Qual a principal motivação
para escrever Os animais na obra de Deus?
O espiritismo nos ensina
que, pelos desígnios de Deus, o princípio espiritual imortal que
existe nos animais começa o seu processo evolutivo na animalidade,
passa pela humanidade e chega na culminância da angelitude.
Este é o
desígnio do Pai para todos os Seus filhos.
Então, o espiritismo é a
única doutrina que nos explica de modo lógico e dentro das leis do
Criador, o destino grandioso que os animais também estão edificando
com a vida.
Submetidos às leis do progresso e das sucessivas
reencarnações, desde que foram criados simples e ignorantes, mas
perfectíveis, eles começaram o desenvolvimento e aprimoramento
incessante de suas faculdades e se aproximando cada vez mais da
perfeição espiritual.
Essa é a visão espírita dos animais que
enaltece a obra de Deus.
Além disso, a consciência desse princípio
espírita estabelecido por Allan Kardec, que o livro desenvolve de
modo claro, fortalece nos homens o dever de respeitar, ajudar, educar
e amar os animais, extinguindo de vez os maus-tratos, a violência e a
matança.
Existem nas obras assinadas
por Allan Kardec afirmações sobre a existência de animais no plano
espiritual?
Os espíritos superiores e Allan Kardec foram muito cautelosos
ao abordarem essa questão ainda misteriosa, preferindo esperar que
fatos espíritas bastante numerosos viessem evidenciar o tempo curto
ou prolongado que a alma imortal dos animais passa no plano
espiritual, antes da sua próxima reencarnação evolutiva.
As primeiras
revelações claras, surpreendentes e concordes sobre a existência de
animais no plano espiritual apareceram na Inglaterra nos livros A
vida além do véu (1913), do espírito da mãe do reverendo G. Vale
Owen (Edição FEB) e A vida nos mundos invisíveis (1920), do
espírito Monsenhor Robert Hugh Benson (Editora Pensamento).
Essas
revelações dos espíritos foram em seguida confirmadas nas pesquisas
de Artur Conan Doyle e Ernesto Bozzano.
No Brasil, a existência de
animais no plano espiritual foi reafirmada abundantemente em muitos
livros espíritas, principalmente nos psicografados por Chico Xavier.
O livro de minha autoria, Os animais na obra de Deus, aborda
em profundidade essa questão muito interessante, despertando
reflexões graves sobre o engrandecimento de nossas condutas perante
os animais.
Qual a importância de
compreendermos melhor a alma dos animais?
Quando observamos a obra de Deus pelos seus dois lados da vida
– o material e o espiritual –, conseguimos melhorar nosso modo de
ser, pensar, sentir e agir, inclusive perante os animais.
Vemos
claramente o passado, presente e futuro dos filhos de Deus, passando
a administrar com a razão e o bom-senso as manifestações dos
instintos, inteligência, moralidade, sabedoria e amor.
Com o
entendimento da existência da alma dos animais e de seu destino semelhante
à alma dos homens e dos anjos, pela sabedoria, justiça e bondade de
Deus, melhoramos consideravelmente as nossas relações com eles.
Então, encaramos de frente inclusive a milenar e polêmica questão da
necessidade de matá-los para prover a alimentação humana.
Este
assunto também foi tratado em detalhes no livro em fase de
lançamento.
Que mensagem final deixa
para os nossos leitores?
Já temos revelações espirituais e lições religiosas e morais
suficientes para que elevemos consideravelmente as nossas relações e
a convivência inclusive com os animais.
Chico Xavier foi exemplo
marcante da prática do respeito e amor aos animais.
Outros espíritas
como Irvênia Prada, Marcel Benedeti, Sandra Denise Calado da ASSEAMA,
Severino Barbosa, Ricardo Orestes Forni, Rodrigo Cavalcanti de
Azambuja, dentre muitos outros, nos legaram contribuições valiosas
que nos levam ao bom trato devido aos irmãos que estão inseridos na
família universal, percorrendo ainda a fase da infância espiritual.
Que saibamos, portanto, conhecer, refletir, ter sempre em mente e
adotar os exemplos e as lições que embelezam a vida em sociedade,
engajando-nos no movimento contra os preconceitos, violências e
criminalidade que infelizmente ainda existem principalmente contra os
animais, facilitando, assim, a elevação das condições de vida de
todos e a gradativa ascensão da alma até o Pai.
(*) As respostas das entrevistas e os artigos assinados são de
responsabilidade de seus autores, e não refletem necessariamente a
opinião da Editora EME.
TRECHO
DA OBRA
Muitos homens não têm apenas usado os animais para suprir a sua
necessidade de alimentação do corpo material, quando não têm outras
alternativas alimentares para obter as energias necessárias para sobreviver,
trabalhar e prosperar.
Muitos têm ainda caçado os animais sem a menor piedade e
consideração, sentindo a satisfação de os prender em jaulas ou gaiolas ou de os
matar alegando que estão praticando atividades esportivas.
Onde está a
educação, o bom-senso e o amor devido aos seres primitivos que convivem e se
relacionam conosco no meio ambiente e na Natureza?
Os meios de comunicação nos têm mostrado ainda inúmeros casos gritantes
de maus-tratos, agressões, tráficos e matanças de animais, no Brasil e no
exterior, nos levando à indignação e, algumas vezes, até mesmo às lágrimas.
O
que dizer dos homens que ainda tratam os animais de forma rude na sua criação
para a alimentação, na pesquisa científica e nas ações que os levam à extinção?
Precisamos não só combater as atitudes e ações insensíveis, bárbaras e
violentas, que nos deixam atônitos, adotadas contra os seres humanos; devemos
também lutar abertamente contra tudo o que for feito de maldade para os
animais.
A nossa consciência já nos mostra claramente o que ainda deixamos
acontecer de mal contra os seres da Natureza, nos impulsionando às ações
corretas e elevadas.
Chico Xavier nos deixou orientações e exemplos sobre o amor que devemos
ter pelos animais, o qual é exteriorizado através da defesa, proteção e
dedicação às suas boas condições de vida.
Não basta, portanto, fazermos leis que ficam apenas no papel. Precisamos
do cumprimento rigoroso das legislações que determinam as das práticas amorosas
e educativas em relação a eles.
Textos extraídos da NEWSLETTER EME, Edição . 186, junho de 2016. (www.editoraeme.com.br)
(Trecho extraído do capítulo “Chico
Xavier e seus exemplos de amor aos animais”)
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