terça-feira, 26 de abril de 2011
"O LIVRO DOS MÉDIUNS": AÇÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE A MATÉRIA
PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS EM “O LIVRO DOS MÉDIUNS”, SEGUNDA PARTE, CAPÍTULO I: AÇÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE A MATÉRIA
IMAGEM: JESUS NA TRANSFIGURAÇÃO: “Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago e a João, e subiu a um monte para orar. E enquanto orava, pareceu todo outro o seu rosto, e fez-se o seu vestido alvo e brilhante. E eis que falavam com Ele dois varões: Moisés e Elias, que apareceram cheios de majestade. E falavam da sua saída deste mundo, a se cumprir em Jerusalém.” (Lucas, Cap. IX, v. 28 a 32.)
Geziel Andrade
Pode a alma, após a morte do corpo material, manifestar-se aos homens e revelar-lhes a sua presença por algum meio?
A crença na manifestação da alma, após a morte do corpo material, tem a seu favor a aceitação de todos os povos, pois é encontrada em toda parte e em todas as épocas.
Essa crença é ainda sancionada pelos testemunhos contidos nos livros sagrados de todas as religiões e igrejas.
Mas, o Espiritismo, dando a conhecer a natureza dos Espíritos e os meios que eles dispõem para se manifestar aos homens, permite que esse fenômeno deixe de ser surpreendente, passando a pertencer à ordem dos fatos naturais.
O Espírito pode agir sobre a matéria, porque ele é um ser definido, limitado e circunscrito.
Quando a morte despoja a alma de seu corpo material, ela sai com um envoltório fluídico que conserva a forma e a aparência humana.
Por isso, quando um Espírito aparece ao homem, pode ser reconhecido pela mesma forma e aparência que tinha quando estava na vida material.
Quando a alma do homem, que é um Espírito encarnado, deixa o seu corpo material por imposição da morte, sente-se confusa e perturbada. Não compreende de imediato a sua separação do envoltório material e a sua nova situação. Vê a si mesma com a mesma forma humana e se sente tão viva, a ponto de ter a ilusão de que continua na vida material. Falta-lhe experiência do novo estado para se convencer da realidade.
Mas, passado esse período de perturbação, sente-se mais leve e livre de um fardo; não sofre mais dores físicas; e sente-se feliz por poder elevar-se e transpor o espaço.
Assim, constata a inteireza da sua personalidade e tem a consciência do seu eu e da sua individualidade.
As observações dos fatos espíritas comprovam a existência de três componentes no homem:
1. A alma ou Espírito, princípio inteligente em que se encontra o senso moral.
2. O corpo material, invólucro grosseiro que reveste a alma temporariamente para o cumprimento de alguns desígnios providenciais.
3. O perispírito, invólucro fluídico, semimaterial, que serve de ligação entre a alma e o corpo material.
A morte é a destruição e desagregação do corpo material, envoltório grosseiro que a alma abandona.
Com a morte, o perispírito, envoltório fluídico, semimaterial, etéreo, vaporoso e invisível para o homem em seu estado normal, desprende-se do corpo material. Então, segue a alma, servindo-lhe de instrumento de ação no mundo espiritual.
Esse envoltório da alma, chamado de perispírito, existe no homem durante a sua vida terrena. Ele é o intermediário que permite a alma sentir todas as impressões e sensações do corpo material.
Além disso, é através do perispírito que o Espírito exterioriza e transmite a sua vontade, agindo sobre os órgãos do corpo material.
O perispírito é ainda o agente de transmissão e de recepção do pensamento do Espírito.
Assim, no perispírito está a chave de uma infinidade de problemas nervosos, orgânicos, fisiológicos e patológicos ainda inexplicáveis para o homem.
Dessa forma, a alma jamais se separa do seu perispírito, seja durante a sua união a um corpo material, seja após a sua separação desse corpo, promovida pela morte.
O Espírito, isolado do perispírito, é detentor do princípio intelectual e moral, e não tem uma forma que pode ser apreciada pelo homem. Mas, ele está sempre revestido pelo seu perispírito. Este corpo fluídico, pela sua própria natureza, se eteriza à medida que o Espírito se purifica e se eleva na hierarquia espiritual.
Sendo o perispírito uma parte integrante do Espírito, ele tem uma forma, assim como o corpo material a tem, como outra parte integrante do Espírito encarnado.
Portanto, o perispírito é para o Espírito o que o corpo material é para o Espírito encarnado.
Esses dois instrumentos do Espírito (perispírito e corpo material) servem de instrumento para as suas atividades tanto na vida espiritual, quando na vida material.
O perispírito tem a forma humana. Todos os Espíritos dizem isso em suas comunicações com os homens, através dos médiuns.
Por isso, quando um Espírito aparece a um homem, ele é reconhecido por ter conservado a mesma forma e aparência que tinha na vida material.
Essa forma humana do perispírito foi retratada em todos os tempos, nas figuras que representam os Anjos ou Espíritos puros.
Mas, a matéria sutil que compõe o perispírito não tem a persistência e a rigidez da matéria compacta que compõe o corpo material.
A matéria sutil que forma o perispírito é flexível e expansível; pode ser moldada pela vontade do Espírito, que lhe dá a aparência que quiser. Assim, o perispírito se presta a transformações e modificações em função da vontade do Espírito que o dirige.
Dessa forma, quando um Espírito quer aparecer a um homem, ele molda o seu perispírito, o seu envoltório fluídico, de modo que possa ser facilmente reconhecido. Ele toma exatamente a mesma aparência que tinha na vida material, inclusive com os mesmos defeitos que podem servir de sinais para o reconhecimento.
Portanto, os Espíritos são seres semelhantes aos homens. Possuem o perispírito que é um corpo fluídico com a forma humana. Estão ao redor dos homens, formando uma população invisível.
Mas, essa invisibilidade do perispírito em seu estado normal não é absoluta. O Espírito que quer aparecer ao homem modifica o seu perispírito a ponto de tornar-se momentaneamente visível.
Embora a natureza sutil da matéria que forma o perispírito, o Espírito a pode transformar a ponto de promover uma aparição tangível.
Sob a influência de certos médiuns, verificou-se a aparição de mãos, com todas as propriedades das mãos vivas, dotadas de calor, podendo ser pegadas e apalpadas pelas pessoas, oferecendo a resistência dos corpos sólidos. Mas, de repente, se esvaneciam como sombras. Passavam rapidamente do estado sólido para o fluídico.
Constatou-se facilmente que uma inteligência invisível controlava a mão tangível, que obedecia a uma vontade, ao executar certos movimentos, como por exemplo, tocar músicas em um instrumento.
O Espírito, ser pensante e de natureza íntima inteiramente desconhecida pelos homens, usava o seu perispírito, seu intermediário semimaterial como instrumento para revelar sua presença aos homens, através de seus atos inteligentes.
O Espírito precisa sempre do seu perispírito para poder agir sobre a matéria. Ele é o seu instrumento direto de ação, assim como o Espírito encarnado dispõe do corpo material para poder agir sobre as coisas da vida material.
A matéria sutil que forma o perispírito é composta por elementos do fluido universal. Com essa matéria sutil do seu perispírito, o Espírito age sobre todos os outros tipos de matérias, que também são formadas com elementos do fluido universal, em diferentes graus de densidade ou condensação.
Dessa forma, o Espiritismo explica a ação do Espírito sobre a matéria.
Portanto, as manifestações dos Espíritos aos homens nada têm de sobrenatural. Elas estão na ordem dos fatos naturais.
Assim, o homem que conhece que a causa das manifestações dos Espíritos está nas propriedades semimateriais do perispírito as vê como um fenômeno natural.
Com isso, o Espiritismo descobriu e explicou novas leis e colocou os fatos espíritas dentro da ordem das coisas naturais.
Certas pessoas ficam surpresas com o fato de um Espírito poder, com a ajuda da matéria sutil de seu perispírito, agir sobre corpos pesados e compactos, como por exemplo, erguer uma mesa.
Mas basta observar que o homem, usando gases rarefeitos, fluidos imponderáveis e a eletricidade, consegue por em ação poderosas forças motrizes; usando a força de expansão do ar, consegue derrubar edifícios; empregando o vapor, consegue arrastar massas enormes; e usando os gases da pólvora, consegue destroçar rochedos, etc.
De forma semelhante, o Espírito usando os poderes de seu perispírito consegue manifestar-se ao homem, seja erguendo uma mesa, seja tornando o seu instrumento de ação tangível e visível como um corpo sólido.
CONSIDERAÇÕES DO AUTOR DESTE ARTIGO
Allan Kardec, com a codificação do Espiritismo, permitiu-nos o entendimento:
• Da tríplice composição do homem e da verdadeira constituição: Espírito, perispírito e corpo material;
• Da encarnação do Espírito para a sua passagem temporária pela vida material, servindo-se de um corpo constituído de matéria densa, graças à lei da reprodução;
• Da continuidade da vida da alma na vida verdadeira, após a morte do envoltório material, podendo se manifestar aos homens graças as propriedades de seu corpo espiritual (perispírito);
• Do mundo invisível e complexo que cerca os homens, sem que percebam a ação dos Espíritos;
• E do modo que os Espíritos conseguem se manifestar aos homens, graças ao seu perispírito, que tem a forma e a aparência humana.
Assim, O Espiritismo nos possibilita um entendimento amplo de uma nova ordem de coisas naturais e nos revela a grandiosidade da Obra de Deus.
CAPÍTULOS ANTERIORES DE “O LIVRO DOS MÉDIUNS”
As principais lições contidas nos Capítulos anteriores a este de “O Livro dos Médiuns” foram publicadas neste mesmo blog nas seguintes datas:
13/fevereiro/2009 = INTRODUÇÃO.
24/abril/2009 = CAP. I: EXISTEM ESPÍRITOS?
05/agosto/2009 = CAP II: O MARAVILHOSO E O SOBRENATURAL.
02/março/2010 = CAP. III: MÉTODO.
14/julho/2010 = CAP. IV: SISTEMAS.
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