A CARIDADE SEM O USO DO DINHEIRO
Geziel Andrade
Não precisamos recorrer ao dinheiro para praticar a
caridade.
Quando sentimo-nos dispostos a difundir o bem ou estamos conscientes
da importância de ser útil a alguém de modo desinteressado, com o bom emprego das
faculdades ou habilidades, exercitamos a virtude da caridade que se exterioriza
naturalmente em decorrência do amor que cultivamos em nosso sentimento e
pensamento.
Desse modo, conseguimos:
· Pronunciar
a palavra que alivia, ensina, consola, aconselha, renova o ânimo e restabelece a
esperança nos momentos difíceis.
· Mostrar
o espírito de companheirismo com a prestação do trabalho nobre não remunerado que
gera a prosperidade de quem nos cerca.
· Difundir
a bondade, paciência, entendimento, amizade e gentileza nos momentos desagradáveis
que podem surgir no ambiente familiar, de trabalho ou social.
· Relevar
mesmo as faltas graves daqueles que ainda desprezam os valores éticos e morais,
ofertando-lhes bons exemplos, boas atitudes e condutas, apaziguando conflitos.
Realmente, podemos dispensar o uso do dinheiro para atender
voluntariamente o amigo que enfrenta situação constrangedora; o desconhecido
que necessita de um gesto de fraternidade ou solidariedade para superar uma
dificuldade presente; o familiar ou ente querido que perdeu o equilíbrio íntimo
e precisa restabelecer a serenidade e a vontade de trabalhar para progredir.
Desse modo, a caridade sem o uso do dinheiro envolve,
geralmente, uma simples oração em favor de alguém; a palavra amiga de orientação
ou apoio no momento oportuno; ou a atitude ou ação bondosa que beneficia quem está
ao nosso redor.
Lembremo-nos sempre dos exemplos que nos foram legados
por Jesus. Sem dinheiro, posses ou propriedades materiais, conviveu e se
relacionou de modo digno e fraterno com todos os tipos de pessoas, beneficiando-as
com seus ensinos das realidades espirituais, das coisas de Deus e do reino dos
céus; suas curas e atos de caridade, impulsionados pelo amor que tinha no
coração.
Lembremo-nos de Allan Kardec que nos ensinou que o
exercício da moral de Jesus implica na prática da caridade e da humildade; que
não podemos amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo.
Por isso, Kardec nos orientou a compatibilizar as nossas
atitudes e ações com a máxima: Fora da caridade não há salvação.
A prática da caridade está ao alcance de todos nós,
dispensando inclusive o uso do dinheiro.
Ela pode partir tanto da alma do ignorante e do sábio, como
do rico e do pobre, do crente e do descrente. Essa prática une os homens, pois
gera benefícios, estabelece a paz em qualquer ambiente e abre as portas do
bem-estar e da felicidade para homens. A prática dessa virtude deve, portanto, nortear
nossos sentimentos, pensamentos e atos, disseminando o bem.
De fato, basta recorrermos aos ensinos e exemplos de
Jesus, para o exercício da beneficência. É um engano acomodarmo-nos na posição
confortável de esperar pelo progresso moral ou a posse da riqueza material e do
dinheiro para a prática do bem, sem qualquer interesse pessoal.
Temos ao nosso dispor modos variados para sermos
caridosos. Basta, muitas vezes, agirmos espontaneamente de modo fraterno no
cotidiano; sermos humildes e prestativos no trato com as pessoas no cotidiano. Para
isso, só precisamos recorrer à disposição, iniciativa, vontade, criatividade e
gentileza.
É assim que disseminamos o bem; beneficiamos os
semelhantes, sem o uso de qualquer recurso monetário.
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