino glorioso. Assim, somos mais do que um corpo de carne, gerado pelas leis da reprodução. Nosso Espírito, criado por Deus, tem faculdades, valores intelectuais e morais e ideais acumulados ao longo de uma existência milenar. Ao assumirmos um novo corpo, em cada nova existência material, acumulamos mais experiências, habilidades e realizações que não se perdem com a morte do envoltório material, pois ficaram agregadas em nossa alma imortal. Cada novo corpo material nos permite trabalhar pelo nosso progresso intelectual e moral. Dessa forma, reencarnamos na vida terrena quantas vezes forem necessárias para obtermos o progresso incessante. A imortalidade da alma é uma realidade que pode ser constatada em todos os livros religiosos. Mas, a Doutrina Espírita confirma essa realidade e desvenda essa trajetória da alma com o estudo das comunicações físicas e inteligentes dos Espíritos, obtidas através de diferentes médiuns, em várias localidades e épocas.
3) PERISPÍRITO: Na vida espiritual, o Espírito conserva o seu corpo fluídico que permitia a sua ligação ao corpo material. Esse corpo espiritual tem a forma humana e a mesma semelhança e aparência do corpo material. Esse corpo espiritual, constituído de fluidos espirituais invisíveis ao homem, é chamado de perispírito. Ele serve de instrumento para o Espírito agir na vida espiritual e, dentre outras funções, permite a sua comunicação com os homens, atuando sobre o perispírito dos médiuns. Uma vez na vida espiritual, o Espírito reencontra e reconhece, graças ao perispírito, aqueles que conheceu na Terra, mantendo as mesmas afeições e se recordando do bem ou do mal que praticou, o que o torna feliz ou infeliz.
4) LEI DE CAUSA E EFEITO: As boas causas e ações geram bons efeitos tanto na vida material, quanto na vida espiritual. Já as más atitudes e realizações geram maus efeitos. Muitas vezes, os efeitos decorrentes das ações praticadas hoje só aparecerão na vida espiritual ou na próxima existência material. Portanto, devemos investir nas boas atitudes morais, usando bem o livre-arbítrio, para criarmos um destino feliz. Dessa forma, não há o acaso, a má sorte ou as injustiças perante as Leis de Deus. A Lei de Causa e Efeito é universal. Jesus se referiu a ela ensinando-nos que “a cada um será dado segundo as suas obras”. Ela permite que cada Espírito construa livremente o seu destino feliz ou infeliz, tanto na Terra, quanto na vida futura. Portanto, a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.
5) REENCARNAÇÃO: Os Espíritos são criados por Deus simples e ignorantes e em épocas diferentes. Porém, Deus cria os Espíritos perfectíveis, através de um longo processo de evolução. Assim, as sucessivas reencarnações são oportunidades para que o Espírito encarnado desenvolva as faculdades, acumule experiências e cresça em valores intelectuais e morais. Através da pluralidade das existências materiais entendemos a justiça de Deus. Ela explica as desigualdades existentes entre os Espíritos encarnados ou desencarnados e as condições diferentes de vida que desfrutam. A reencarnação elimina o inferno eterno, porque o Espírito tem sempre uma nova oportunidade para expiar os erros graves cometidos e continuar o seu processo evolutivo, até que atinja a perfeição espiritual, que é meta estabelecida por Deus. As reencarnações do Espírito são sempre progressivas em termos intelectuais e morais. Dessa forma, ele desenvolve continuamente as suas faculdades e aperfeiçoa as suas potencialidades, até atingir a perfeição e conquistar a felicidade plena.
6) CLASSIFICAÇÃO DOS ESPÍRITOS: Em função do tempo de existência e dos progressos já realizados, os Espíritos podem ser classificados em três grandes categorias: imperfeitos, bons ou perfeitos. Os Espíritos imperfeitos caracterizam-se pela ignorância das coisas e pela inclinação ao egoísmo, ao ódio, à inveja, ao orgulho e às atitudes inferiores; porém estão, pelas Leis do progresso e da reencarnação, sempre evoluindo em busca da perfeição. Os bons Espíritos já atingiram uma faixa intermediária na hierarquia espiritual, através de muitas reencarnações; assim, já praticam o bem e mantêm esforços no progresso intelectual e moral e na conquista da perfeição. Os Espíritos perfeitos já atingiram a meta, após terem percorrido todos os degraus da hierarquia espiritual. Assim, distinguem-se dos outros pela perfeição intelectual e moral, pelo conhecimento de todas as coisas, pela pureza dos sentimentos e pela proximidade de Deus.
7) ANJOS: Os Anjos são Espíritos que já atingiram a perfeição espiritual. Eles são mensageiros de Deus e têm a tarefa de proteger e ajudar os seres que estão percorrendo as diversas etapas do processo evolutivo. Portanto, não são seres à parte e nem privilegiados na Obra da Criação. Apenas já atingiram a perfeição espiritual, realizando a sua trajetória evolutiva em outros mundos habitados.
8) COMUNICABILIDADE DOS ESPÍRITOS COM OS HOMENS: Os Espíritos sempre se comunicaram com os homens, como revelam todos os livros religiosos. Eles são as almas dos nossos familiares, amigos, conhecidos ou de outras pessoas que viveram um dia na Terra. Ao retornarem à vida espiritual, após a morte do corpo material, continuam mantendo contato com os Espíritos encarnados, seja no estado de vigília, seja durante o sono, quando a alma se liberta parcialmente do corpo. Quando encontram médiuns apropriados, estabelecem comunicações físicas ou inteligentes com os homens. Nessas comunicações, os Espíritos demonstram que continuam sendo os mesmos, em termos intelectuais e morais. Assim, revelam-se: bons ou maus, sérios ou brincalhões, trabalhadores ou ociosos, cultos ou medíocres, verdadeiros ou falsos. Portanto, a desencarnação não transforma as características pessoais de uma alma. Por isso, é muito importante analisarmos cuidadosamente as comunicações dos Espíritos para determinarmos a sua identidade e o seu grau de evolução intelectual e moral.
9) VIDA NO MUNDO DOS ESPÍRITOS: Na vida espiritual, os Espíritos têm as suas ocupações e atividades que estão condizentes com o grau de evolução intelectual e moral que já alcançaram. Além disso, continuam tendo o livre-arbítrio, regido pela Lei de Causa e Efeito, podendo vir à Terra e influenciar as pessoas, através dos pensamentos. Por não estarem presos num Céu, nem num Inferno eterno, eles têm a liberdade de locomoção e podem visitar, influir e agir sobre os homens ou seus familiares terrenos. Dessa forma, os Espíritos formam uma população invisível que está ao nosso redor, acompanhando o nosso cotidiano e transmitindo pensamentos, inspirações, idéias, conselhos e sugestões mentais. Os Anjos da Guarda e os Espíritos protetores agem para o bem. Mas, os Espíritos inferiores procuram dominar aqueles com quem têm afinidades e que aceitam as suas influências nefastas.
10) MÉDIUNS: Alguns homens desfrutam da faculdade natural de receber a influência ostensiva dos Espíritos: são os médiuns. Eles podem atuar como intermediários ou intérpretes dos Espíritos, transmitindo suas comunicações através da fala, da escrita, da pintura ou de outras formas de manifestação. Porém, todas as comunicações dos Espíritos devem ser analisadas, avaliando-se as qualidades morais tanto do Espírito comunicante, quanto do médium. Os Espíritos superiores, em suas comunicações, usam sempre uma linguagem nobre, elevada e cheia de conselhos morais. Então podem ser facilmente identificados. Os médiuns contam com o “O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, para orientá-los no desenvolvimento, na educação e na prática da mediunidade.
11) PLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS: Existem muitos mundos habitados no Universo. Eles prestam-se ao desenvolvimento dos Filhos de Deus. Em muitos desses mundos, as condições de vida são superiores, iguais ou inferiores às da Terra. Neles, os Espíritos encontram os ambientes adequados ao seu trabalho evolutivo e às suas necessidades de passar por provas, cumprir missões ou de expiar erros graves cometidos em vidas passadas. Assim, os mundos habitados são escolas, onde os Filhos de Deus desfrutam das valiosas oportunidades de evoluir e de galgar posições melhores na hierarquia espiritual.
12) FÉ RACIOCINADA: O Espiritismo nos ensina que devemos analisar tudo sob a ótica da lógica e do bom senso. Assim, tornamos a fé raciocinada, fortalecendo as convicções religiosas, morais e espirituais. A fé raciocinada é sólida porque se assenta na razão. Ela é inabalável porque pode encarar a razão em qualquer época da humanidade.
13) JESUS: Jesus é o mais perfeito guia e modelo oferecido por Deus para a Humanidade. No Espiritismo, a moral cristã está elucidada no livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec. Assim, a Doutrina Espírita tem um aspecto religioso que está pautado no amor a Deus e ao próximo. A bandeira do Espiritismo é a da prática da caridade, dentro do preceito espírita “fora da caridade não há salvação”.

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