terça-feira, 4 de outubro de 2011

PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS EM "O LIVRO DOS ESPÍRITOS": ENCARNAÇÃO DOS ESPÍRITOS














PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS EM “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, SEGUNDA PARTE, CAPÍTULO II: ENCARNAÇÃO DOS ESPÍRITOS

Geziel Andrade

I – FINALIDADE DA ENCARNAÇÃO

Deus impõe a encarnação aos Espíritos com a finalidade de levá-los à perfeição.

Com a encarnação, o Espírito enfrenta as vicissitudes da existência corpórea. Assim, vai evoluindo e se aproximando da perfeição.

Além disso, para alguns Espíritos a encarnação é uma missão; para outros é uma expiação.

A encarnação tem ainda a finalidade de colocar o Espírito em condições de cumprir a sua parte na Obra da Criação.

Para executar essa sua parte, o Espírito assume, em cada mundo, um corpo material formado com a matéria que lhe permite cumprir as ordens de Deus.

É dessa maneira que o Espírito concorre para a obra geral e, ao mesmo tempo, progride em rumo à perfeição.

Todos os Espíritos têm a necessidade da encarnação para progredir.

Todos eles foram criados por Deus simples e ignorantes. Mas, vão se instruindo e progredindo através das lutas e atribulações da vida corporal.

Deus, sendo justo, não fez nenhum Espírito privilegiado.

Todos têm que realizar trabalhos, enfrentar penas e conquistar méritos.

O Espírito que enfrenta as tribulações da vida corporal seguindo o caminho do bem chega mais depressa à perfeição.

As penas que o Espírito enfrenta durante a vida corporal frequentemente decorrem de suas próprias imperfeições. Mas, à medida que ele vai se aperfeiçoando experimenta menos tormentos.

Deixando de ser invejoso, ciumento, avarento ou ambicioso deixa de sofrer os tormentos que se originam de suas imperfeições.

II – DA ALMA

O Espírito ao unir-se a um corpo material torna-se a alma desse corpo.

Portanto, a alma do homem é um Espírito encarnado.

Dessa forma, alma e Espírito são a mesma coisa.

Antes do Espírito se ligar a um corpo material e se tornar a alma do homem era um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível.

Então, teve que se revestir temporariamente de um invólucro carnal para se purificar e esclarecer.

No homem, além da alma e do corpo material, existe ainda um liame semimaterial, que possui ao mesmo tempo a natureza do Espírito e a do corpo material.

É esse liame que permite a comunicação entre a alma e o corpo material. É através desse liame que o Espírito age sobre o corpo material e vice-versa.

Dessa forma, o homem é formado por três partes essenciais:
1. O corpo material, semelhante aos dos animais e animado pelo mesmo princípio vital.

2. A alma ou Espírito encarnado, que habita temporariamente o corpo material. Então, este corpo é apenas um envoltório da alma.

3. O perispírito, que é o princípio intermediário, formado de substância semimaterial. É através do fluido intermediário do perispírito que a alma age e movimenta os órgãos do corpo material. O perispírito é o primeiro envoltório do Espírito, que permite a sua união ao corpo material.

Com a encarnação, o corpo material torna-se o segundo envoltório do Espírito.

Portanto, o Espírito encarnado tem dois envoltórios: o primeiro é o perispírito, que é sutil e leve; o segundo é o corpo material, formado de matéria grosseira e pesada.

Dessa forma, a alma é o centro de dois envoltórios. Além disso, pode dizer-se que a sua sede se encontra mais particularmente nos órgãos que servem para as suas manifestações intelectuais e morais.

Com o nascimento, o Espírito encarnado passa a habitar um corpo material com vida orgânica e animado pelo fluido vital. Mas, a alma não fica completamente encerrada no corpo material. Ela irradia e se manifesta no exterior.

Com a morte do corpo material, a alma abandona esse corpo e retorna ao mundo invisível, de onde havia se ausentado para progredir em rumo à perfeição.

Sendo o Espírito um ser moral, distinto e independente da matéria, ele conserva sempre a sua individualidade após a desencarnação.

Como o Espírito é indivisível, ele não pode encarnar-se, ao mesmo tempo e de uma só vez, em dois corpos materiais diferentes. Isto é, ele não pode animar simultaneamente duas criaturas diferentes.

III – MATERIALISMO

Muitas coisas estão ocultas na Natureza e escapam à visão, ao entendimento e ao saber do homem.

Por isso, algumas pessoas tiram conclusões falsas de suas observações, não vendo nos seres orgânicos nada além da ação da matéria e atribuindo a ela todos os atos humanos.

Dessa forma, algumas pessoas:
• Não consideram a existência da alma no homem;

• Crêem que o pensamento se extingue, os laços sociais se rompem e os afetos são destruídos com a morte do corpo material;

• Não encontram sentido na distinção entre o bem e o mal;

• Acreditam que o homem deve pensar apenas em si mesmo;

• E julgam que a satisfação dos prazeres materiais está acima de tudo.

Felizmente, as ideias dessas pessoas são muito circunscritas e representam opiniões individuais. Se elas constituíssem a base de uma sociedade, conteriam os germes de sua dissolução e os seus membros agiriam como animais ferozes.

Por outro lado, o homem traz em si mesmo, de forma instintiva, a convicção de que nem tudo acaba com a morte. Ele repele naturalmente a existência do nada que traga as faculdades, apaga as memórias, não recompensa o bem realizado, elimina as esperanças e separa eternamente as afeições sinceras.

Além disso, o homem sempre teve ao seu lado e aceita o ensino religioso que lhe mostra a realidade espiritual. Por isso, crê na existência da alma e nas consequências no além-túmulo do bem ou do mal que foi praticado na vida terrena.

O Espiritismo tem a missão de esclarecer o homem a respeito da vida futura da alma, mostrando-lhe fatos.

Com as comunicações com os Espíritos, através de médiuns, a existência da alma e a sua sobrevivência à morte do corpo material não é apenas uma presunção, uma probabilidade. É uma realidade concreta.

Os próprios Espíritos vêm nos contar a sua situação no além-túmulo; dizer-nos o que fazem; narrar as suas peripécias na nova vida; revelar-nos as consequências dos méritos decorrentes do bem praticado e dos delitos cometidos.

Assim, o Espiritismo é o mais poderoso auxiliar da religião, por despertar no homem a fé, o fervor e a confiança.

Deus permite isso para reanimar as nossas esperanças e para nos conduzir ao caminho do bem pelo conhecimento do futuro da alma.

CONSIDERAÇÕES DO AUTOR DESTE ARTIGO

O Espiritismo, com os ensinamentos acima, propicia-nos um novo e amplo entendimento da Obra de Deus, do Espírito, de sua encarnação, da constituição complexa do homem e da finalidade da vida.

Com o Espiritismo, entendemos que somos Espíritos temporariamente encarnados com o propósito de desenvolver as faculdades, adquirir experiências, crescer em conhecimentos, conquistar virtudes e progredir incessantemente em rumo à perfeição espiritual.

Convictos das realidades em que estamos inseridos na grandiosa Obra da Criação, conscientizamo-nos acerca dos verdadeiros valores que devemos conquistar e do propósito de elevação na verdadeira hierarquia, que é a espiritual.

Com as lições do Espiritismo sobre a nossa composição tríplice, vivemos a vida material sob uma perspectiva intelectual, moral e espiritual. Assim, cumprimos nossa jornada evolutiva terrena conscientes de que a alma imortal é o centro de nossa ação e o elemento mais importante na nossa composição humana.

Além disso, o Espiritismo, graças a análise criteriosa e conscienciosa dos fatos espíritas e das comunicações sérias e instrutivas dos Espíritos, através de médiuns, oferece-nos provas irrecusáveis de que a vida da alma continua na vida espiritual após a morte do corpo material subordinada às Leis Divinas e às condições de vida existentes no mundo espiritual, o que nos leva à preparação para a vida futura, pela prática do bem e pela realização das boas obras.

Orientados pelo Espiritismo, vivemos preocupados em progredir em termos intelectuais, morais e espiritual, pelo bom aproveitamento do tempo, pelo bom uso das faculdades da alma e pelo cumprimento das Leis e dos Desígnios de Deus.

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CAPÍTULOS ANTERIORES DE “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

Os artigos com as principais lições contidas nos Capítulos anteriores de “O Livro dos Espíritos” foram publicadas neste mesmo blog e podem ser consultadas nas seguintes datas:

Introdução = 30/janeiro/2009.

Prolegômenos = 09/abril/2009.

Capítulo I: Deus = 07/julho/2009.

Capítulo II: Elementos Gerais do Universo = 08/fevereiro/2010.

Capítulo III: Criação = 18/junho/2010.

Capítulo IV: Princípio Vital = 09/setembro/2010.

2ª. Parte, Cap. I: Dos Espíritos:

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