sexta-feira, 18 de junho de 2010

"O LIVRO DOS ESPÍRITOS", CAP.III: CRIAÇÃO


PRINCIPAIS LIÇÕES CONTIDAS EM “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, PRIMEIRA PARTE, CAPÍTULO III: CRIAÇÃO.


Geziel Andrade

I – FORMAÇÃO DOS MUNDOS

O Universo é composto por mundos que vemos e que não vemos; por seres animados e inanimados; por astro que se movem no espaço; e por fluidos que preenchem o espaço.

O Universo não foi feito por si mesmo, nem é obra do acaso.

Deus criou o Universo em decorrência de Sua Vontade todo poderosa.

Os mundos que existem no Universo foram formados pela condensação da matéria sutil existente no espaço. Eles e os demais corpos e seres existentes estão em constante renovação.

II – FORMAÇÃO DOS SERES VIVOS

A Terra começou a ser povoada com seres vivos apropriados ao estado do globo, após a sua formação.

Ela já continha os germes dos seres vivos que esperavam o momento favorável para se desenvolver.

Quando surgiu o momento propício à eclosão da vida, os germes primitivos de cada espécie, em estado latente e inerte, se reuniram e multiplicaram; transmitiram as suas características segundo as leis da reprodução; e formaram os germes de todos os seres vivos.

Na Questão 45, Allan Kardec perguntou aos Espíritos superiores onde estavam os elementos orgânicos antes da formação da Terra. A resposta foi clara:

“-Estavam, por assim dizer, em estado fluídico no espaço, entre os Espíritos, ou em outros planetas, esperando a criação da Terra para começarem uma nova existência sobre um novo globo.”

Dessa forma, os elementos orgânicos e os germes primitivos dos seres vivos não surgiram primeiramente na Terra. Já existiam no Universo e esperavam o momento oportuno para povoarem este novo planeta.

Allan Kardec formulou e respondeu à seguinte questão:

“Esta formação dos seres vivos, saindo do caos pela própria força da Natureza, tira alguma coisa à grandeza de Deus? Longe disso, corresponde melhor à idéia que fazemos de seu poder, a exercer-se sobre os mundos infinitos através de leis eternas.”

III – POVOAMENTO DA TERRA. ADÃO

A Terra foi sendo povoada com seres vivos adequados ao estado de evolução do globo. Adão não foi o primeiro nem o único homem a povoar a Terra, cerca de quatro mil anos antes de Cristo.

Muitos progressos da Humanidade já haviam ocorrido muito antes dessa data antes de Cristo. Assim, eles contradizem a teoria da existência de Adão, como primeiro e único homem.

IV – DIVERSIDADE DAS RAÇAS HUMANAS

As diferenças físicas e morais que distinguem as diversas raças humanas surgiram em função do clima, do estilo de vida e dos hábitos adquiridos em lugares diferentes e distantes.

O homem surgiu em diversos pontos da Terra e em diversas épocas, propiciando a diversidade das raças.

Depois disso, o homem se dispersou pelos diferentes climas, aliando-se os de uma raça aos de outras. Assim, foram formados novos tipos humanos.

Embora esse fato, os homens pertencem à mesma família ou espécie primitiva. Adicionalmente, todos os homens são irmãos em Deus. Eles são animados pelo Espírito criado por Deus, tendendo para o mesmo alvo, que é a perfeição intelectual e moral.

V – PLURALIDADE DOS MUNDOS

Os globos que circulam no espaço são habitados. Assim, o homem terreno está bem longe de ser, como acredita, o primeiro em inteligência, bondade e perfeição.

Os homens que acreditam que este pequeno globo chamado Terra tem o privilégio de ser habitado por seres racionais; que acreditam que Deus criou o Universo somente para eles, revelam orgulho e vaidade.

Acreditar que os seres vivos estejam limitados à Terra é por em dúvida a sabedoria de Deus. Ele nada fez de inútil e destinou os mundos existentes no Universo a um fim mais sério do que o de apenas alegrar os olhos humanos.

Os seres que habitam os diferentes globos do Universo não têm semelhanças na constituição física. Isso fica claro quando vemos, na própria Terra, que os peixes foram feitos para viver na água e que eles não se assemelham com os pássaros que foram feitos para flutuar no ar.

Além disso, alguns mundos possuem fontes de luz e calor independentes do Sol. Então, os seres vivem de maneira e com órgãos diferentes dos homens terrenos. Eles têm características próprias aos meios em que têm de viver.

VI – CONSIDERAÇÕES E CONCORDÂNCIAS BÍBLICAS REFERENTES À CRIAÇÃO

Os homens foram estabelecendo idéias sobre a Criação em função do grau de evolução de seus conhecimentos.

A Ciência veio recentemente estabelecer os seguintes pontos, eliminando erros de interpretação:

1. Os fósseis demonstram que o homem chamado Adão não foi o primeiro nem o único tronco da Humanidade.
2. O movimento da Terra no espaço é contrário ao que está narrado nos textos sagrados.
3. A Geologia e os fósseis mostram que a criação do mundo não se deu em seis dias, a partir do nada, há cerca de quatro mil anos antes da era cristã.
4. O dilúvio de Noé, com seus descendentes, não foi um grande cataclismo universal ocorrido 1654 anos após a formação do mundo, ou há 2350 anos antes da era cristã.
5. Pela Ciência, a Terra foi criada segundo a lei de forças naturais, em alguns milhões de anos.
6. A Ciência admite ainda a existência do homem antes da época que lhe é assinalada na Bíblia; a diversidade na origem da espécie humana; o dilúvio de Noé como uma catástrofe parcial.

Allan Kardec esclareceu que essas descobertas científicas não diminuem o poder de Deus; não contestam a onipotência nas leis eternas que Deus estabeleceu para reger os mundos; não rebaixam a obra divina, que é grandiosa e está de acordo com o poder e a majestade de Deus; de forma alguma, desmentem a essência das idéias religiosas e morais, que podem marchar ao lado da Ciência.

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REFLEXÕES DO AUTOR DESTE ARTIGO.

As revelações dos Espíritos superiores, a respeito da Criação, feitas através de diferentes médiuns, e codificadas por Allan Kardec, além de andarem lado a lado com as descobertas científicas, abrem novos campos para descobertas e conhecimentos humanos.

O Espiritismo, ao desvendar as relações existentes entre as duas partes do Universo, tem uma dimensão e uma abrangência que extrapola qualquer idéia, imaginação, criatividade ou ciência humana. Isto fica bem evidente com o detalhamento dos seguintes pontos:

DEUS: O Universo não é obra do nada ou do acaso. É Obra de Deus, que com seus Atributos Divinos, criou tudo o que existe. Assim, Deus dirige a Obra da Criação e está, evidentemente, acima do Universo e da Humanidade.

UNIVERSO: O Universo não tem a abrangência limitada que a Ciência lhe dá. O universo material é apenas parte do Universo formado pela transformação e condensação da matéria elementar primitiva.

Pelo Espiritismo, o Universo pode ser separado em universo material e universo espiritual. Este também é formado por aquela mesma matéria transformada e condensada, porém em um estado mais sutil.

Portanto, esses dois universos são apenas partes de um Universo único e infinito.

Assim, Deus, com a criação de apenas um elemento primitivo, denominado no Espiritismo de fluido cósmico universal ou matéria elementar primitiva, permitiu as modificações, transformações e condensações em suas partículas elementares, formando o Universo. Este, como já dissemos, pode ser dividido em universo material e universo espiritual, em função do grau de densidade daquela matéria primitiva.

Essas duas partes do Universo estão em permanente inter relação. Porém, o universo espiritual é o mais importante, por abrigar os Filhos de Deus: os Espíritos imortais.

ESPÍRITOS: Deus não cria os Seus Filhos no universo material em corpos materiais. Ele os cria como Espíritos, no universo espiritual, dotados do princípio inteligente em permanente processo de evolução intelectual e moral, até que atinjam a perfeição espiritual.

INTER RELAÇÃO ENTRE O UNIVERSO MATERIAL E O UNIVERSO ESPIRITUAL: Em seu processo evolutivo, os Espíritos passam do universo espiritual para o universo material, através da necessidade da encarnação em corpos materiais, em mundos materiais, para trabalharem para o seu progresso e o destes mundos.

Assim, trazem para a vida material todas as suas faculdades, potências, habilidades e experiências, influindo no progresso da Humanidade.

Quando o corpo material morre, eles voltam para a vida verdadeira, que é no universo espiritual.

Assim, o homem não é apenas corpo material, mas um Espírito encarnado.

MUNDOS MATERIAIS: No Universo existe a pluralidade dos mundos materiais habitados por Espíritos encarnados.

Antes mesmo da existência da Terra, muitos outros mundos já serviram para o processo de evolução intelectual e moral dos Espíritos, permitindo-os atingir a perfeição.

Assim, a vida não é privilégio do planeta Terra, mas algo comum nas duas partes do Universo.

CONCLUSÃO: Com o Espiritismo temos essa visão abrangente, grandiosa e infinita do Universo, com Deus acima de tudo.

Com isso, a Doutrina codificada por Allan Kardec, em função dos ensinamentos dos Espíritos superiores, através de diferentes médiuns, promove uma profunda revolução nas idéias científicas, filosóficas, religiosas e morais, estabelecendo novos paradigmas que transformam e dão novos rumos para o progresso da Humanidade.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

BOM TOM ESPÍRITA


BOM TOM ESPÍRITA


Geziel Andrade

Mensagem da Foto:
Aplicar o bom tom para florir na vida.

“De nada valem bons verbos
E códigos de bom tom,
Se vives falando a esmo
Sem praticar o que é bom”.

(Casimiro Cunha/F.C.Xavier,
No livro “Coletânea do Além”.)

A educação espírita prepara-nos para usarmos bem as faculdades da alma e darmos o bom tom em todos os momentos de nossa convivência e de nosso relacionamento com os semelhantes.

Assim, não ficamos apenas nas boas intenções e palavras bonitas. Partimos para a prática do bem e das boas ações, destacando-nos como pessoas simpáticas, gentis, agradáveis, fraternas e úteis para os que nos cercam.

Com a Doutrina Espírita, compreendemos que é de bom tom ter boas maneiras nos modos de ser, sentir, pensar, falar e agir, seguindo Jesus como modelo e guia e nos espelhando em pessoas virtuosas e educadas, como o foi Chico Xavier.

Assim:
1. Comunicamo-nos com elegância e sabedoria;
2. Sabemos ouvir, dar atenção e discutir com nobreza moral as crenças, convicções, opiniões e idéias diferentes das nossas;
3. Esclarecemos as dúvidas alheias com paciência;
4. Demonstramos profundo respeito ante as situações difíceis enfrentadas pelo próximo, procurando amenizar suas provações e dificuldades com o espírito fraterno;
5. Desempenhamos com satisfação e responsabilidade as tarefas que nos foram confiadas;
6. Pedimos humildemente desculpas quando caímos em algum erro;
7. Sustentamos a convivência pacífica, com o entendimento amplo das condutas alheias;
8. Demonstramos gratidão pelos pequenos favores recebidos;
9. E trabalhamos espontaneamente e com alegria pelo progresso geral, favorecendo a todos.

No Movimento Espírita, encontramos muitos livros que nos ensinam a dar o bom tom em todas as ocasiões.

Como exemplo, temos as páginas do notável livro “Agenda Cristã”, de autoria do Espírito André Luiz, e psicografia de Chico Xavier.

Nesse livro, aprendemos que é de bom tom espírita:
1. Ensinar exemplificando;
2. Amar edificando;
3. Falar construindo;
4. Perdoar, extinguindo o mal;
5. Beneficiar, agindo com humildade e simplicidade;
6. Trabalhar com honestidade;
7. Expandir o bem, difundindo a generosidade;
8. Servir sem fazer exigências ou esperar recompensas;
9. Socorrer o aflito, restabelecendo a esperança e a alegria na alma ferida;
10. Orar em favor do próximo, mesmo sendo ele nosso inimigo;
11. Aproveitar bem o tempo, conquistando a prosperidade;
12. Viver trabalhando e estudando, buscando o progresso material, moral e espiritual.

Portanto, no meio espírita não nos faltam códigos de bom tom.

Porém, não devemos só difundi-los pela palavra, mas principalmente dando o bom exemplo.

Fazemos isto, semeando o que é bom e colocando em prática o bem e as virtudes, em todos os momentos na família, no ambiente de trabalho e na vida social.

Esses momentos de convivência e relacionamento são oportunidades valiosas para iluminarmos os corações; fortalecermos os laços de amizade; e difundirmos a fraternidade com os atos de bondade e os gestos de amor e carinho. Isto é realmente o bom tom aplicado no cotidiano.